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Olá tudo bem sou professor Flávio do de online boa tarde para quem é de boa tarde boa noite para quem é de boa noite bom dia para quem é de bom dia hoje vou gravar com vocês uma aula pro vestibular da UFO o filme maravilhoso 2019 Bacural de Cléber Mendonça Filho e j muito legal da UFO colocar esse filme na lista desligou aqui ligou eh que é uma tendência dos novos vestibulares né a Unicamp por exemplo ela pediu o álbum dos Racionais né transformado em livro sobrevivendo no inferno a própria UFO ela pediu um disco
da Adriana Calcanhoto a fábrica do poema a Unicamp agora pediu canções do Cartola então é interessante aí perceber que os vestibulares eles estão indo além das obras canônicas das obras clássicas e diferenciando também as formas de texto porque um filme é um texto porque um álbum musical é um texto eu sonho que o dia que ainda vai ter jogo imagina se a gente tiver que jogar eh life is Strange por exemplo para fazer o vestibular tudo é possível né mas é bacana essa visão que a literatura ela não tá só no livro a literatura Ela
tá no roteiro no enredo da obra de audiovisual que é o caso de Bacural bom Aqui é o seguinte pessoal pouca conversa em relação a história verificação de enredo Você vai assistir o filme de preferência duas vezes tá se eu fosse você que não assistiu o filme ainda pausa esse vídeo assisti o filme e assisti a nossa aula depois e deixa para assistir de novo perto da prova A prova é no domingo assiste no sábado porque é um filme muito legal é um filme que você vai se divertir que você vai se empolgar que você
vai se emocionar e ainda assim você vai eh se divertir para se preparar pra prova então assim essa aula ela vai fazer muito mais sentido para quem já assistiu o filme Uma coisa eu pedi para você ler a Sibila da Agostina Bessa Luiz que é um romance denso cheio de Capítulo cheio de personagem ou pedir para você ler o quimas Borba por exemplo outra coisa é você assiste Bacural Então prepara sua pipoca e Manda brasa tá não deixa de assistir o filme quero que você entenda que é muito complicado a gente pegar e resumir um
filme é diferente de um livro as categorias tanto de personagens como as formas do enredo a profusão de diálogo muito diálogo né porque leva o cinema aí próximo ao gênero dramático ao teatro isso a gente não consegue sintetizar numa aula de estudo de obras Então conto com você que eu vou fazer aqui que é claro lembrar principais personagens situações e contexto Mas eu também vou interpretar analisar o filme com você então aqui o cartaz publicitário você tem alguns dos principais personagens né ó a Lunga a Domingas o Michael a Teresa o pacote muito bacana o
jeito que eles falam né e aqui tem uma crítica do jornal El País do jornalista Rodrigo Nunes que ela é bem interessante mas eu vou fazer o seguinte vou dear deixar essa crítica para depois vamos avançar nos aspectos básicos pensar em Bacural como uma alegoria que que é uma alegoria presta atenção comigo alegoria quando você tem mais de uma metáfora alegoria quando você tem um sistema de metáforas Vamos pensar então vou fazer uma uma alegoria agora bem bem Cafona mesmo tá é que me vem a cabeça Vamos pensar aqui ó estamos todos no mesmo barco
tá e nós estamos remando junto e juntos em direção à Ilha do vestibular enfrentando um mar Bravio eu sei que tá Cafona mas olha só eu falei Remar mar barco Ilha percebe eu usei quatro metáforas e essas quatro metáforas elas são relativas à navegação e eu usei essas quatro metáforas para fal falar de vestibular então eu criei um sistema com as metáforas eu usei as metáforas combinadas as metáforas em conjunto para falar desse assunto que é prestar vestibular eu sei não ficou boa a minha analogia Mas você pegou a visão né por isso que No
Carnaval nós temos carros alegóricos no desfile porque cada carro ele é uma metáfora uma metáfora em movimento uma metáfora relativa ao tema do samb enredo dessa forma vamos entender o Bacural como um filme alegória ou seja Bacural é um povoado no Nordeste é no sertão é mas Bacural de certa forma também é o Brasil o Michael e os seus amigos americanos eles são uns turistas sanguinários eh psicopatas sim mas eles também são A política externa dos Estados Unidos o Tony Júnior ele é um prefeito eh populista do do do do interior do Brasil é mas
ele também é é uma representação da política brasileira a Domingas é a Domingas é a a médica que que tem o postinho de saúde ela também é a saúde pública Vocês estão entendendo esses personagens eles remetem a algo maior do que eles a Algo Mais amplo então entender que eh em Bacural nós temos também uma miniatura do que acontece de um modo geral com os ditos países subdesenvolvidos ou terceiro mundo em em relação aos países ditos desenvolvidos países do primeiro mundo beleza então vamos entender e interpretar essa essas alegorias os diretores buscaram diversas fontes de
inspiração entre elas produções de faroeste e também cinema europeu o clima de faroeste é é óbvio né você tem no final bastante ação bastante tiroteio para quem gosta de filme de ação e até para quem não gosta é um filme divertido é um filme eh movimentado você Você torce por uma Vingança e essa Vingança acontece você se delicia né ao ver a vingança em andamento tá bom eh O filme é bastante fiel à realidade Nacional contando com a população local em seu elenco isso foi essencial para retratar um um Brasil cheio de desigualdade mas sobretudo
resistência Popular Então essa ideia do faroes do filme é uma ideia de uma alegoria da violência é divertido no cinema é só que existe esse estado de violência existe esse estado eh estado que eu falo não é estado com e maiúsculo mas essa com e minúsculo condição essa condição de extermínio da população pobre da população negra da população de rua da população lgbtq a mais da população da favela da população desassistida da população miserável da população oprimida não é metáfora ela é morta ela é vitimada pela violência física pela bala pelo espancamento pelo linchamento pela
bomba entendeu eh então a a violência de de Bacural ela amplifica uma ela ela é amplificada ela remete a uma natureza de ordem Nacional de ordem até Continental essa ideia de pegar o povoado Bacural é também uma ideia de representar o país sulamericano um país sul-americano missen um país sul-americano subdesenvolvido um país subdesenvolvido que também Consegue ter a força eh eh da do improviso a força da amizade a força do afeto como forma de resistir a a sua aos seus problemas né é o é o tal do jeitinho brasileiro né se a gente remete aí
