Olá, amigos. Bem-vindos a mais um vídeo aqui no canal. Iremos hoje falar sobre a hipóstase dos arcontes, assunto que também pode ser chamado de natureza dos governantes ou realidade das autoridades.
Esse é um tema espinhoso, faz parte da tradição gnóstica que vai desenvolver uma teologia provocativa, no mínimo curiosa, arrecadando críticas aí de diversas partes, porque as pessoas vão apontar o dedo, vão dizer de que o gnóstico ele é antiprogressista, vão dizer de que o gnóstico ele tem um pessimismo cósmico desnecessário, que se apega a filosofias inúteis. a excesso imaginativo, dentre outras coisas. Mas se realmente fôssemos ver ali o que eles estão buscando, não diria que é algo antiprogressista.
O termo hipóstas, inclusive faz parte ali da filosofia antiga, que representa a essência interior de algo. Então o gnóstico ele busca a gnose, que advém da palavra ali grega que significa conhecimento. Temos que ter cuidado com essa tradução de conhecimento, porque não estamos falando no gnosticismo de qualquer conhecimento adquirido em um vídeo aqui no YouTube, no livro que você abre e lê, mas sim da experiência direta.
A experiência direta são fenômenos que nós hoje nos habituamos a chamar de espirituais, que estão ligados a contato com algo mais luminoso, que, digamos, temporariamente lasca o tecido da realidade material que estamos aqui habituados a enxergar e nos traz algo direto. Era antigamente chamado de sussurros aos sábios, né? Então, a vida sussurra nos ouvidos dos sábios, que nesse caso aqui, os gnósticos, eles adquirem, digamos assim, esse verdadeiro conhecimento e a partir daí eles criam e ideias filosóficas baseadas nas denúncias da natureza.
Existe um contexto também, claro, de tradução, de estudo estereográfico que os gnósticos eles hoje, principalmente gnósticos modernos precisam realizar, mas especialmente estamos aqui falando da experiência direta da gnose. A gnose, no sentido primal, ela vai ter uma linguagem única. Existe além das palavras, além de qualquer formulação que fazemos aqui, além dos malabarismos mentais que vemos por aí, né?
E ela se torna um elemento comum que consolida práticas religiosas do Oriente e do Ocidente. Mas é bom lembrar aqui de que o gnosticismo ele não é uma caixa vazia onde você coloca qualquer sentimento e experiência que você teve. Às vezes você vai sentar ali, medita 40 minutos, já acha que entrou em gnose.
Hoje em dia qualquer coisa é gignnose. Então muito cuidado com a ideia desse tipo de experiência. São experiências vívidas, porém elas não são traduzidas em palavras.
O gnosticismo também ele se apoia em ensinamentos de segmento mitológico, isto é, ensinamentos que buscam decifrar os símbolos primitivos presentes em mitos e escrituras. Pela hermenêutica, nós conseguimos identificar e organizar os símbolos por trás das narrativas míticas. Assim, vamos organizando a ideia essencial dentro de uma declaração discursiva, onde o real é apreendido.
Os mitos, eles são guardiões do tempo e dos segredos da humanidade, mas nós não queremos saber dos mitos. Somos modernos, então preferimos ali fazer imagem de estúdio Gible no chat GPT do que estudar os mitos. Apesar de ter muita gente legal falando disso, até mais recentemente, você pega o mitólogo Joseph Kemple, você pega o próprio psiquiatra Carusta Vung, o professor Romeno Mia Eliad, entre outros pesquisadores.
Então, para fechar a introdução desse vídeo, o gnóstico é aquele que busca o conhecimento das causas primeiras, enquanto que o agnóstico é aquele que não sabe nada sobre as primeiras causas. O gnóstico é aquele que busca e se alimenta desse conhecimento. É isso que o pesquisador Stephen Hler vai falar de que o gnóstico é aquele que busca salvação por via do conhecimento.
Inclusive, aproveito a deixa para recomendar o seu livro Gnosticismo, que é uma excelente introdução para você que tá começando com os entendimentos gnósticos. Recomendo livros e artigos da biógrafa e a escritora Elaine Page, vou colocar os links aqui na descrição. E recomendo também um canal da Laia Dullios Viveca, que é um canal de gnosticismo, história e filosofia, talvez de maior qualidade no YouTube brasileiro.
