Oitava: a conferência que auscultou o Brasil

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Ensp Fiocruz
Vídeo conta as histórias da 8ª Conferência Nacional de Saúde, um marco na luta pelo direito universa...
Video Transcript:
e falando ao brasil é claro prolongada o documento da liberdade e da dignidade da democracia da justiça social no brasil que deus nos ajude isto se comprar era muita esperança foi depois da ditadura muita gente voltou do exílio para enriquecer o nosso movimento dizem que os anos 80 na economia até pedia mas na verdade foi a técnica ganha nada com lista enorme participação política da luta contra a ditadura e da superação da ditadura militar era assim me dá uma passagem porque a associação das costureiras entende uma cidade do interior do estado do ceará ou não
sei o que tenho um grupo de representação de gaúcho lá no interior do rio grande do sul quer participar da conferência ele era uma conferência nacional mas ela queria contar com o processo participativo muito grande que começasse dos problemas vividos ali um lugar onde as pessoas viviam para chegar a uma política nacional o que a população queria que a população brigava aquele um sistema que precisa do brasileiro eu tenho certeza que as pessoas estão discutindo hoje a questão do sul no vendo golpista até mesmo eu tenho certeza que eles jamais souberam oitava jamais souberam que
houve um movimento desse porte no brasil e eles não estão nem um pouco interessado porque eles querem mesmo é privatizar podiam do mundo para teres heleno assustando uma família sem ter de espectro destino sem roupas em la sem pão sem saber o que fazer se escola para os filhos aumentar mais gostou assim o mundo não vai não pode sobreviver sem capa curtir país nem ter pão pra zico né assim o motor não a gente estava vivendo um momento assim o glorioso acabou a ditadura né tancredo foi indicado morre sarney assine e ele cumprir todos os
compromissos que fez com tancredo ou seja no meia ninis da saúde todos os ministros que é que seriam de tancredo vão sarney ea gente teve a feliz coincidência de ter um ministério da saúde o carlos santana pmdb da bahia centrão só que ele era casado com fabíola de aguiar nunes é que a fabíola era comunista foi na foi aplicar a água na época o arouca foi sabe então ele cumpriu santana chega pro sarney e falar olha para a fiocruz eu vou nomear um comunista mas é o melhor que tem mas você não vai reclamar de
mim nunca mais se alguém falou assim ah mas ele é comunista então começa ali naquele momento e e agem é toda uma conjuntura pra gente poder fazer o sus a tona porque essa discussão já vinha antes você tem desde a década de 70 3 em vários lugares do país você tem isso em são paulo ribeirão preto por exemplo você tem isso em minas no rio grande do sul em belém do pará em pernambuco a na bahia e você tem no rio de janeiro particularmente instituto de medicina social da uerj e na escola nacional pública você
tem grupos absolutamente insatisfeitos com a assistência a no campo da saúde particularmente na questão da assistência tem que sentir você tinha assistência para a população ao sem poder aquisitivo do ponto de vista da misericórdia não só santas casas de misericórdia mas outros serviços gratuitos ou você tinha assistência dada terminantes daqueles que tinham emprego formal que quero na verdade muito pouco sair da no país nós vamos construir juntos com as pessoas que vive o cotidiano do posto de saúde do hospital enfim sem condições de definir de fato atender a necessidade de discutir com essas pessoas o
que deveria ser esse sistema de saúde declara viu uma formação conceitual que nós fazemos dentro da saúde pública são de coletiva medicina social vários nomes que em cada universidade além do movimento social como service o centro de estudos brasileiros da saúde e abrasco criada em 79 que foi a associação dos programas de pós-graduação a ceb 76 abrasco de 79 são respectivamente 10 anos e pelo menos sete anos de construção alta mobilização de uma conjunção crítica sobre o sistema vigente e de reformas necessárias que acabaram gerando uma proposta de um sistema único de saúde a sétima
as conferências anteriores a aas ético conference elas foram feitas dentro da câmara dos deputados então quem participava dela médico e médico nem enfermeira médico médico decidiu que era bom para mim e para a sua saúde e para a saúde do povo brasileiro aí o arouca vai ter conversa com um santana e um santana falou não vão eu topo quer participação popular sim vão embora embora agora como é que vai mobilizar o povo brasileiro para uma conferência que ele não sabia do que se tratava porque não sabiam nem que tinha existido há outras né quanto mais
o 8ª conferência com participação popular 50 por cento dos delegados vieram da representação do estado e 50% da chamada sociedade civil organizada a questão é que sociedade é essa né como é que identifica se as representações na medida em que está havendo um processo do boleto de configuração inclusive uma série de entidades que estavam se desenvolvendo nesse processo na época estava passando uma novela eu eu lembro que era aguinaldo silva que tinha o cláudio cavalcanti como padre da cidade e ele era um personagem bom pra nós assim é fácil bem conversava com pobre falava de