ao ao Sérgio boar de Holanda o homem cordial em certa forma o Sérgio Bararque de Holanda mas principalmente é o Antônio Cândido quando ele fala do dialética da malandragem essa ideia de ordem e desordem né o você vê o brasileiro como um povo que pro bem e pro mal ele dá um jeitinho não é uma coisa maniqueísta sabe o mocinho vilão é é se virar se virar às vezes significa transitar entre o dito bem e o mal apagou aqui acho que tá com mau contato voltou a história se passa daqui algum tempo e não podemos
precisar exatamente o ano eh o fato é que mesmo sendo no futuro identifica-se uma relação Direta com acontecimentos atuais e do passado Então a gente vai pensar deixa eu sentar aqui para você gar melhor a gente vai pensar eh num tempo fora do tempo num tempo alegórico então ele pode ser o Brasil de ontem porque você tem essa questão da colonização eh da das entradas e bandeiras que a gente pode fazer esse paralelo histórico e a gente vê um futuro também distópico em que o dito primeiro mundo os ditos países desenvolvidos eles vão perder completamente
o podor em relação à biopolítica né de de de extermínio em massa de populações de países de povos inteiros ai ai acabei de pensar numa coisa em relação a isso mas eu não vou falar mas eu imagino que você sabe o que eu pensei eh você sabe que eu pensei que esse futuro não tá nada distante essa ideia do extermínio de povos inteiros pode já estar acontecendo no mundo se é que você me entende mas não vamos entrar nesse assunto esse não é o tema da nossa aula a gente vai falar do Bacural mas fica
aí a a proposta de reflexão Dessa forma podemos dizer que o filme serve como uma alegoria da realidade brasileira Então se a gente amplificar o filme o povoado de Bacurau é o Brasil e Michael e os seus amigos canalhas Caçadores assassinos eles são uma política imperialista de países como Estados Unidos Inglaterra alemã Israel França todos esses países que que sequestram outro país de forma Econômica de forma Militar de forma cultural são países que se impõem sobre outros países então a gente consegue ver aí nessa luta de Davi Golias né do pequeno e do grande do
menor e do maior uma alegoria também da história do mundo é da história das Guerras da história do imperialismo da colonização dá para fazer uma questão bem legal em relação a isso Imagino que você tá entendendo se você quiser fazer algum comentário se você quiser tirar alguma dúvida o chat tá aberto fica à vontade beleza temas relevantes vamos lá gostou da minha camisa ganhei da minha esposa ó Bacural eh o filme se destaca por sua narrativa intensa seu comentário social contundente abord abordando temas como quando fala em narrativa intensa é que é um filme bem
movimentado ele tem vários cortes você vai passando em várias situações Até você se ambientar é um pouquinho confuso só um pouquinho Logo logo você pega o fio da me mas enfim é um filme acelerado é um filme que além de toda essa peraí abordando temas Meu celular começou a falar sozinho você viu que foi só eu falar dos países imperialistas que eles já entraram no meu sistema aqui e já me reprimiram percebe tem que ficar tem que ficar esperto tem que ficar esperto Tô brincando mas você sabe que de vez em quando esse trem dispara
começa a falar né dá um susto na gente vamos lá eh que que eu tava falando narrativa intensa porque além de ser um filme crítico de ser um filme sim social de ser um filme de denúncia um filme de resistência Bacural também é cinema também é entretenimento você pode deixar o papo cabeça de lado pode deixar a lacração de lado e curtir comendo pipoca entendeu Até dar uns beijinho no cinema e coisa e tal Porque é um filme massa de assistir é um filme legal de assistir então quando ele consegue essa essa essa Qual que
é a palavra Essa não é Vitória que eu ia falar já aparece a palavra mas quando ele essa essa perícia talvez de fazer eh um filme divertido e contundente eh fazer entretenimento e crítica ao mesmo tempo Aí o filme ele agrada tanto a ao segmento da crítica quanto ao segmento dos leitores e é por isso que ele tá no vestibular porque é possível ter sobre ele e é possível também que o estudante que vai fazer vestibular da Federal de Uberlândia se divirta assistindo né Como diz a expressão agrada gregos e troianos Então olha lá ah
vamos pegar temas como a resistência comunitária A gente pode pensar em Bacural como uma espécie de quilombo de comunidade quilombola de uma comunidade que se junta que se une para resistir para sobreviver para para se preservar é uma ideia de uma ajuda mútua né é um pelo outro é muito bonito isso lembra que quando o Tony Júnior o prefeito ele vai até a cidade eles fazem uma comunicação por radinho que esses radinhos que eles usam no tráfico né esses radinhos Como é que chama Walk Talk E aí todo mundo sai da da da da área
de visão e fica todo mundo entocado fica todo mundo escondido e o prefeito anda sozinho pela cidade Eles são muito bem organizados os cidadãos de os moradores de Bacurau Eles são muito coesos eles são muito determinados a a essa a essa esse nesse pacto de ajuda um por todos todos por um isso é muito legal isso fica também como uma metáfora de como as relações são e podem ser no Brasil sobretudo entre as comunidades carentes e mais pobres né e mais negligenciadas pelo poder ou seja se a gente não se ajudar quem vai ajudar a
gente então é o cuidar do vizinho cuidar do amigo cuidar do Idoso convalescente cuidar da criança cuidado do doente cuidado da mulher cuidado da prostituta cuidado da da da mulher trans né Você tem um senso de solidariedade como de comunidade de empatia de de fraternidade em Bacural que é muito bonito não há discriminação todo mundo é todo mundo em Bacural tudo tudo nosso tudo de Bacural eh a identidade cultural Bacural embora eles tenham internet eles tenham Google Earth eles tenham os tablets né e e eles têm aqueles apelidade de som e eles até ouvem aí
