Olá a todos do canal há algum tempo acompanho as histórias e sei que o que passei na vida também deveria ser relatado aqui eu não sei se vocês concordarão com os meios que achei para me vingar daqueles que me fizeram mal mas acreditem foi necessário para que eu pudesse encontrar paz novamente a crueldade que aqueles homens fizeram comigo foi Extrema e até hoje as lembranças do que passei doem no fundo da minha alma minha vida nunca foi fácil e sempre foi assim desde que eu era pequena não vivíamos em condições totalmente precárias mas Digamos que
era quase isso e com quatro crianças em casa o pouco dinheiro quase não dava para nada minha mãe sempre trabalhou como louca para botar comida na mesa el traba fazendo faxina meu pai era vendedor de porta em porta ele era daqueles homens que viajava de cidade em cidade vendendo espelhos panelas lençóis ele passava bastante tempo na estrada mas sempre que voltava trazia um pouco de tudo fruta carne e até umas roupas bem baratinhas que comprava em feirinhas por onde passava ele não era um homem de dar muito carinho mas mas era bom sabe fazia o
possível e o impossível para colocar comida na mesa Quando ele estava em casa parecia que o peso das coisas diminuía para minha mãe mas um certo dia tudo mudou ele sofreu um acidente na estrada e a gente só soube por causa de um noticiário que nos Pegou de surpresa depois que ele morreu a nossa vida entrou em colapso minha mãe achou que ia conseguir pelo menos uma pensão mas não rolou meu pai não tinha a carteira assinada então não tinha direito a nada de INSS só nos restava o trabalho dela que já não era suficiente
aí a situação ficou bem pior a faxina que antes era só um bico virou a única fonte de renda minha mãe passou a trabalhar em dobro Mas mesmo assim o dinheiro não dava para pagar o aluguel as contas e colocar comida na mesa nessa época eu tinha uns 10 anos então ela começou a vender lanche na madrugada em uma rua movimentada do centro de São Paulo ela montava a banquinha dela e ficava lá vendendo coxinha pastel e café passava madrugadas inteiras na rua voltando para casa quase na hora do sol nascer para descansar algumas horinhas
e sair de novo para trabalhar para fazer alguma faxina eu lembro bem dessas noites a gente ficava todo preocupado morrendo de medo de algo acontecer com ela só que não tinha escolha era isso ou a gente morria de fome de vez ela sempre dizia é só por um tempo até as coisas melhorarem mas nunca melhoraram foi só mais e mais trabalho dia e noite eu tentava ajudar como podia cuidando dos meus irmãos mais novos mas o peso de tudo estava nas costas dela quando completei 13 anos minha mãe não teve outra escolha e me colocou
para trabalhar a Maria luí que era só dois anos mais nova já tinha 11 anos e mesmo criança aprendeu a cuidar dos mais novos e foi aí que eu comecei a trabalhar não era um trabalho formal claro eu era babá de algumas crianças da vizinhança o dinheiro era pouco mas qualquer trocado fazia uma diferença enorme pra gente Além do mais eu via que pelo menos por algumas horas minha mãe podia descansar um pouco quando eu tinha 14 anos minha mãe começou a ficar doente no começo ela achava que era só cansaço acumulado mas foi piorando
com o tempo sentia muita dor no corpo mal conseguia se abaixar E com o tempo o corpo dela não aguentava mais fazer faxina a dor era muito intensa e ela decidiu buscar ajuda médica lá ela descobriu que estava com fibromialgia Então ela passou a fazer alguns bicos de babá pois não dava mais para fazer faxinas mas o dinheiro que ganhava era quase nada as pessoas pagavam mal e às vezes não pagavam diziam que mês que vem acertavam mas esse mês nunca chegava aí a situação financeira desandou de vez a gente tinha voltado ao ponto onde
não sabia se ia ter o que comer no dia seguinte a luz começou a atrasar o aluguel a gente pagava quando dava e começamos a pegar sobras que os Comerciantes da feira dispensavam no final do dia eram frutas bem maduras verduras envelhecidas e era isso que quebrava o galho para piorar alguns dos remédios que minha mãe precisava tomar eram muito caros e os postos de saúde nunca tinham eu me lembro dela sentada na cama com o papel da receita na mão Chorando Baixinho não sei mais o que fazer filha e aquilo doía demais em mim
