[Música] Olá eu sou professora Denise vitel e nós hoje vamos tratar de linguagem e signos para que nós entremos no tema dessa nossa conversa eu quero convidá-los a acompanhar comigo o trecho de uma obra da clariss Lispector em que a em que a cabeia personagem ela ela se interessa por uma palavra mas na verdade ela não sabe o significado dessa palavra vamos ver havia coisas que não sabia o que significava uma era efeméride e não é que seu Raimundo só mandava copiar com sua letra linda a palavra efemérides ou efemérides absolutamente misterioso quando copiava prestava
atenção a cada letra Glória era cenógrafa e não só ganhava mais como não parecia se atrapalhar com as palavras difíceis das quais o chefe tanto gostava Enquanto isso a mocinha se apaixonara pela palavra efemerides Esse é um fragmento da obra Hora da Estrela da clariss Lispector ora a macabéa ao se interessar ao se encantar pela palavra efemérides ela se canta pelo significante talvez pela forma como está estão dispostas as letras ou a sonoridade desta palavra mas ela desconhece o significado e é o mistério justamente desse significado que faz com que ela se apaixone pela palavra
o que nós vamos ver hoje o que nós vamos tentar entender é como que se dá essa relação entre significante e significado que é uma das das questões importantes colocad no curso de de lingu Geral do socir mas aí cabe de saída nós perguntarmos O que são signos do lugar da linguística nós vamos entender o signo como uma relação indissociável entre significante e significado mas nós poderíamos em outras perspectivas entender que o signo está para substituir alguma coisa ou então signo é aquilo que representa alguma coisa para alguém sob inado ponto de vista ou signo
então é algo que está para outra coisa além desta definição da linguística que é a relação de significado e significante para isso a gente precisa observar que o nosso mundo nós estamos imerso no mundo saturado de manifestações simbólicas e que são os signos que podem ser verbais ou não verbais então eu tenho por exemplo alguns exemplos aqui comigo que seriam os sinais de trânsito nós Fazemos uma interpretação rápida Enquanto estamos dirigindo porque nós conseguimos ali depreender significados um aperto de mão significa uma pomba significa paz ou uma pomba por ela mesma e uma palavra como
pecado também ela significa a partir de uma cadeia constituída pelas letras e pelos sons pelos fonemas ora quando você entra nesse universo do signo você se questiona como que esse processo se dá Então essa é a questão Nossa aqui como que ocorre essa relação entre significante e significado para que nós possamos avançar nesse terreno dos signos Vamos ler uma parte um fragmento do livro do Lis Car onde Alice ela se ela se questiona sobre o nome das coisas ou ela entra num lugar onde as coisas não têm nome é um lugar que não tem signos
e ela diz então este deve ser o o Bosque murmurou pensativamente Alice onde as coisas não têm nomes ia devaneando dessa maneira quando chegou à entrada do Bosque que parecia muito úmido e sombrio Bom de qualquer modo é um alívio disse enquanto avançava Em meio às árvores Depois de tanto calor entrar entrar dentro do dentro do quê estava Assombrada de não poder lembrar o nome bom isto é está debaixo das debaixo das debaixo diso aqui ora disse colocando a mão no tronco da árvore como essa coisa se chama É bem capaz de não ter nome
nenhum ora Com certeza não tem mesmo Ficou calada durante um minuto pensando então de repente exclamou Ah então isso Acabou acontecendo e agora quem sou eu eu quero me lembrar se puder com isso nós podemos observar que nós percebemos o mundo a nossa volta a partir da língua Ou seja aquilo que nós nomeamos é que faz com que nós consigamos perceber a existência dos objetos aice tá perdida ela não consegue reconhecer porque ela não consegue nomear E é assim que o signos funcionam ele categoriza o mundo ele organiza esse mundo a realidade em que nós
vivemos ela se dá por meio desse processo de de significação vejam mas isso não significa colocar etiquetas na nos objetos você parte de um conceito e é esse conceito você tem a palavra que cria um conceito e esse conceito é que vai categorizar esse mundo que vai ordenar mas observa observem que você pode não ter exatamente o objeto o exemplo que o professor fiorim dá no livro introdução à linguística no capítulo teoria dos signos ele mostra por exemplo que pôr do sol cientificamente nós não temos um pôr do sol na medida em que você tem