uma coisa meio música eletrônica tal também Bacural que faz o cortejo também Bacural que explora a a as plantas medicinais que joga capoeira de Angola que toma suco de caju de fruta Tropical que tem um catolicismo é primitivo bem brasileiro também eh Bacural antes de tudo não deixa de ser Brasil Bacural não assume essa identidade pseudo americana né pseudo eh europeia você não tem um um Subway um McDonald's né um prédio chamado Maison de Florence não tem é Bacural é Nordeste é Brasil e eles assumem a brasilidade e não é opa não é uma brasilidade
dessa coisa meio Pátria bandeira do Brasil não é nacionalismo a maneira que a gente vê no Brasil na questão política mas é a brasilidade ou seja um sentimento Cívico mas que ele se dá pela cultura ele se dá na música ele se dá na linguagem ele se dá na culinária ele se dá nos saberes no modo de ser porque porque não é só vestir a camisa e a bandeira ser brasileiro também é comer a comida brasileira é jogar o jogo brasileiro é falar a língua brasileira é ouvir a música brasileira em Oposição a Disney Barbie
Halloween McDonald's Hamburger entendeu Você tá me entendendo é é ser brasileiro socialmente culturalmente e não simbolicamente apenas nesse sentido Bacural é Brasil é puro Brasil é o puro creme do Brasil a influência de forças externas na Soberania de uma comunidade sim os americanos eles julgam que Bacural pode ser o playground deles né tanto que Bacural antes deles entrarem e tentarem invadir Bacural Bacural vai sair do mapa essa sacada é muito interessante quando o professor plin vai dar aula pras crianças e vai né ele tá vendo o avião que passa porque Bacural faz parte do mundo
ele sabe do avião que passa que tá indo para São Paulo Bacural não é um lugar isolado lado do mundo eles estão em contato com o mundo eles têm internet eles têm e e eh GPS é muito legal só que misteriosamente Bacural desaparece desaparece sabe que uma vez eu eu quase comprei um celular usado tava um preço bom e aí tava quebrado o GPS eu nunca vi isso o celular eu não podia usar Waze eu não podia usar Nenhum serviço de localização eu consegui devolver ele na loja eu falei não dá não é útil para
mim então é como se o celular ele só ele não sei te explicar é uma sensação estranha sabe Bacural desaparece do mapa Bacural é não consegue ser localizado a não ser no mapa físico no mapa impresso Então essa ideia de que quem tira Bacural do mapa você estão me acompanhando quem tira Bacural do mapa eh são os imperialistas são os americanos que julgam que Bacural não precisa permanecer então eles dão Salv conduto Simplesmente tira esse essa cidade a ideia de uma biopolítica né foua quem vive quem morre quem pode viver quem não pode viver ou
mais ainda se a gente pensar em aquil mi bem né o filósofo senegalês senegalês quem vai morrer qual que é uma política de morte uma política de extermínio que fizeram com os povos africanos e que aqui eh Bacural é uma alegoria da necropolítica por quê Porque os americanos chegam no Brasil em supostas férias armados até aos dentes dispostos a brincar de Counter Strike na vida real brincado disposto a brincar de Halo a brincar de qualquer first Person shotting né qualquer jogo de tiro só que com pessoas e por que essas pessoas porque eles decidem que
essas pessoas podem morrer porque eles são latinos porque eles são negros porque eles são indígenas porque eles são caboucos Então a primeira coisa tira-se Bacural do mapa no sentido simbólico porque depois eles vão exterminar as pessoas de de Bacural mas né Não vai ser tão fácil eh a crítica ao neocolonialismo e a situação política do Brasil Exatamente é Apesar né de se pensar no Brasil como um país livre um país soberano a gente ainda eh deve eh uma certa sujeição a políticas externas tanto no sentido econômico quanto diplomático quanto militar quanto cultural eh seguimos sendo
um país colonizado sabe é um país colonizado também em relação a a até uma questão Econômica é uma questão de de Cultura de consumo né é o Brasil que a gente é é também o Brasil que alguns países permitam que a gente seja eu sei que isso não tá muito muito claro mas aí é importante a gente voltar pro osval de Andrade a gente voltar pro modernismo eh e pensar no Brasil que poderia ter sido não o Brasil que é né porque nós somos um país que ainda se sujeita a uma certa colonização né que
transforma a música caipira em count né que que como eu tava dizendo coloca o nome dos prédios de em italiano em francês que fica falando palavras em inglês que faz happy hour que tem Brainstorm tudo isso é uma forma de pensamento colonizado né a pessoa que Aqua aquela coisa da pessoa de classe média que que vai pro exterior e e viaja e anda de metrô aí fala ai que legal tô andando no metrô em Nova York mas não anda de metrô no Brasil né É de uma forma assim mais simples pensar assim tudo que vem
de fora é melhor n é o complexo de viralata como diz o Nelson Rodrigues tudo que tá tudo que é estrangeiro é superior essa coisa de olhar para baixo diante do estrangeiro então ainda que a gente não tem aí Portugal aqui levando ouro e escravizando nós temos outras formas de colonização de neocolonização mas também temos formas de de de resistência a essa colonização e uma delas tá na cultura e uma delas tá em um filme como Bacural que é um belo de uma banana pro colonizador fala aqui não aqui vocês não entram aqui vocês não
vão nos atacar porque nós conseguimos nos mobilizar e conseguimos resistir a história Opa cadê Aqui o esporte a crítica ao neocolonialismo situação política o forte da violência há uma referência a essa questão essa questão que é cultural essa questão que é política essa questão que é econômica que é militar Mas ela é cultural é a banalização do mal que aa arente fala é uma cultura da violência é a questão do Sniper do do jogo de primeira pessoa e uma relação indireta que isso tem com os massacres veja bem eu não tô dizendo que jogos em
primeira pessoa fazem as pessoas invadir escolas e matar todo mundo não não é não é uma causa não é uma causa por favor não tô dizendo isso mas tem uma relação tem uma relação né você vê massacre de columbine tem tem essa coisa né do Shotgun né eh e aí essa ideia que dentro dessa dessa dessa forma de diversão que as plataformas elas é tiro porrado e bomba e que os Estados Unidos da América é o país dos massacres em escolas em universidades em lugares públicos então há uma cultura do extermínio há uma cultura da