vou tentar encurtar a história o máximo que der mas não posso passar por cima de algumas coisas pois toda essa trajetória foi crucial para que eu tomasse algumas decisões infelizes com 15 anos meu corpo já tinha começado a mudar eu era bem desenvolvida para minha idade parecia até mais todo mundo achava que eu tinha uns 17 18 anos e isso nem sempre era uma coisa boa desde cedo percebi que alguns olhares masculinos vinham carregados de malícia Foi numa dessas idas à feira pras frutas e verduras que sobravam que a coisa aconteceu como sempre eu ia
no fim do dia numa área que ficava atrás da Feira enquanto eu mexia nos sacos um homem se ele tinha uns 30 e poucos anos meio mal vestido mas não parecia perigoso no começo Achei que ele ia reclamar ou dizer que eu tava atrapalhando mas ele veio com outro papo Você é bem bonita sabia foi isso que ele falou eu não respondi e continuei Mexendo nos sacos fingindo que não tinha ouvido já tinha aprendido que o silêncio era a melhor resposta Nessas horas mas ele se aproximou mais e me perguntou quanto eu queria para dar
um rolê com ele entendi na hora o que ele queria e fiquei assustada mas continuei a ignorá-lo te dou R 100 só para te tocar Que tal não precisa mais ficar aí catando frutas eu lembro de ficar ali parada com um nó na garganta e a cabeça girando R 100 era muito dinheiro para mim naquela época naquele momento pensei em todas as contas atrasadas nos remédios que minha mãe precisava e na comida que estava faltando na nossa casa foi um instante rápido mas parecia que um milhão de coisas passaram pela minha cabeça ao mesmo tempo
mas eu disse não ele me disse que voltaria outro dia que respeitava minha decisão mas me pediu para pensar mais a respeito e que ninguém precisava saber daquilo que se eu mudasse de ideia era só encontrar ele na barraca da castanha antes de se despedir ele passou a mão no meu seio de imediato me afastei e corri o mais rápido que pude com medo de ele fazer algisa comigo quando chegi em casa fui direto quarto EUA morrendo de medo de nojo de vergonha as semanas que se seguiram foram um inferno parecia que tudo que tava
ruim podia piorar ainda mais um dos meus irmãos mais novos ficou doente febre alta tosse que não passava e a gente sabia que não ia melhorar só com chá e reza precisava de remédios E para piorar minha mãe também piorou as dores dela aumentaram e agora mal conseguia se levantar da cama o que a impedia de fazer qualquer tipo de trabalho ver minha mãe naquele estado me ua por dentro ela passava o dia sentada no canto da cama com o olhar perdido como se não tivesse Mais forças nem para chorar não sei o que fazer
filha ela repetia baixinho como se estivesse pedindo desculpa por não ser capaz de cuidar da gente como antes Aquilo me doía de um jeito que é difícil de explicar só quem já passou por algo parecido entende a dor psicológica que ela estava passando e eu também foi aí que tomei uma decisão eu não podia esperar mais aquele homem da Feira voltou a aparecer na minha cabeça eu precisava dos Remédios da minha mãe e do meu irmão e eu sabia que não tinha outra saída a não ser sair com ele fui lá na feira direto pra
barraca da castanha e como eu já imaginava lá estava ele desmontando tudo pro fim do dia assim que ele me viu sorriu daquele jeito que me deixava desconfortável Ele disse que tinha certeza de que eu voltaria e mandou esperar 5 minutos o tempo de terminar de desmontar a barraca não vou dar muitos detalhes sobre o que aconteceu naquela noite esse não é o foco e a verdade é que nem gosto de lembrar mas saímos juntos ele foi até mais peitos do que eu esperava não me forçou a fazer nada além de beijá-lo Mas cada toque
