[Música] filósofo formado pela Universidade de São Paulo com doutorado pela USP pós-doutorado pela Universidade de tela vive ele nasceu no Recife a 57 anos apesar da formação e psicanálise o flerte com a dedicação a área médica foi interrompido pelo filósofo vocacional que não demoraria transformar-se num dos mais respeitados e polêmicos pensadores do país atualmente além de assinar uma coluna semanal no jornal Folha de São Paulo é professor da FAAP da Unifesp e do curso de pós-graduação da PUC São Paulo com sete livros publicados escreve sobre temas que vão da religião a política passando por filosofia
artes modernidade pós-modernidade angústia feminismo e Sexo para falar deste de outros assuntos filósofo Luiz Felipe Pondé é o convidado do Roda Viva desta noite [Música] Boa noite estamos no ar em todo o país pela TV Cultura pelas emissoras afiliadas e pelo nosso canal no YouTube Hoje a bancada de entrevistadores é formada por Robinson Borges editor de cultura do Jornal Valor Econômico Marília neostein repórter do Jornal Estado de São Paulo Thaís bilenk repórter de política do jornal Folha de São Paulo Carol Teixeira escritora filósofa e colunista da revista Vip e Luisa Moraes repórter do Jornal da
Cultura aqui da TV Cultura contamos como sempre com os desenhos feitos em tempo real pelo nosso cartunista Paulo Caruso Luiz Felipe Pondé Muito obrigado pela apresentação do convite eu começo com duas perguntas que se fundem numa só Primeira porque são tão poucos os intelectuais que como você se apresentam sem constrangimentos como conservadores segundo porque usando as suas palavras no artigo recente a maioria dos intelectuais artistas e estudantes de humanas é tão caninamente a favor do PT então começando pela primeira é o estranhamento porque na realidade existe uma espécie assim de suposta vidência que se você
é intelectual você deve ser de esquerda porque ou então você é uma pessoa boa e quer salvar o mundo o que eu não acredito é claro e do meu ponto de vista eu me vejo em política como um Liberal conservador o que significa isso liberava costumes imoral Como se fala em filosofia então eu creio numa sociedade onde um indivíduo deve ter mais chance de escolher dentro do limite da lei o que ele quer fazer liberar minha economia também no sentido de acreditar que a sociedade de mercado não é o paraíso mas é a que melhor
produzir riqueza e melhoria de condição material de vida e conservador em política no sentido de acreditar na propriedade privada acreditar na democracia representativa e principalmente não acreditar em política que querem que o mundo seja como eles têm na cabeça no sentido de que tudo que as pessoas acreditam não serve para nada a história não serve para nada os hábitos servem para nada aquilo que um filósofo irlandês no final do 18 chamava de teorias de gabinete cujo primeiro ouço né então esses caras que acham que descobriram como o mundo deve ser qual é o problema da
humanidade o qual é o problema da natureza humana e como que você deve durá-los para que as pessoas fiquem melhores Eu costumo escrever muito na minha coluna da folha que é o desconfio de gente que quer salvar o mundo não confio gente bem resolvida não confio gente que não tem ciúme não confio gente que acha que representa o bem seja na política seja na religião eu acho que as duas coisas são muito parecidas quanto a segunda pergunta que você fez que tem a ver eu escrevi isso na coluna bem naquele período da discussão para impitima
manifestações né todo mundo na rua o que eu queria dizer e eu digo às vezes de outra forma é que existe na universidade em grande parte existe uma espécie assim de estímulo inclusive Por parte dos professores de humanas de que se você não for fiel ao PT ou qualquer outra coisa semelhante você é mau você quer que as pessoas passem fome quando na realidade o que existe em grande parte dos cursos de humanas no Brasil é uma certa uma certa tendência você se a bibliografia você guiar eu lembro uma vez numa semana de jornalismo na
universidade muito importante aqui em São Paulo em que eu fui convidado por uma aluna que na época tava na equipe de organização da semana de Jornalismo e ela era do centro acadêmico alguma coisa assim e a gente tinha uma banca uma mesa né que ia falar no momento lá na semana e tinha jornal de Cuba para distribuir todo mundo falava mal da Folha de São Paulo aquela coisa né e falava desse erro também era a folha e o Estadão são os dois grandes Monstros assim e na bancada eu tava com outras pessoas tinham trotesquista tinha
um cara se não me engano precedentes do MST e tinha mais alguém que não lembro quem era e a e tinha um professor que era responsável pela pela mesa e não tava falando né e a Luna virou no meu ouvido assim baixinho e falou Pondé a gente escuta isso do primeiro dia de aula o último que era uma pregação que a gente pode chamar de esquerda MST então quando eu usei a expressão caninamente que foi pensada porque eu uso os ter jornalismo tem muita Eu acho que o colunismo é a função do comunista levantar a
temperatura de jornal e tacar fogo na discussão então quando eu escrevi caninamente é porque eu acho que é uma coisa tipo ou você faz isso o movimento estudantil é extremamente autoritários extremamente autoritário se você tem aluno que eu recebo muito e-mail de muitos alunos que se afastam tanto dessa posição digamos assim grosso modo de esquerda é sofre bullying isso é maltratados não tem espaço para discussão uma das maiores mentiras do mundo é que existe a debate na universidade a gente acompanha que você fala isso há bastante tempo e recentemente esse tema ganhou relevo por conta
da escola sem partido que foi um programa que virou um projeto de lei do senador Magno Malta que é evangélico e que é um programa um projeto defendido amplamente pelas igrejas evangélicas Então eu queria saber porque que na sua opinião as igrejas evangélicas tomaram a dianteira de uma pauta que talvez seja conservadora mas é direcionado exatamente as bandeiras do cristianismo enfim qual é o papel que as igrejas evangélicas estão ocupando nesse debate político assim e por que que elas causaram esse tema a rede nacional Acho que primeiro porque os evangélicos crescem muito então a tendência
no Brasil me parece é passar por uma espécie de revolução Angélica no sentido metafórico de número de evangélicos presente na política na mídia digital eu começaria tá dizendo o seguinte eu sou contra a lei escola sem partido Apesar de que eu entendo a motivação não evangélica porque existe sim pregação nas escolas certo não é em toda escola não é todo professor e eu dou aula mais ou menos são uns 20 anos em graduação não 19 por aí e eu sinto claramente o crescimento de alunos que chegam com a postura mais radical mais dura mais fechado
numa visão não é nem marxista nem fui Cotia era uma coisa meio aguada uma mistura de tudo isso né mas então existe pregação na escola assim Inclusive eu costumo dizer que uma camisa que eu tenho da União Soviética ccp vermelha da seleção da União Soviética de 66 já fiz muito jornal aqui na Jornal da Cultura com essa camiseta ela me foi dada por uma leitora minha da folha que na época tinha 16 anos hoje ela tem 18 faz psicologia e ela me deu essa camiseta Porque ela tinha muito problema na escola problema no sentido discussão
política e os professores dela uma escola católicas aquelas mais ideológicas grosso modo assim não digo as mais mas são bastante ideológicas no sentido político eu quero dizer então agora eu acho que o lugar dos Evangélicos assim e é um motivo de eu não concordar com a lei sem com a escola sem partido porque a lei pressupõe o meu ponto de vista pode sofrer intervenção porque a direção da escola e o pai que é evangélico vai achar que o professor darwinista está então pregando ateísmo na sala de aula e tal então eu sou contra essa lei
Apesar de eu entender que existe sim pregação porque tem gente que acha que se você abriu o evangelho e ensinar na sala não é pregação mas se você abrir o Manifesto Comunista não é pregação certo para mim as duas ou pregação porque eu vejo Manifesto Comunista e o evangelho como duas formas de religião e crença metafísica A diferença é que o Evangelho é mais antigo então tem mais imagem de marca digamos assim né agora eu acho que o lugar dos Evangélicos no debate político hoje é um lugar que é assim os evangélicos eles são liberais
em economia portanto existe uma uma possível parceria política entre grupos evangélicos e liberais políticos certo mas não evangélicos entende quer dizer então acho que tem aí uma conversa que às vezes você é um liberal em economia um liberal em moral um conservador em política no sentido que eu falava antes e os evangélicos eles são liberados economia mas não são liberais e moral grosso modo E aí tem um cruzamento mas como o Brasil me parece um país do meu ponto de vista que precisa urgentemente de um choque liberal em Economia em visão de mundo eu acho