o sol parado e é a terra que gira em torno do sol então ele não se põe entretanto Nós criamos essa palavra Nós criamos esse signo e todos nós reconhecemos o conceito que dá a nós esse encantamento de um final de tarde que nós vamos dar o nome de pôr do sol uma nova realidade uma nova experiência demanda uma nova palavra nós começamos a usar em língua portuguesa a palavra deletar a partir do momento em que nós começamos a usar o computador e que a prática de apagar no computador passou a ser diferente da prática
de apagar uma linha escrita num papel Então essa palavra ela ela é incorporada na língua a partir do momento em que foi inventado essa nova prática que é de uso e de deletar que só serve pros computadores quando falamos de linguagem não verbal de signo não verbal Nós entramos no terreno da semiótica ainda que muito rapidamente resumidamente vamos observar como que se pensa no domínio da semiótica o processo de de produção de sentidos ou o que são os signos quando pensado nesse espaço teórico Charles Sand pierc ele ele é contemporâneo de socir socir o pai
da linguística ele morreu em 1913 Charles Sander pieron morreu em 1914 eles não se conheceram seus caminhos não se cruzaram mas ambos se preocuparam com processos de significação um voltado para esse signo mais não verbal ainda que a semiótica dê conta de todos os signos é uma ciência que se preocupa com os signos tanto os verbais quanto os não verbais mas para falar de signos linguístico nós vamos nos concentrar daqui a pouco no curso de linguística Geral com o soir mas com o Pierce Vamos pensar um pouquinho o que que ele propunha de saída e
depois há uma série de classificações e complexidade que não vem ao caso aqui mas que precisaria ser eh estudado por você vai propor pensarmos o signo a partir de relações de uma relação tritica ora desta relação em que ele prevê o próprio signo o interpretante e o objeto a relação mais fortemente conhecida E que nos ajuda a pensar nesse processo entre o significante e o significado mesmo é quando ele pensa o signo em relação ao objeto nessa relação uma das considerações que o p coloca são os índices ora no índice há uma relação direta entre
o significante e o significado há uma relação de proximidade ele vai dizer de contiguidade o que seria então os índices uma pegada na areia é o índice de que uma pessoa passou ali se for um pé pode ser uma pata de um cachorro pode ser um pé calçado um pé descalço são as Marcas Na Areia que vão ser indícios daquilo que você coloca que você consegue depreender enquanto significado índices por exemplo onde você vê fumaça provavelmente fogo você vê o chão molhado é índice de chuva ora a relação indicial portanto é essa em que há
uma proximidade uma contiguidade entre o significante e o significado que é justamente o que você consegue interpretar quando nós temos uma relação de de similaridade em que você tem o significado e o significante aproximados pela semelhança nós temos aí então os ícones os desenhos na porta do banheiro são ícones no momento em que você reconhece o que é banheiro de homem o que é banheiro de mulher a partir de uma aproximação entre o desenho e uma prática Histórica de que mulher usa saia e homem não usa saia então isso são ícones ícones são as fotografias
são as maquetes que os mapas há uma uma proximidade que faz com que você possa a partir daquele signo construir um significado e fazer a sua interpretação e a terceira relação e a que vai mais se aproximar com o nosso universo linguístico são os símbolos porque os símbolos eles são Convenções Ou seja a relação é convencional entre o significante e o significado há uma uma arbitrariedade não há nada que esteja na relação nem por semelhança nem por aproximação essa arbitrariedade o aquilo que é convencional É o que por exemplo nos faz colocar a pomba Como
símbolo da paz a cruz como símbolo do cristianismo e tantos outros símbolos que vão sendo construídos a partir de Convenções que não tem uma relação natural Observe que essa produção de símbolos ela é convencional mas ela vai alterando alguns sentidos Vamos tomar um exemplo ã de um símbolo que que é muito comum nós encontrarmos em propagandas em discursos religiosos enfim a maçã a maçã uma foto da maçã é um ícone da maçã entretanto nós temos historicamente um um outro lugar da maçã que é associado ao fruto proibido ela passou a ser também um símbolo do
pecado e observem que é absolutamente convencional porque se se nós voltarmos ao Gênesis não há nada no Gênesis que diz que o fruto proibido é a maçã Isso é uma construção histórica que ocorreu na idade média para colocar concretude naquilo que eles queriam ensinar com relação ao pecado original foi feita aí uma interpretação pela palavra em latim que se aproxima a mal e se aproxima a maçã e que maçã passou então a ser instituída como símbolo do pecado Essa é a ideia então de convenção e a ideia de arbitrariedade que faz com que os símbolos
