Primeiro aos Coríntios, capítulo 15, do verso 50 até o verso 58. Com isso, quero dizer, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. Eis que vou lhes revelar um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados.
No momento, num abrir e fechar de olhos, ao soar da última trombeta; a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que esse corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando esse corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: "tragada foi a morte pela vitória.
" Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
Graças a Deus que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sejam firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o trabalho de vocês não é vão. Nós chegamos à parte final do capítulo 15, onde o apóstolo Paulo vai encerrar aquela exposição que ele vem fazendo a respeito da ressurreição dos mortos.
Esse assunto, como vocês sabem, foi provocado por um grupo de pessoas da igreja de Corinto que afirmavam que não havia ressurreição. Eles eram saduceus que tinham se convencido do cristianismo, mas ainda mantinham aquelas crenças do saduceísmo. Vocês lembram que a diferença entre os saduceus e os fariseus é que os saduceus não criam em ressurreição, não criam em espírito e não criam em anjo, enquanto os fariseus afirmavam essas três coisas.
Então, é possível que um grupo de saduceus achasse que, de fato, Jesus era o Messias e entrou na igreja de Corinto, mas ainda mantinham aquelas ideias a respeito da sua forma antiga de ver o mundo, o saduceísmo. Porque é muito comum a pessoa se converter, entrar na igreja e levar bastante tempo até que ela ajuste o seu pensamento à maneira cristã de pensar. Ela ainda guarda resquícios das suas formas de pensamento.
O ponto é que o apóstolo Paulo resolveu encarar esse assunto com muita seriedade. Este é o maior capítulo da carta, capítulo 15, onde o apóstolo Paulo apresenta todo tipo de argumento para corrigir esses irmãos. Ele lembra o evangelho que ele pregou lá em Corinto, onde a ressurreição de Cristo era ponto central, e a ressurreição dos mortos também.
Ele traz argumentos a partir das Escrituras, as evidências da Bíblia. Ele fala do testemunho de pessoas que viram Jesus pessoalmente depois da ressurreição. Paulo era uma dessas pessoas, inclusive; ele foi o último a quem Cristo apareceu com o corpo da ressurreição.
Ele mostra os resultados desastrosos para o cristão se Cristo não ressuscitou e, portanto, não há ressurreição de mortos; e procura, como um pastor atencioso, responder as dúvidas daquele grupo, como, por exemplo, a dúvida acerca do tipo de corpo que seria aquele da ressurreição, como seria e qual a distinção dele em relação aos demais corpos já existentes. Tudo isso o apóstolo Paulo trata nesse capítulo, e ele agora, no final, está pronto para tratar de uma última questão que é levantada pelo resumo que ele faz aqui no verso 50. Ele resume praticamente tudo que disse até agora: "Com isso, quero dizer, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, e nem a corrupção herdar a corrupção.
” Com isso se refere a tudo que ele disse até agora, até o verso 49. Tudo isso que eu falei até agora se resume num ponto: que, do jeito que nós estamos, nós não podemos herdar o reino de Deus. É preciso entender o que Paulo está dizendo aqui.
Ele está dizendo que existe uma incompatibilidade entre a nossa forma humana, decaída e pecaminosa de viver, e o reino de Deus, de forma que, do jeito que estamos, não temos como herdar o reino de Deus. O reino de Deus é o resultado do seu plano final, aquilo que ele começou lá na eternidade. Para muita gente, pergunta-se: "Por que Deus criou o mundo?
Por que ele criou o homem? Por que botou o homem no Jardim? Por que havia uma cobra no Jardim?
Por que tinha uma árvore no Jardim? " Deus não sabia que o homem ia pecar. A resposta é que o plano de Deus, no final, era estabelecer seu reino aqui no universo que ele criou; reino esse onde ele reinaria, receberia glória de criaturas suas que, voluntariamente, o serviriam, tendo já vencido o problema fundamental do mal e do pecado.
Esse sempre foi o plano de Deus desde o início, e parte desse plano inclui Deus dar àqueles que Ele preparou desde a eternidade o usufruto e o gozo, a alegria e a felicidade de herdar seu reino como filhos queridos. Viver nesse reino, aqui, nas palavras do profeta Isaías, copiadas pelo apóstolo Pedro, é chamado, às vezes, de um novo céu e uma nova terra. Também está lá no livro de Apocalipse, que vi um novo céu e uma nova terra.
Os três lugares da Bíblia se referem à consumação final do Reino de Deus como sendo a criação de um universo novo a partir desse universo que está se perdendo, que está sendo condenado. "Maldita seja a terra por tua causa": foi assim que Deus amaldiçoou sua criação depois do pecado do homem, e Ele está fazendo o mundo novo. Vai fazer o mundo novo a partir desse mundo atual.
Só que nós, como estamos, não temos como entrar nesse reino novo, porque nós somos pecadores, somos corrompidos, somos inclinados a todo mal. Todas as nossas faculdades, de alguma forma, estão manchadas pela rebelião contra Deus. Esse reino final de Deus é um reino de pureza, é o reino de santidade, é um reino de perfeição absoluta, de amor invisível, de forma que nós, como estamos, não temos como entrar nesse reino.
Nós não podemos participar dessa nova criação que Deus está fazendo. É por isso então que vai ter ressurreição de mortos. Por isso que os mortos vão ressuscitar com o corpo diferente.