que o Brasil autoritário o estádio autoritário se acha que Empresário é ladrão é um governo gigantesco que duvida de você o tempo inteiro Então os evangélicos acabam tendo um papel que é uma espécie de liberalismo popular sabe no sentido econômico agora eles têm uma pauta conservadora e comportamento com a qual eu não concordo e me parece que muito da motivação dessa lei tanto é barrar pregação marxista na escola que aí parece uma coisa simpática os liberais em geral mas ao mesmo tempo também é barraco qualquer pauta que não seja conservador e moral certo então a
coisa ela é imbricada mesmo ela é complexa mas grosso modo assim o que eu acredito é que coordenadores de escola professores de Universidade a mídia e a imprensa como nós aqui temos um papel de trazer essa discussão à tona e dizer olha deixa teu aluno fazer um trabalho a partir do edmburque deixa ter um aluno ler marca workshop você tá na autores liberais conservadores Ingleses deixa o aluno ler toque eville não obriga ele ser ele ler só Manifesto Não faça com que ele acha que o único filósofo [Música] mas não sou a favor de dizer
olha se o professor emitir opinião demite Se o professor emitir opinião com ele para fora entendeu vamos girar a roda Robinson Professor o economist fez recentemente uma capa dizendo que o problema hoje do atualmente do mundo não é mais a divisão entre esquerda e direita mas uma divisão entre países com fronteiras abertas ou não nós estamos falando mais obviamente da questão da União Europeia e dos Estados Unidos com a pauta do candidato trump é o senhor acha que o mundo tá caminhando por uma certa onda mais protecionista e de que maneira isso poderia ser um
fruto da crise de 2008 E também o movimento anti globalização em que você tinha uma tese do multilateralismo enfim um absorver essa questão é primeiro começaram por essa coisa da superação da dicotomia direita esquerda e eu acho que tem o econom-se muito os outros que tem falado isso tem alguma razão no sentido inclusive de que direita esquerda acaba virando pouco caricatural né e um pouco como quando eu falava com a Thaís quer dizer a coisa fica enrolada porque o evangélico ele é liberal mas ao mesmo tempo ele é conservador imoral e para alguém como eu
que sou Liberal imoral em economia e conservador em política então eu eu talvez se eu tivesse que escolher entre bolsonaro e João Willys para votar Eu votava João Willis certo Apesar de eu concordar com um monte de coisa que ele fala e achar o pessoal o fim da picada certo ou qualquer outro candidato evangélico fechado e tal então eu acho que essa essa dicotomia esquerda direita ela tem lá Digamos um pouco ultrapassada mas o Brasil ainda tem uma certa força inclusive quase uma força meio didática pedagógica no sentido de que a novidade do debate político
brasileiro dos últimos sei lá dois menos três anos do meu ponto de vista são intelectuais ou jornalistas que começam a falar numa linguagem não de esquerda começam a enfrentar uma certa hegemonia do pensamento de esquerda em redações e universidades em todo lugar e enfrentar de um jeito tipo assim meu eu não tenho medo de você eu não tô nem aí porque você pensa em termos de que você vai mandar eu calar a boca eu li os mesmos livros que você vem vem para o pau Como se fala eu acho que isso é uma novidade no
espaço público e uma maior novidade ainda é o surgimento de jovens em universidades que começam a se movimentar e dizer olha escuta eu não concordo com isso eu prefiro sua cidade de mercado eu não acredito a economia estratizada Eu quero ler outra coisa que não seja só Max focou sei lá alguma coisa assim certo então eu acho que ainda tem uma uma função quase que sabe quando você fala que jornalismo tem que ser redundante o leitor efêmero conseguir entender e acompanhar o seu raciocínio você tem que repetir frase repetir ideia para ele formando Então acho
que esquerda direita tem quase uma função pedagógica e acredito que tem uma função básica no cenário brasileiro que assim eu entendo direito no cenário brasileiro quem é a favor de um estado um pouco menor e uma prevalência da sociedade de mercado e da Liberdade Empresarial e esquerda quem acredita no estado como a função de produção de igualdade como acho que o Nelson Rodrigues é que dizer que não seria nada sem as suas redundância então bom o Nelson Rodrigues é um dos caras que eu mais leio na vida até hoje então assim agora com relação a
coisa da Europa e tal dos Estados Unidos acho que tem tudo a ver acho que a Europa às vezes eu escrevo inclusive já usei essa expressão os europeus desde o final da segunda guerra e da final da Guerra Fria vive uma espécie de parque temático humanista né tudo tá certo tudo é maravilhoso recentemente depois de que aconteceu o início e depois que degolaram o padre um francês entrevistado fala mas como assim as pessoas estão se matando parece século 18 As pessoas sempre se mataram é a violência não é bonito mas a gente pode voltar a
violência se o capitalismo acabar acabar sua pincenter se não tiver mais vida não tiver mais restaurante para comer eu sempre digo assim a pré-história ela olha para gente na festa da porta Os homens vão voltar a se matar e as mulheres a morrer de parto Carol Carol Teixeira Vamos dar um pouco o assunto aqui a Camile Paglia disse no livro Vamps e que as mulheres estavam suavizando tanto o homem que daqui a pouco ele veria uma espécie de eunuco contemporâneo que não seria interessante nem para ela sim ela disse isso há uns 20 anos atrás
nesse livro e ela completa esse esse raciocínio dizendo assim que o conselho que ela daria para os homens e mulheres no final do milênio foi quando ela escreveu o livro seria homens fiquem de pau duro e mulheres lidam com isso ou seja que o homem não tivesse alguma espécie de masculinidade a mulher também lidasse com isso eu queria que tu me dissesse se tu acha que parte da crise do homem contemporâneo porque o macho contemporâneo obviamente em crise se deve a isso também isso concorda com ela e eu queria saber qual seria o teu conselho
para os homens e mulheres na época de hoje Então eu acho que o super razão assim aliás eu gosto bastante da Comecei a ler Camile Paglia no começo dos anos 90 né e acho que ela Acertou em cheio quando ela diz inclusive que as que ela fala minhas amigas é heterossexuais não consegue se decidir elas gostam de homens Mas elas ficam irritadas quando os homens são homens Então elas querem que os homens falem como mulheres pensem como mulheres e tem um pouco a história de homens que fica de pau duro e mulheres lidam com isso
então acho que ela acertou eu não acho que isso seja unicamente resultado do feminismo né eu lembro bem que no século 18 árabes um grande digamos assim um dos grandes teóricos da sociedade de mercado que Os Comunistas chamam de Capitalismo certo então assim essa o Adams ele fala que a medida que a sociedade fosse enriquecendo havia o risco dos homens perderem virtudes heroicas e se tornarem meio covardes né porque porque ia ficar preocupado em fazer conta cuidar da loja previdência privada Então o que eu quero dizer com isso eu não acho que a chamada crise
do macho grosso modo seja simplesmente uma questão do feminismo enquanto tal eu na realidade acho que tanto feminismo quanto essa esse comportamento meio acuado e às vezes meio covarde eu molenga do homem eu acho que os dois são frutos do enriquecimento na realidade uma das minhas grandes brigas com a esquerda em geral é porque a esquerda não deixa a gente pensar os problemas no mundo contemporâneo prometendo o mundo que não existe E aí a gente não consegue se apropriar e pensar coisas como eu acho que a gente vive no mundo de mimados e sentidos eu
acho que daqui mil anos vai olhar para nossa época que vão tipo escrever só um parágrafo sobre ela né agora então se eu puxo essa ideia da Camile Paglia para hoje eu eu recebo muitos e-mails de leitoras e duas palavras que que eu ouço muito as mulheres reclamarem os homens não tem pegada nem atitude né então assim eu acho que vai ficar pior porque eles vão chegando na faculdade cada vez mais medroso e aquele tipo de coisa que eu digo assim é um menino que é ser mais feminista do que a menina e ele acha
que assim ele vai pegar lá certo então eu se fosse dar um conselho eu diria assim olha Leiam autores antes do século 20 Leiam sobre Idade Média estudam pré-história Parem de achar que tudo é construção social né e antes de tudo quer dizer Eu acho que um dos grandes problemas das discussões entre homem e mulher hoje é que homem e mulher os homens estão morrendo de medo estão morrendo de medo e as mulheres são tipo assim olha eu queria sensibilidade até a página três Você tá indo até a página 130 você chora mais do que
