Quando esse vídeo aparecer para você, eu espero que você esteja preparada para interpretar essa mensagem, para não ser mais uma ideia que você tenta rejeitar ou desqualificar. Sempre será em vão você desejar uma vida fora da gaiola enquanto você ainda tá tentando decorá-la. Eu sei que parece óbvio, mas a gente faz muito isso.
A gente pinta as grades, a gente bate um cheirinho, a gente acende uma vela aromática, a gente pendura uns quadros, a gente tá sempre tentando enxergar beleza na disfunção, a gente tenta romantizar a inércia, a gente tenta deixar a medicuridade com cara de nobreza. A maioria de nós já passou ou ainda tá passando pela fase da sobrevivência. É aquele primeiro nível onde a gente trabalha para pagaboleto, onde a gente ainda tá tentando garantir o básico.
Essa fase, ela ensina a gente a suportar, ela ensina a gente a adaptar da melhor maneira com aquilo que a gente tem. E manter o bem-estar nessa fase é essencial, é válido, mas o comodismo ele é inútil, porque suportar não é viver. Adaptar não é o mesmo que se livre para poder escolher.
Eu não sei qual é a sua gaiola, se é o seu emprego, se é o seu relacionamento, se é a sua família, se é a sua situação financeira, mas no fundo a gaiola é sempre sobre uma versão nossa que já deveria ter morrido. E a gaiola é um lugar interessante porque mesmo nos mantendo presas, ela ainda dá uma sensação de proteção. a gente olha pros outros vivendo seus sonhos, realizando metas, realizando coisas e a gente acaba ainda se convencendo de que eu tô bem aqui, eu não preciso disso.
Então a gente faz uma economiazinha aqui, economiza um cafezinho, faz umas planilhas. É como se a gente tivesse comprando almofadas novas para deixar a cela um pouco mais confortável. A gaiola vai virando lar, mas apesar de limpa, de arrumada, de cheirosa, ela ainda é uma gaiola.
O que será que move mais, uma vida ruim ou uma vida mais ou menos? Às vezes, eu acho que a vida ruim ganha esse páo. Quando você observa as pessoas bem-sucedidas, muitas delas vieram de gaiolas sujas, fedidas, desorganizadas.
Elas não tentavam perfumar essa realidade. Elas não tentavam justificar a sua realidade com nobreza. tinha um certo inconformismo ali.
Fato é que a gente não pode alcançar o nosso potencial enquanto a gente ainda tá tentando defender o nosso sistema de crenças atual. E essa defesa muitas vezes ela vem fantasiada de nobreza e a gente acaba acreditando nessas mentiras justamente por parecer motivo nobre. Aí você espiritualiza a escassez, espiritualiza o caos, espiritualiza o sofrimento, porque isso parece ser elevado.
Ah, eu sou desapegada de bens materiais. Eu sou uma pessoa mais reservada. Eu não quero visibilidade, eu prefiro ser discreta.
Acompanha aqui comigo esse raciocínio. A gente é energia e a gente precisa escolher a forma que a gente vai dar para essa energia. A gente faz isso consciente ou inconscientemente?
A gente precisa fazer isso. Então, quando você rejeita uma forma, você tem que saber que você jamais vai ter essa forma. Se você julga ou critica pessoas ricas porque acredita que todas elas são gananciosas ou fúteis, se você julga as pessoas que vendem e se autopromovem porque acredita que para um ganhar outro tem que perder.
Se você julga a espontaneidade de uma pessoa que tá dando certo na vida, se você julga uma pessoa que é livre, que tem liberdade de escolha, acredite, você nunca vai se tornar essas pessoas, porque a mensagem que você tá dando, o que você tá fazendo, na verdade é dizendo: "Eu não quero me tornar isso". E talvez o seu medo seja justamente esse. Talvez o sair da gaiola não é nem por medo do fracasso, é medo do sucesso, medo do que vai mudar quando as coisas derem certo, das desculpas que você não vai poder mais usar.