E não só diferente em termos da consistência, comparado com diabos, animais, répteis e peixes, conforme nós já vimos na mensagem anterior, mas diferente com respeito ético. É um corpo onde não há mais pecado. Esse corpo que nós teremos na ressurreição é um corpo onde o pecado não está mais presente.
Ele é um corpo incorruptível; ele não se deteriora, ele não fica velho, ele não adoece, ele não morre e é o corpo ideal, que está perfeitamente adequado e foi preparado por Deus. Exatamente, ele é totalmente compatível com o reino de Deus na sua forma final. O problema é que, do jeito que a gente está agora, nós somos incompatíveis.
Não tem como a gente herdar o reino de Deus ou habitar nesse mundo novo. É por isso que tem, então, a ressurreição. A ressurreição consiste nessa transformação, nessa habilitação.
Paulo, inclusive, usou várias figuras; vocês lembram disso? Das analogias, né? Da semente, por exemplo: a semente que é lançada, que morre, e aí brota um novo corpo, uma nova realidade que é diferente e similar em alguns aspectos à primeira realidade.
Então, é isso o resumo do que Paulo disse até agora. Eu quero dizer, irmãos, com isso: eu quero dizer, irmãos, que a carne e o sangue, quer dizer, do jeito que a gente está, nós não podemos herdar o reino de Deus nessa situação que nós vivemos. Nós não podemos herdar o reino de Deus na sua plenitude.
E nem a corrupção – a corrupção é o estado atual do mundo, de decaimento, de apodrecimento, de desfalecimento, de doença, de morte, de ódio, de violência – nem a corrupção pode herdar a incorrupção, que é o nome que Paulo usa para se referir ao reino de Deus que se aproxima. Ele é um reino onde não há corrupção. Corrupção aqui, não no sentido moral que a gente usa com relação à política, né, mas o decaimento, a degeneração.
Como um corpo que é sepultado, e com o passar do tempo ele vai se desfazendo. Então, nesse novo mundo, não há corrupção, enquanto o que caracteriza o nosso mundo atual é exatamente a corrupção. Vamos ficando velhos, vamos ficando doentes, vamos ficando feios, vamos ficando fracos, até que, finalmente, a gente vai morrer e se desfazer.
O povo vai voltar ao pó, e é o que era. Então, esse é o ponto: essa incompatibilidade entre carne e sangue e o reino de Deus. Qual é a solução de Deus?
Já vimos a ressurreição de mortos. Os mortos vão ressuscitar com o corpo adequado para essa nova realidade. Mas aí, então, naturalmente, vem a pergunta: quando é que isso vai acontecer?
Ele já explicou aqui, em vários momentos deste capítulo 15, em que o apóstolo Paulo, ao fazer a ligação da ressurreição de Cristo com a ressurreição de mortos, diz que Cristo é o primeiro. Então, ele está dizendo que essa transformação, essa ressurreição, vai acontecer quando Cristo voltar. Essa é a próxima e última etapa do plano da redenção: a vinda de Cristo Jesus, que vai ser seguida pela ressurreição dos mortos.
Quando Cristo vier, os mortos vão ressuscitar. Considerando que Cristo virá num determinado momento da história, né, num determinado tempo, ele vai voltar num dia e numa hora que ninguém sabe, mas vai ser num dia e numa hora que ele vai voltar. Um dia do mês, do ano tal, à tal hora, ele vai voltar em glória.
A gente só não sabe qual é, mas que ele vai voltar, ele vai. E quem estiver vivo e não morreu: como é que vai ficar? É porque até agora tá falando de ressurreição.
A ressurreição só faz sentido com a morte, né? Só se ressuscita quem morreu. Mas e os que morreram?
Eles vão ressuscitar com corpos novos apropriados para entrar no reino de Deus. E quem tiver vivo, como é que vai acontecer? Será que Deus vai matá-los e ressuscitá-los?
Eles vão experimentar a morte para ressuscitar com esse corpo novo? E a resposta de Paulo é surpreendente. Na verdade, ele é o único dos escritores da Bíblia que fala abertamente a respeito disso.
Embora o que ele vai ensinar aqui não é sem fundamento nos profetas do Antigo Testamento, mas ele traz uma perspectiva que é aquilo que a gente chama de mistério. Um mistério que foi revelado. Ele revela agora esse mistério a respeito da situação dos que estiverem vivos quando Jesus Cristo vier.
E o mistério é esse: é que quem estiver vivo na vinda de Cristo e for de Cristo, ele não passará pela morte, mas ele será transformado. É o termo que Paulo usa aqui. Essa pessoa será transformada, e ela vai.
. . O seu corpo, a pessoa ainda viva, se verá transformada nesse corpo que está apropriado para herdar o reino de Deus, juntamente com aqueles que ressuscitaram dos mortos.
Então, esse é o ponto aqui: essa é a mensagem central dos versículos que nós temos aqui diante de nós, do verso 50 até o verso 58. Tá certo? Então, no verso 50, você tem o resumo.
E, naturalmente, o resumo levanta a questão dos vivos. E Paulo. .
. Aí, então, vai responder a essa indagação para a gente entender aí o que Paulo está dizendo no verso 51: "Eis que vou lhe revelar um mistério. " É preciso a gente gastar um tempinho aqui nesses dois conceitos: o conceito de Revelação, primeiro, conceito de mistério e o conceito de Revelação.