eu né então acho que é talvez justamente sair fora desse Clichê feminista de que o homem tudo que ele deseja é machismo tudo que ele se manifesta e autoritário mas eu repito que eu não acho que nos próximos 50 anos para melhorar isso daí quando é nós somos quase do fim do primeiro bloco eu quero completar a ordem então Marília neostein eu vou voltar só um pouquinho na verdade numa mistura das duas perguntas que fala um pouco desse pacto humanista da Europa que você falou e na religião eu queria falar Papa Francisco visitou essa semana
passada aos Fitness entrar a pé e ficou em silêncio e na mesma noite ele pediu que os jovens né da jornada da juventude é rezassem pelos mortos na Síria Então eu queria te perguntar dentro dessa falta que a gente tem de símbolos que que você acha da postura do Papa Francisco E como você vê ele numa recuperação da Igreja Católica Então antes de falar isso para você eu queria porque eu ia dizer uma coisa para ela sobre e eu dizia assim e Portanto acho que os homens devem falar mais o batom que a mulher usa
roupa que ela veste se é curto ou não se tá justo ou não falar do cabelo mexer no cabelo mas o que ficar discutindo qual é o papel da mulher e qual é o papel do homem eu ia completar assim eu acho o Papa Francisco o seguinte a igreja católica é uma instituição com marketing Péssimo né Ela é uma instituição que é gerida há muito tempo por europeus que vive bairro de Roma certo que o Vaticano com uma estrutura assim absolutamente corporativa burocrática complicada eu acho que o Papa Francisco é uma grande esperança para a
igreja católica eu não tô falando teologicamente estou falando sociologicamente é uma grande esperança para igreja católica Porque ele é a igreja católica parece que percebeu que o espaço dela é a América Latina em África não que a Europa e os Estados Unidos não teriam católicos aqui é um celeiro importante e a Igreja Católica na América Latina tá levando maior dos Evangelhos a Igreja Católica fez uma opção teológica pelos pobres a teologia da libertação aquela aproximação inclusive com o PT então a gente fala que a Igreja Católica fez opção pelos pobres e os pobres fizeram opção
pelos Evangélicos quer dizer ela se afastou as pessoas são religiosas porque os filhos tomam droga porque a vida não tem sentido porque elas têm medo da morte elas não são religiosas elas vão para igreja porque elas querem discutir partilha de terra certo isso é um tipo de teologia que me parece muito Estreita né do ponto de vista religioso tá dizendo Então acho que o Papa Francisco ele é uma espécie de esperança para a igreja católica de recuperação de certos nichos inclusive do nicho jovem quando ele fala quem sou eu para combater qualquer forma de amor
ele tá falando com jovem que é muito sensível a aos homossexuais homerotismo Então você quer atrair jovem hoje você não pode ficar sendo preconceitoso contra o amor homossexual então o Papa Francisco ele domina muito ele é Jesuíta o primeiro Papa Jesuíta e os Jesuítas já no século XVI pintava Jesus com cara japonês certo então ele sempre dominaram marketing Jesuítas tá e portanto ele nesse sentido ele é muito bem vindo para a igreja e eu acho que ele corre o risco de ficar preso só no jogo do marketing e não consegui fazer muito mais do que
isso Luiza Moraes fecha o bloco por que que a felicidade para iniciantes Então essa é uma daquelas frases que eu falo e depois fica rodando eu acho que felicidade é para iniciante não no sentido que eu não acredite por exemplo no amor romântico que eu acredito no amor romântico eu acho que ele é uma das coisas que dá graça na vida e tal é a felicidade é para iniciante no sentido de que se você acha se você vive procurando a felicidade na vida você fica meio bobo porque você tem coisas como a maturidade você tem
coisas como contradições você tem coisas como se eu só me preocupo com coisa e eu acabo ficando meio bobo mesmo porque a sociedade de consumo deixa você meio abestalhado e tal então assim e outra coisa é porque eu acho que a literatura escrita para a felicidade em massa é uma literatura ruim de baixa qualidade para quem lê pouco e para quem não consegue lidar com fato de que a vida Talvez não tenha sentido Talvez no final a gente se dê mal é difícil confiar nas coisas e nas pessoas Então iniciante nesse sentido mas também tem
um sentido que assim quando eu digo felicidade é para iniciantes é para dizer assim olha toma cuidado que se você ficar o tempo inteiro obcecado pela felicidade Provavelmente você não vai ter nenhuma experiência de felicidade porque você vai ficar só na naquela Sabe quando fica naquela gana agora na filosofia Luiza felicidade ela tem várias interpretações da Grécia para cá não existe consenso aliás esse conceito da filosofia sobre nada a filosofia é a arte de você vai fazer perguntas importantes as respostas passam né a filosofia Ela é Rica na medida que ela te ensina a fazer
pergunta complexa desconstruir coisas e tal e portanto eu na sociedade que a gente vive em que se escreve livro sobre felicidade se identifica a felicidade com aquisição de bem material sequer da palestras motivacionais o mundo corporativo onde todo mundo é meio assim aquelas baias sabe meio triste imagina um cara com 45 anos uma mulher com 45 anos tá na metade da vida a profissão provavelmente não deu muita coisa não tem mais muito sonho e os filhos Já não são aqueles queriam o dinheiro já não dá muito já começou a aparecer doença aí você tem que
ficar mandando gente falar de felicidade para eles lá né para ver se o cara continua produzindo e tal então eu acho que achar que felicidade é uma questão essencial na vida é para quem não pensou muito e muitas coisas vamos para um rápido intervalo e voltamos já já com o filósofo e escritor Luiz Felipe [Música] estamos de volta com o filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé você escreveu também numa na sua coluna e numa das colunas recentes que você publicou que nunca houve uma geração mais careta do que a atual gerações y a z entre
parentes e o jovem hoje é um poço de moralismo porque olha isso é naquelas coisas sobre pensando diferenças os jovens nos últimos 19 20 anos e o que eu quero dizer com moralismo é assim o que que eu entendo por moralismo que eu acho que é moralismo em filosofia moralismo no sentido senso comum tá porque quando você fala que alguém ia moralista Tecnicamente filosofia a pessoa especializada em comportamento isso é o termo Mas eu não estou usando nesse sentido quando eu escrevi eu tava usando um sentido senso comum quem é moralista alguém que acha que
tem normas de Conduta do bem então os jovens hoje são muito mais caretas caretas no sentido de que por exemplo vou dar um exemplo do que eu acho muito careta uma coisa chamada polia amor por exemplo ah ninguém tem ciúme ninguém inseguro todo mundo tá resolvido afetivamente quer fazer trabalho para ajudar a gente na África eu ganhar dinheiro não ganhar dinheiro é coisa feia quem vive para ganhar dinheiro esse é claro gente que vem de classe média alta escola da zona oeste de São Paulo que nunca teve grandes problemas porque se você descer na pirâmide
social você vai ver que as pessoas continuam tendo que enfrentar como ela é certo então não tem essa coisa de Não eu só quero me dedicar a ONGs e eu digo moralismo nesse sentido no sentido que eles chegam com uma carga careta de que não o homem tem que ser assim mulher tem que ser assado e esse na realidade não é assim homem e mulher a mesma coisa não tem diferença nenhuma por exemplo nessa discussão e na discussão política assim eu acho que deixa até os puritanos calvinistas os 17 envergonhado sabe por quê Porque os
calvinistas do século 17 pelo menos tinha uma consciência do pecado os puritanos do século 17 e 16 eles tinham a consciência que eles tinham pecado dentro deles então isso dava uma certa tensão né enquanto que quando eu digo que muitos jovens são moralistas não pecado não tá nisso pecado tá no capitalismo tá na família tá na estrutura social recentemente Eu tive uma conversa com uma amiga que ela dizia não hoje existe o poli amor e o poli amor é mais ou menos como um Harém eu falei não no além as mulheres competiam se matavam portanto
era a gente séria e digna Não dá para comparar Luiz abre a roda pegando carona nessa história de Pecado Qual é o teu pecado Predileto a vaidade segundo o canal é Luxúria Por quê eu não sei até hoje [Risadas] a pergunta que eu que eu fiz no bloco anterior é da seguinte perspectiva o senhor acha que o há uma crise do multiculturalismo aquele multiculturalismo que baseado na nos direitos humanos na declaração dos direitos humanos em que havia uma tolerância com relação a diferença e em que medida é essa crise do multiculturalismo seria resultado uma certa
era da intolerância que a gente vive hoje na contemporânea Europa é um laboratório social para isso hoje né a abertura da abertura das Fronteiras é uma tendência da sociedade de mercado porque quando você abre Fronteira você tira regulamentação corre dinheiro corre Comércio e as pessoas vão fazendo negócio e vão cuidando da vida o comércio torna normalmente as pessoas tolerantes porque não importa com quem você dorme não importa a tua religião só me importa que você pague o Visa certo se você pagar o Visa se você pagar os boletos certo tá tudo bem entre nós então