dele me deixava com vontade de desaparecer e de vomitar ele percebeu o meu desconforto e disse que naquele dia deixaria passar como era minha primeira vez ele deixaria assim mas avisou que não seria sempre assim se eu quisesse o dinheiro teria que me esforçar mais eu o agradeci muito e disse que a próxima vez seria diferente mas na verdade eu não queria que houvesse uma próxima vez eu tinha certeza de que aquela seria a única vez que só compraria aqueles remédios e pronto tentaria me virar de alguma outra forma na manhã seguinte fui direto à
farmácia e comprei um dos Remédios da minha mãe e um xarope pro meu irmão Quando cheguei falei que tinha conhecido uma bondosa que tinha me oferecido trabalho fazendo faxinas na casa dela era a única desculpa que consegui pensar na hora minha mãe chorou de felicidade eu nunca vou esquecer o jeito que ela me olhou naquele momento Deus é bom minha filha eu sabia que ele ia mandar uma solução foi isso que ela falou em lágrimas ver aquele sorriso no rosto dela depois de tanto tempo mez umaa important eu não tinha mais como parar ali naquela
manhã soube que meu destino já estava selado e não dava mais para voltar atrás minha família dependia de mim a saúde da minha mãe dependia de mim depois daquela noite as coisas começaram a mudar bem rápido o feirante depois de eu me entregar para ele pela primeira vez me apresentou a outros hom eles me adoraram eu era nova tinha um corpo que chamava atenção e eles era um tipo de diversão sem compromiss eu sabia que fazend eend noha me metido a enro o dinheiro vinha e eu não out es fui fazendos desse tipo de Servos
vocês sabem do que eu tô falando não vou entrar em detalhes porque isso não é o que importa o que importa é que graças a isso a vida da minha família finalmente começou a melhorar um daqueles cliente sugeriu que eu fosse trabalhar numa casa destinada a esse tipo de serviço pois seria bem mais lucrativo e ele me entregou o telefone de uma mulher que contratava garotas nesse mesmo dia liguei e no outro fui conhecê-la a partir daí comecei a trabalhar diariamente com isso não havia outra saída para uma garota pobre de 16 anos e sem
estudos emprego normal até tentei mas ninguém me deu Então o que me restou foi aproveitar minha beleza que era a única coisa que restava para oferecer eu precisava cuidar da minha família minha mãe passou a tomar os remédios certos graças ao meu dinheiro e começou a se recuperar eu ficava muito feliz ao ver que suas dores diminuíam e era graças a mim mas mesmo assim ela nunca voltou a ser a mesma o corpo dela continua frágil e havia dias em que a dor vinha de novo e ela não conseguia sair da cama ela até tentou
retomar a rotina de antes mas a verdade é que faxina era impossível para ela agora apesar disso ela nunca soube o que eu fazia para justificar minhas saídas noturnas eu falei para minha mãe que tomava conta de uma Senhorinha doente de madrugada e que o dinheiro que ela pagava era bem bom a gente não vivia no luxo estava longe disso mas pela primeira vez não faltava comida na mesa as contas estavam pagas e os remédios garantidos vou adiantar a história para o momento em que decidi ir para os Estados Unidos eu ainda estava completamente envolvida
Naquela vida era assim que sustentava a mim e a minha família não tinha outro jeito duas das garotas que trabalhavam comigo comentaram que receberam propostas para trabalhar nos Estados Unidos e lá as coisas seriam muito melhores Eu já estava com 18 anos nessa época elas dis lá ganhava muito mais dinheiro e que mulheres com corpo como o nosso eram praticamente uma mina de ouro no exterior a possibilidade de fazer mais dinheiro do que eu jamais conseguiria no Brasil me deixou maluca era uma chance de dar um futuro melhor PR minha família na minha cabeça se
eu conseguisse juntar o suficiente poderia até comprar uma casinha para eles essa ideia cresceu dentro de mim final se eu me sacrificasse por alguns anos talvez pudesse voltar para o Brasil e finalmente ter uma vida normal deixar essa rotina para trás e eu estava disposta a fazer esse sacrifício não tinha medo da viagem nem do que me esperava lá fora o pior que podia acontecer eu já tinha enfrentado claro que para minha mãe eu contei outra história disse que tinha surgido uma oportunidade de emprego como faxineira nos Estados Unidos e que lá as pessoas que