Até porque esses dois conceitos têm sido muito usados hoje. Eu desconfio que nem sempre da forma correta e da forma bíblica. Biblicamente falando, mistério é um termo que é usado no Antigo Testamento, como no Novo, na maior parte das vezes, para se referir a alguma parte desse plano que Deus articulou lá na eternidade e que ele escondeu dos homens.
Por isso que é chamado de mistério. É mistério, é uma coisa que está escondida, tal culta, né? Ela não é pública, mas ela é reservada.
Então, mistério é o nome que se dá no Antigo Testamento e no Novo Testamento, principalmente, não exclusivamente, não exclusivamente, mas principalmente para as etapas do plano da salvação. E é chamado de mistério porque Deus não revelou de uma vez só; ele foi revelando aos poucos, foi revelando em pedaços, em etapas. E aí, cada etapa dessa que antes era um mistério, ao ser revelada, deixou de ser mistério e se tornou o mistério revelado ou mistério público.
E Deus fez escrever esses mistérios revelados na Bíblia. De certo sentido, você pode dizer que a Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento, é o registro da Revelação que Deus fez do Mistério do seu plano ou do seu plano misterioso. E você vê que ele vai fazendo isso em etapas, vai fazendo isso aos poucos, de parte em parte; portanto, mistério e Revelação andam juntos.
Na Bíblia, nós podemos dizer, a essa altura da Revelação, passados dois mil anos do último livro da Bíblia ter sido escrito, que não existe mais nenhum mistério que Deus, daqueles que Deus queria que a gente soubesse, que ele já não tenha revelado. Não tem mais nenhum mistério que Deus está guardando que ele já não tenha revelado, a não ser coisas que ele mesmo disse que ele não vai dizer, tipo assim, o dia e a hora da vinda de Cristo. Isso aí permanece o mistério, mas ele já disse também que é mistério e vai continuar a ser mistério; isso ele não vai dizer.
Mas tudo mais que tem a ver com o plano da Redenção, Deus já revelou. Portanto, mistério no Novo Testamento é mistério revelado. Não está faltando mais nada para o crente entender o plano de Deus, aquilo que Deus fez, por que ele fez e o que ele vai fazer.
Aí eu vou, eu vou citar para vocês, eu escolhi nove passagens; poderia ter escolhido mais, mas eu escolhi nove passagens da Bíblia onde esse conceito aqui está muito claro. Deixa-me dizer mais alguma coisa: primeiro, o mistério tem a ver com o plano da Redenção. O mistério do futuro individual das pessoas é outro assunto, de repente, né?
Deus vai revelar um mistério para o mistério de com quem você vai casar. É um mistério que você não sabe. Não sabe nem se vai, né?
Casar é um mistério. Deus pode revelar esse mistério pessoalmente, se Ele quiser fazer; Ele é Deus quem vai dizer a Ele que Ele não pode fazer o que Ele faz. Mas esse é o tipo de mistério que a gente chama de uma experiência pessoal e não normativa.
Você, agora, não vai pegar pelo fato de que Deus lhe dê uma visão dizendo que você vai casar com aquela pessoa e, aí, você casou com aquela pessoa. Isso não dá a você o direito de abrir uma igreja, dizendo "a igreja dos revelados" a respeito do casamento, com base numa experiência pessoal sua. Entende?
É diferente desses mistérios bíblicos. É diferente desses mistérios bíblicos porque eles são públicos, eles têm a ver com a redenção da humanidade, não têm a ver com destino pessoal de um indivíduo. Não tem, se Deus quiser, dizer a você o número da loteria.
Não é para você ser rico. Deus pode fazer isso, só que eu nunca soube que Ele fez. Eu nunca soube que Ele fez.
Então, Deus pode. Ele é Deus. Nós não vamos colocar aqui nenhuma trava, limite ou freio em Deus, mas eu estou dizendo que não é nesse sentido que a palavra "mistério" é comumente usada na Bíblia.
Quando fala de mistério revelado, tem a ver com a parte pertinente ao plano de Deus e à sua Redenção. Essa é a primeira coisa. A segunda coisa: por incrível que pareça, essas revelações, a revelação desses mistérios do plano da Redenção no Antigo Testamento, geralmente, foram feitas.
Deus deu aos profetas; e aqui você pode pensar nos grandes profetas, profetas maiores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, e nos profetas menores. Foi a eles que Deus revelou os mistérios do seu plano de salvação. E no Novo Testamento, por incrível que pareça, a gente poderia pensar que seriam os profetas do Novo Testamento, mas não!
Quem recebe os mistérios, quem recebe a revelação dos mistérios do plano de Deus não são os profetas do Novo Testamento, tipo aqueles profetas que tinham lá em Corinto. Mas aqui, né, em Corinto, mas eram os apóstolos. Os apóstolos é que são os sucessores dos grandes profetas do Antigo Testamento.
Eles são os sucessores. Os profetas do Novo Testamento, como a gente tem procurado mostrar aqui, eram mais pregadores locais, eram pessoas que tinham autonomia na sua igreja e a quem Deus, ocasionalmente, trazia uma mensagem que a pessoa trazia para a igreja, uma mensagem de edificação, uma mensagem de conforto, alguma coisa desse tipo. Eventualmente, aparecia uma águia; lembra do profeta Ágabo, no livro de Atos?
Mas, mais uma vez, ali o que ele fala tem a ver com o ministério do apóstolo Paulo. De Paulo a Jerusalém, por conta de uma grande fome que haveria, que ele profetiza, e que lá Paulo seria preso e testificaria em Roma, está tratando da vida de um Apóstolo de Jesus Cristo. Então, são ocasiões excepcionais que a gente precisa ter cuidado antes de tornar normativo, antes de pegar isso e dizer e fazer uma doutrina.