só que isso na Europa e é isso um pouco conflito entre o Reino Unido e a Europa Continental France e Alemanha porque o Reino Unido sempre viu a Comunidade Europeia como espaço sem regulamentação e não como espaço para virar um país certo onde o governo do país é esvaziado pela burocracia de Bruxelas então acredito que a Europa atenderá a viver mais ataques terroristas e o terrorismo hoje é uma coisa tipo não precisa mais o Carlos O Chacal como figura mítica qualquer um o cara nem tá ligado ao estado islâmico mas ele mata 80 o estado
islâmico capitaliza o que ele fez ele fica chique depois de morto que você sabe que uma pessoa pode ser chique depois de morta também né ela enquanto vive ela pensa você chique lá na frente né então acho que a Europa tem a ideia de que todo mundo cabia dava para viver em paz eu acho que o multiculturalismo ele confundiu o mundo como a praça étnica de alimentação no shopping quer dizer você pode misturar molho japonês chinês com molho árabe com com molho sei lá comida baiana que vai ter vai ficar tudo feliz tem um pressuposto
por de trás que a huma de fato pode ser desse problematizada que as pessoas de fato podem ser aba e viver completamente respeitando uma outra e que o diálogo resolve tudo eu acho que o diálogo o diálogo só funciona no nível como esse enquanto as pessoas não estão brigando a valer por coisa nenhuma na hora que elas começam a brigar por alguma coisa a valer é mais ou menos como um casal separando enquanto não foi para o pau tá todo mundo conversando na hora que vai para o que interessa entrou advogado no meio a carona
do Robson quiser uma coisa importante só o que que tem levado as pessoas nesse momento que a gente tá vivendo a mostrar o que elas têm de pior porque é tá de carona que o Robson tá comentando a gente observa e intolerância essa intolerância Justamente eu acho que o que está levando não responde responde eu acho que isso é fruto das Fronteiras completamente abertas de uma ilusão a multiculturalista humanista que tudo ia dar certo que tudo ia ser lindo e o que Você Chama que tá aparecendo de pior é o medo que as pessoas têm
de gente diferente de gente estranha de perder a casa dela de perder o apartamento dela de de repente o filho casar com alguém que é muito estranho para o modo porque a única forma de você não ter conflito cultural é que ninguém tenha nenhuma cultura muito forte que todo mundo seja capitalista as pessoas perderam a verdade aquele teu artigo que para variar muita polêmica também aquele nós que amamos as mulheres você disse que os homens tem que tem que defender as mulheres nem que seja na porrada falasse um pouco sobre isso e também que falasse
sobre essa opinião que algumas feministas tem de que elas querem excluir o homem do debate feminista eu acho que entra um pouco nessa questão Então essa frase que os homens devem os meninos devem aprender na escola a defender as meninas quando for necessário mesmo que seja na porrada é a folha colocou isso na primeira página quando eu escrevi essa coluna e a TV Cultura também colocou no JC debate esta frase né que assim esse texto ele foi escrito refletindo um pouco que tinha acontecido no Rio de Janeiro com aquele estupro lá também a partir do
que tinha uma jornalista dinamarquesa fez uma queixa logo depois do evento de colônia na virada do ano em que houve um abuso de mulheres e tal e os homens foram no dia seguinte com cartazes o espectador na rua e elas voou os cara dizendo olha os alemães são tudo frouxo né ao invés deles de alguma forma vendo que tava acontecendo enfrentar eles eles resolvem fazer uma manifestação Tipo na Paulista né então digamos assim esse foi um pouco gancho do que tava acontecendo no mundo mas a realidade o artigo foi fruto de um momento que eu
pensei Olha eu acho que o homem nessa nessa relação ele tem que perceber que ele tem uma uma responsabilidade nessa situação e aqueles homens que gostam das mulheres é umas mulheres ele tem que entrar nessa discussão e dizer olha não vou tolerar porrada por esse motivo ou sairia você pessoalmente já saiu Se eu visse uma situação eu nunca vi nenhuma situação na escola inclusive onde isso acontecesse mas se eu visse uma situação como essa eu acho que sairia na porrada se for principalmente se fosse como eu dizia no texto namorada amante filha certo então assim
esse texto ele foi como num debate uma vez eu falei para uma para uma parceiro do debate que era feminista falei mas esse texto ele foi fruto de um sentimento amoroso absolutamente amoroso de pensar assim olha Se eu visse uma mulher e aí eu eu universalisei Para o debate mas ele partiu de um sentimento amoroso certo dizer olha se acontecesse isso com fulana eu quebrava a cara do sujeito né então assim ele partiu de um sentimento amoroso juntando com digamos efemer e disse que tinham acontecido na época agora a segunda coisa que você perguntou sobre
eu acho que esse é um equívoco né do debate feminista que é O equívoco de não acho que são todo debate feminista mas acho que o debate feminista que eu critico o qual você se refere que apareceu na na reação ao meu texto né de achar que o homem só entra no debate como o agressivo violento né o homem só entra no debate como aquele que não respeita e uma coisa que uma vez me impactou muito que inclusive gerou parte desse artigo foi uma mulher me dizer que existe um homem aqui não sabiam lidar com
Não mesmo ser um marido namorado e que ficavam a fronteira lá meio duvidosa entre se a violência não é violência e eu fiquei pensando não a impressão que eu tenho é que falta moço muitas vezes né e veja é uma dos meus pecados é o amor romântico né que falta amor muitas vezes agora eu acho que é um problema do debate feminista é um pouco demonizar o masculino então o masculino os desejos que os meninos têm pelas meninas a força física maior um dos grandes enganos que esse texto gerou Apesar de que eu escrevi ele
quando eu resolvo escrever texto que eu sei que vai estourar eu penso nele assimétrica gente assim tal frase depois tal frase e eu pensei muito nisso mas sabia que não adianta porque quando você quer dizer uma coisa Tá calma coisa que foi ah dizer que eu estava falando que as mulheres não são capazes de se defender né que as mulheres não são capazes assim homens não são capazes de defender sempre mulheres não são capazes defender homens são mais fortes fisicamente do que as mulheres daí inclusive muito da violência contra as mulheres Então o texto no
final dizia assim olha é importante mudar inclusive escrevi isso mudar o sinal dessa força física é trazer essa essa condição masculina no outro lugar de uma forma diferente que durante esse período de crise mas aguda assim que o Brasil viveu as manifestações foram notoriamente chamadas né de pacíficas e tal você acha que o brasileiro não é dado a violência não tô falando criminosa né tô falando violência civil porque Quais são as consequências disso Olha eu acho que as manifestações foram pacíficas no sentido de que inclusive desde 2013 elas viraram um Pouco programa inclusive as chamadas
manifestações contra o PT tinha uma coisa de levar criança carrinho de bebê algumas levavam as babás as vovós né então era um programa e para Paulista domingo para manifestar-se contra o PT o governo da Dilma sei lá essa coisa toda Então continua sendo político continua sendo ato político mas em 2013 quando começou morreu aquele cinegrafista da Band né quando os Black Blocs começaram a bater e quebrar coisa e tal no número significativo pequeno né as manifestações influem Então eu tenho a impressão que talvez o Brasil não tenha chegado ainda numa situação e nem tô dizendo
que quero que chegue né mas eu que o Brasil ainda não chegou numa situação onde Essas manifestações levassem a violência eu não acho que o brasileiro é Pacífico a priori Eu não acho isso o Brasil é um país bastante violento nas relações inclusive invisíveis muitas vezes e agora veja que essa violência apareceu nas redes sociais né não tava na rua mas foi para as redes sociais xingação almoço de domingo namoro acabado amigos que não se falam mais então eu não acredito que o brasileiro necessariamente Pacífico Mas eu acredito que sim o país ficou muito tempo
sem debate político de verdade e o debate político quando pega pode dar pau no almoço de domingo nas redes sociais e eu acho que as redes sociais para muita gente tem uma função meio masturbatória sabe tipo ao invés de eu sair com a menina e eu fico falando com ela nas redes sociais alguma coisa assim é isso que eu tô chamando de masturbatório Então acho que as redes sociais ela também funcionando como uma caixa onde eu chego todo mundo e não faço nada então a violência fica ali dentro né E você não sai daí para