E se a Lea tiver assistindo isso, por favor, me corrija se eu falar alguma besteira aqui nesse vídeo, certo? Enquanto que muitos canais estão se perdendo, lamentavelmente, paraa inteligência artificial, tem muitos canais sérios e legais que estão continuando a gravar vídeos e condensando ideias reais aqui no YouTube brasileiro. Muito legal.
Vamos então eh iniciar o nosso vídeo. Teremos dois sinos. Sinos aqui são intervalos e aí vamos organizar o material.
Então, uma vinheta rápida e já voltamos. Segundo os gnósticos, o homem está dormindo. Todos nós, eu, você, estamos vivendo uma espécie de sono cósmico coletivo e somos incapazes muitas vezes de observar aquilo que nos aprisiona.
Então o gnóstico ele se preocupava com isso, porque ele observava o mundo do jeito que ele era, com a sua selvageria, com as suas dificuldades e as destruições, sejam naturais ou também artificiais, né, no sentido das condições humanas promoverem também grandes destruições em massa devido à corrupção que não tá só em Brasília, mas tá em todo o mundo. Então, eu e você, todos nós estamos dormindo, estamos em uma espécie de sono cósmico consciencial, né? E precisamos da agnose, que é o conhecimento, revelação, é a visão que vai nos trazer possibilidade de alteração da nossa consciência.
E alterando a nossa consciência, nossas condições se alteram, a nossa realidade muda conforme a consciência vai mudando. Enquanto isso, somos escravos. Somos escravos daquilo que captura a atenção dos nossos olhos.
nós não conseguimos nos retirar dessa condição. Essa retirada da condição não é bem uma fuga anticósmica, como vão dizer alguns alemões nilistas do século XIX, que vão influenciar pesquisadores, como o Hans Jonas, né, que vai dizer de que os gnósticos eles fugiam ali de um mundo mau, o que é uma premissa infantil. Não era bem isso, né, que eles estavam falando.
Na verdade, eles queriam gerar alteração consciencial, mas a alteração como resultado precisa nascer dentro de uma problemática que seria o próprio mundo, as próprias condições de sofrimento do mundo. Porque o gnóstico, assim como o budista, ele não vai negar o sofrimento. Por isso que eles foram tão perseguidos.
Mas para falar sobre de onde vem essa busca pelo caminho, digamos assim, consciencial, nós temos que falar do espírito do homem, né? Porque o corpo do homem nasce na terra, segundo os gnósticos, mas o espírito dele vem de muito longe, é uma criatura distante, né? E para isso temos que falar da ideia pleeromática, temos que falar do mito sofiânico, que é o que vamos trabalhar agora.
A história de Sofia, então, é o drama cósmico originário. É essa história, esse mito que vai representar ali o pensamento da cosmologia gnóstica. É por esse mito que os gnósticos se baseiam para compreender a vida e também a psicologia.
Psicologia aqui como uma camada da filosofia clássica, né? Porque antigamente se estudava psicologia dentro das filosofias. Era um, digamos, um tópico da filosofia, né?
Então, eh, entendendo verdadeiramente o mito de Sofia, podemos dizer de que essa mitologia ela é aplicável à psiquê. Você consegue compreender as condições humanas da alma humana a partir do mito de Sofia. Então, vamos ao mito.
Muito antes de nascerem os primeiros homens e as primeiras mulheres, existiam forças matrizes, que podemos aqui chamar de manifestações do divino, ou também, em algumas vertentes, poderes cósmicos. Essas manifestações, esses poderes podem ser chamados de eões dentro do gnosticismo. Os eons podem ser vistos na mitologia como seres habitantes da plenitude eterna, que aqui a gente chama de pleroma.
Sofia é um destes seres, um destes eões que possuem o seu trono eonial no berço da eternidade divina. Aqui temos um detalhe importante. Sofia é um e muito jovem.
sendo muito jovem, ela estaria distante da luz primordial do pai verdadeiro. Aqui eu falei pai verdadeiro só para gerar uma separação com os futuros enganos e mentiras que vão acontecer na vida universal, porque segundo os gnósticos, o cosmos ele tá cheio de máscaras e de disfarces que vão ser usados por seres para criar ilusões. Então, vejam, a máscara, ela é capaz de ocultar a verdade, mas também de nos proteger de quem realmente somos.
Em determinado momento, Sofia avista um clarão de luz refletido nas profundezas do abismo. Ela confunde esse clarão abismal com clarão divino. E aí, desse jeito, ela viaja ao fundo dessas profundezas enganosas, até que finalmente é detida por um poder conhecido como Horus ou o limite.