Olha, Deus hoje fica adivinhando, né? Dando a alguma pessoa o dom de ficar sabendo o que está acontecendo na vida dos outros e anunciar o futuro. Não tem muito cuidado.
Deus pode fazer, pode, mas a gente precisa ter cuidado com esse tipo de coisa, porque tem tanto absurdo, gente, a respeito disso, que a gente fica até constrangido, né, em contar algumas experiências desse. Mas vamos lá, a terceira coisa a respeito desses, desse binômio, né, mistério revelado: primeiro, é que tem a ver com o plano da Redenção; segundo, profetas do Antigo Testamento, apóstolos do Novo; terceiro, é que quase sempre, nem sempre, mas na grande maioria das vezes, esse mistério, quando é revelado, ele é revelado com base numa revelação anterior. Explico: quando aqui mesmo a gente vai ver que, quando Paulo vai explicar esse mistério, o que vai acontecer com as pessoas que estão vivas, ele não vai fazer isso do nada.
Ele vai citar duas passagens do Antigo Testamento que, se você lesse sem conhecer 1 Coríntios, você nunca ia ver o que Paulo está vendo lá. Você vai ler aquela passagem e se perguntar como é que Paulo viu isso. Mas, exatamente porque ele é apóstolo, porque ele tem revelação da parte de Deus, dos mistérios de Deus, é que ele vai dizer: essas duas passagens aqui têm a ver com a transformação dos vivos na vinda de Cristo Jesus.
Só Paulo poderia dizer isso. Eu, como intérprete, como pastor, não posso dizer, porque eu não tenho revelação. Eu não sou inspirado para fazer esse tipo de interpretação; não sou como Mateus, por exemplo.
No livro do profeta Oséias, está escrito lá: “Do Egito tirei meu filho. ” Quando você lê o profeta Oséias, está óbvio que Oséias está falando da saída de Israel da terra do Egito, Êxodo, como Moisés liderando, abriu o mar Vermelho, mandou as dez pragas do Egito, chamou meu filho. Filho ali é a nação de Israel.
Mateus chega, pega essa passagem e diz: E aí Maria e José vieram com o menino do Egito para Galileia, para se cumprir, aliás, para Belém. Agora, diz qual é a cidade, para se cumprir o que foi dito pelo profeta: “Do Egito chamei meu filho. ” Agora, Mateus já está aplicando aquilo ali; o filho agora é Jesus que está vindo do Egito.
Se Mateus não tivesse dito que aquela passagem de Oséias tinha a ver com a infância de Jesus, você nunca ia descobrir. Mas por que Mateus sabe? Porque ele é apóstolo, porque ele é inspirado por Deus, porque ele tem o dom da interpretação, por assim dizer, infalível, porque ele podia escrever escritura.
Você não pode, e eu não posso. Eu não posso fazer descobrir sentidos na Bíblia que. .
. né? Absurdo.
A única coisa que posso fazer é estudar a Bíblia e tentar entender o que os autores bíblicos queriam dizer com aquilo que escreveram, que é o que fazemos toda segunda-feira aqui. Mas eu não posso trazer para vocês, meus irmãos: "Eu tenho aqui, vou revelar um mistério a vocês, uma coisa que ninguém nunca ouviu antes, mas que está lá no profeta Isaías, o dia e a hora da vinda de Jesus Cristo. " Pode apedrejar, que é falso profeta.
Não deixe nem eu passar daquela porta ali, por favor, tá? Então, quase toda vez em que o mistério era revelado, ele era revelado com base em alguma escritura anterior, como eu vou querer aqui demonstrar para vocês, tá bom? Feitas essas três qualificações, vamos lá ver agora as passagens que eu escolhi aqui.
Eu começo com o profeta Daniel, porque a história de Daniel é bastante conhecida. Daniel, por excelência, é o revelador de mistérios no Antigo Testamento, e o mistério quase sempre vinha na forma de um sonho ao rei, que ninguém sabia interpretar; os magos não sabiam. E aí, então, é dito: o mistério foi revelado a Daniel numa visão da noite.
Por exemplo, Daniel, capítulo 2, verso 19: "Então o mistério foi revelado a Daniel numa visão da noite. " Percebe o binômio aí? Mistério e revelação.
O mistério foi revelado. Qual é o mistério? Quando você lê o capítulo 2, o mistério é o sonho que Nabucodonosor teve daquela grande estátua, e que depois ela era derrubada e destruída por um reino que era maior.
Aquilo ali representava a queda da Babilônia e fazia parte dos planos salvadores de Deus, de resgatar o seu povo. O povo dele estava preso, o povo dele estava cativo ali na Babilônia, mas havia chegado a hora desse povo retornar, e esse reino, então opressor, que tinha mantido os judeus escravos, presos durante 70 anos, ele seria derrubado. Como eu disse, é uma verdade pública que tem a ver com a ação de Deus na história.
O mistério foi revelado a Daniel numa noite. Eu duvido muito que hoje haja alguém que tenha esse tipo de revelação a respeito do que Deus vai fazer com tal nação ou com aquela outra nação dentro do seu plano de redenção. Nós não sabemos.
Nós não sabemos o que Deus vai fazer. Na verdade, somos surpreendidos. Não é de vez em quando?