violência aí eu sugiro que você Assista o filme tiros em columbine é do Michael Moore que ele mostra como que você compra uma arma e numa loja MM numa l tem um nome daquela loja tipo uma conveniência você compra munição você compra arma é fácil ter uma arma compra-se pelo correio então respira-se essa cultura bélica essa cultura militar e isso é uma cultura violenta Então você percebe que os personagens que tão aqui em Bacurau os americanos eles têm o prazer de matar e matar quem matar o terceiro mundo matar o subdesenvolvido matar o mestiço matar
o sul-americano por prazer esse prazer seria então uma questão cultural Então essa cultura dos gamers dos massacres dos Snipers né como se use Sniper né o termo Sniper o Sniper pô Sniper é um assassino não é um termo assim né Não você é um Sniper eu vou achar exatamente o que eu preciso pro vestibular Sniper a missão dada missão cumprida né que que é aquela coisa do Tropa de Elite é um discurso militarizado é um discurso de guerra que qual o mal disso aí que esse discurso ele ele tira a seriedade do assunto Fica tudo
brincadeira tá vou atirar para matar Sniper uh né Missão dada então a vida passa a ser vista como um jogo sei lá dum um jogo em primeira pessoa eh e aí você vê como que isso mobiliza tanto adolescente tanta tanta Juventude né pelo prazer pelo menos simbólico de matar o prazer simbólico de vou ter uma arma tal e uma arma tal né você pega o jogo de criança o fortnite ele é um jogo de arma se você ent eu não não tô querendo dar uma de careta que não pode dar arma de presente para as
crianças Mas é interessante pensar por que essa é a nossa diversão Porque que a violência se torna diversão ainda que no plano simbólico porque é isso que os americanos de Bacural estão fazendo no Brasil eles vieram para se divertir eles fizeram um pacote turístico de n Esse é o enredo do filme de pegar um povoado fazer esse povoado sumir do mapa se até os dentes colocar um sistema de comunicação por satélite usar Drone ter uma central e sair matando esse povo num jogo num jogo tem tem um número de ponto para quem mata adulto um
número de ponto para quem mata homem para quem mata mulher para quem mata adolescente então eles estão competindo só que eles estão matando pessoas de verdade isso remete aí há vários filmes de ficção científica isso remete a uma ideia distópica né da da vida sem valor da da da vida desumanizada vida né Sem valer nada então eu me confundi agora que eu lembrei um pouco e de um cereal Killer que era conhecido como o padeiro que era um sujeito que sequestrava pessoas mulheres e levava pro Alasca e ele soltava elas e ele ficava caçando essas
mulheres então é uma ideia Já que a psicopatia né você vê o ser humano como caça é o que acontece em Bacurau só que o que acontece o povo de bacurau se nega a ser caça se nega a ser alvo se nega a ser mercadoria E aí eles vão se unir e vão resistir ao avanço dos perversos malvados e e canalhas e e engraçados eles são engraçados americanos Caçadores Hunters Snipers E por aí e Bacural fora do mapa questão de geopolítica já falei sobre isso né biopolítica que a necropolítica isso poderia dar uma questão bem
legal na uf cinema e resistência o lugar da matriarca eu peguei alguns aspectos você que assistiu o filme vai ficar bem mais fácil acompanha acompanhar a aula você que não assistiu Você vai assistir logo no começo tem um funeral a personagem Teresa ela chega em Bacural e ela vai acompanhar o funeral da Carmelita a Carmelita é feita por uma personagem por uma uma senhora uma grande senhora chamada Lia de Itamaracá que é uma artista que é uma líder comunitária que ela ela é uma lenda ela ela é um vulto da cultura brasileira da cultura nordestina
então é curioso que essa personagem fora do cinema ela é uma liderança ela é uma liderança cultural política e espiritual é uma pessoa muito influente Lia de Tamaracá dá um Google E aí no filme A Lia de Tamaracá ela faz papel dessa Car it que falece e ela é uma é uma espécie de uma matriarca não é um patriarcado né um matriarcado e que ela tem a questão da espiritualidade e sem remeter a idade média mas da feitiçaria as Comunidades Quilombolas eu já tive oportunidade de entrevistar um sujeito que faleceu esse ano o negro Bispo
que é de um quilombo de do Maranhão e ele falava da ideia do feitiço ele fala que o que a gente não cons conseguia vencer pela força pela sabedoria a gente vencia pelo feitiço que a ideia da Fé mesmo como um agente nas dinâmicas do cotidiano tá não é bruxaria não é não Não mas a ideia do feitiço é a crença é a crença É o Poder da Fé do do daquilo que não é visível nas considerações nas relações humanas e sociais não vou te explicar o que que é feitiço porque eu também não não
sou Feiticeiro mas a ideia é que você tenha uma crendice você tem uma uma uma uma fé na população então a Carmelita ela representa a Instância dessa fé e ela morre e logo na tem o belíssimo cortejo dela né que é um é belíssimo o o funeral dela todo mundo agitando um lenço branco e eles cantam uma música né é uma ideia de celebrar a morte dela porque ela viveu 90 anos teve não sei quantos filhos o o filho dela faz um discurso belíssimo isso lembra um filme do Akira crosal chamado sonhos esse né esse
funeral festa por que funeral festa porque a pessoa teve uma vida maravilhosa viveu 90 anos não tem o que chorar antes comemorar essa bela vida e aí tem esse embate que a Domingas que é a médica uma médica que gosta de tomar uma cachaça mas que ela cuida do postinho de saúde que ela cuida da saúde da população Então esse embate você tem um pouco as distâncias das duas grandes mulheres né A médica e a e a benzedeira a ciência e a fé e a feitiçaria isso daria para fazer uma questão legal a a Domingas
vai lá e ela surta e ela começa a xingar essa bruxa não sei o quê durante o o velório da Carmelita mas deixa Claro que ela ama Carmelita né foi a forma dela dela mostrar o luto dela foi se revoltando muito bonito muito bonito eh o caminhão cheio de livros velhos outra coisa que daria também uma questão interessante né o Tony Júnior manda um caminhão cheio de livro e ele desce o caminhão como se fosse Brito e você vê que são livros velhos Então essa a ideia do sucateamento da cultura D dessa ideia de você
fazer a obra cultural só numa questão política vai lá e faz um teatro na cidade aí não precisa colocar poltrona não precisa ter espetáculo não precisa ter iluminação o que interessa é fazer a obra para ganhar dividendes políticos não interessa Quais são os livros se eles são atualizados se eles atendem as expectativas e as necessidades da população O importante é colocar que tantos livros foram doados então o livro perde o seu valor cultural erudito artístico literário e ganha um valor simbólico de tijolo da cultura de fração cultural tá é muito boa essa metáfora é muito