Medo da liberdade que você terá. Quando você tiver tudo isso que você deseja nas suas mãos, o que você vai fazer com essa liberdade de escolha? Você vai conseguir tomar decisões importantes?
Você vai conseguir lidar com as responsabilidades que você vai atrair. Você vai conseguir deixar para trás aquilo que te fazia mal. Você vai conseguir sair desse ambiente que te humilha, que te maltrata.
Você vai ficar bem com a ideia de que as pessoas podem pensar o que elas quiserem sobre a sorte que você teve. Você vai ter coragem de ir viver seus sonhos, mesmo que isso signifique deixar algumas coisas ou pessoas para trás. A vida dos nossos sonhos, ela não é impossível, mas ela exige que a gente não tenha medo dessa nova identidade, dessa nova versão.
Ela exige que a gente não tenha medo de quem a gente vai se tornar. Então, a gente precisa parar de decorar a gaiola e começar a nos questionar. A gente precisa olhar pra nossa gaiola e perguntar: "E se isso tudo não for verdade?
E se isso tudo aqui não for o que eu realmente quero? E se eu quero mais? E se eu resolver admitir para mim mesmo que sim, eu desejo sair dessa mediocridade, eu desejo fazer mais por mim, por aqueles que eu amo, eu desejo fazer algo que tenha valor, você começa a parar de embelezar a sua situação limitante.
A pergunta não deveria ser viver ou não uma vida miserável, viver ou não uma vida dos sonhos? A pergunta deveria ser: vida que eu tô vivendo aqui, ela me permite crescer? Me permite crescer materialmente, mentalmente e espiritualmente?
precisa observar o seu sistema de crenças atual. E se riqueza, status, sucesso não fosse sobre futilidade, mas sobre crescimento pessoal? E se eu contentei com essa vida até agora aqui por preguiça ou por insegurança, não porque eu sou desapegada ou espiritualizada?
Eu sei que não é fácil. Eu tento me fazer perguntas assim todos os dias, porque a mente ela tem um jeitinho sutil de nos convencer de que é melhor não arriscar. Vamos fazer um teste.
Abra seu Instagram. O Instagram tá cheio de ostentação por aí. E aqui eu não tô falando se isso é certo ou errado, mas a forma como a gente reage isso diz muito sobre nós mesmos.
Dá uma passeada aí no seu feed, nos stories. Avalie aquilo que te incomoda de uma certa forma. Leia uns cases de sucesso.
Não tente julgar isso de primeira, porque às vezes a mensagem é: "Eu não consigo fazer isso, então eu vou desqualificar isso". Então avalie se aquilo realmente não é algo que você gostaria de viver. Não por nada, mas por você.
Tire as máscaras. Veja se isso bate com seus desejos mais profundos. Se a resposta for sim, se você realmente desejar viver isso, eu sugiro que você tente neutralizar essa reação.
Eu sugiro que você não tente desqualificar isso como algo ruim, mas que você também não veja isso como algo grande demais que não é para você. Apenas tente admirar. Se você quer mesmo uma vida melhor, torne enxerga esse objetivo como grande demais ou fútil demais, bonito demais ou feio demais, a nossa mente, ela rejeita tudo aquilo que tem coerência com aquilo que a gente acredita.
Então, antes de qualquer coisa, antes de você dar o primeiro passo, essa visão, esse objetivo, ele tem que ser natural para você. e não só o objetivo, mas os comportamentos dessa nova identidade. Eu preciso estar familiarizada com o ato de dizer não, com o ato de desagradar, com o ato de ser livre para fazer qualquer escolha, com o ato de ser responsável por escolher aquilo que é melhor naquele momento, independente das consequências.
A concretização da nossa ideia depende muito disso, depende do quanto a nossa identidade está fundida com a nossa ideia. Quando não há conflito, tudo flui de forma natural. Esse foi mais um conselho de propósito.