A gente tem uma surpresa no cenário internacional de alguma nação que se levanta, alguma nação que se quebra, algum caminho que alguma nação tem, e não tem nenhum profeta que diga antes, né? E que deixe por escrito, né? "Olha, o mistério me foi revelado do que vai acontecer com a nação tal, com respeito ao povo de.
. . " Deus e a Igreja que está lá naquela nação não tem mais, né?
Não tem porque esses mistérios já foram, outro exemplo: Mateus 13:11. Jesus respondeu: "A vocês é dado conhecer os mistérios do Reino de Deus. " O Reino de Deus, mistérios do Reino!
O que são esses mistérios? Têm a ver com o destino individual das pessoas, como eu já disse, né? Aonde você vai morar, com quem você vai casar, com a cor da roupa que você vai comprar.
O que são os mistérios do Reino de Deus? Exatamente as partes misteriosas do plano de Deus para os crentes. Isso é dado, pois Jesus revelou.
Está falando aqui para os apóstolos, né? "A vocês é dado conhecer! " Eu vou dizer a vocês como é o Reino de Deus.
Aí ele cita uma série de parábolas, a parábola do semeador, explicando porque aqui a palavra. . .
Ele pregava a palavra, mas pouca gente acreditava. Porque dos quatro tipos de solo, representando corações, só um era receptível. Ele conta a parábola da dracma perdida, ele conta a parábola do filho pródigo.
Tudo isso são mistérios do Reino de Deus que Cristo revelou sobre como funciona o Reino de Deus aqui neste mundo. Como funciona o Reino de Deus? Pega, por exemplo, agora Romanos 16, final do capítulo 16 da carta de Paulo aos Romanos, versos de 4 a 25.
É uma doxologia. Paulo diz assim: "Aquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo. " Agora, presta atenção: "Conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos e que agora se tornou manifesto e foi dada a conhecer por meio das escrituras proféticas.
" Está tudo aqui! Paulo está dizendo: "Olha, a Deus seja toda glória, porque ele revelou o mistério do evangelho que estava oculto nos tempos eternos, mas agora foi revelado através das escrituras proféticas, os profetas do Antigo Testamento que anunciaram a vinda do Messias, anunciaram a chegada do Reino de Deus, a inclusão dos gentios no povo de Deus e tudo mais. " Percebe?
Revelação do mistério com base nas escrituras, feita por um apóstolo, tem a ver com o plano de Deus. Mais uma passagem, e essa daqui é um pouquinho mais longa, mas ela é essencial. Está na carta de Paulo aos Efésios, capítulo 3, do verso 4 em diante.
"Ao lerem o que eu estou escrevendo," diz Paulo, "vocês poderão entender a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual em outras gerações não foi dado a conhecer aos filhos dos homens. " O mistério de Cristo, a pessoa de Cristo, que ele morreria numa cruz, que ele era o Filho de Deus, que ele seria um de nós. Isso não foi dado a conhecer em gerações antigas, mas foi revelado ao apóstolo Paulo.
Foi revelado, e não somente a ele. Veja como ele diz: "Não foi dado a conhecer aos filhos dos homens como agora foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas pelo Espírito. " Aquilo que eu disse: esse tipo de revelação era dado aos profetas do Antigo Testamento e aos apóstolos do Novo Testamento a respeito do plano da redenção.
Quem era Cristo, como ele haveria de vir, que nasceria de uma virgem, que seria onde nós tomaria forma humana. Isso tudo estava seguro no Antigo Testamento, meio que oculto das gerações anteriores, mas Deus revelou o grande mistério a respeito da salvação e da redenção através dos profetas e através dos apóstolos. O mistério, Paulo diz aqui, nesse caso, é que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho, do qual fui constituído ministro, conforme o dom da graça de Deus a mim concedida, segundo a força operando o seu poder.
Aqui, Paulo diz: "Olha, o mistério é esse, que os gentios. . .
" Isso não estava claro no Antigo Testamento. Mas os gentios são herdeiros de Abraão juntamente com os judeus. Deus não tem dois povos, é um povo só: judeus e gentios são co-herdeiros de Abraão.
Isso é um mistério que, para os judeus, quando vissem isso, jamais, de jeito nenhum, diriam: "Nós somos um povo separado, um povo diferente, temos a aliança da circuncisão, Deus tem um pacto. . .
" E diz o apóstolo Paulo: "Mas agora eu estou revelando a vocês esse mistério que não estava revelado antes, que os gentios, os não judeus, também fazem parte do povo de Deus juntamente com os israelitas. " Isso, sim, é mistério revelado! Esse tipo de mistério que eu me refiro.
Então, não tem ninguém hoje, não tem mais. Deus não está mais revelando novos mistérios. O que ele tinha para revelar a respeito do seu plano e onde está essa revelação?
Está aqui na Escritura. Por isso que a gente estuda a Bíblia, para conhecermos os mistérios revelados de Deus e para entendermos o seu plano. Parou?
Não! Romanos 11:25 a 26: "Não quero, irmãos, que vocês ignorem esse mistério," olha lá de novo, né? "Não quero que vocês ignorem esse mistério, para que não fiquem pensando que são sábios.
" Aí Paulo diz que mistério é esse que ele está revelando aos romanos: "Veio endurecimento em parte a Israel, até que tenha entrado a plenitude dos gentios. " Olha aí! Ninguém sabia disso!
Porque Israel rejeitou a Cristo. Não foram rejeitados, entregaram-no para ser crucificado e morto. E agora, o que vai ser de Israel?