ir para a realidade Qual a consequência disso eu acho que uma consequência disso é assim como é na vida afetiva muitas vezes é um certo retardo na ação uma certa letargia a vida dá masturbação ao invés de sexo a dois com um só então eu não acho que as redes sociais tornam As Pessoas Mais politizadas é claro que pode tornar alguns grupos mas não por causa das redes sociais eu vou parafrasear que o Eduardo Janete alguns anos há muitos anos perguntou para o Caetano nesse mesmo Roda Viva é sobre um paradoxo da identidade do brasileiro
que de um lado é defende modernação social acha que a gente tem que ser mais disciplinado mais organizado e de outro exalta a nossa espontaneidade a nossa alegria você acha que essas duas características podem coexistir ou você acha que a medida que a gente for caminhando para um país mais organizado a gente vai perder ele falou você acha que é a civilização entristece a alma humana e então eu tô repetindo essa pergunta que ele fez e eu não tenho nenhuma dúvida que a civilização entre Espécie a humana na realidade suspeito isso profundamente agora é importante
dizer uma coisa que aliás é uma das coisas que eu ao longo desses anos de quando a partir Principalmente eu já tinha escrito antes mas a partir da coluna da Folha em 2008 que minha exceção na mídia foi se tornando sistemática dizer uma coisa muito clara eu não tenho visão ideal de mundo eu não acredito na evolução da história e nem acha que o mundo vai dar necessariamente certo tá E essas ideias são ideias que às vezes elas não são fáceis de passar porque a maior parte das pessoas de humanas virou clero quer salvar o
mundo que é transformar as pessoas nisso naquilo naquele outro porque eu tô fazendo esse triângulo para responder para você no seguinte sentido além de achar que eu sou eu olho para civilização um pouco meio fredianamente assim né porque Freud foi o primeiro cara que estudei sistematicamente para ver se salvava a medicina na minha vida acabou enterrando de vez ele falou para filosofia mal estar na civilização e me refiro o texto dele bastardo na civilização eu tenho uma suspeita de que a civilização ela de fato nos entristecenos deixa meio encarretado então acho que e quando você
pensa isso numa racionalidade burguesa numa organização burguesa da sociedade onde você vai ficando focado na Previdência focado no aluguel sabe focado na troca de carro você vai ficando aquilo que eu diziado nos pés você vai ficando mais pequeno então acho que corre esse risco agora eu não acredito que isso chega até o fim Inclusive eu acho que uma hora a de mercadoria do capitalismo pode entrar em colapso eu acho que em 500 anos a democracia pode ter acabado certo então eu tenho eu não tenho uma visão histórica de que acho que o Brasil vai se
tornar totalmente civilizado agora como você terminou a tua pergunta você acha que podem conviver eu acho que totalmente porque não acho que o ser humano é coerente não acho a humanidade eu acho que a gente racional Aí Nelson Rodrigues Nelson Rodrigues comparava a nacionalidade é um esforço doloroso como a santidade né para você ser racional você tem que fazer um esforço desgraça eu não acredito que as pessoas votem racionalmente essa história de que eu avalio candidatos e não acredito não no Brasil no mundo inteiro né mundo inteiro então eu não acredito que a gente seja
plenamente coerente Basta ver a filmografia escandinava né Suécia de da marca Noruega grosso modo são os países que a humanidade deu certo vai ver Bergman desde os anos 50 vai ver lá as fronteiras vai ver Tomas vitamberg vai ver ele caldeirão embaixo daquela veja não tô fazendo discurso da gente virar cangaceiro não é isso aliás eu não tô pegando nada o que eu tô querendo dizer assim o que eu acho é que a ideia de que é impossível a gente ser ao mesmo tempo espontâneo e ao mesmo tempo achar que isso é ruim para o
Brasil é mais ou menos como vou fazer uma metáfora eu tô em São Paulo trabalhando adoro São Paulo Acho que são paulo cidade cosmopolita é a única cidade que a cidade de mercado pegou no Brasil não é à toa que é mais rica certo onde as pessoas valem um pouco pelo mérito e tal e aí um pouco mais racional no sentido burguês eu vou para o Rio de Janeiro ando de Copacabana até o Leblon Ipanema no final da tarde eu não quero nada certo eu quero com quem eu tô andando e o pé na praia
e tomar chopp e é isso eu sou brasileiro interrompi uma pergunta quando a Luiza tinha começado a fazer queria que você fizesse Não me pergunte era bem simples assim é isso que você falou que as redes sociais tem mostrado um lado das pessoas que assustadoras assim hoje em dia e parece-me que a violência que inclusive é tema de uma das colunas mais recentes tá muito presente nisso a minha pergunta é por que que as pessoas parece que saíram do armário perderam a vergonha de dizer o que pensam e o que acham ainda que isso seja
altamente condenado sobre todos os aspectos embora muitos recorram a pseudônimo né é assustador que que tá acontecendo com a humanidade sempre foi assim ela sempre foi assim Acho que as redes sociais como eu dizia para Thaís a pouco as redes sociais elas acabam dando espaço para você brincar de violento então você fica se xingando você fica não eu não acho que para entrar num debate onde você tem a boa vontade onde você queira de fato entender o outro onde você queira a de fato chegar algum lugar é uma coisa que você faz durante duas três
horas depois você fica exausto né porque aquele esforço de chegar uma concordo por isso que na universidade não tem debate verdadeiro porque tá todo mundo cansado fazendo política não sei o que que ninguém tem saco para fazer debate de fato Eu acho que eu não sei se elas escutaram Em algum momento eu acho que às vezes a gente se escuta um pouco eu acho que às vezes você escuta uma pessoa não por causa da ideia dela priori Mas porque você gosta de alguma coisa nela ou porque alguma coisa nela te atraiu ou porque você tem
alguma coisa semelhante entre ela e você uma certa empatia aí você começa a escutar ela e aí de repente parte do que ela fala se acha legal bate-se no Whats você joga fora fica com a parte legal eu não acho que o ser humano seja movido por ideias Racionais eu acho que a gente é mais movido por paixões quando é nessa coluna que foi mencionada pela Luiza você passa a ideia de que nada nenhuma grande transformação aprecendeu da violência isso aí não é como dizer que a violência é Parteira da história que é uma é
uma frase muito cara aos marxistas sem tudo que você escreve É deliberar principalmente quando eu vou chutar o balde fala né Como foi esse caso primeiro assim veja bem eu acho que se os marxistas que falavam isso e se eu pensasse por exemplo nos niilistas pré-maxistas da Rússia do 19 que dosto época que mostrou Torrinha mostrou se eles visse no que deu à esquerda hoje eles iam ficar horrorizados certo brigando por Shopping brigando por dinheiro quer dizer eu se tivesse que escolher entre os marxistas históricos de hoje não Sem dúvida só existe duas opções eu
ficava com eles certo como assim no sentido não brigando por shopping no sentido de na verdade a ninguém quer pesar com o marxista histórico tá foi por isso que eu falei brigando para o shopping ao invés de você querer destruir o capitalismo você quer que o shopping venda roupa do jeito que você é do seu estilo entendeu Por isso que eu falei brigando por Shopping sentido de que se você pensa como marxista do 19 né ou como revolucionário Russo do 19 alguém que achava que ser de esquerda é que o shopping respeite seu estilo de
vida eu fui da picada né É por isso que eu falei brigando para o shopping Mas voltando o que você falava essa coluna da violência ela foi estimulada por uma música que eu escutei que inclusive eu gosto da música né bastante tanto que eu sou ela muitas vezes você tem uma frase dessa música que de repente eu ouvi falar assim nada nunca mim nada nunca se conseguiu nem conseguirá com violência eu falei mas não disse carta com a cabeça quando escreveu isso que absurdo é esse né e eu digo na coluna é grande parte das
coisas que se conseguiu e eu digo assim não não necessariamente todas Mas aquelas inclusive que os bonitinhos que é um personagem que usa na coluna da folha para tirar sarro de certos inteligentinho bonitinho digital né nesse momento eu falei inclusive que os bonitinhos se derretem de amor ou de paixão Direitos Humanos liberdades individuais eu não lembro mais o que eu coloquei adiante mas assim eu lembro que eu coloquei esses dois exemplos é foram conseguidos inclusive com violência então assim a coluna no final termina dizendo que eu acho que grande parte dos intelectuais capturou da tarefa
de quando eu digo intelectual eu não quero dizer só quem escreve livro eu quero dizer Professor jornalista Arthur numa coluna artista né assim o mundo das ideias ou da arte e tal Capítulo de pensar o mundo tá preocupado em fazer o mundo melhor tá preocupado em dizer só quatro coisas e só iluminar quatro coisas porque se iluminar sete meu Deus você tá pregando a violência não tô Pregando a violência estou dizendo Óbvio a Europa tá à beira de uma onda de violência e ainda tem europeu que acha que vai combater isso tocando tielo na praça