boa essa alegoria porque é uma metáfora dentro de outras metáforas beleza ah a cidadania da prostituta é lindo isso que eles vão levar a prostituta embora para votar a força e vai todo mundo falou onde é que vocês estão levando ela e aí fica bem claro isso em Bacural a a a prostituta eu me esqueci o nome dessa personagem ela tem o mesmo o mesmo lugar o mesmo direito que qualquer pessoa que a Domingas que o Plínio que o pacote que a Teresa eles são iguais eles são iguais claro que você tem lugares na sociedade
de Bacural mas são os lugares do Saber há um respeito à figura da médica há um respeito à figura da benzedeira há um respeito a figura da da do Botânico do Jardineiro ao respeito a figura do bandido sim do pacote e há um respeito em relação à prostituta Ela não é uma pária ela não é vista como alguém à margem da cidade não ela tá dentro da cidade isso é muito bonito em Bacural que mais eh o encontro de Domingas e Michel Michael né quando ele chega armado e ela muito digna né ela faz um
um guisado e ela fala vem cá e ele falando inglês ela não fala inglês com ele e ela fala toma suco de caju é bonito né porque a tecnologia dos americanos a a a eletrônica a informática os modismos eles não alcançam a a nossa natureza Tropical você se que eu tô falando num s num tom meio competitivo mas quando ela fala toma suco de caju você nunca tomou né dá para você imaginar você nunca tomou isso aqui seu Paladar estadunidense não sabe o que que é uma fruta Tropical uma fruta brasileira uma fruta do nordeste
que tem suco que tem carne né toma um suco de caju americano isso aqui seu dinheiro não faz isso aqui o seu dinheiro não compra que a gente tem para te oferecer é o suco da terra é muito bonito ela desmonta ele né aí ela pega e coloca uma música cafone e fala ó tem música americana ó o que vocês fazem a música olha o suco de caju olha o que a gente faz faz é muito legal e ela recebe ele com a casa aberta com os braços abertos ela faz uma refeição para ele isso
remete também ao português chegando no Brasil a forma como os povos originários receberam o português sem maldade né com com com olhos Livres com o coração aberto essa ideia que realmente não é que é um povo eh Covarde e tanto final do filme vai mostrar isso mas não é um povo refratário é um povo amistoso chega aí aí vamos conversar toma suco de caju né Experimenta a nossa terra é muito legal e aí obviamente ele vai subjulgar ela e tal e vai usar a arma mas a hora dele vai chegar o pacote que é um
Nel cangaceiro né todo mundo fica vendo as imagens dele ele é o rei do Teco né Ele é um bandidão e ele é adorado pela população isso aí remete ao fenômeno do banditismo Social que é essa relação de amor eó com um Lampião e agora a gente vê recentemente isso na série Cangaço novo né então antes de Cangaço novo da série o personagem pacote já levava a esse universo do do banditismo que não é herói nem vilão é um erro você demonizar o cangaceiro e é um erro também você Romantizar ele não é nem anjo
nem diabo ele é cangaceiro A violência é a profissão dele ele é um um empreiteiro da da violência e ele é adorado e ele é odiado e ele é desprezado e ele é necessário o n cangaceiro não cabe no nosso preconceito de imediato não dá para você pegar e falar bom ou ruim de uma não tem que entender o contexto não tô passando pano para ele não é isso ele é um cara do crime o pacote ele é ele é bravo ele senta o dedo ele é o rei do Teco mas ele protege a sua
população ele é um bom amigo ele é um bom vizinho ele é um bom cidadão ou seja ele é um personagem esférico não dá pra gente julgar ele de uma forma é unidimensional Cuidado tá ele é uma categoria de personagem é um personagem que tem densidade psicológica que mais eh o sentido dos massacres né O que que é um massacre nos Estados Unidos o massacre nos Estados Unidos ele tem um componente muito mais psicológico que é essa coisa da figura que não se encaixa na sociedade vai lá e começa a matar as pessoas por causa
do bullying por causa da violência simbólica né Por causa das relações humanas no Brasil os massacres eles têm conotação política tem conotação de terra né que é o que aconteceu Por exemplo na Candelária que aconteceu El Dorado de Carajás que aconteceu no Carandiru Nós também somos um país de massacre só que nossos massacres são da ordem política da ordem econômica da Ordem Social os massacres estadunidenses eles estão muito nessa ordem do psicológico das relações sociais de uma sociedade adoentada as duas sociedades são doentes dessa forma qualquer sociedade que promove o massacre é uma sociedade doente
mas são viéses diferentes né porque a gente vai ter massacre aqui os americanos tentam fazer do Brasil o playground para brincar de sniper só que eles vão mexer com as pessoas erradas né meu sobrinho que fala isso quando a gente tá jogando videogame ele fala você mexeu com a pessoa errada Pois é né Bacural não é um lugar para você arrumar confusão Plínio né o professor o nome Plínio já remete a um a um Pensador Romano né plin sábio né um importante orador e filósofo Romano plin é um professor negro muito legal capoeirista ele faz
capoeira de Angola e ele é o cara do livro do caderno da tradição ele é filho da da Carmelita Mas ele também é o cara da tecnologia é o cara da internet é o cara que projeta o o o o o tablet na TV de plasma e e procura Bacural no no Google Earth ele também é uma alegoria de como a educação no Brasil pode deve né queria ser ela quer ter recurso Eu agora tô falando eu vou desabafar eu como professor Eh quero ter computador na escola junto com a biblioteca né quero que tenha
o laboratório de informática junto com a capoeira os dois né Isso é muito legal então ele é uma uma metáfora da educação ficção científica tem muito essa coisa né um mundo de Stop onde as pessoas eh vão caçar com drones no terceiro mundo o est n é um bangbang essa coisa do buang bang dos bandoleiros entrar na cidade e a cidade resistir aos bandoleiros tipo Sete Homens e Um Destino né tipo os imperdoáveis do Clint Eastwood É também um filme de aventura super animado e é o filme gore né que são os filmes de sangue
