como começar a lidar com o trauma isso é difícil né porque o primeiro passo de todos é a gente reconhecer uma coisa muito simples e ao mesmo tempo não tão óbvia que é algo me atingiu algo me machucou isso que é um trauma Quando você vai pensar em física né Pensa ortopedia Traumatologia Você machucou você quebrou né Tem alguma alguma coisa que é assim olha Eh tem uma cicatriz tem algo que antes dele eu era uma coisa e depois desse evento eu fiquei outra coisa e a gente demora um tempo para compreender isso que ouve
algo da Ordem do acontecimento é até um conceito esse tem um autor que é o a ladu que até tem um livro né Leven o evento o acontecimento eh que tem essa definição antes é algo de uma natureza e o depois é algo de outra natureza tem um outro ser aí a pergunta é é aquilo que foi da Ordem do acontecimento fez a passagem de qual tipo de vivência para qual outro tipo de vivência eu vivi mais leve Vivi mais feliz foi um acontecimento como da Ordem da paixão por exemplo foi intenso foi um epifania
foi uma decisão maravilhosa em que eu digo olha par a partir de agora eu vou bancar o meu dom de desenhar eu vou desenhar cada um desses fios as linhas as texturas os fios é o jeito que eu olho o mundo é o jeito que eu vou olhar essas peças todas eu preciso mergulhar nas linhas e nos planos do mundo é isso que eu sou é da Ordem do acontecimento é traumático percebe a diferença eu tô eu tô Começando aqui do conceito mais amplo né esse evento esse acontecimento transformador de uma subjetividade e se em
vez de ser um Insight uma descoberta uma construção alguma coisa que a gente conquista e se é é algo da Ordem do que dói do que machuca do que tira do que Drena energia do que te funde do que te faz você se perder né aí esse é o trauma então primeira coisa diferenciar os vários acontecimentos da minha história dois aceitar reconhecer Olha eu só agora tô assumindo que levar aquele ora teve o impulso de trauma o significado teve a a foi da da magnitude do traumático para mim que eu falei tô nem aí tanto
faz tô tô vivendo minha vida ó tamb fuck off né não só que não por quê Porque doeu e por provavelmente se doeu tanto aqu ele fora é porque ele deve ter alguma Coligação com o evento traumático do passado que é alguma cena da Ordem do abandono da rejeição da perda do luto de alguma coisa que não pode ser devidamente elaborada Então esse é o terceiro elemento né Depois do reconhecimento depois da aceitação da carga do do da importância da magnitude da dor e da cicatriz é muito importante a gente falar bom então tem algo
aqui que coliga com a minha história de vida tem um reconhecimento normalmente de um evento traumático lá atrás e que tem que ser percorrido aí e a gente vai elaborar como é que se elabora algo Olha gente ó falação falação falação falação No melhor sentido não é só aquela tô falando assim é para dizer é é jorros de palavras porque normalmente o trauma é da Ordem do silêncio é alguma coisa ó pá levei porrada tem um pante da vida né e não pude elaborar não pude falar não pude simbolizar porque eu não tinha os meios
para isso não tinha aparelho psíquico para fazer essa digestão subjetiva não subje tii porque eu era muito novo pode ser era muito imaturo pode ser porque a carga traumática a carga dessa vivência era é muito alta muito pesado Pode ser então normalmente não é só que uma coisa é trágica é muitas vezes é né assim vou dar aqueles exemplos estupro eh violência física humilhação guerra fome eh sim mas muitas vezes não é de o trauma não é diretamente proporcional ao input da carga do evento vivido trauma é sempre a diferença entre a força do que
aconteceu e a minha potência a minha força de elaboração a minha possibilidade de digerir o acontecido né o meu músculo eh eh subjetivo digamos como é como é que eu tô em termos da minha experiência da minha maturidade da minha análise né Em que momento analítico eu tô eu sou um bebê e Alguma Coisa Acontece muito diferente Deus eu tenho 7 anos e eu consigo já ter esquemas mentais possibilidades para compreender o que é a vida o que é a morte o que é violência O que é pedir ajuda eu tenho 14 anos ten tenho
21 eu tenho 28 né Isso tudo é muito diferente então eh a gente reconheceu e normalmente a posterior no nosso processo analítico que a gente descobre que nossa vi mil vezes meu pai bater na minha mãe e ok foi um dia em que eu tava atravessando a rua e vi e um cara xingar meu pai aqui aquilo foi traumático muito mais do que as mil vezes que eu vi esse pai ser violento com a minha mãe n curioso vocês vem que eu tô dando exemplos que podem parecer aleatórios Mas isso é parte da Clínica isso
é o dia a dia da Clínica por exemplo o Freud tem um relato importantíssimo que ele foi contando a partir dos dos próprios sonhos e tá né da interpretação dos sonhos tá na biografia muito discutido que é justamente o o Freud lembrar de uma cena fundamental quando ele viu o pai dele ser humilhado por an semitas Freud era judeu o pai a família Viena século XIX e era o aumento do antissemitismo na Europa que justamente expulsou vários judeus alguns até fizeram né o grande movimento de defesa que foi sair daquele lugar né que é outro
assunto ele viu o pai se humilhado e isso para ele foi muito difícil e a reação do pai que eu não vou me estender aqui mas foi de Não enfrentamento essa cena foi muito difícil pro Freud poder elaborar então Eh você vê que depende do que que é a nossa visão de mundo e a nossa visão do próprio eu colocado nesse mundo para ele conseguir subjetivar intelect e poder pensar Como diria o Bion né poder pensar transformar esses elementos né A transformação do elemento Alfa ou do incognit ou do real né como diria Lacan ou
qualquer forma que a gente queira pensar eh ou qualquer autor ou referência bibliográfica eh ou ou simplesmente assim né O que que tá tão difícil e que a minha própria mente não digere o meu próprio músculo não carrega não lida não vai fazendo alquimia de palavras que é a grande ar analítica pra gente atravessar esse trauma né Não só começar a lidar com ele mas né porque não vamos acreditar fazer essa Travessia