É nesse momento que Sofia se encontra dividida. Parte dela busca retornar ao pleroma, enquanto que o seu aspecto alinado deseja se afundar mais ainda no caos. Passando pelos ditos 12 portões, alguns classificam nessa hora Sofia como Sofia superior e Sofia inferior.
Mesmo que Sofia seja muito jovem, ela ainda é um E1, então ela tem muito poder, força e capacidade para fazer o que ela vai fazer a seguir. Sofia inferior vive em uma guerra consigo mesma. Ela se enfurece com o vazio de sua própria decadência e anseia por retornar ao seu estado original.
A sua vida mórbida produz manifestações sombrias que vão ser condensadas em padrões geométricos de elementos materiais: fogo, terra, água e ar. Esse momento de Sofia criar os quatro elementos tem muita semelhança com o conceito de necessidade dentro do platunismo, que era tida como a filha endócia do demiurgo, que produz também o reino geracional e tridimensionaliza ele. Eu quero abordar esse assunto em um vídeo futuro.
Além dos quatro elementos, Sofia também produz um monstro. Isso mesmo. Ela vai criar um monstro que é uma forma de consciência híbrida com cabeça de leão, que se tornará o Demiurgo, também conhecido como Samael, o demiurgo sombrio do mundo geracional.
Após isso, o reino é criado, composto por sete esferas, que aqui são os planetas, onde teremos os sete governantes, que são nada mais nada menos que os arcontes. Um arconte é um ser cósmico inferior que governa e impõe limitações à criação. Essas entidades sádicas podem também ser interpretadas como poderes obscuros que desejam isolar e trancafiar as almas nos mundos, dificultando suas subidas até os reinos celestiais.
Quando os gnósticos reconhecem essa dominação arcântica, eles buscam encontrar formas de quebrarem o esquema desta ontologia negativa. Meus amigos, quebrar o esquema arcântico é a mesma coisa que quebrar a programação da nossa vida, pelo menos aquela programação mais instintiva, mais impulsiva que todos nós já temos em nossas almas. O demiurgo gnóstico é diferente do demiurgo platônico.
Platão trabalha no demiurgo benévolo, enquanto que os gnósticos eles trabalham demiurgo que desconhece qualquer coisa que exista acima de si mesmo. Isso é importante para entendermos de que ele é um ser ignorante. A sua ignorância produz a maldade.
Mas onde é que Sofia está nesse momento? Sofia está refugiada acima das sete esferas criadas. Ela se encontra na oitava esfera, que inclusive falamos sobre isso no nosso último vídeo aqui no canal.
Dê uma olhada. Sofia, ela tá na oitava esfera acima do Demiurgo e dos Arcontes. Então, ela consegue interferir na criação sem que estes lhe percebam.
No pleroma. Enquanto isso, os E1 estão angustiados com o exílio de Sofia e aí eles apelam pra divindade suprema para estimularem um plano de resgate. Entre estes e estão Espírito Santo, Cristo e Jesus, que lembrando posteriormente se tornará a manifestação exterior do Cristo.
O pleroma entrega luz e força aos viajantes pro início do resgate. Cristo se apresenta para Sofia como símbolo eônico crucificial que lhe confere grande poder. Sofia, ao ver Cristo, recebe vitalidade do pleroma e assim lentamente retorna à sua morada celestial, destrancafiando os 12 portões que lhe levaram ao abismo.
Em cada portão, ela fazia rituais e orações que apelavam para sua liberdade. Essas orações rituais são como súplicas poéticas que podem ser vistas em Pit Sofia, que é um texto gnóstico importante que data de 250 a 300 depois de Cristo. Resgata-me, ó luz, do poder com cara de leão e das emanações da arrogância divina, pois és tu em cuja luz eu acreditei e confiei desde o princípio.
És tu quem me salvarás agora, ó luz. Não me deixes no caos. Não me abandones, ó luz, pois eles desejaram o meu poder, dizendo uns aos outros, todos ao mesmo tempo: "A luz a abandonou.
Apodere-se dela e vamos tirar-lhe toda a luz". O pensamento gnóstico, ele vai dizer de que o mundo é imperfeito porque foi criado de uma maneira imperfeita. Então, aquela ideia clássica, aquela mensagem teológica, expiatória cristã que nós vemos não vai interessar o gnóstico.
