Aos 99, sobrevivente do Holocausto luta contra o esquecimento | Documentário

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"Se os poucos sobreviventes não contarem aos jovens o que aconteceu, então tudo está perdido." Albre...
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Bom, sem essa calça. . .
e essa cueca sexy? Ah, mas é pra usar isso, né? Hoje você não vai vestir seus sapatos esquisitos,  mas estes sapatos de cadarço.
. . Os melhores.
Eu engordei. Você engordou? Não preciso de mais nada.
Você não engordou. Olha isso! Mesmo assim, vai vestir os suspensórios.
Não, não quero. Agora vem o Gato de Botas. .
. Mais uma vez, pressione,  pressione, pressione! Viu?
Jamais imaginei que voltaria para a  Alemanha e que eu me sentiria tão bem. Normalmente, quando se pergunta a  pessoas idosas sobre suas vidas, você recebe pouquíssimas respostas.  Mas ele tem uma biografia equivalente à de dez pessoas por causa de tudo o que ele  vivenciou.
E isso me fascinou desde o começo. Primeiramente, eu não sabia como abordá-lo  – digo, sobre a parte ruim da vida dele. A gente fica um pouco tímida no início.
Mas então  ele disse: "vá em frente, pergunte". E então ele começou a contar e eu ficava boquiaberta  de tanto espanto e outros sentimentos. Tenho 98 anos, mas não consigo entender  como uma pessoa pode ser assim.
Em toda a Frísia Oriental, nenhum  judeu conseguiu se esconder. Eu participei de três marchas da morte. Fui  levado para Bergen-Belsen.
Lá eu fiquei deitado entre cadáveres e pessoas moribundas. E alguns  dias depois veio um tanque. Pensei que eles iriam atirar em todos nós.
Mas era uma divisão  inglesa de tanques e vocês não podem imaginar com o que eles se depararam. Bergen-Belsen era um  cemitério. Num cemitério os corpos são enterrados, sob lápides.
Mas ali os corpos estavam jogados no  chão. E não era um, nem dois. Centenas.
Milhares. Por que eu sobrevivi e não meu irmão ou meus pais? Cada vez que liberava um campo, íamos para  outro: Buchenwald, Dora e Bergen-Belsen.
Se os poucos sobreviventes não contarem aos  jovens o que aconteceu, então tudo está perdido. Ele sobreviveu à guerra e  passou dois anos tentando encontrar a família. Ele encontrou sua irmã  e, poucas semanas depois, os dois emigraram para os Estados Unidos em 1947.
Ele não queria ficar aqui, porque não queria viver entre aquelas pessoas. Sim, e um para o papai e para a mamãe. Mas eles não estiveram aqui.
Isso não importa. Eles permaneceram lá por mais de  60 anos. Um dia ele acordou ouvindo gritos.
A irmã dele havia caído da cama. O derrame deve ter sido tão grave que ela não conseguia mais falar e nem se mover. Tudo o que sei é que eles trocavam cartas com pessoas da cidade de Leer, que então  entraram em contato e disseram: "vocês têm que vir para Leer, aqui nós podemos ajudar.
Eu era a enfermeira responsável pelos cuidados dela. Friedel nunca se recuperou  totalmente. Algum tempo depois morreu.
Eu me sentei ao lado dele - fiquei no  quarto com ele até às 7 horas da manhã do dia seguinte. E conversamos. De repente,  ele estava completamente sozinho no mundo.
Mesmo depois de aposentada, continuei  indo visitá-lo todos os dias. Então veio a pandemia e eu não podia ir mais. Aí eu  pensei: "não dá para continuar assim".
Então, um apartamento acima do meu ficou disponível  e pudemos nos mudar imediatamente. Faz quase quatro anos que dividimos um  apartamento. Cada um tem seu próprio quarto, mas convivemos juntos.
Cozinhamos  juntos, conversamos, xingamos, discutimos sobre tudo. Assim  como é quando se mora junto. Não enxergo mais tão bem - é a idade chegando.
Nada fácil levantar uma perna com 98 anos. Consegui! Agora ainda estou procurando.
. . O que mesmo?
Ah, minha escova de cabelo. Nossa, ela é horrível. Não para minha careca.
Muito  obrigado. Gerda, você é um amor. Sim, mas só às vezes.
Gerda se tornou uma mãe judia. Dizem que uma mãe judia cuida de seus filhos, cuida da  casa, cuida de tudo. Eu tive uma mãe amorosa, mas na época eu era pequeno.