funcionem da maneira como eles funcionam e vejam que na nossa prática cotidiana de uso de smartphones dos celulares do computador nós interagimos muito usando os emojis ora são s são ícones vejam que há uma relação de proximidade nas carinhas que nós colocamos Alegre chorando com as mãos nos olhos de óculos escuro com a bochecha vermelha e isso passa a ter uma relação de significação que é instituída mas vejam que nem sempre isso funciona da mesma forma para todo mundo então ela tem uma relação simbólica também quando você coloca as a imagem o Emoji das duas
mãos juntas ou houve inclusive uma polêmica para se depreender que sim que que significados essas mãos produziam alguns interpretaram que essas mãos estavam em oração outros que essas mãos estavam naquele gesso High Five em que as pessoas levantam as mãos e comemoram uma determinada Conquista nessa disputa estava justamente uma disputa pelo significado portanto essa relação do símbolo é uma relação que pode eventualmente produzir um ou outro significado as fezes que aparecem como opção para você aqui para nós nos sentidos que muitos de nós damos de algo que você não gosta que você quer criticar que
você quer colocar como negativo em outras culturas pode ser um símbolo de sorte ou pode provocar significados dando ideia de sorte feito esse passeio ainda que rápido pelos ícones índices e símbolos da semiótica persiana entremos agora no nosso território da linguística para observarmos que foi ali então que socio foi foi Claro quando ele disse que a linguística era uma parte de uma ciência maior a semiótica mas a linguística caberia observar o signo linguístico e o signo linguístico pro socir então é uma associação uma união de um significante com o significado e ele coloca mais ou
menos nessa forma como que nós deveríamos entender o signo linguístico nós temos uma imagem acústica associada ao conceito ele entende imagem acústica como significante e o significado como conceito e no curso de linguística ele mesmo soci explica da seguinte forma o signo linguístico une não uma coisa e uma palavra mas um conceito e uma imagem acústica esta não é o som material coisa puramente física mas a impressão psíquica desse som a representação que dele nos dá o testemunho de nossos sentidos tal imagem é sensorial e se chegamos a chamá-la material é somente neste sentido e
por oposição ao outro termo da associação o conceito geralmente mais abstrato em resumo o signo prir é uma entidade psíquica de Duas Faces significante significado imagem acústica conceito combinação então do conceito com a imagem acústica une não uma coisa em um nome mas um significante e um significado e ele coloca isso em termos de funcionamento psíquico na medida em que você não precisa verbalizar embora ele fale em imagem acústica Esta é uma imagem que você tem colocada no teu cérebro a partir de uma experiência que você tem com relação a um objeto Então você tem
uma experiência do que seja a árvore e esta experiência faz com que você crie no teu cérebro o conceito de o conceito de árvore para exemplificar essa questão psíquica do do signo linguístico e como não é uma questão quando fala em acústica não significa que você oraliza que você verbaliza mas que isso está num processo dentro do nosso cérebro ele fala para nós prestarmos atenção na nossa própria linguagem você consegue conversar com você mesmo sem emitir um único som Quando você pensa num texto que você tem internalizado ou mesmo na letra de uma música Você
não precisa falar você não precisa enunciar mas ela está funcionando porque está dentro desse processo psíquico de que fala o socir e para mostrar como que esse processo funciona Ele explica o circuito da fala se vocês acompanharem comigo o circuito da fala segundo o soir se dá assim para que você consiga pensar a linguagem a linguagem que pro S é multiforme multifacetada impossível de ser apreendida e descrita como um objeto de uma ciência linguística ele vai determinar a língua como objeto porque ela sim é sistemática é homogênea separando a da parol que é a realização
dessa língua é o lugar do Caos que você também não controla absolutamente heterogênea a fala a parol ele fica no terreno da língua da long a língua Ela é formada por um sistema de signos e esses signos então é que são os signos linguísticos que funcionam por esse circuito para entendê-lo ele mostra como isso se dá no circuito da fala e precisa minimamente de dois interlocutores de duas pessoas aí ele diz então que há um ponto de partida que é o ponto a o ponto ponto de partida do circuito se situa no cérebro de uma