não vai acontecer isso mas vamos desculpe tá isso você abre o próximo bloco Então vamos para mais ligeiro e voltamos daqui a pouco com o filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé [Música] Voltamos para o terceiro bloco da entrevista com o filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé como nós temos nesse bloco só 15 minutos eu já passo a palavra para Taís você falou agora no início do programa que seja enxerga intelectuais jornalistas pensadores enfim enfrentando hegemonia de esquerda que se chama Mas há alguns meses você disse que ia sergemonia deveria durar ainda pelo menos 50 anos
é claro é pessimista mesmo mais ou menos como natureza mas a verdade no dia a dia eu não sou porque eu gosto muito do trabalho de outras coisas então não sou pessimista e assim eu lembro quando eu escrevi isso eu falei 50 anos escrevi quando eu escrevi eu falei eu ponho 50 25 né porque na realidade o número ali eu não queria ter 50 anos eu queria dar a percepção de perspectiva no tempo vai durar ainda e eu me referia principalmente na universidade né Eu acho que a imprensa e a mídia tá Infinitamente Mais arejada
do que a universidade a universidade é muito mais autoritária muito mais fechada e isso por razões quase sociológicas instituição fechada onde as pessoas estão preocupadas com a carreira com poder no colegiado com teorientando financiamento para bolsa uma série de coisas né E que isso acaba ela é menos ela tem menos digamos o instinto animal do mercado que tá na mídia certo então as pessoas se baterem discutirem e subirem descerem a coisa circular Então eu acho que e se você observar Taís se eu pensar que sei lá três quatro nomes de pessoas que estão inseridas um
debate público na mídia que não são identificadas com a esquerda talvez de cabeça eu diria que só eu estou na universidade os outros não estão Carol que eu lembro de cabeça assim se não são professores de carreira de Universidade diversas figuras que não estão identificadas acho que o Brasil vai ficar não então se você fala da política assim o texto eu falava da hegemonia de um pensamento de esquerda na produção cultural e na produção de conteúdo e Universidade principalmente na política não acho que houve sempre na política mas que haverá futuramente não acho que daqui
50 anos haverá Total hegemonia da esquerda agora eu acho que a política brasileira se você pensar em termos de partidos organizados ainda não tem opções liberais liberar o como eu defini a pouco não tem e eu acho que pode continuar a ver opções de esquerda nos partidos E essas opções meio fisiológicas meio antigas identificadas Grosso formado com PMDB grosso modo né e tem um PSDB que é uma centro esquerda da Elite Paulistana que é o partido com muito Cacique pouco índio que não gosta de fazer oposição porque acha que oposição é coisa de gente que
não tem berço que berra a veia parece na testa gente sabe então é quando eu falei dos 50 anos eu pensar penso primeiro literalmente no mundo cultural Esse eu não tenho nenhum nenhuma dúvida produção cultural produção acadêmica ainda uma parte importante da formação de jornalistas que formam grande parte da redação dos jornais da televisão continuam sendo majoritariamente do cenário acadêmico brasileiro especialmente da filosofia e eu te vejo mais como os filósofos franceses assim o Lucas comunica tu tem essa coisa acho que é isso que te confere esse status mas pop também consegue atingir a massa
né que geralmente os laços brasileiros não conseguem ficam falando para eles mesmos aquela Torre de Marfim da filosofia né então eu queria saber a tua opinião sobre o mundo acadêmico especialmente filosofia então eu vejo o que eu vou dizer eu não acho que é só da Academia Brasileira tá assim do mundo é humanas tô falando muitas humanas né E você tava falando disso não acho que é só da Universidade Brasileira tá bom assim Congresso Internacional revista internacional colegas de outros países não são muito diferentes desse perfil que eu acho meio fechado do ponto de vista
ideológico que eu acho assim no caso brasileiro especificamente existe uma pobreza Econômica muito grande que faz com que a gente na universidade passe muito tempo preocupado com o contrato preocupado com garantia de segurança garantia de direitos de ajuste salarial falando das publicas das privadas que você não vai perder o emprego não vai perder o contrato Então depende o número de alunos para garantir o contrato no final se você tá na pós-graduação então Acho que além da discussão ideológica que a gente já tinha falado quando falava com a Taís eu tô querendo esse assunto é eu
acredito que a universidade ela é um espaço que você acaba preso na burocracia da produtividade você tá preocupado em pontuar no lates porque isso ganha ponto o tal relatório que tem que se fazer toda hora em uma burocracia gigantesca então uma vez escrever uma coluna inclusive que também deu muito pau que era assim o que menos se fala numa reunião de colegiado na pós-graduação no Brasil é a palavra aluno é o que menos importa o que ele quer fazer o que ele quer estudar pouco importa o que importa é compor grupos compor aquilo que vai
gerar ponto entende então acho que isso aí isso é um pouco melhor em países como a Alemanha França Inglaterra Estados Unidos Israel que tem mais dinheiro é mais só então isso melhora um pouco você consegue tirar dois anos para fazer uma pesquisa e no caso dos Estados Unidos da Inglaterra Porque o mercado ajuda muito uma das coisas que torna o aniversário do Brasil tão miserável é a ideia que tem muita gente que acha que misturar o aniversário de que o mercado é mal eu acho que eles um atraso assim eu não digo que é pré-histórico
porque leva pré-história muito a sério tem muito carinho por ela mas assim eu diria que é um atraso assim essa coisa de que não pode ter mercado misturado eu acho isso uma ideia picanha Total então assim e aí tem uma coisa também com relação a coisa pop que você comparou o michelão ficar inclusive com uma decisão não vou fazer parte da Universidade nunca né desde sempre tal eu acho eu continuo gostando de dar aula continuo gostando da Vida Universitária mas eu gosto do chão da sala de aula eu gosto de dar aula né O resto
me aborrece profundamente pensando um pouco em tudo isso que você tá falando da Universidade um pouco da discussão das redes sociais Eu peguei uma frase sua que você fala que sim hipocrisia não existe vida moral pública Então eu queria que você explicasse um pouco isso porque eu acho que é um tema que você trata muito nas suas colunas e até nos seus vídeos a questão da hipocrisia na sociedade como um todo então essa frase eu tenho que responder para você em dois níveis mas razoavelmente de forma objetiva porque é claro para mim o que eu
quero dizer com isso faz parte da substância da moral pública é uma certa hipocrisia porque se você tá num jantar de domingo E você tem uma prima ou um primo que fez um regime dolorido e pergunta para você que que você acha emagreci você fala engordou você é uma pessoa má né você deve dizer não se emagreceu muito mesmo Você perdeu quanto 10 kg não só três Então é isso que eu me refiro como hipocrisia como parte da moral pública no sentido de que um pouco ela Oscar Wilde se o ser humano Entrega a sua
verdade mais pura tem obsceno no sentido do convívio social certo então cante que era o filósofo que dizia que você deve dizer a verdade sempre né como imperativo categórico moral eu lembro bem na faculdade de Filosofia que o que se brincava com Kant era assim para alguém acreditar nisso significa que ele morreu virgem Porque qualquer pessoa que tenha se envolvido afetivamente a sério com a pessoa sabe que uma ideia dessa é uma bobagem de novo lembrando Nelson Rodrigues ele resolve se todo mundo conhecesse a vida íntima de todo mundo ninguém cumprimentaria ninguém é o Nelson
dizia o mim então pelo amor de Deus por misericórdia ele dizia isso mim então agora tem uma outra coisa na tua que Você levantou na frase importante assim o que eu critico muito é a hipocrisia na minha classe entender como alguém que tá no mundo do pensamento público da academia e tal eu critico essa hipocrisia no sentido de eu acho que se você é um profissional que tem por expectativa discutir o mundo ajudar as pessoas entenderem do mundo aí você não pode mentir entendeu onde os dois níveis quer dizer e eu acho que a gente
está mentindo já algumas décadas por isso que alguém diz assim bom a gente está mentindo e não consegue entender por exemplo que abrir todas as fronteiras do mundo uma hora da pau não dá né Todo mundo se amar todo mundo se entender todo mundo só se todo mundo virasse geleia não dá a gente não é assim Tem coisas que você chega no maior dizendo não suporto isso eu não quero isso eu não concordo e não quero saber Inclusive eu acho que um grande erro que está se cometendo nos Estados Unidos e na Europa é que