de de cadáver de zumbi de de de de osso Gangrena que é é essa coisa do viceral né do nojento do do estômago forte uma pergunta boa que o vestibular poderia fazer é qual é o gênero Bacural então é um gênero híbrido síntese do enredo desafia a classificação em um único Geno mesclando westen suspense e ficção a Trama se passa em um futuro próximo no sertão brasileiro particularmente tinha uma pequena comunidade que compartilha o mesmo nome do filme Bacural após a morte de sua matriarca os moradores de Bacural descobrem que a Vila foi apagada dos
mapas e logo começa a experimentar eventos estranhos e ameaçadores sugerindo que a que a comunidade está sobre uma estranha ameaça bom eu já comentei tudo isso com vocês né já tá tranquilo ã duas impressões aí uma de um diretor e outra do outro o Juliano Dornelles um dos diretores ele fala assim a força motriz em Bacural é uma exposta a essa presunção do homem branco da cidade grande que chega num lugar ermo e tem esse pensamento muito limitado sobre o outro nessa ideia era fazer um filme em que esses caras teriam uma surpresa ruim ou
seja o cara o Boizão que chega com a sua 4 por4 com sua moto de cross naquela vilazinha no meio do mato e chega se achando seus caipiras seus côcos seus selvagens E aí esse cara vai ter uma resposta à sua arrogância não tá falando tanto né ó de geopolítica de colonialismo isso tá subentendido a gente pode fazer essa relação mas o diretor fala não nossa força motriz é mostrar para esse cara branco que ele acha que ele tem dinheiro porque ele acha que ele é do sudeste que ele pode chegar e mandar os lugares
aí vai chegar o outro diretor o Cléber Mendonça Filho vai falar cinema não é reportagem eu e julianos somos brasileiros pernambucanos do Nordeste temos nossa própria interpretação do nosso país não é possível para nós pensar uma comunidade nordestina sem pensar que ela é parte do planeta e não apenas daquela região esse assunto que ele toca é muito legal porque que coloquei esse slide como cinema regionalista O Itamar Vieira Júnior o autor de tortar ele falou numa numa entrevista Por que você fala que meu livro é regionalista porque ele não é feito em São Paulo e
no rio hum muito bom isso hein ou seja tudo que não é feito nesse eixo sudeste é regionalista Isso é uma questão de referência o nordestino pode falar que um filme carioca é regionalista o sulista pode falar que um filme eh Paulista é regionalista E aí eu peguei emprestado o termo do do Porta dos Fundos né a gente fala nordestino Por que que a gente não fala sudestino então aqui tem essa coisa de assumir né o a vida nordestina a cultura maravilhosa cultura nordestina né Nordeste e gracano Ramos Nordeste de Raquel de Queiroz Nordeste de
Ariano Suaçuna Nordeste de João do Vale Nordeste de Caetano Veloso Nordeste né que que seria Da gente sem o Nordeste então eles assim outorga se o direito de interpretar o Brasil através do Nordeste Nordeste é o Brasil o Brasil começa pelo nordeste o Nordeste é é o nosso futuro é Bacural Então olha lá e comum a dupla o incômoda em relação à representação no cinema na TV e outras o sertanejo é um povo simples né aquela coisa meio jec tatu E aí eles vão mostrar que não é o povo que tá que preserva a tradição
que tem Museu que tem hosp que tem SUS né que tem escola que tem biblioteca que tem arma para se defender que recebe o estrangeiro tranquilamente A não ser que pise no calo dele né que acolhe a pessoa trans que acolhe a prostituta que acolhe o alcoólico Bacural é uma Utopia é pobre é geograficamente isolada mas é utópico Mas um pouco sobre essa ideia do cinema e da Resistência eh eu não eu parei aqui ó a presença de não atores eles vão fazer o filme num lugar chamado povoado da Barra então a ideia de fazer
cinema brasileira com cinema brasileiro com o Brasil né chamar as pessoas locais chamar não atores o que dá o filme Uma grande autenticidade não tem aquelas caras bonitinhas e e bronzeadinha não tem aquela cara de figurante né aquele padrão o que que é gente bonita fala para mim gente bonita quando se fala lá tem gente Bonina Você pode ler pessoas brancas de 20 a 30 anos de classe média gente bonita tem algo pesado quem define o que é bonito quem define a beleza é gorda a beleza é negra a beleza é nordestina a beleza é
idosa a beleza é pcd a beleza é mestiça a beleza é múltipla e a câmera de de de Bacural ela mostra esse Brasil brasileiro esse Brasil que não é o Brasil de Malhação não é o Brasil Flórida não é o Brasil Miami né esse Brasil padronizado Barb k é o Brasil profundo então a presença de não atores dá essa autenticidade pro Brasil que é muito interessante visualmente artisticamente presunção dos paulistas brancos essa cena é maravilhosa porque os assassinos né os americanos Eles contratam de um casal de de motoqueiros de Paulistas que o cara inclusive é
juiz de direita juiz para para sondar a região para começar o jogo da Matança né E aí num num num almoço o cara fala assim mas nós somos Paulistas Nós não somos iguais a ele nós somos diferentes essa cena é maravilhosa Porque sim gente eu sou paulista eu posso falar isso o paulista se acha o sudestino se acha superior Ah eu sou descendente de italiano sabe ou ten um cidadania italiano ele não quer se assumir como brasileiro ele se se julga você viu agora nas nossas eleições por conta da expressão votação que o presidente teve
no nordeste como muito dos sudestinos reagiram analfabeta não sabe votar temos xenofobia no Brasil claro que temos eu não tô lacrando o filme vai mostrar o que a gente já sabe no rio os nordestinos são chamados de Paraíba mesmo que o sujeito seja eh de Alagoas mesmo que o sujeito seja de Sergipe em São Paulo são chamados de baianos mesmo que seja pernambucano em Minas Gerais já veja uma certa xenofobia com o norte de Minas em relação a Belo Horizonte o Brasil é um país dividido o Brasil é um país xenófobo é um o Brasil
ele não tem essa questão da do da hospitalidade do do do bom coração que que uma parte de uma cultura ufanista trata nós temos graves problemas de de de violência de intransigência de intolerância de xenofobia então aqui é muito legal a sátira que ele fala né que ele o o pro brasileiro o paulista não se acha igual o nordestino agora pro americano é tudo Latino ele ele fala É mas você é branca mas seu nariz é de negro ele fala para ela né E aí eles matam os dois eh ou seja essa suposta elite brasileira