saúde falava de educação aí eu fui até aguinaldo aí pedi pra ele botar um cartaz que eu fiz na hora de cartolina porque não tinha verba para divulgação nada minha isso arouca deixou claro agnaldo do poço eu fiz foi 8ª conferência nacional de saúde participe e ele botou o botão a fala no fim da noite falando com os fiéis que procurasse o sindicato que procurasse as suas confederações que todos do brasil que estivessem em alguma sociedade organizada que tinha direito até delegado ou participar da 8ª conferência nós formamos grupos de discussão e grupos de elaboração
de propostas e saímos há muitos e muitos municípios não me lembro a minha agenda de viagem ficou a intense cima começa então a fazer as consultas ea liga seus contatos com um conjunto variado de gente a representação da sociedade do veículo mas fácil que nós tínhamos 10 telex e às vezes a gente tinha que usar telegrama a convocar então quando as inscrições começarão a gente todo mundo assim a começou se está né porque vinha sindicato dos pescadores do ceará sindicato das procissões prostituta de belém do pará que todo mundo queria esse direito que a gente
falava que tinha nós temos a fome como um problema são extremamente sérios fruto de uma visita à situação social e econômica ea conferência nacional de saúde precisa partir na formulação de suas propostas dessa dura realidade é essa a realidade que nós herdamos dos 20 anos que o autoritarismo e autocracia fizeram desse país então nós número que estamos resgatando a dívida social ou precisamos resgatar a dívida social nós vamos ver é se esse resgate significa também um resgate da saúde do povo brasileiro eu recordo a vivacidade a intensidade dos debates e ao aparecimento de teses muito
bem sustentadas conceitualmente tomando experiências da social-democracia que exigia hoje não vi os demais países como canadá países nórdicos a próprio nacho monreal sistema da grã bretanha aí você tinha exemplos e nós tropicalizar vamos essas propostas e esses exemplos 98 grupos de trabalho cada uma saiu pau quebrava as plenárias eram completamente quentes são a atenção ganhou a proposta é a suspensão do pagamento do juro duzentos 268 ranking contra 254 votos se você perguntar em hostil a definição clara de um sistema que se queria não é claro que os princípios de uma certa forma ele foram colocados
em discussão os princípios da universalidade do sistema ou seja 11 na saúde como um direito da cidadania como um dever do estado isso muda radicalmente a concepção de saúde que era colocado até então né é um sistema universal integral e descentralizado enfim alguns elementos importantes que lhe foram colocados como teses referenciais de discussão é claro que isso passa também por uma discussão sobre o conceito de saúde né o conceito ampliado de saúde que foi também colocado plasmado nessa discussão eu mesmo tenho uma das conferências que o próprio arouca 6 onde esse foi o elemento central
como entendia saúde né não como uma questão fundamentalmente da assistência à saúde como mão como se diz no modo de andar à vida à saúde relacionado à maneira como se organiza a produção na sociedade à saúde como as pessoas moram à saúde como as pessoas têm acesso aos bens de uma maneira geral da saúde relacionada às condições ambientais e foi relacionado com a fazer a segurança das pessoas tem mais alguma coisa do que simplesmente estado anos que todo direito que tenho direito ao trabalho que tem direito ao salário condigno que têm o direito à água
que tem o direito absoluta que têm direito à educação até informações sobre como se pode dominar esse mundo e transformá lo que tem direito o meio ambiente não seja agressivo mas pelo contrário que permita a existência de uma vida digna e decente que tenha direito a um sistema político que respeita à livre opinião livre possibilidade de organização a livre possibilidades da autodeterminação de um povo que não esteja todo o tempo submetido ao medo da violência daquela violência resultante da miséria que resultou no roubo lotado que não esteja também submetido ao medo da violência do governo
num todo o seu próprio povo para que seja login interesses que não são os interesses do povo mas vou falar em reforma sanitária é banal igual falar em qualidade de vida todo mundo acha que não quando a dívida foi um conceito forjado tende ao longo dos anos é trabalhado essa amplitude a incorporação de outras disciplinas na constituição desse mesmo de si mesmo conceito mas hoje nós é banal tanto completou um solitário não era para colocar a reforma sanitária a comissão nacional já foi um ganho político foi um ganho político e essa comissão que a conseqüência
da 8ª a nacional ela tem uma característica extremamente é importante fundamental daquilo que nós temos hoje na constituição ela incorpora do debate o setor privado que não tinha participado tinha se negado a participar da 8ª conferência tinha tentado fazer uma conferência paralela frustrada em são paulo não conseguiu tentou mas não conseguiu e nesse momento você tenha confederação nacional da agricultura da indústria confederação nacional do comércio você tem a federação brasileira de hospitais que a representação por cento do setor hospitalar privado e assim por diante junto com que central de trabalhadores junto com a brasscom sebes