fazem limpeza ganham muito mais do que no Brasil sabia que se Contasse a verdade ela nunca aceitaria ela me olhou com aqueles olhos cheios de saudade mas disse que queria o melhor para mim falou que confiava em mim e que se eu achava que era uma decisão justa eu tinha sua B havia uma agência que cuidava de toda a documentação e foi ela quem providenciou um visto de trabalho mas claro que era tudo de fachada era só uma maneira de passar pela Fronteira sem problemas viajei com um casal de americanos segundo a papelada que eu
tinha em mãos seria na casa deles que eu ia trabalhar tudo fazia parte de um esquema as duas outras garotas que trabalhavam comigo também viajaram da mesma forma que eu mas em datas diferentes assim que cheguei me levaram para uma casa simples onde encontrei com minhas amigas a casa também era compartilhada com outras Imigrantes mexicanas e colombianas na maioria mas também havia alguns homens ali eles falavam pouco com a gente mas ficou Claro Logo no início que o negócio deles era diferente do noss eles vendiam drogas e a casa servia de ponto seguro para armazenar
a mercadoria e evitar chamar a atenção da polícia nós sabíamos o que eles faziam e eles sabiam o que nós fazíamos mas ninguém se metia na vida do outro a partir das 16 horas íamos a uma casa de show que ficava praticamente ao lado qu meses depois a casa virou alvo da polícia os policiais invadiram a casa de manhã bem quando eu estava dormindo não tive nem tempo de pensar a polícia descobriu as drogas escondidas e prendeu todo mundo que estava ali eu não estava envolvida nas vendas Mas isso não importava para eles nos Estados
Unidos se você está no lugar errado na hora errada e há evidências de crime é muito difícil provar Inocência depois que me prenderam me colocaram em uma cela para aguardar a audiência de Custódia a fiança que o juiz estipulou para mim foi alta em torno de 10.000 mas só não me deportaram porque acreditaram que eu realmente trabalhava de faxineira já que os americanos que me levaram estavam lá eu não tinha esse dinheiro Claro só consegui sair porque um doss Contatos com quem trabalhava emprestou esse valor com a condição de que eu trabalhasse dobrado para pagar
de volta ele não foi nada bonzinho isso eu posso garantir a verdade é que eu era muito Cobiçada entre os clientes a minha cor e o meu corpo os deixavam loucos então deixar alguém como eu apodrecendo na cadeia seria um desperdício a única razão de eu ter sido salva foi foi porque eles precisavam de mim trabalhando gerando lucro o dinheiro emprestado veio com juros altos Que aumentavam a cada dia que passava isso me obrigou a triplicar o trabalho eu tinha que atender cada vez mais clientes porque não suportava a ideia de ficar estagnada naquela vida
trabalhando apenas para pagar juros eternamente a cada dia que passava parecia que eu estava sendo engolida mais fundo naquele buraco foi então que a sorte virou ao meu favor Se assim posso dizer um dos donos daquela casa noturna decidiu me transferir para outra casa um lugar de garotas de luxo ali o jogo era diferente os clientes eram milionários podres de ricos e o dinheiro fluía de um jeito que eu nunca tinha visto antes esses caras pagavam fortunas por uma noite e Isso mudou tudo em TRS meses eu Finalmente consegui quitar toda a dívida com os
juros e tudo mais trabalhar naquela casa era exaustivo mas o dinheiro compensava sobre minha mãe não tem muito o que falar até porque ela nunca soube de nada eu mantinha o teatro funcionando a gente fazia chamadas de vídeo o tempo todo e eu mandava dinheiro com frequência ela estava Radiante feliz de verdade me mostrava as roupas novas que tinha comprado pros meus irmãos a cama nova e dizia como as coisas finalmente estavam se ajeitando Aquilo me dava forças para continuar meu objetivo era ficar um total de 3 anos para garantir um futuro para mim e
meus irmãos também um certo dia as coisas mudaram e digo de verdade eu estava no carro com um cliente ele saía comigo de duas a três vezes por semana ele era louco por mim bom naquela maldita noite eu brinquei dizendo que queria dirigir aquele carro ele tinha um Porche e não é que ele deixou pois bem trocamos de lugar e lá estou eu dirigindo aquele Carrão não passaram nem 10 minutos e de repente vi as luzes vermelhas e azuis de uma viatura piscando atrás do carro meu coração disparou não sei se vocês sabem mas nos