E era natural que quando  eu me machucasse ou chorasse, minha mãe fosse me consolar, me beijar e dizer ‘vai ficar tudo bem’. Esta foto é a mais importante para Albrecht porque é a última dos três irmãos. Havia uma loja de fotografia com uma placa que dizia ser uma loja ariana e que a  entrada de judeus não era permitida.
Viramos a Estrela de Davi, seguramos uma bolsa  ou outra coisa sobre ela e tremíamos tanto que dava para ver pelos nosso nariz. Meu irmão não teve medo. Ele nos levou para dentro e o fotógrafo – o dono – tirou uma foto  e então Dieter foi lá um dia ou dois depois e buscou a foto.
Dissemos um ao outro: quando isso  acabar, queremos nos encontrar novamente. Todos em Berlim. Não queríamos voltar para a Frísia  Oriental por causa do que nos fizeram lá.
Não sei como me sentiria se meus pais  desaparecessem e eu não soubesse o paradeiro deles. Até hoje ele não sabe. Quer  dizer, ele sabe que foram assassinados em Auschwitz.
Eles nem tinham um número  – foram direto para a câmara de gás. Não tenho culpa pelo que aconteceu.  Eu nem era viva naquela época.
Mas sou alemã. E por ser alemã, a gente  acaba carregando certa responsabilidade. Quando você está diante de uma pessoa,  e tem conhecimento do que ela vivenciou, por um lado você sente uma certa pena.
Mas,  por outro lado, há também o pensamento de como, em nome dos alemães, compensar aquele  homem pelo que foi feito a ele? Bom, eu não sou o tipo de pessoa que  diz ‘não tenho nada a ver com isso, isso não é da minha conta’. .
. .  Claro que é da minha conta.
Há 10 anos, Albrecht e eu viajamos  fazendo o trabalho de preservação da memória, indo a escolas, explicando e  contando – apenas contando a história. Quando voltávamos do trabalho, antes  de tomarmos nossa sopa, que era quase intragável. .
. A porta era fechada. E  um homem da SS ficava parado olhando, porque você tinha que passar nu por ele.
E se  você estava magro demais, ou tivesse sarna, alguma erupção cutânea ou úlcera por desnutrição,  ele anotava seu número. E no dia seguinte desaparecia pela chaminé. Quem quer ver?
116. 927 Está sumindo. Vocês também têm uma tatuagem?
Ainda não. Somos muito jovens. Por que são jovens demais?
Temos 16 anos. Ah, mas dá para ter uma tatuagem com 16 anos. Sim, mas… Mas não uma assim.
Essa não foi tão boa. Obrigado. Magina.
Este ano nosso grupo ficou uma semana na Polônia, e visitamos Auschwitz. Você também esteve lá? Sim.
Você viu os sapatos e os pincéis de barbear, e essas coisas? Sim. Eu estive em Monowitz, não em Auschwitz.
Época horrível. Fiz trabalho forçado com 14 anos. Fui apelidado de migalha – eu era bem pequeno.
Sim, minha família toda foi assassinada. Eu gostaria de agradecer. Pelo que?
Pelo que o senhor nos esclareceu.  Isso é algo muito especial. Vocês são um grupo de pessoas muito aberto. 
E vocês estão no caminho certo. Não se deixem intimidar por esses fanáticos. Suas palavras me emocionaram muito.
De verdade. Estou realmente muito grata. Mas você não precisa agradecer.
Eu não sou nada neste mundo. Bem, para mim, sim. Sim, está certo.
Isso é maravilhoso. Conheci pessoas maravilhosas – do tipo que não conheci quando era criança. Eu tinha que sair da  calçada quando um ariano vinha em minha direção.
Nicolas Büchse é jornalista, e depois  de ter lido um artigo na revista Stern nos procurou perguntando se poderia  escrever um livro sobre Albrecht. Rapidamente percebi que havia mais nesta vida do  que aquilo que era possível descrever num artigo de revista. Esta é uma vida sobre a qual  vale a pena relatar.
Mais do que relatar, vale escrever um livro sobre esta vida. Nem a pátria nem os nossos vizinhos agradeceram ao meu pai. As pessoas nunca o chamavam de senhor  Weinberg ou Alfred Weinberg ou de vendedor de gado Weinberg quando indagavam por ele.
Elas  perguntavam: onde mora o velho Jöd Weinberg? Ótimo. Realmente ótimo.
Ninguém  poderia ter feito melhor. Exato. Você contou tudo isso a ele?
Sim, conversamos por um bom tempo. Absolutamente maravilhoso. Sim, muito bom.