Ele vai descartar esse pensamento de que nós somos o erro cósmico, de que a condição humana gera o conflito, né, entre a sublimação que podemos alcançar e os desafios da nossa vida. Então ele acredita nessa noção metafísica exterior, eh, traiçoeira, arcântica, que vai gerar as dificuldades da nossa vida, que são primeiramente interpretativas por não entendermos o que é que de fato tá acontecendo e depois práticas por nós não termos o conhecimento que nos inspira a mudança. Então, muitas religiões hoje elas pregam, né, de que, na verdade, nós somos o erro cósmico.
A condição humana precipitada a uma queda de um casal primordial, como vemos ali na noção judaico-cristã, ela vai gerar queda de toda a humanidade e a toda e toda a humanidade então vai ter falhas no caráter devido a essa queda do casal primordial, né? O gnóstico ele vai negar isso porque ele considera de que a sua salvação é individual. Então, eu não preciso salvar o mundo comigo.
Eu posso me salvar no sentido de me perceber além deste próprio mundo ilusório. Os gnósticos arrumaram um grande problema aqui, porque dizer que o mundo é imperfeito porque foi criado de forma imperfeita é como se fosse duvidar para muitos da capacidade criativa de Deus. E você duvidar de Deus, meus amigos, não é só uma ofensa, é blasfêmia.
Os gnósticos, eles não pensavam dessa forma, simplesmente por escolha, mas eles tinham aquilo que a gente chama de intuição pré-filosófica. O verdadeiro mal é a ignorância. Eles sabiam.
E isso vai repercutir naquilo que o cristão chama de pecado. A ignorância aqui também existe em não sabermos o que realmente de fato aconteceu na história, porque isso vai influenciar naquilo que acreditamos hoje. Dessa forma, muitas releituras gnósticas vão acontecer com os escritos bíblicos.
A versão tradicional do Gênesis, por exemplo, que vai dizer de que após Adão e Eva comerem do fruto proibido, eles caem expulsos da graça paradisíaca. Para os gnósticos, Sofia é aquela que permite que sua sabedoria penetrasse na serpente e esta ensinasse Adão e Eva sobre sua verdadeira origem. O fruto proibido, portanto, fez com que os olhos se abrissem.
E nesse momento, os primeiros humanos puderam então ver pela primeira vez a aparência repugnante das divindades que os haviam criado, com rostaram horrorizados. Adão e Eva, o primeiro casal, ganharam a gnose, uma importante aliada que foi ensinada aos seus filhos. Algumas ideias gnósticas, textos gnósticos, requer muita mudança de paradigma, pensamento, principalmente para quem tá começando a estudar.
Eu até confesso para vocês que muita coisa ainda me assusta no gnosticismo, mas podemos aqui entender a metafísica unida à ideia de salvação, a ideia soteriológica entre eh os gnósticos nessa filosofia. Então, vamos aqui fazer um um exemplo, recapitulação para entender como é que funciona esse processo, né? Temos aqui o pleroma, como vimos o reino pleeromático, né?
Ele é o, vamos falar de que ele é o lar dos eons, né? Então ele emana é ons eh sempre em pares, em díades, em casais que vão ali criar mais e vitalizar o cosmos. Aí temos o evento ali da queda de Sofia no mito sofiânico, a criação do mundo material, da realidade material, que é uma criação, lembrando, imperfeita, criada ali pelo demiurgo, né?
O Demiurgo, ele vai ali produzir o mundo imaterial de forma imperfeita, porque ele, sendo ignorante, desconsidera toda a sua realidade acima. Então ele cria o mundo de acordo com as suas limitações. E temos aqui os sete arcontes, os sete governantes sombrios da realidade.
Esses arcontes, segundos os neoplatônicos, vão ser ali os deuses menores presentes no Timeu de Platão, que é o os deuses que o demiúgo platônico ele terceiriza o trabalho, né? Então temos aqui os arcondes e temos o Demiurgo e o Pleroma. E temos aqui também eh temos aqui o ser humano.
Então temos aqui o homem. O homem vive na terra, mas ele é constituído de espírito. Ele possui espírito, ele possui uma psiquê e ele possui um corpo, né?
Então ele tem fisicalidade, ele tem alma e ele tem espírito. Esse corpo ele tá no mundo. Esse espírito é uma faísca divina do reino pleeromático.