Estados Unidos blitz assim são comuns principalmente à noite para verificar bebida drogas e outras infrações só que para alguém como eu ser parada era sempre um risco no momento em que ele me viu ficou Claro que ele percebeu que eu era estrangeira e não demorou muito para ele também sacar Qual era minha profissão o policial pediu nossos documentos e minha carteira de motorista eu não tinha claramente eu não tinha e foi aí que o pânico bateu eu estava em liberdade condicional por causa daquela primeira prisão E se eles fizessem qualquer ligação entre meu nome verdadeiro
e meu histórico a coisa ia complicar muito então tive a infeliz ideia de entregar um documento falso já havia acontecido de ser abordada e havia dado tudo certo só que dessa vez não foi assim o policial voltou Depois de alguns minutos com uma expressão diferente eles já tinham descoberto que o documento era falso o nome e a data de nascimento não batia e aquilo foi o bastante para ele me fazer sair do carro nos Estados Unidos Quando se é liberado sob Liberdade Condicional existem condições rígidas que você precisa seguir a risca como eu estava usando
um nome falso Isso foi interpretado como violação direta da minha condicional a situação agora era bem mais complicada depois que eles confirmaram minha identidade verdadeira e viram que eu estava em liberdade condicional fui presa na hora não houve negociação e não hou chance de fiança imediata fui algemada e levada direto para delegacia assim que ti uma ch ligi para minha mãe e contei que fi por estar usando documentos falsos ela ficou bem triste Vou adiantar um pouco o relato pois ainda tem muita coisa para contar fui condenada e levada pro presídio não irei falar sobre
os dois primeiros anos ali naquele inferno pois apesar de terrível não aconteceu nada de significativo o terror veio quando faltavam apenas meses para eu ser libertada cerca de 2 anos e meio após meu encarceramento comecei a sentir fortes dores de cabeça começo achei que fosse algo normal o estresse a falta de sono a tensão de estar ali só que a dor piorava a cada dia até que ficou insuportável eu fiz um pedido para ver o médico da prisão e me mandaram para a assistência médica descrevi para ela a dor intensa que começava no nariz e
se espalhava até o topo da minha cabeça ela me olhou com pouco caso e disse que era apenas uma infecção nasal não falávamos o mesmo idioma Mas ela usou um espanhol fajuto para tentar me explicar parecia uma explicação plausível aceitei e tomei os remédios que ela me receitou torcendo para que aquilo acabasse logo mas uma semana depois não só a dor não tinha passado como ficou ainda pior a sensação agora se espalhava pelo lado do meu rosto e pela nuca irradiando pela cabeça toda cada movimento que eu Fazia era como se minha cabeça fosse explodir
tentei novamente ser atendida voltei para a mesma enfermeira e expliquei o que estava acontecendo disse a ela que a dor era intensa demais e pedi que me mandasse para o hospital pois tinha certeza de que algo mais grave estava acontecendo mas ela foi direta e disse que não iria me mandar para o hospital segundo ela só emergências eram levadas para fora da prisão e fechou o relatório Como se eu tivesse com uma simples sinusite fiquei sem palavras como uma sinusite poderia causar uma dor tão forte no dia seguinte eu estava em agonia completa eu mal
conseguia levantar a cabeça do travesseiro a dor era tão forte que não conseguia comer nem dormir Passei o dia deitada no beliche soluçando de dor me sentindo completamente impotente implorei a cada oficial que estava de plantão para que me ajudasse eu suplicava para que me mandassem ao hospital todos recusaram infelizmente para eles eu era invisível então cerca de uns nove dias depois que a dor começou as coisas pioraram ainda mais mais desenvolvi visão dupla tudo o que eu olhava parecia duplicado fui até a enfermeira que distribuía os remédios e disse a ela que estava literalmente