e assim deve ter um o elenco de instituições o que permitia a um debate e permite a fazer-se política da forma mais ampla possível ou seja colocando o contraditório sobre a mesa e relatório que sair dessa condição é que usa o relatório da 8ª conferência como sua base não é apresentado à assembléia nacional constituinte em 1987 uma discussão com uma discussão muito séria e é atrás disso que nós estamos dizendo o seguinte se a saúde é ou não é um direito da pessoa humana e por seu direito de passar necessidade da pessoa humana deve corresponder
um direito esse direito deve ser defendido e alceu brasileiro uma pessoa humana deve corresponder brasileiro o direito à saúde saúde o direito é claro que essa estrutura legal é fundamental é mais ela na segunda tudo no entanto é a luta para torná lo realidade como o sistema universal centralizado com eqüidade é certa ela continua em muito já foi um avanço significativo por exemplo tem muitos problemas ainda este mês começa inclusive nos 90 anos 90 são os ano da consolidação da liberdade no brasil com a eleição do cólon e 90 depois fernando henrique 94 né e
um componente importante né pra que se consolide de sistema de saúde é exatamente o pensamento de um exemplo e nós fomos de uma certa forma perdendo as propostas que dariam de não há sim uma coerência a o cto o financiamento do sistema compatível com o sistema universal né nós prendemos na questão da seguridade social que colocava um percentual significativo 30% do orçamento da saúde na seguridade social né perdemos uma certa uma parte da emenda constitucional 29 que define um percentual nível federal assim de 140 a corrente grupo de tal maneira que hoje é nós temos
um sistema universal mas com financiamento não é compatível com a sua universalidade a materialização da saúde como direito é um processo que custa caro à sociedade decidiu assim mas muitos governos rechaçam isso não há oferecendo os recursos financeiros necessários para que você tenha uma oferta adequada ainda mais no momento em que se complexificam os diversos instrumentos que a saúde tem um sistema de saúde as tecnologias de saúde existentes para serem oferecidas se você pega a soma que nós gastamos que o país gasta em saúde educação juntos relação ao orçamento geral da união passa pouco mais
de 6% vergonha e 48% é comprometido com dida a dívida pública só uma idéia então na verdade é isso é importante inclusive trazer a discussão para a crise que estamos vivendo hoje essa crise que que leva o golpe e que de uma certa forma um dos pilares de sustentação do discurso do governo golpista é é a contenção do défice público ou seja o estado não pode gastar mais do que arrecada é verdade mas trata isso dá um exemplo uma conta a dona da casa dona de casa sabe muito bem é gerenciar o seu orçamento na
do médio o gasto pode ser mais do que ela a renda da família a porta como economia política fosse isso a questão de opção onde você vai você taxa grandes fortunas por exemplo você tem um aporte significativo de lançamento se você enfrenta a renegociação da dívida pública você tem aporte significativo para social mas esse trabalho na contramão de tudo isso nós sabíamos que isso é um processo de longo curso você não muda entende 1 algo na abrangência como se colocou o conceito de saúde ea responsabilidade do estado brasileiro pela saúde dos brasileiros e brasileiras tende
demora pra outra e isso é um processo de longo curso quando se analisa isso a se uma figura de retórica que é o copo d'água a não se pergunta nós enchemos o copo até a metade com o copo foi esvaziado até metade de nós temos meio copo ou nos foi retirado meio qual eu vejo que nós chegamos ao meio copo né com a proposta com as experiências com o que você vê hoje de resultados do sistema único de saúde neste país inteiro quando você pensa que nós temos mais de 3 bilhões de procedimentos ao ano
à disposição da população quando você vê que os os transplantes cardíacos né o risco de outra ordem são feitos pelo setor público quem financia a maioria dos leitos hospitalares por esse país de que projetos como a aids e outros tantos intenção absolutamente bem sucedidos e exemplares pelo mundo inteiro sem dúvida nenhuma nós enxergamos metade desse copa o que está colocado hoje é um risco de esvaziamento disso entende a retirada dessa dimensão da solidariedade e da responsabilidade do estado pela saúde lato sensu nessa dimensão maior da prevenção até a promoção entende dos cidadãos e das cidadãs
brasileiras fosse arrancar de um sistema que não era baseado em direito e que as pessoas eram atendidas em casas de caridade como foi há muitos anos nos anos 70 e 80 para um sistema público baseado em direito a com a universalidade equidade qualidade e integralidade é um desafio espetacular eu acho que realizamos em boa parte aquilo que foi sonhado agora é bom viver sem som e continuamos sonhando com uma qualidade cada vez melhor para o sistema comenta integralidade efetiva com uma qualidade com uma equidade que é uma das questões importantes que estão ainda por ser
alcançado é uma briga permanente eu acho que a perspectiva de a gente conseguir reagir a isso existir e seguir no caminho da consolidação do sistema efetivamente universal público nem centralizado com participação social que atenda os interesses da população ele está enquadrado na minha opinião na perspectiva da política à luta do conjunto da sociedade a central sem ele perde eu ainda acredito pedro eu ainda acredito porque senão eu perco a minha utopia né e é tão bom você tem uma utopia na vida quero perder mão
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