não é elite se vista de fora é isso que é muito interessante a classe média do do Jetski do Condomínio ela ela não é classe Alta Vista de fora então você tem instâncias de poder né você tem aí uma escadinha e aí quando chega o americano não quer nem saber se é paulista se é Barra da Tijuca se é Jardins vai matar todo mundo isso é um tapa na cara né do sudestino eu como Paulista né sou um homem branco Paulista muito bom ver isso muito bom muito bom mesmo porque Conheço muita gente que se
acha superior por descendente de italiano por ser Paulista por ser da classe média que fala mal do Nordeste sem nunca ter ido pro Nordeste sem nunca ter tomado suco de caju em Olinda oh meu Deus do céu como é maravilhoso vamos lá o comércio da água e aí já vem essa questão da globalização né a gente começar a gente vai ter que pagar por exemplo para usar internet a mim me parece muito absurdo a gente pagar para beber água a gente pagar para esquentar marmita né a gente pagar eh transporte Por que que o transporte
público é privado então quando ele fala que o o prefeito ele controla a distribuição de água e a população de Bacurau tem que comprar água como assim comprar água água do mundo água do planeta então ele vai também mostrar essa questão dessa crise geopolítica essa crise do meio ambiente essa crise dos recursos naturais que vai muito além do petróleo que vai muito além do plástico sacou eh você ser obrigado a comprar garrafinha de plástico daquela grande empresa Quando você vai num lugar é o show da da da menina que teve problema da Taylor Swift que
você tinha que comprar água e água custava R 7 ou 14 uma coisa assim é isso o filme também provoca isso um povo que se mantém coeso que se mantém unido que mantém sua tradição que mantém sua solidariedade mas ele é punido como com o corte da água eh é isso Ah não ficou faltando uma coisa as manchas de sangue no museu olha aqui né que tem a mulher que cuida do museu esqueci o nome da personagem Depois tem aquela cena maravilhosa no museu alunga né no museu aí ela ela fala eu quero que limpe
tudo mas deixa as manchas de sangue porque a ideia da preservação da memória inclusive da memória da violência isso faz a gente pensar na implosão do Carandiru que foi o massacre do Carandiru foram lá e explodiram o Carandiru isso faz pensar que em BH na implosão da Lagoinha da praça Vas de Melo Por que que a gente destrói esses lugares né Por que apagar a memória do nosso sofrimento a memória da nossa opressão por quê que que a gente quer com isso esconder as coisas aí obviamente que já deve ter feito a relação com o
museu do holocausto com a forma que os alemães preservam muito bem a história da Segunda Guerra e no Brasil a gente tenta varrer essa essa memória esconder essa memória essas marcas de sangue lembra que o Rui Barbosa Ele ele mandou queimar todos os documentos relativos à escravidão vamos apagar essa mácula da nossa história não não é mancha Isso é história também o sangue dos Mortos o sangue da violência tem que ser lembrado a gente tem que que preservar os vestígios da da da colonização da escravidão do genocídio dos povos indígenas porque isso também é a
nossa história por isso a excelente personagem museóloga fala que deixa a mancha na parede porque isso também é do nosso Museu isso também esse sangue também faz parte da nossa história bom aí a personagem Lunga que ela ela eu tô falando ela né porque é uma é um personagem queer não binário indefinido e que é uma cangaceira né uma cangaceira que ela super perseguida Então ela ela se esconde com o seu bando mas ela tem uma Lig a ação de proteção de afeto de pertencimento com Bacural e aí quando eles percebem né o peso da
da violência eles vão chamar Lunga e obviamente que a Lunga estende a mão e vai ajudar seus conterrâneos e é lindo né ela é demais ela é toda tem todo um visual e essa personag ela se popularizou de modo que nos carnavais tinham pessoas se vestindo de Lunga até criança de lunguinha Ah já tem esse desenho que circula na internet porque virou meio que uma coisa de domínio público então é remete ao Cangaço pós-moderno né o gênio não binário né questionando essa ideia do homem ou mulher e é uma personagem queer né lgbtq que de
queer queer são as pessoas que não aceitam uma denominação eu não sou homem não sou mulher não sou gay não sou hétero não sou lev que eu sou queir o que o queir ele é o que ele quiser ser o queir quem estuda muito isso os estudos de gênero é é a judit butler né o cuira é uma espécie de Vanguarda dentro desse movimento porque o queer ele ele é libertário ele é revolucionário é muito interessante de estudar pois você pode fazer uma pesquisa queer e ele é o herói da insurgência o herói não é
aquele português branco né o o o Airton Sena o Getúlio Vargas né o herói brasileiro Dom Pedro iir o herói brasileiro é queer é um homem que é chamado no feminino que usa brinco cabelo comprido maquiagem que usa um roupas exóticas que tem três jeitos e ao mesmo tempo que performa tanto como homem tanto como masculino quanto feminino tanto no amor como na violência faz essa performance é um personagem muito interessante né o herói do futuro ele é ele é queer o herói da insurgência é um herói queer ele vem do Povo ele é não
binário e é ele que fala estando estamos sendo atacados essa frase ela tem um sentido maior um sentido simbólico se a gente pensar deixa eu ver as horas eu tô sem relógio eh deixa eu só ver as horas aqui rapidinho tá Já preciso encerrar eh vai dar uma hora de aula essa essa personagem quando ela fala estamos sendo atacados aí a gente começa a pensar no que o Brasil passou e fizeram várias relações quando a gente não teve acesso à vacina eh a questão do mercúrio com os ianomamis a questão das mineradoras que tão destruindo
né Brumadinho eh enfim a questão [Música] eh de uma invasão cultural também de uma imposição né de consumo É de de valores de de de modos de ser do da globalização né Eh você colocar para todo mundo paraa mesma infância todo mundo vai ser todo mundo vai ser Barbie todo mundo vai ser Halloween isso também é uma forma de invasão n então a invasão ela se dá de várias várias maneiras no plano do consumo no plano da cultura no plano da economia predatória dos recursos naturais da mineração da de uma política externa que abre né