vendo duas dela ela não entendia nada do que eu falava ela apenas me orientou a preencher um formulário para solicitar outra consulta algumas horas depois enquanto conversava com outra presa ela olhou para mim com uma expressão de choque e disse que meus olhos haviam mudado fui correndo até minha cela e olhei no espelho fiquei horrorizada com o que vi eu estava estrábica a visão duplicada era tão intensa que eu mal conseguia focar em alguma coisa ali eu percebi o quanto eu estava sozinha e vulnerável ainda naquele dia eu falei com um outro oficial pois eu
não estava mais AG a dor ele se aproximou com aquela expressão de tédio que todos eles pareciam ter quando alguém pedia ajuda mostrei meus olhos cruzados e expliquei sobre a visão duplicada contei que estava com a pior dor da minha vida e implorei para que ele me mandasse para o hospital falei que se aquilo não fosse tratado logo eu poderia morrer eu não falava inglês quase nada Mas eles entendiam pois muitas presas ali eram mexicanas e também haviam colombianas elas falavam exclusivamente espanhol e se entendiam com os guardas bom o guarda apenas riu com uma
expressão de deboche e mandou que eu voltasse à minha cela que logo a dor passaria ou algo do tipo eles não estavam nem aí na manhã seguinte depois de passar 10 noites sem dormir percebi que não conseguia mais andar direito quando tentei sair da cama meu corpo simplesmente não respondia como deveria eu não conseguia dar passos normais eu estava digamos cambaleando como se estivesse perdendo o controle das pernas a sensação de desequilíbrio era assustadora como se tudo ao meu redor estivesse girando sem parar eu estava no primeiro andar da unidade e Descer as escadas parecia
uma missão impossível mais uma vez fui enviada para ver o assistente médico dessa vez a resposta foi ainda mais Cruel disseram que eu não iria para o hospital e que precisava parar de incomodar Os oficiais Mas o pior de tudo foi quando me acusaram de tomar medicamentos de outras presas disseram que os meus sintomas eram culpa minha por ter tomado remédios que não er meus chorei desesperadamente implorei por ajuda pedi que eles me mandassem para o hospital pedi que me salvassem Mas eles permaneceram frios como gelo sem nem esboçar emoção a assistente chamou um oficial
pelo rdio e disse algo que eu não entendi mas basicamente algo para que ele viesse me buscar e logo ele veio como precaução de segurança me transferiram para uma cela no térreo talvez porque já estivessem esperando que meu corpo não aguentasse muito tempo mais me deitei no beliche e fechei os olhos esperando o pior ou seja a morte porque já não havia mais nada que eu pudesse fazer algumas das outras presas perceberam que eu estava piorando e tentaram intervir elas foram até a equipe e insistiram que alguém precisava me ajudar que eu não podia ser
deixada assim mas ninguém deu ouvidos o pessoal da prisão ignorava todos os pedidos era como se eu não fosse nada além de um peso morto alguém que eles preferiam ver sumir cerca de Du horas depois Eu me mexi na cama e ajustei a cabeça tentando achar uma posição menos dolorosa foi nesse momento que a dor explodiu uma onda de Dores cruciante tomou conta da minha cabeça e do meu pescoço e eu comecei a gritar descontroladamente era como se meu cérebro estivesse inchando dentro do crânio pressionando cada parte da minha cabeça parecia que minha cabeça ia
explodir a qualquer momento o oficial de plantão foi chamado por causa dos gritos ele apareceu na minha cela e eu quase sem forças olhei para ele e implorei como nunca havia implorado antes por favor você tem que me ajudar sou um ser humano por favor não me deixe morrer para minha surpresa ele não virou as costas dessa vez eu quase não conseguia acreditar no que ouvi quando ele disse que iria me ajudar naquele momento mesmo com aquela forte dor Me senti aliviada uma esperança de ser salva da Morte continuei agradecendo a Ele sem parar como