E Paulo diz: "Eu vou revelar o mistério para vocês. " E o mistério é esse: que esse endurecimento dos judeus, em parte, ou seja, por um tempo, como ele diz aqui continuando, "até que tenha entrado a plenitude dos gentios. " Ou seja, quando Deus terminar de chamar o último gentil eleito, quando o número dos eleitos se completar entre os gentios, então esse endurecimento dos judeus vai ser tirado.
E aí, como está escrito. . .
Lembra que eu falei que a revelação dos mistérios era sempre com base na. . .
Escritura ou aqui a escritura que Paulo usou para se referir a isso, como está escrito: "O Libertador virá de Sião e afastará, afastará de Jacó as suas impiedades. " Essa passagem está nos profetas, de que o Libertador viria afastar o povo de Israel das suas iniquidades. O apóstolo Paulo olhou com olho de apóstolo e disse: "Isso aqui tá dizendo que ainda tem esperança para a nação de Israel e que os judeus vão se converter próximo da vinda de Jesus.
" Tem sido essa a esperança dos cristãos: um grande avivamento na nação de Israel antes da vinda de Jesus Cristo. Com base nisso que Paulo tá dizendo aqui, nesse mistério que foi revelado, esse mistério é que Deus tem dois povos. Deus só tem um povo.
Só que essa banda do povo de Deus que está endurecida não é que, portanto, precisa se converter; vai se voltar ao Messias próximo da vinda dele. Outro mistério aqui: olhem 1 Coríntios 2, de 7 a 8: "Transmitimos a sabedoria de Deus em mistério, a sabedoria que estava oculta, que Deus predestinou, previu, desde a eternidade para nossa glória. Nenhum dos poderosos deste mundo conheceu essa sabedoria, porque, se tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória.
" Como está escrito: "A Ele se referiu Isaías: 'Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem subiu ao coração humano aquilo que Deus preparou para aqueles que o amam. '" Mais uma vez, Paulo usando a escritura para revelar mistérios. E que mistério é esse?
Que o Messias, o Salvador do mundo, Ele viria de forma humilde, a ponto de que os poderosos deste mundo não reconheceram. Se tivessem reconhecido, não teriam crucificado. Quando é que Paulo tirou esse mistério?
Tira dessa passagem de Isaías: "Olhos não viram, ouvidos não ouviram, não subiu ao coração humano aquilo que Deus preparou para aqueles que o amam. " Paulo não tá falando do céu; ele tá falando de Cristo. Ele tá falando de Cristo, mas o mistério revelado em Colossenses 1:26 a 27: "O mistério que esteve oculto durante séculos e gerações, mas que agora foi manifestado aos seus santos.
A estes, Deus quis dar a conhecer a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vocês, a esperança da glória. " Que mistério é esse que Paulo diz aqui que esteve escondido durante séculos, mas agora foi manifestado aos crentes, a quem Deus quis dar a conhecer a riqueza da glória desse mistério? Que mistério é esse?
A resposta é: Cristo em vós, a esperança da glória. Esse é o grande mistério que agora foi revelado. Não é mais mistério, né?
Porque agora tá revelado, tá aqui reveladinho para nós. Como eu disse, todo o mistério bíblico é mistério revelado; não tem mais nada oculto que Deus queira nos dizer. Você pode talvez perguntar: "Mas a identidade do Anticristo, esse mistério não tá revelado?
" Deus também não prometeu que revelaria. Mas Ele deu informações a respeito do Anticristo: como seria, o que é que Ele faria, qual era a posição dele. Isso tudo o apóstolo Paulo fala; o livro de Apocalipse fala; 1 João fala.
O Anticristo é alguém que tomou o lugar de Cristo. Ele nega a Encarnação de Cristo. Ele vai procurar destruir o povo de Deus; vai se assentar ou vai querer parecer Deus para as pessoas.
Então, tudo isso já está revelado. A gente já sabe o suficiente, aquilo que Deus considera suficiente. Última passagem, que é essa agora que nós estamos estudando.
Eu fiz todo esse arrodeio para chegar na passagem que estamos lendo aqui, para você entender o que é que Paulo diz: "Eis que vou lhe revelar um mistério. " É o verso 51: "Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, no momento, no abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
" Observe os seguintes pontos aqui nessa passagem, que está na mesma categoria de todas aquelas outras que citei e que falam dos mistérios ou do mistério ou das partes misteriosas do plano de Deus. Primeiro, você nota que o apóstolo Paulo está dizendo o que ele nos revela: "Nem todos dormiremos. " Note que ele fala na primeira pessoa do plural; é como se ele tivesse esperança de que ele faria parte disso.
A gente percebe, às vezes, em Paulo, que ele trai um pouco a expectativa que ele tem de que ele vai estar vivo quando Cristo vier; que Cristo voltaria durante o tempo da sua vida. Aqui é uma passagem, “nem todos dormiremos”; ele tá na primeira do plural: "Nem todos nós dormiremos. " Então, ele tinha essa esperança de que ainda, durante a sua vida, o Senhor Jesus haveria de voltar.
Quando eu falo "dormir", eu já expliquei isso aqui; não é, mas sempre é bom explicar. "Dormir" aqui não significa que depois da morte você vai entrar em consciência, o sono da alma, mas a palavra "dormir", e você percebe que o contexto nos ajuda a ver isso, é usada no contexto da ressurreição. Da mesma forma que alguém vai dormir e depois acorda, a morte para o crente é um sono, não porque ele fica inconsciente, mas é porque ele vai dormir e vai acordar, ele vai ressuscitar.