Ainda tenho a mente clara,  mas meu corpo enfraqueceu. Estou muito feliz que haja um livro  assim. E que depois do meu falecimento, por assim dizer, seja lido pelos jovens  e que isso nunca volte a acontecer.
Meus pais se casaram em 1920 e se mudaram  para uma casa em Rhauderfehn. Minha mãe era uma mulher gentil. Ela não nos batia.
Ela  estava sempre preocupada com seus filhos. Meu pai era uma pessoa completamente normal. Era  amoroso.
Tínhamos uma vida familiar maravilhosa. Rauderfehn era um reduto antissemita. Éramos a  única família judia que ainda vivia lá e quase em frente à nossa casa foi construída uma  Praça Adolf Hitler.
A bandeira era hasteada todas as manhãs e os jovens vestiam  uniformes e cantavam canções assim: ‘hoje a Alemanha nos pertence e amanhã o  mundo inteiro. Continuaremos marchando, mesmo que tudo desmorone’. Sim, tais frases  eram cantadas na frente de casa.
Ou falavam: "judeu, nariz pontudo, bochechas quadradas,  sujo". E então veio a Noite dos Cristais. Eles vieram à nossa casa e praticamente destruíram  tudo.
Lembro que estava escuro. Não tinha ideia de que horas eram, mas nos perseguiram pela cidade.  Não sabíamos que a sinagoga estava em chamas, que a sinagoga havia sido incendiada, porque fomos  levados do outro lado da cidade para uma fazenda.
Na fazenda havia um matadouro, onde  eram realizados abates de emergência. E neste matadouro, no dia 9 de novembro,  mulheres e crianças foram trancadas. Lá eram guardados os machados e as serras. 
O ambiente por si só. . .
. as mulheres choravam com crianças pequenas…havia idosos. Todos os homens e jovens judeus acima de 17, 18 anos foram reunidos em Oldenburg e de lá levados  para o campo de concentração de Sachsenhausen.
Todos os anos, no dia 9 de novembro,  em memória à família dele vamos ao local de nascimento de Albrecht em Rauderfehn. É um lugar muito especial para Albrecht. Ele não tem um cemitério onde possa viver o luto  pela morte dos pais.
Este é o lugar onde ele pode ficar o mais próximo de sua família. Agradeço a todos por estarem aqui hoje. Muitas coisas ainda precisam mudar.
É um momento  difícil também para nós, pessoas da fé judaica. É graças aos alunos que a escola secundária  da cidade leva o nome de Albrecht Weinberg. Eles pressionaram para que a escola  Albrecht Weinberg recebesse o nome dele.
Ele não teve nada disso. Ele não teve juventude. .
.  não saiu para dançar, não se apaixonou, não teve nada. Quando normalmente se passa por essa fase,  ele estava em Monowitz.
Ele saiu do campo de concentração com 20 anos de idade. Albrecht, aqui está seu mingau. Um dia chegou uma carta de um  pastor aposentado.
Quando menino, ele fez parte da Juventude Hitlerista e  depois se tornou soldado das Forças Armadas nazistas. E ele nos escreveu uma longa carta. Cara senhora Dänekas, caro Albrecht Weinberg.
Já estivemos em lados opostos. Isso não partiu  de nós, mas de governantes criminosos que eu segui na época. Eu era ingênuo.
Hoje tenho  vergonha disso. Hoje gostaria de apertar as mãos em sinal de amizade e dar o exemplo  para que o que vivemos nunca mais aconteça. Bem, é uma carta maravilhosa.
Ele escreve  bem, teve educação. Eu só gostaria de saber o que se passava na cabeça dele naquela época,  quando estava na Juventude Hitlerista e caçava judeus. E me pareceu que ele quis dizer que tenha  sido algo incutido neles com o leite materno.
Ele nunca falou sobre isso durante a vida toda.  Foi falar somente agora, porque está perto dos portões do céu, isso porque acredita em Deus.  Ele não esteve em Auschwitz.
Se tivesse estado, não sei se ainda conseguiria acreditar em Deus. Ele não pode se comparar a você. Para mim, o uso da palavra "nós" é completamente inadequado,  porque ele é ele, ele não é Albrecht.
E Albrecht passou pela pior coisa que um ser humano pode  passar. Não podemos nem imaginar o quão ruim foi, nem nos piores pesadelos e imaginações. Ele  viveu aqui na aconchegante Frísia Oriental, tornou-se pastor e tudo estava bem.
E agora,  durante a velhice, surge nele um resquício de consciência. Sim, ele só se importa consigo  mesmo. E ainda a frase "não posso morrer sem antes contar na escola Albrecht  Weinberg a história da minha vida".