se ele fosse a única pessoa que finalmente enxergou que eu era um ser humano chorei emocionada porque naquele momento alguém finalmente decidiu me ajudar ele precisou manter o braço Firme em volta de mim para me ajudar a andar pelo corredor minhas pernas mal respondiam e cada passo era um esforço imenso quando chegamos ao final do Corredor ele parou para abrir uma porta lateral e me conduziu para dentro era um espaço simples com uma mesa duas cadeiras e uma cela ao fundo ele me conduziu até essa cela e me colocou delicadamente na cama ali dentro depois
disso ele saiu e me trancou ainda atordoada e sem entender perguntei quando iria para o hospital ele me olhou e disse que eu não iria apenas iria ficar trancada ali pois os meus gritos estavam incomodando as outras presas meu coração desabou eu me senti um verdadeiro lixo e o desespero fez a dor que eu estava sentindo ficar ainda mais forte agora vem a parte pior do relato horas depois três guardas entraram e a expressão no rosto deles não de dúvidas sobre suas intenções falavam entre si em tom sarcástico dizendo coisas que eu não conseguia entender
totalmente Eu captava apenas algumas palavras soltas mas o que se destacava repetido várias vezes era prostituta eles me chamavam assim com desprezo e ódio no olhar e nas palavras como se eu não fosse um ser humano eu estava Exausta doente e fraca demais para reagir a dor na minha cabeça já era insuportável por si só e eu tive que suportar algo ainda pior a violência daqueles Monstros e a humilhação de ser tratada daquele jeito eles se revezaram um por um sem piedade eu não tinha forças nem para gritar mais eu só implorava para que parassem
mas quanto mais eu pedia mais eles me faziam mal me Xing R três hom um após o outro se raram sem Remo eles cuspiram em mim no meu corpo e no meu rosto minha visão turva tentou focar em qualquer detalhe que pudesse ficar registrado Foi aí que vi na camisa de cada um deles o nome na altura do peito mesmo com aquela dor de cabeça e vendo o mundo girar fiz o máximo para tentar memorizar para intimidá-los chamei um deles pelo nome e pedi que fosse embora mas sabe o que ele fez ele me puxou
pelo cabelo abriu minha boca e cuspiu ISO mesmo e disse que eu precisava ficar calada depois disso ele continuou a fazer o que estava fazendo com mais violência ainda de tanta dor eu perdi o sentidos lembro de acordar Não sei quanto tempo depois mas estava sozinha na cela na manhã seguinte outro guarda entrou na cela onde eu estava assim que ele me viu ficou chocado eu estava deitada em uma poça de sangue ele me pegou no colo e me levou às pressas para a assistência médica assim que me colocaram na maca os funcionários ali começaram
a fazer perguntas mas seus olhos diziam que já sabiam a resposta não havia como não entender o que havia acontecido comigo meu corpo era a prova viva do horror que eu tinha sofrido então com a pouca força que me restava citei o nome de um dos guardas aquele que liderava os outros dois e descrevi os outros dois agressores da forma mais clara que pude pois infelizmente eu não lembrava o nome deles eles me disseram para não comentar nada com ninguém e que eles mesmos iriam resolver logo depois me diss que transferir para o hospital naquela
altura eu já estava tão mal que não consegui sentir uma gota de alívio quando cheguei ao hospital os médicos imediatamente fizeram uma série de exames que não detectaram nada de início eles me medicaram e apenas no final do dia fui diagnosticada com meningite fungica os médicos me disseram que se a prisão tivesse esperado mais 24 horas para prestar Socorro eu certamente teria morrido claramente eles também perceberam os sinais do que havia acontecido comigo por causa do sangue nas minhas calças me examinaram cuidadosamente e pelo Estado do meu corpo e as lesões internas e externas Ficou
claro o que eu tinha sofrido eles me perguntaram se eu realmente queria prestar queixa mas me perguntaram de uma forma como se quisessem me induzir a dizer não e confirmaram isso dizendo que ninguém iria pagar e que eu iria sofrer pior na cadeia caso denunciasse o crime Sinceramente eu estava mal com dor física e mental e não estava preparada para enfrentar uma batalha contra o sistema americano eles me disseram que já tinham visto outros casos assim como o meu e que nunca deu em nada que ele sempre vence agora olhando para trás eu não sei