É por isso que é chamado de "dormir". O crente dorme não porque ele fica inconsciente, mas porque ele vai acordar; Deus vai tirá-lo da sepultura. Paulo tá dizendo: "Nem todos dormiremos, nem todos nós morreremos.
" Essa é a primeira coisa que ele vai revelar. E olha, isso aqui é uma revelação mesmo; é um mistério mesmo, porque tá escrito que o salário do pecado é a morte. A exceção a isso foi Elias, que subiu aos céus numa carruagem de fogo, e Enoque, no Antigo Testamento, que foi trasladado para não ver a morte.
Só duas pessoas em toda a história da humanidade que nunca morreram, e agora Paulo revela esse mistério: que, por ocasião da vinda de Cristo, os crentes que estiverem vivos não morrerão. Haverá uma geração que não vai morrer, não vai experimentar a morte. Segundo, seremos todos transformados.
Isso aqui eu já falei, não vou nem voltar. Não é a transformação do corpo atual, corrupção, mortalidade, desonra, fraqueza, no corpo apropriado para o reino dos céus, que é o corpo imortal, incorruptível, o corpo eterno, semelhante ao corpo de Cristo. Nós seremos transformados ainda vivos; deve ser uma experiência extraordinária, deve ser uma coisa que desafia qualquer descrição.
A terceira coisa que isso vai acontecer assim: no momento, num abrir e fechar de olhos. Não vai ser um processo, mas vai ser algo instantâneo. Paulo tá usando o que ele conhecia como sendo a coisa mais rápida do mundo: piscar de olhos.
Hoje a gente sabe que não é, né? Tem coisa muito mais rápida do que o piscar de olhos, como, por exemplo, passar um Pix. Mas, tirando isso, naquela época a coisa mais rápida era piscar de olho, então iria ser uma coisa instantânea assim.
A quarta coisa que ele diz aqui é que será ao ressoar da última trombeta, porque a última trombeta. . .
As trombetas anunciam os atos de Deus. Toda vez que um rei ia fazer um pronunciamento, ao que o rei chegava numa cidade, ele era precedido pelos trombeteiros que tocavam, anunciando a chegada do rei. Então, a vinda do Senhor Jesus será anunciada pelos anjos tocando trombeta, e como a vinda de Cristo é o último ato do plano da redenção, ele se refere a isso como sendo ao ressoar da última trombeta, porque não tem mais outra.
Não vai ter mais nenhum outro ato. Termina a história desse mundo com a vinda de Cristo. Eu sei que tem irmãos que creem no milênio, mil anos terrenos e tudo mais, né?
Somos irmãos do mesmo jeito. Se tiver um milênio, ótimo, eu também vou para ele com você, glória a Deus, né? Tô feliz com isso, não, mas eu tô dizendo que a evidência bíblica que me convence é passagens como essa: ao ressoar da última trombeta, ou seja, o anúncio do ato final de Deus.
Qual é o ato final de Deus? É a vinda do seu Filho para buscar seu povo, ressuscitar os mortos, transformar os vivos, mudar esse mundo e começar o novo céu e a nova terra, onde habita a justiça. Pronto, não tem mais nada depois disso.
Ainda bem, não é? Porque aí, glória para sempre; glória eterna, felicidade eterna. Mas, como eu disse, eu não brigo por isso, né?
Se tiver um milênio terreno, ótimo, estaremos todos juntos lá nesse milênio abençoado, muito embora eu tenha alguma dificuldade com isso, mas não é intransponível. Naturalmente, já estive errado antes em várias outras coisas. A trombeta soará.
Quinta coisa: os mortos ressuscitarão incorruptíveis. Aqui tá a sequência: primeiro, quando Cristo vier, a trombeta vai soar. Então, a primeira coisa que vai acontecer é que os mortos em Cristo vão ressuscitar daquela forma que nós já falamos.
E nós, mais uma vez, a esperança de Paulo, né? E nós seremos transformados. O nosso corpo será igual ao corpo da ressurreição, só que chegaremos lá por um processo diferente.
Os que morreram ressuscitarão; os que estiverem vivos serão transformados. Mas, no final, teremos o mesmo tipo de corpo para participar e herdar o reino de Deus. Por que é que tem que ser assim?
Por que isso precisa acontecer? Ele diz no verso 53: "Porque é necessário que esse corpo corruptível se revista da incorruptibilidade e que o corpo mortal se revista da imortalidade. " Como eu disse, como ele diz, né, existe a incompatibilidade.
Não tem como, do jeito que estamos, entrar no reino de Deus. É preciso que haja toda essa mudança. E aí a gente pergunta: de onde é que você tirou essa ideia, Paulo?
Olha o raciocínio do apóstolo Paulo a partir do verso 54. E quando esse corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade e o que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita. Lembra que eu disse que toda vez que tem revelação de mistério envolve escritura?
Então tá aqui as duas passagens do Antigo Testamento, às quais Paulo teve acesso ao verdadeiro sentido e que nos revela, como apóstolo de Cristo, aqui como parte dos mistérios de Deus: então se cumprirá a palavra que está escrita. A primeira passagem que ele cita aqui é Isaías, capítulo 25, verso 8, que diz assim: "Isaías tragará a morte para sempre, e assim o Senhor Deus enxugará as lágrimas de todos os rostos. " E Oséias, capítulo 13, verso 14: "Eu os remirei do poder do inferno e os resgatarei da morte.