delas por exemplo a onde os fatos de consciência a que chamaremos conceitos se acham Associados às representações dos signos linguísticos ou imagens acústicas que servem para exprimi-la cérebro transmite aos órgãos da fonação um impulso correlativo da imagem depois as ondas sonoras se propagam da boca de A até o ouvido de b o processo puramente físico em seguida o circuito se prolonga em B numa ordem inversa do ouvido ao cérebro transmissão fisiológica da imagem acústica no cérebro Associação psíquica dessa imagem com o conceito correspondente se B por sua vez fala esse novo ato seguirá de seu
cérebro ao de A exatamente do mesmo curso do primeiro e passará pelas mesmas fases sucessivas assim Então soir mostra como que se processa esse esse mecanismo de algo que está no nosso cérebro que depende portanto de um fenômeno psíquico mas que passa a ser oralizado verbalizado que são fenômenos nos fisiológicos e que vai ser captado por um outro interlocutor e assim esse processo se repete nesse processo de conceituar signo linguístico sío ele vai estabelecer duas características do signo uma delas é a arbitrariedade é aí então que ele deixa muito claro uma questão uma inquietação que
já provocava os filósofos na Grécia antiga eles se perguntavam o crátilo de de atão é um exemplo ã haveria entre a palavra e o objeto uma relação natural árvore teria alguma coisa no significante ou na palavra árvore que tivesse uma relação natural com o objeto que ela representa qual a relação entre essa coisa e e a palavra enfim foi preciso esperar todos os estudos do século XIX o início do século XX para que então S deixasse Claro que não entre palavra e aquilo que ela representa ou melhor entre o significante e o significado a relação
absolutamente arbitrária arbitrária no sentido de ser convencional e um dos exemplos que fica claro de nós entendermos é que para que nós temos o conceito o significado do que é um cachorro em língua portuguesa e eu uso o significante cachorro em outras línguas eu vou usar outros significantes e o conceito permanece em francês eu vou dizer chian em inglês dog E aí s c vai chamar atenção pro seguinte a palavra arbitrário requer também uma observação não deve dar a ideia de que o significante dependa da livre escolha do que fala queremos dizer que o significante
é imotivado isto é arbitrário em relação ao significado com o qual não tem nenhum laço natural na realidade ora em motivar portanto por conta dessa relação que é arbitrária é é convencional mas vejam que há o outros signos num número menor mas que eles vêm numa relação Não tão imotivada assim você diz 10 é um significante absolutamente arbitrário com relação ao seu significado mas 19 já não é tão imotivado assim na medida em que você tem o 10 e o no e na sua união você cria um novo signo e a outra característica que eu
gostaria ainda de de sublinhar com vocês é a linearidade o signo linguístico ele tem uma natureza auditiva e nós precisamos colocar num determinada sucessão de fonemas para que uma um fonema um som possa ser percebido após o outro vejamos no caso aqui corpo e Alma como exemplo você precisa dessa linearidade para que a construção do signo se efetiva e nós consigamos entendê-lo interpretá-lo e veja que uma alteração na linearidade dá alteração obviamente no significado mas eu tô trabalhando com os mesmos fonemas no caso aqui corpo eu posso transformar em porco e Alma transformar em lama
e esse jogo de palavras aqui no caso não veio por acaso porque é uma são signos que ganharam visibilidade visibilidade no momento mais precisamente 1993 em que havia uma novela e a personagem dessa novela na vida real foi assassinada pelo colega do elenco daquela novela isso criou então uma série de de polêmicas e de indignações que levou a uma charge que criou esse jogo de corpo para porco e de alma pra lama obviamente que aí havia uma alteração de sentido provocada por essa por essas condições mas que jogou com aquilo que o sfir no nos
ensina que o signo ele precisa ter uma linearidade uma das características do signo linguístico para concluir eu gostaria então que vocês se sentissem motivados a estudar o signo linguístico no curso de linguística geral que pesquisassem buscasse entender o signo não verbal estudado pelo Charles thander Pierce e que cada vez mais nós possamos entender a natureza da linguagem o seu funcionamento [Música] obrigada [Música] Us