ao invés de trazer à toa nesse mal-estar Entrega na mão da Extrema direita e aí que que faz a Extrema direita começa a falar o que as pessoas estão com medo e as pessoas Ah vou votar nesse cara isso é porque grande parte veja na Alemanha a mídia a polícia fica com dedos para dizer olha talvez tenha sido refugiado o cara talvez fosse muçulmano pode ser um ataque terrorista porque porque tem medo então o que que faz o cara lá que tá com medo de que aconteça de novo ele tá pensando isso E aí na
hora que quem eu acho que é responsável por trazer isso à tona não faz aí vem um partido de extrema direita racista e começa a falar absurdo não todo mundo que veio daquele país não presta então eu acho que essa mentira por parte do digamos assim dos agentes públicos do pensamento tá entregando o mundo na mão das irmãs direita nós temos cinco minutos para encerrar esse bloco e tente passar a palavra depois para Luísa professor pegando um pouco Carona Nessa questão que você está falando da da Europa eu acho que talvez haja uma crise uma
das muitas crises que a gente tem é representatividade e uma certa oposição entre a velha política e talvez uma jovens que não se identificam com essa velha política acho que um exemplo que a gente teve aqui que foi que foram jornadas de 2013 que tinham essa incompatibilidade com a velha política com discurso Tradicional em que medida que o senhor explicaria esse fenômeno diante das redes sociais diante dessa nova organização que também é virtual e como que os partidos estão aí em sintonia ou procurando dialogar com essa demanda da sociedade que é um pouco diferente né
Eu acho que tem não sei se você concorda olha essa é a tua pergunta ela me remete a dois níveis de realidade assim se eu for pensar num nível de realidade muito profundo isso eu falei a pouco depois que eu comecei a lei para a história já alguns anos destruiu minha visão de histórias né porque a gente no mundo que acha que o mundo começou na Revolução Francesa e nos anos 60 e agora quando eu penso no mundo eu penso assim 70 mil anos por baixo né a história do Sapiens então assim eu acho que
pode haver um colapso de representatividade Eu acho que o grande ganho do sistema democrático a limitação do poder se um dia se descobriu uma forma delimitar o Poder Sem tanto gasto e sem tanta ilusão sobre a soberania popular e como as pessoas voltam racionalmente talvez economicamente no sentido de opções pragmáticas regimes Democráticos começa a desaparecer eu não acho que a democracia vai durar para sempre Apesar de que eu acho que ela é o melhor sistema porque eu tô dizendo isso no nível mais profundo porque eu não vejo a crise de representatividade como nenhum grande problema
a democracia tem 100 anos grosso modo então a ideia de que quando a gente fala da velha política que é uma política que na realidade não é velha se você pensar na história da humanidade é uma política em que você tem um sistema de representação e hoje eu não acredito que as redes sociais vão que sistema de representação eu acho que a ideia de democracia direta é uma ideia Boba só funciona em condomínio para decidir se vai fazer piscina ou não certo se você fizer uma democracia direta entre sei lá 150 milhões de pessoas na
Islândia funcionam conheço a Islândia adoram um super país para você visitar distante tem pouca Funciona porque tem quatro pessoas falando metafóricamente tem 300 mil pessoas mais ou menos mas imaginar que um país como aquele em situações como o Brasil sabe funciona eu acho isso um daquelas jogadas intelectuais para passar a imagem de que eu e tem um modo de democracia que vai dar certo eu acredito que não havendo uma quebra do sistema democrático representativo os jovens que vão entrando no sistema eles podem trazer um discurso mais sensível a certos comportamentos assimilar os gays que é
super importante para os jovens hoje em dia certo uma preocupação ambientalismo também às vezes como certo marketing mas eu não acho que as coisas mudam tão profundamente entende o que eu quero dizer então eu acho que assim se falava Por exemplo quando aconteceu a primavera árabe né Eu leio os que vir a minha coluna da folha várias vezes isso é um delir aqui Primavera coisa nenhuma aquilo vai virar um caos e eu lembro de um jornal da cultura na bancada quando estourou a guerra na Síria ou baixar a laçada falou aqui vai dar morte e
deu a Cida tinha uma rachadura Então aquela história não a democracia o sociólogo da Tunísia O Estudante da Universidade Tunes Delírio cara Delírio o mundo não é uma universidade não é um sociólogo dando aula sobre como as pessoas devem viver com isso tudo Eu quero dizer assim eu acho que pelo menos não vejo a curto prazo uma mudança no sistema de representação acredito que na Europa A Comunidade Europeia instaura uma de representação porque o governo de Bruxelas É uma burocracia muito centralizadora e distante aqui da representação clássica e aí isso cria instabilidade mesmo que tão
decidindo minha vida lá em Bruxelas e aí eu é por isso que aí tem de acho que é uma tendência um certo refluxo para diminuir a burocracia de Bruxelas que é o que o Reino Unido sempre quis é a posição do Reino Unido né então não acho que as redes sociais vá causar assim uma uma um transtorno a ponto de mudar a democracia completamente perfeito Luiza eu vou pedir desculpas para você vai abrir o próximo bloco Então porque já ultrapassamos aqui o tempo vamos para um rápido intervalo e voltamos já já para o Quarto e
último bloco da entrevista com o filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé [Música] estamos de volta para o Quarto e último bloco da entrevista com o filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé Lembrando que esse bloco tem só 15 minutos eu faço a última pergunta a minha última pergunta Ferreira Gullar escreveu na folha de 31 de julho o seguinte em busca de soluções O Homem inventou Deus que é a resposta para as perguntas sem resposta como é que a sua definição de Deus eu acho Deus um conceito filosófico fascinante acha uma hipótese elegante cosmologicamente a ideia de
que existe uma inteligência como essa que você não consegue nem entender é um objeto de muita reflexão minha filosófica apesar de não ser religioso no anos atrás ou Roda Viva aqui eu falei que eu achava que estéticamente eu acreditava em Deus no sentido dessa dessa organização mais assim eu costumo dizer o seguinte o ganho da religião de Deus tá na imprecisão das soluções que ele e a religião oferece porque tudo pode caber numa definição religiosa Então você nunca vai derrubar uma hipótese religiosa né se de acontecer o que aconteceu é porque a religião o padre
guru lá acertou se não acertou é porque não chegou a hora ainda então os argumentos religiosos Eles não têm como a gente fala em filosofia Eles não têm consistência epistemológica você não tem como provar que eles estão certos ou errados o que você consegue mostrar que eles são assim imprecisos e que eles por isso eu acho que a religião nunca vai acabar Olha eu acho Inclusive eu acabei falando pouco quando ela falando de São Paulo né quando tava conversando com a Marília eu fritei essa ideia eu acho que a meritocracia Apesar de que eu não
acho que ela existe completamente nem sei se seria tão ótimo que existisse na sua totalidade É sempre bom lembrar que eu sou um leitor de Nelson Rodrigues hein né então eu acho que só os neuróticos eram a Deus sabe essas coisas assim eu acredito que o desejo pinga certo assim mas é eu acho que um pouco de meritocracia no Brasil faria bem certo no sentido de você e eu acho que São Paulo é a cidade mais beritocrática grosso modo do país no sentido de que aqui em São Paulo você vem você trabalha você arruma emprego
tanto faz se você veio o diabo de B essa coisa da família se você é filho de quem ou não filho de quem isso dilui um pouco as pessoas se chamam para trabalho de uma forma um pouco mais o beritocrática do que em outros lugares veja eu vivi 20 e Poucos Anos eu sou pernambucano morei na Bahia também e são sociedades bastante tradicionais e comparação com São Paulo em que eu vejo vários méritos né não méritos no sentido que eu entendia a sua pergunta de meritocracia mas méritos no sentido de que existem coisas que eu
valorizo no modo de vida de onde eu vim incerto de onde onde eu morei né E que eu acho que certos modos tradicionais por exemplo eu acho que relações entre homem e mulher são muito mais claras Nordeste Inclusive tem muita gente que acha que a minha visão de mundo em assuntos de homem e mulher tem a ver com essa minha origem né de uma forma um pouco mais clara e sem muita confiar e muito blá blá blá e muita tese que se inscreveu sobre uma mulher nos últimos 30 40 anos mas eu acho que a