Onde estão a morte e as suas pragas? Onde está o inferno e a sua destruição? " É o que diz Oséias e é o que diz Isaías.
Paulo junta as duas citações numa citação só, que tá aqui no verso 54: "Se cumprirá a palavra que está escrita: tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?
" A gente olha para essas passagens e se pergunta como é que Paulo viu isso aqui, mas se você seguir o pensamento dele no verso 56 e 57, você vai ver que tem uma lógica. Ou, é lógica dele: verso 56, "o aguilhão da morte é o pecado". Aguilhão era aquele pedaço de ferro que era juntado no arado, que era puxado pelo boi e que entrava na terra, saindo rasgando a terra, ferindo a terra, abrindo aqueles sulcos onde, atrás, vinha o semeador jogar a semente.
Era o aguilhão. Então, Paulo usa essa figura: "O aguilhão da morte é o pecado. " Ou seja, o que é que fere a gente, em que sentido o pecado fere a gente?
Ele diz: olha. . .
Ó aguilhão, perdão! Em que sentido a morte seria a gente? Qual o poder da morte para nos ferir?
O que é o aguilhão da morte? Ele diz: "O pecado". Por que nós todos vamos sentir a ferroada da morte?
Se não formos transformados na vinda de Cristo, nós vamos sentir o aguilhão da morte. Não é porque vai nos ferir, vai nos matar. Então, de onde vem esse poder para fazer isso?
A resposta é: o pecado, porque o salário do pecado é a morte e a alma que pecar é essa que morrerá. Então, o aguilhão da morte é o pecado. Essa é a primeira coisa, mas o que dá força ao pecado?
De onde o pecado tem essa força toda? A resposta é: a lei, porque onde não há lei também não há pecado. Se a lei não dissesse "não adulterarás", o adultério não seria pecado.
Mas o que dá força ao pecado? A lei. E o que é que dá força à morte?
O pecado, que é o seu aguilhão. Cristo, em 1 Coríntios 15:57, diz: "Graças a Deus que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo". Na cruz do Calvário, Cristo levou o aguilhão em si, no nosso lugar, e ele pagou as demandas da lei.
Por isso, nós podemos ser livres do aguilhão da morte. Somos livres da lei e somos livres da condenação eterna e de ficar mortos para sempre. Graças a isso, Paulo termina dizendo: "Graças a Deus que nos dá a vitória por meio do nosso Senhor Jesus Cristo".
Através da obra completa de Cristo Jesus, todos os efeitos do pecado, as suas consequências, são desfeitos. Por isso, a gente pode perguntar, a gente pode dizer que a morte foi tragada pela vitória. A vitória de Cristo, quando ele morre na cruz e ressuscita.
"Onde está, ó morte, a tua vitória? " Porque a morte parece vitoriosa agora? Porque quem morreu está morto.
A morte parece vitoriosa, mas naquele dia a gente vai perguntar: "Onde está, ó morte, a tua vitória? " Porque os mortos ressuscitarão, a morte não vai poder segurá-los mais e nós seremos transformados. "Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
" Porque ressuscitaremos imortais e incorruptíveis. Esse é o pensamento de Paulo, a partir da obra de Cristo. Ele vê desfeita toda aquela obra maligna que começa com o pecado.
Por isso, ele pode clamar. Por isso, ele pode dizer que esses versículos aqui implicam na vitória final sobre a morte, tanto daqueles que já morreram quanto também daqueles que estão vivos. E ele termina com uma conversa muito conhecida: "Portanto, meus amados irmãos", o "portanto" aqui quer dizer o seguinte: já que há ressurreição de mortos, como eu acabei de demonstrar; já que Cristo ressuscitou dos mortos; já que Deus tem um reino eterno preparado para nós; já que em Cristo Jesus a morte já foi vencida; já que a vitória nos aguarda, a eternidade nos aguarda, sejam três coisas firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor.
Não canse de pregar o Evangelho, não canse de servir a Deus, não canse de usar os seus dons para fazer o bem, de viver para a glória de Deus. Não desistam, não desanimem diante das dificuldades, das doenças e diante da própria morte, porque ela já foi vencida. Ela já foi.
Não desanimem diante da própria morte, que se aproxima: a sua morte, a morte de um familiar, de alguém querido. Sejam, nas palavras de Paulo, firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo desse segredo revelado que é fundamental no Senhor: o trabalho de vocês não é vão se não tiver ressurreição de mortos. O meu trabalho é bom, o trabalho do pastor Cláudio é bom, o trabalho dos colegas pastores que estão aqui também.
O trabalho de vocês, queridos irmãos em Cristo Jesus, vivendo uma vida santa, uma vida reta, criando os filhos no temor do Senhor, se não tiver ressurreição de mortos, é tudo em vão. Como tinha dito Paulo antes: "Vamos comer e beber, que amanhã nós vamos morrer", e acabou tudo. Mas exatamente porque há ressurreição de mortos, porque a morte vai ser vencida, porque Cristo já triunfou, então vamos ser firmes, constantes, inabaláveis na obra do Senhor, porque não é vão o nosso trabalho; a nossa profissão de fé não é vã.
Amém! Que Deus console vocês, irmãos, e anime com essas palavras nesses dias difíceis, né? Que nós precisamos de conforto e consolação, e nós encontramos nesse evangelho maravilhoso que Deus nos concede.
Amém!