A literatura está sob ataque | Rodrigo Gurgel

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Rodrigo Gurgel
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A literatura, meus caros, está sob ataque, e não é de hoje. A linguagem, que deveria ser o instrumento mais poderoso para a expressão da Verdade e de todos os dramas que formam a condição humana, bom, essa linguagem foi sequestrada por agendas ideológicas que operam de diferentes direções, mas com um objetivo comum: submeter o pensamento à conformidade. Então, vejam, nós vivemos em um tempo no qual a literatura, ao invés de explorar a complexidade da vida, bom, ela é reduzida a um meio para reforçar discursos moralizantes.
A essência da criação literária, que é a liberdade de confrontar o que é desconfortável, bom, acaba assim sendo destruída. De um lado, nós temos a manipulação linguística, né, que usa termos como transfobia, racismo e muitos outros para acusar e silenciar qualquer crítica legítima, independentemente da sua profundidade ou da sua fundamentação. Então, percebam que não se trata de negar a existência de discriminações reais, né, e muitas vezes graves, mas de observar como essas palavras, que deveriam ser instrumentos para denunciar verdadeiras injustiças, não, elas são usadas de forma indiscriminada e amplificada para sufocar qualquer tipo de questionamento.
Se alguém levanta preocupações sobre temas, por exemplo, como a transição de gênero em crianças ou a participação de atletas trans em esportes, bom, o que acontece? O debate é encerrado antes mesmo dele começar; o rótulo é aplicado, o acusado é descartado e nenhuma reflexão é permitida. Esse uso abusivo da linguagem transforma o discurso público em uma arena de obediência e não de diálogo.
Uma arena de ens. Mas essa lógica de controle não é exclusividade de um único grupo social. Em outros espaços, nós vemos o mesmo tipo de opressão disfarçada sob outro manto moral, né?
Narrativas que exaltam uma espiritualidade desencarnada, que ignoram a realidade concreta da dor e da complexidade humana, bom, elas também corrompem a literatura. A Flannery O'Connor, uma das maiores vozes da literatura do século XX, criticou ferozmente essa abordagem que ela chamava de angelismo, né? Quer dizer, para ela, a literatura que ignora os aspectos sombrios da existência, que evita o grotesco ou o mal em favor de uma visão utópica e açucarada da vida, bom, essa literatura não é só desonesta, não; ela é uma traição à essência da arte e uma traição à própria fé cristã.
A Flannery rejeitava o sentimentalismo e o idealismo etéreo, né? Por quê? Porque ambos negavam a verdade.
A verdadeira literatura, ela dizia, precisa lidar com a totalidade da experiência humana: o bem e o mal, o sublime e o grotesco. Ela acreditava que a graça divina só pode ser compreendida plenamente quando nós confrontamos o abismo. Então, para ela, a literatura autêntica precisava ser encarnada à realidade concreta, às dores e contradições da vida.
Qualquer tentativa de suavizar ou simplificar essa realidade transformava a arte em mera catequese. E aqui está o ponto central, meus caros: tanto o uso abusivo de termos como transfobia, racismo e muitos outros quanto o sentimentalismo angelical operam na mesma lógica de negar a complexidade da existência. Ambos são formas de mutilar a literatura.
Um lado tenta calar o escritor por meio do medo dele ser rotulado, por meio da censura, enquanto o outro tenta aprisionar o escritor em uma visão idealizada da realidade. E o resultado é o mesmo: uma literatura incapaz de confrontar, de transformar, de iluminar. Bom, as redes sociais, inclusive, intensificam essa crise; elas criam um ambiente de vigilância constante, onde escritores e pensadores estão sempre sob o risco de serem cancelados por expressarem algo que vá contra certas normas culturais estabelecidas, sabe-se lá por quê.
De um lado, vemos o cancelamento de vozes que questionam esses dogmas sociais; de outro, nós vemos a celebração de narrativas que ignoram o sofrimento humano em nome de uma moralidade utópica. Nos dois casos, o pensamento é silenciado e a criação literária é sufocada. A Flannery O'Connor entendia que a literatura não pode evitar o mal ou o grotesco nas suas histórias.
Inclusive, ela frequentemente usava a violência e o absurdo para exatamente despertar os leitores para a realidade da graça divina. Os seus contos são brutais, não porque ela glorificava a brutalidade, não, mas porque ela acreditava que o choque era necessário para abrir os olhos dos leitores. Nas palavras da própria Flannery: “Para o quase cego, você desenha figuras grandes e estranhas; e para o quase surdo, você grita.
” Essa abordagem não era gratuita, mas estava profundamente enraizada na sua fé e na sua visão de que a literatura deve lidar com o que é verdadeiro, por mais desconfortável que isso possa parecer. Da mesma forma, a literatura que aborda questões sociais contemporâneas, bom, ela precisa ser livre; ela deve ser livre para explorar essas verdades sem medo. Isso significa permitir e incentivar que os escritores examinem, por exemplo, as implicações da transição de gênero em crianças, as contradições das políticas de identidade ou os efeitos de discursos raciais, sem que esses escritores sejam rotulados como preconceituosos.
O rótulo, nesse contexto, não é uma ferramenta de justiça, mas de censura; ele impede que se fale sobre questões difíceis e urgentes, limitando a capacidade da literatura de expandir o nosso entendimento do mundo. Por outro lado, uma literatura que só reafirme religiosos, evitando a realidade da queda humana, bom, essa literatura também fracassa na sua missão, né? A Flannery sabia disso; ela criticava tanto os que negavam o mal quanto os que glorificavam o bem de maneira superficial.
Quer dizer, para ela, a literatura era um espaço em que o humano e o divino se encontram, e esse encontro só pode acontecer em meio ao caos, ao pó e ao sangue. Qualquer tentativa de negar esse cenário era, para Flannery, uma mutilação da verdade. O que nós vemos hoje, portanto, é a convergência de duas formas.
De controle, de um lado, a imposição de que sufocam o pensamento crítico em nome de uma suposta inclusão social; e do outro, nós temos uma idealização que nega a realidade concreta da condição humana em nome de uma espiritualidade simplificada. Ambos os lados minam a liberdade literária, transformando-a em um simulacro do que ela poderia ser. A literatura, meus caros, precisa resistir; ela não pode se curvar a nenhuma agenda, a nenhuma moralidade.
A função da literatura é revelar o que há de mais humano, com toda a sua beleza e toda a sua feiura, e apontar, quando possível, para a verdade mais profunda. Ela deve fazer isso seja confrontando o discurso moralizador ou rejeitando o sentimentalismo angelical. A literatura deve permanecer sempre livre.
Não esqueçam: a verdadeira literatura é um ato de insubmissão. A verdadeira literatura não pede desculpas; ela confronta, provoca, ilumina. E a Floc sabia disso e nos deixou um legado poderoso de coragem literária.
Eu espero que esse legado nos inspire a resistir às pressões de todos os lados, porque, no fim, a literatura não é um reflexo do que queremos que o mundo seja; não, ela é um espelho do que o mundo é. E só a partir da verdade podemos imaginar algo maior e algo melhor. É isso, meus caros.
Até o nosso próximo vídeo.
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