se isso é verdade não sei se aqueles médicos ganhavam uma quantia para convencer as vítimas a não prestar queixa só sei que sim eu fui convencida a deixar por isso mesmo passei mais de 15 dias no hospital onde me estabilizaram e iniciaram o tratamento para a meningite fui levada de volta para a prisão um dia depois que voltei vi um daqueles caras que fizeram maldade comigo eu estava no banheiro quando isso aconteceu mas não estava sozinha tinha várias outras mulheres ali eu estava prestes a tomar banho assim que o vi me tremi toda e fiz
xixi nas calças eu ouvi me olhar e sorrir até então eu achei que nada iria ocorrer comigo ali mas não foi isso ele teve coragem de me abordar no banheiro mandou todas as presas saírem nesse momento entrei em Pânico e comecei a chorar com medo que ele me tocasse novamente Ele apareceu com o intuito de me intimidar e me ameaçar dizendo que caso eu Contasse para alguém o que tinha acontecido ele iria me incriminar por porte de drogas e eu acabaria apodrecendo na cadeia ele fez outras ameaças mas eu não consegui entender acho que foram
ameaças de morte eu me calei não lhe disse uma palavra sequer pois faltava pouco para eu sair dali e qualquer coisa poderia me prejudicar mas tudo que eu queria era acabar com aquela arrogância o que ele e seus colegas me fizeram me doía na alma ser prostituta não significa que uma mulher merece ser abusada enquanto ele me ameaçava eu chorava por dentro e Jurava para mim mesma que iria me vingar dele quando eu saísse mas olha tudo precisa ser na hora certa e ali naquele lugar eu estava com as mãos e pés atados eu temi
demais que ele pudesse fazer algo para aumentar a minha pena no dia que saí me senti viva novamente Eu nem acreditei que estava livre bom eu voltei a morar com o mesmo pessoal eu não tinha outro lugar para ir Como já disse antes a casa em que vivíamos tinha todo tipo de gente então eu me aproximei dos caras que trabalhavam com drogas e ofereci dinheiro a eles em troca de Vingança eu pedi para que fizessem com o guarda o que ele fez comigo infelizmente eu não consegui lembrar o nome dos outros dois guardas apenas um
daqueles caras topou ele era mexicano e disse que iria arranjar mais dois para fazer esse trabalho sujo eu trabalhei duro por se meses para juntar o dinheiro que esse cara pediu durante esse período ele deu um jeito de descobrir onde aquele maldito agente morava e descobriu toda a rotina dele no dia em que tudo estava para acontecer eu estava muito ansiosa muito eufórica eu pedi para que eles dissessem que a prostituta lhe mandava Eu também pedi um vídeo para esses caras soube depois que eles o sequestraram no estacionamento do mercado e me perdoem mas assistir
esse vídeo foi uma das Sensações mais satisfatórias da minha vida eu me senti restaurada tenho certeza de que ele agora é um homem traumatizado não acho que ele vá fazer aquilo com mais nenhuma mulher no dia seguinte voltei para o Brasil eu não podia arriscar que ele viesse atrás de mim nunca vou me recuperar mentalmente daqueles dias de inferno infelizmente ao chegar aqui me deparei com a Dura realidade de estar sem dinheiro mas pelo menos minha família já tinha uma casa própria pois graças ao dinheiro que eu vinha mandando para minha mãe ela conseguiu comprar
era uma casa simples e humilde mas não precisávamos mais gastar com a por conta disso continuei me vendendo mas não por muito tempo retomei meus estudos e após terminar entrei em um curso de técnico de enfermagem não importava o quanto seria difícil eu precisava de uma nova chance e quando Finalmente consegui um emprego abandonei a prostituição mas olha eu não me arrependo de um dia ter feito a a escolha de entrar nessa vida que muitos chamam de fácil foi essa escolha que permitiu que minha mãe e meus irmãos tivessem uma vida melhor agora eles estudam
e alguns até estão começando a planejar um futuro que antes era inimaginável para a nossa família