meritocracia em São Paulo compreendendo como um pautado pelo reconhecimento da eficácia é assim que eu entendo a meritocracias de classe média se você olhar nas ruas e andar por São Paulo hoje você encontra zilhões de pessoas vivendo em baixo de viatura continua sendo a cidade onde tem mais classe média onde as pessoas entendeu quer dizer o fato de existir se existir um pouco mais de meritocracia no Brasil não significa que você não tenha pobreza na realidade eu acho assim Luiza para mim a pobreza como a gravidade parou de se mexer você cai nela vou tentar
completar a roda Marília depois Carol vamos girando um pouco que o Augusto disse sobre a pergunta de Deus é você se define ainda como um ateu não praticante e queria te perguntar um pouco que você fala do ateísmo militante e sobre essa problematização que você coloca para ateísmo eu acho até militante o bicho chato né a ideia de que se você ateu você é mais inteligente eu acho e filosoficamente equivocada Por isso que às vezes Escreva na coluna fiquei até com 8 anos quer dizer que olha filosoficamente dizem que Deus existe ele é bom o
mundo é o que é logo a hipótese anterior deve estar complicada Olha eu conheço um pouco de teologia existem teólogos extremamente complexos que fazem articulações brilhantes para poder resolver o famoso problema do mal tá mas se você olha de cara assim de primeira vista é muito difícil imaginar aí eu prefiro hipótese de macbeas a vida é um roteiro escrito por um idiota um ator correndo de lado para o outro no palco cheio de sonho e fúria significando nada certo essa é a minha visão de mundo né agora a minha implicância com os ateus militantes eu
cito um ator chamado Chester todo início do século 20 que não é nenhum problema você parar de acreditar em Deus é que a maior parte dos ateus que eu conheço eu começo a acreditar na história na política na ciência na natureza eu acho e uma coisa que eu acho pior no mundo acreditar em si mesmo eu acho isso brega não eu acredito em mim mesmo eu acho que eu sou o máximo o meu eu e tal agora essa coisa do ateu não praticante que foi uma fala do amigo meu para mim eu achei uma definição
ótima por isso comecei a repetir né o outro me já me chamou de até o Místico por conta de que eu acho a literatura Mística fascinante já dei muita curso disso eu não tenho nenhuma dúvida que é possível ter percepções estéticas a realidade que vão um pouco estética no sentido de sensação que vão um pouco muito além da percepção imediata e banal do dia a dia mas quando eu digo que eu sou um ateu não praticante É no sentido de que eu não prego até isso eu não acho que eu acho eu conheço pessoas super
religiosas que são muito mais inteligentes do que um bando de ateu e quando eu acho que toda militância deixa você um pouco bobo Carol quem vale a pena ser lido hoje no Brasil quem você para para ler e leva a sério Nelson Rodrigues Professor o que que um conservador Liberal diria sobre a liberalização da das drogas é algo que depende como eu acho que primeiro eu acho que tem aí drogas é um no plural Acho que nem toda droga é a mesma coisa né então eu tendo você simpático a liberação de drogas como a maconha
por exemplo certo e eu acho que na realidade antes da liberação da droga eu fico impressionado como tem pais hoje em dia ainda pais de 40 anos certo ou da minha geração tenho 57 ou 40 mais jovem e tal que olham para o filho ficou no McQueen entra num Pânico Total quando a maior parte dos jovens da minha geração que fumou maconha fuma maconha e tá super bem hoje certo uma maconha se divertiu Inclusive a maconha dava um tesão danado depois uma fome danada duas coisas que fazem a vida girar e ter cor então assim
é uma coisa ótima né e eu via na época em que eu era moleque os meus pais e os meus pais na realidade eu tô sendo meus pais não eram meio muito paranoicos com isso não mas eu via mas assim Pânico é claro se eu pegasse um grupo de 15 amigos dois se lascaram com droga né foram droga pesada Então acho que a discussão da liberação das drogas ela tem que ser uma discussão mais científica do que ideológica e tem que ser a partir do análise de fato no que for diga tem que ser o
mercado regulado Você acha o senhor acha eu não tenho dúvida que se você entregar-se e começasse a taxar isso pensando por outro lado no sentido do mercado inclusive se você obrigasse as drogas entrarem no sistema de mercado pagar imposto e tudo mais eu acho que você resolveria uma parte pensando eu tava pensando no sentido do impacto da Saúde pensando por esse lado acho que podia ter resultados interessantes como experimento mas não tipo no Uruguai todo regular mental sobre farmácia quando a gente tava falando sobre os discursos mais extremistas né a intolerância de certa forma ocupando
esse espaço ocupando espaço que está vazio ao mesmo tempo a gente teve notícia acho que nesse final de semana de que centenas de milhares de muçulmanos refugiados se converteram ao cristianismo e eles enquanto muçulmanos ela é uma religião que tá sofrendo muita rejeição como é que você recebe essa notícia né da conversão e aí os convertidos são perseguidos tanto pela região que eles tinham pelos muçulmanos que ficaram quanto pela origem deles nos lugares onde eles estão e como isso por exemplo aconteceu no local de outra maneira evidentemente mas uma rejeição da religião dessa forma né
Eu acho assim no caso das conversões o local Sul e no período da Alemanha nazistas conversões não adiantavam nada né muitos você pega a famílias como Vitor que a gente está na própria família do Marx a Rússia que sim meu judeus de família originários que as famílias foram se convertendo para garantir inclusive lugares na universidade né no caso dos rímel e do Russel eu acho que tá esse grupo de muçulmanos que se convertem dentro da Europa inclusive para conseguir se adaptar melhor parece com o caso dos judeus chamados cristãos novos né quando a gente tá
lá na península ibéricas século 15 e 16 em que os judeus eram forçados a se converter Ou eles perdiam todo o patrimônio eles eram Queimados e tal e não tá acontecendo isso mas não tão queimando muçulmanos Europa nesse sentido eu tô querendo fazer uma diferença no sentido do grau da violência agora eu não tenho nenhuma dúvida que diante do que tá acontecendo na Europa muitos muçulmanos se sintam pensam é melhor me converter o cristianismo porque aí deveriam simplesmente combater então terrorismo e eles às vezes protegem ou fingem ignorar então aí eu passo para a segunda
parte do que eu ia dizer para o país é que eles são perseguidos por muçulmanos que ficaram nos seus países de origem por tentarem se converter para se adaptar também então aí eu vou para a segunda parte essa é a última resposta eu acho assim eu acho que não tenho nenhuma dúvida que isso já foi pedido por muita gente que as comunidades muçulmanas na Europa por exemplo podiam dar uma uma resposta mas Clara de Condenação e inclusive no sentido de condenar mesquitas que pregam radicalização que na Europa em Bruxelas em Paris todo mundo sabe onde
tá certo então acho que isso seria mais útil do que fazer uma conversão fake cristianismo para querer dizer olha eu sou cristão agora porque os europeus grande partes europeus nem Cristão é certo Quer dizer o cristianismo é uma religião originária na Europa certo mas se você for ver a prática e inclusive o universo digamos assim mental moral e política europeu Apesar de que o fundamento é cristão nas últimas décadas é muito secularizado isso que eu tava querendo dizer agora eu acho Tais assim eu acho que se você pensar na condição de muitos cristãos que vivem
em países muçulmanos não pode não pode converter o muçulmano é crime se você cometer o converter o muçulmano quer dizer o que eu acho é que o problema não vai ser equacionado na relação humanismo secularismo ocidental não acho o Islã não passou em sua grande parte pelo secularismo não tem essa percepção de mundo de separação de estado e religião e portanto não vai adiantar a gente olhar para o mundo islâmico eu acho que no fundo no fundo a gente eu quero dizer Ocidental secularizado no fundo no fundo a gente queria que os muçulmanos continuassem acreditar
em lá meia boca que nem a maior parte de nós acredita no fundo no fundo a gente queria que os muçulmanos entendessem que que importa é pagar as contas e cada um transar com quem quiser e grande parte dos muçulmanos não tem essa percepção de mundo e o que choca nos muçulmanos os europeus é que eles levam Deus a sério e levam religião a sério e a gente acha que a gente normal não leva isso a sério Infelizmente o nosso tempo acabou eu agradeço a participação do Robinson Borges da Marília New Stein da Thaís bilenc
da Carol Teixeira da Luiza Morais e do nosso cartunista Paulo Caruso agradeço a você que nos acompanhou até agora e especialmente ao Luis Felipe Pondé olha muito obrigado porque sempre agradável a contemplação desse espetáculo que é a inteligência Livre e eu conversei Boa noite boa semana a todos e até a próxima segunda [Música]