espaço aí para para movimentos que são são violentos que são separatistas que são racistas nós estamos sendo invadidos em nossa soberania né o lance do presidente que batia a continência pros Estados Unidos isso tudo tem a ver com com com Bacural estamos sendo invadidos né Não foi só os portugueses que levaram o nosso ouro a gente continua servindo por meio da mineração por meio da da mão de obra que é mal remunerada por meio da da da Obediência cultural e tica por meio da política externa a servir o outro aceitar né Essa invasão pacificamente o
Lunga Fala ô tão invadindo a gente chega vamos reagir né Vamos reagir à homofobia vamos reagir a a a agricultura predatória vamos reagir à imposição dos valores consumistas vamos reagir ao machismo estão atacando o nosso povo está sendo atacado a gente tá sendo eh subtraído em nossos direitos em nossa vida né as pessoas que não podem viver porque são negras porque são homossexuais porque moram na favela São pessoas que estão sendo atacadas e além das pessoas as nossas montanhas as nossas águas a nossa cultura tudo isso vem sendo atacado então obviamente que quando tem essa
frase um monte de gente vai falar pô esse filme foi um uma resposta ao governo passado a gente sabe que o Cléber Pereira Filho ele foi contra o governo passado por favor não sou eu que tô lacrando é só você pesquisar só que aí ele falou tire suas interpretações porque Bacural também é um filme de buang bang a gente pode pensar na política do Brasil a gente pode pensar na política externa Mas a gente pode esquecer tudo e pensar que é só um filme de ficção dos gringo malvado que vi eram para um povoado e
morreram aí que tá ele deixa essa dubiedade a alegoria permite isso a gente pode fazer uma visão engajada politizada embasada na geopolítica Mas a gente pode ver também como um filme muito mais leve muito mais tranquilo ess esse aqui eu peguei do livro né eu ganhei Olha que legal Ganhei do determinante do Death online me deu aí todos os roteiros o som ao redor a aquários e Bacural os roteiros do Cléber Mendonça Filho Muito legal essa foto eu peguei do livro é a Lunga olhando os corpos das pessoas que foram mortas pelos americanos E aí
isso aqui ó é El Dorado do Carajás os agricultores que foram mortos e aí você pode pensar eh nos caixões do Carandiru você pode pensar na tragédia da Candelária Quantas vezes o povo brasileiro foi morto o povo preto o povo pobre o povo Érico o povo da roça o povo indígena tem tem esse sentido político sim não é à toa essa foto é muito bonita né a Lunga como herói do povo a heroína né porque ela ela aparece aqui feminin zelando pelos corpos dos Mortos ah gente muito legal a gente fez várias conjecturas a gente
pensou poucas coisas porém a UFO foi bem Rasa na questão se você conhece alguém da da UFO Fala ô UFO pô que filme legal a gente assistiu filme A gente debateu a gente estuda a gente compra o roteiro precisa fazer uma perguntinha tão boba dessa né UFO escuta os professores escuta os estudantes é mas essa questão passa longe do do filme uma bobagem essa questão UFO tá gosto muito do seu vestibular é tão legal que tenha Bacural no vestibular mas a questão UFO deixa muito a desejar Essa foi a forma que a UFO cobrou a
questão no ano passado ó a significativa relação entre Literatura e cinema apesar das especificidades de cada uma dessas Artes Tendo isso em mente assinale alternativa que apresenta os movimentos literários brasileiros com quais a obra cinematográfica Bacural dialoga predominantemente modernismo naturalismo parnasianismo Realismo simbolismo Barroco barroco e presencismo bom alternativa aqui é a a é moderno nesse sentido de ver com os olhos Livres Obrigado Márcia Valeu demais Márcia é no sentido de redescobrir o Brasil que é o nacionalismo crítico proposto pelo osval de Andrade proposto pelo máo de Andrade e é naturalista porque tem essa questão da
violência tem essa questão do desejo tem essa questão também do Nordeste né porque você tem o neonaturalismo no modernismo na segunda geração agora se você quiser fazer é por exclusão que que tem de parnasianismo forma rebuscada não é uma forma super ousada Realismo Tudo bem então isso aqui é um distrator simbolismo A não ser que você não saiba que é simbolismo se você confundir simbolismo com alegoria Você erra mas Barroco Por que Barroco bem e mal certo e errado não não é maniqueísta o personagem pacote ele não é nem herói nem nem nem bandido a
Lunga não é nem heroína nem bandida a comunidade de de Bacural assim como eles são super religiosos e fazem procissão fazem rezas eles também adoram ir ao prostíbulo o forrozão tomar os psicotrópicos né que essa ideia da da potência que a natureza tem isso pode gerar até uma um debate em relação à liberação da maconha principalmente né que a ideia da da da da do limite entre o medicinal e a droga possível ver isso toda a população toma o psicotrópico em em Bacural dá uma discussão bem legal né que se você não precisa se posicionar
é x ou y o assunto é muito mais sério é muito mais sério né mas a ideia de usar a natureza como medicina usar a natureza botânica como medicina então não dá para falar em Barroco não é tão claro e escuro Barroco também não e presencismo tá ligado à revista presença em Portugal Então por que que é Modernista por conta desse nacionalismo crítico é um filme sobre o Brasil sem idealização e que busca uma visão original é que olha de frente pro estrangeiro que não copia mais o estrangeiro E por que que é naturalista porque
tem essa denuncia tem essa coisa do desejo tem essa coisa da violência tem essa coisa do corpo tem essa coisa da droga né tem essa coisa do sexo do álcool não é um filme fofinho não é uma vilazinha Itana não é não é tá é Bacural vá mas vá com paz né Como diz a placa de entrada pro povoado Beleza se você não assistiu Espero que você tenha ficado com vontade de assistir Se você já assistiu acho que você ficou com vontade de assistir de novo aí eu peço que você tem tempo ainda prova é
só no meio do ano que você volte Assistir nossa aula para pensar alguns desses tópicos que eu listei para você beleza daí você tira print das Telas e aparece a gente vai continuar dando seguimento aí às outras obras do vestibular da UFO e da UFRJ ainda no primeiro semestre segue a gente aí no de online se você gostou por favor deixa um comentário deixa um like e Repassa essa aula pros colegas de você que também tá fazendo o vestibular ou que não tá fazendo vestibular mas se interessa pelo assunto Valeu gente obrigado
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