. . Quantas pessoas na sua família foram  assassinadas ou morreram na Segunda Guerra?
Nenhuma. Como soldado, talvez. Como soldado, sim.
Mas de outra forma não. Bem, você poderia ter dito não. .
.  que não queria se tornar soldado. Isso não dava.
Era contra os princípios  e contra a tradição. Não era tido como um bom comportamento cívico. Gostaria de dar as boas-vindas ao senhor Carl Osterwald de Münkeboe,  metrópole na Frísia Oriental.
O que particularmente interessa a Albrecht e  a mim, claro, é o lado judaico. Havia muitos judeus em Aurich. Você nunca soube onde os  judeus estavam, para onde foram ou onde estão?
Claro que sabíamos. Era visível em 1938 e  também era visível que os judeus estavam sendo levados. E devo dizer que meu avô era padeiro –  no norte – e era muito respeitado pela comunidade judaica.
Ele fazia os matzás para os judeus. Ele  tinha um monte de amigos judeus e nossos vizinhos eram judeus e eles também foram levados. Quando  éramos crianças, não perguntávamos para onde iam.
Depois ouvimos falar dos campos de  concentração. O que acontecia nesses campos de concentração, em Börgemoor. .
.  Eu não sabia nada sobre isso. Nada.
Ele já esteve em um campo de concentração e  pediu por perdão? Como esse homem ao meu lado que foi para Auschwitz. Ele ajudou lá.
Todos  nós – todos nós já tivemos um amigo judeu. Eles eram todos amigos dos judeus. Mas meus pais  foram assassinados.
Por quem? Não por Adolf. Por alemães.
Ninguém disse nada. Eles ficavam atrás  das cortinas. Eles viram como eram levados pelas cidades e vilas.
‘Sim, sim, os judeus, estão  sendo levados para o leste’. Não foi um nem 100. Milhões.
A Alemanha assassinou milhões. Albrecht está tudo bem. Não fique agitado.
Terrível. Agora todos querem se desculpar.  Alguém disse alguma coisa?
Nem uma palavra. De certa forma a gente desculpa, mas perdoar?  Como?
Meus pais foram assassinados e meus parentes. . .
Meus tios e tias foram todos mortos.  Não consigo nem explicar para uma pessoa normal. Eles nunca tiveram um terapeuta, nunca  tiveram apoio psicológico, nem nada disso.
Isso não existia antes. Mas a conversa  constante, a leitura constante sobre isso e, em parte também, a discussão. .
. Acho que durante  esses 10 anos eu também fui uma terapeuta para ele. E ele diz que dorme melhor à noite e eu  percebo isso.
. . quando ele vai para a cama e eu dou uma verificada lá pelas dez horas, ele está  deitado tão tranquilo e dormindo silenciosamente.
A gente comemorou o lançamento do  livro na escola Albrecht Weinberg. Eu tenho 74 anos e Albrecht fez 99 em março. E  como aos 99 anos já não é mais esperado dele que ele consiga assinar tantos livros.
. . criamos  um carimbo com as melhores assinaturas dele.
Para que a memória não se apague, como o número  no meu braço" é uma citação de Albrecht Weinberg e o título do livro – do qual hoje serão lidos  trechos por Nicolas Büchse e Gerda Dänekas. Atravessei correndo. Do outro lado, um rosto  – magricelo e com as bochechas fundas.
Mas ao redor de seus lábios, um sorriso que reconheci  imediatamente. Dieter? O homem sorriu.
Meu irmão, careca, mas meu irmão. Ali estava ele,  de repente, no meio desse inferno, na praça central de Auschwitz-Monowitz. Em meio  a milhares de prisioneiros, nós nos encontramos.
É claro que aqui também estiveram pessoas  que simplesmente não acreditavam no que seus avós tinham feito. Se há ainda um  pouco de sentimento de culpa ou algo assim. .
. não sei dizer. O interesse  no livro é imenso, inclusive aqui.
Você nota que eles estão se inteirando  do tema – questionando o que os pais e os avós realmente fizeram aqui. Espero e rezo para que todos os jovens que ouviram Albrecht ao longo dos anos  também – à sua maneira – tomem medidas contra injustiças, o racismo ou o que for. Espero.
Você tem medo de morrer? Não. Eu já acordei em tal situação.
Eu vi  centenas de cadáveres. Eu dormi na cama com eles. Mas você pode sentir o tanto de  medo que quiser, não tem como evitar.
O que aconteceu não pode ser desfeito.  Mas acho que da forma que eu pude, espero ter conseguido contribuir.
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