E essa psique é aquilo que ele tem que enfrentar porque recebe as forças aí demiúrgicas e arcânticas. Então ele tem que enfrentar essa psiquê que é como se fosse a escadaria entre corpo e espírito, né? a, digamos, junção que você precisa fazer do de todo esse processo, de todo esse movimento.
E aí a gente questiona, como é que ele faz isso? Aí entendemos que ele faz isso a partir da gnose. É a partir da gnose que nós temos ali o verdadeiro conhecimento da experiência direta.
A gnose, ela tá baseada também em instrução, ela tá baseada em suporte exterior, porque se o seu espírito ele vem de fora do mundo, então o suporte também precisa vir de fora. A instrução sagrada precisa vir de fora. Então temos aqui a ideia dos mensageiros eh de luz, né, que são eons bem, digamos assim eh eh eons muito altos, né, que vão descer paraa humanidade como entidades salvívicas.
eh para salvar a humanidade. Então, precisamos confiar, precisamos acreditar nesses e, né, que aí demos o exemplo de Cristo, o exemplo de Jesus. Então, eh, aqui nessa ideia agnóstica, pelo que parece, Jesus ele é a figura central, ele é a entidade central para essa escadaria ser criada entre o reino sombrio, material e o reino piraromático, né?
Mas é um pouco mais profundo esse esse processo. Isso também requer eh não apenas o estudo e também o o comportamento, né, de uma nova percepção de de consciência, mas também práticas. E quando falamos de práticas aqui, estamos nos referindo sim a rituais.
Apesar desse ser um assunto não muito falado, mas os gnósticos eles participavam de grupos e comunidades que faziam sim rituais. Inclusive existem textos gnósticos que narram rituais feitos pelo próprio Jesus. Então temos aqui essa ideia salvífica, né, soteriológica de purificação a partir desse contato com a gnose com essa esse segmento das forças eh luminosas do pleroma com os mensageiros da luz.
Então, basicamente, é isso que nós aqui podemos entender. Então, temos essas figuras eônicas messiânicas que ajudam a salvar o gnóstico junto com suas práticas rituais, que aqui também podem estar associadas à teurgia. Apesar do tema da ritualidade gnóstica não ser muito falado em livros nem nada assim, a gente tem documentos arqueológicos que trazem ali utensílios práticos dos rituais, amuletos apotropicos egípcios, pingentes romanos, temos ali gemas talismânicas, né, que eles utilizavam para efetuar ali suas práticas.
Você confere agora na tela uma joia mágica clássica gnóstica denominada Conubs com a figura demiúrgica gravada no centro em ouro e temos a cabeça de leão, o corpo de serpente, 12 raios acima da cabeça e sete ovos esféricos entre os aspirais. Apesar do meio acadêmico quase sempre ilustrar os gnósticos como sonhadores metafísicos e especulativos, existem práticas sacramentais ocultas nessa tradição. Mito e ritual são realidades vívidas e ensinadas que fazem parte da psiquê humana e de alguma maneira nos vitaliza mesmo que inconscientemente.
Mas caso você esteja indo em um museu desse para ver esses talismães, pode se decepcionar por falta ali de esclarecimento simbólico das peças, já que os museólogos vão colocar provavelmente na categoria de superstição. Então você não vai ter grandes explicações simbólicas do que era feito, até porque pros próprios museólogos e arqueólogos é um pouco difícil você categorizar isso tudo, né? Caso você esteja interessado em ver algo mais prático no gnosticismo em termos rituais, pode dar uma olhada em diagramas antigos, como o exemplo dos diagramas ófitas de uma comunidade pré-cristã do século I.
Esse diagrama é descrito por Cels e Oígenes, onde temos ali sete círculos com os nomes de sete arcontes. E esse diagrama era utilizado para rituais, mas esse é um assunto para outro vídeo. Chegamos então aqui no final do nosso vídeo.
Espero que tenham gostado. Coloquem aqui nos comentários críticas, sugestões, dúvidas. Isso daqui foi só um esboço, tá pessoal?
um esboço imperfeito de 1% do que é o gnosticismo. A coisa é muito grande, tem análise de apócrifos, textos, eh livros também, ideias de correntes diferentes ali na mesma tradição. Então, vão estudar, vão pesquisar, certo?
Quem quiser entrar em contato direto comigo, basta acessar pelo site portalespiritualidade. com. Lá temos suportes, serviços, cursos.
Você pode verificar por lá. Um grande abraço, então, a todos. Até o nosso próximo vídeo.