“A melhor oferenda que alguém pode fazer aos Budas e aos seus professores é colocar o Dharma em prática. Assim foi dito pelos mestres antigos. ” – Dzongsar Jamyang Khyentse.
“Podemos saber tudo e explicar tudo sobre o Dharma. No entanto, se nunca o colocarmos em prática, isso não transformará nossas mentes. ” – Khadro-La.
“A disciplina espiritual suprema é domar a própria mente. A virtude suprema é o grande altruísmo. A instrução oral suprema é observar a mente em todos os momentos.
A conduta suprema é estar em desarmonia com o mundo. A realização suprema é a diminuição contínua das emoções perturbadoras. ” – Atisha (982 – 1054).
Em essência, os ensinamentos consistem em observar a sua mente e transformá-la. E isto só é possível se nos desligarmos das preocupações mundanas, que é o que aqui se entende por estar “em desarmonia com o mundo”. As preocupações mundanas são basicamente expectativas baseadas no ego ou no orgulho: como a esperança de elogios, respeito, fama e assim por diante.
Essas preocupações são bastante naturais se alguém vive neste mundo da maneira samsárica. Porém, também criam muitas dificuldades para quem está apegado a elas. O Samsara é frequentemente mal compreendido como o mundo exterior.
Por favor, entenda que quando usamos esta palavra, samsara, estamos nos referindo ao nosso confuso mundo interior de emoções, julgamentos, expectativas e às ações que criamos ao sermos influenciados por essas confusões. E praticamos o Dharma para enxergarmos esse mundo interior. O resultado da prática do Dharma é a redução do desejo, a redução do apego à realização de qualquer objetivo e, em geral, menos emoções negativas, sentimentos perturbadores ou estresse físico e mental.
Em suma, conhecer o Dharma significa conhecer a si mesmo, e praticar o Dharma significa transformar-se. Esse é o caminho do Dharma. O Caminho do Dharma.
Kyabgön Phakchok Rinpoche. “O presente do Dharma supera todos os presentes; O sabor do Dharma supera todos os sabores; O prazer do Dharma supera todos os prazeres. A erradicação do desejo supera todo o sofrimento.
” – Shakyamuni Buda (563 – 483 a. C. ) Dharma, significa conhecer as nossas próprias mentes.
Você não terá a chance de praticar o Dharma (os ensinamentos do Buda) se você não tiver certeza do que realmente é o Dharma. Então, deixe-me simplificar o que é o Dharma: Primeiro, tenha um bom coração (não cause danos e deseje felicidade e liberdade do sofrimento para si mesmo e para todos os outros seres sem preconceitos). Segundo, domine sua mente (pratique meditação).
Terceiro, perceba a natureza da mente. Quarto, estabilize-se no estado natural (que é a iluminação). A prática do Dharma é algo que você deve aplicar na prática em sua vida diária.
Se não for prático, se você não puder aplicá-lo, não é Dharma. Nos lembremos das qualidades que todos devemos nutrir e desenvolver, conforme ensinado pelo Guru Rinpoche Padmasambhava: “Seja sábio, compassivo e diligente, aplicando um esforço alegre à prática. Tenha a mente aberta e seja de poucas palavras.
Tenha muita paciência e evite julgamentos ou críticas. Tenha um entendimento aguçado e seja confiável. ” – Padmasambhava (717 – 762).
Conforme resumido nesta citação, as qualidades essenciais de um estudante do Dharma são, em primeiro lugar, compreender os ensinamentos corretamente e ter altruísmo e compaixão genuínos. Em segundo lugar, precisamos ser diligentes, tendo alegria em aplicar esforço à prática, e à meditação em particular. Também é importante ter contentamento, com poucos desejos tanto no nível mundano quanto no nível dármico.
Nossas mentes devem ser abertas e espaçosas, e devemos evitar ser tacanhos. Não devemos falar muito, nem nos irritar facilmente, mas cultivar muita paciência. Precisamos nos abster de criticar ou julgar os outros.
Devemos ser rápidos em entender e nos esforçar para ser confiáveis. Ter esse equilíbrio em sua prática, é a chave de ouro do sucesso. Vou dizer algumas coisas com franqueza: suas crenças não fazem de você uma pessoa melhor, mas sim o seu comportamento.
O treinamento da sua mente não importa quando você não tem compaixão. Sua meditação não importa quando você não vê as suas próprias falhas. Quando você começa a reconhecer os seus próprios erros, suas falhas, então significa que você está realmente melhorando.
Tente simplesmente perceber suas falhas, sem julgar, e então, tente melhorar. Esteja consciente do que você faz. Veja o que você está fazendo através das ações do seu corpo, da sua fala e, o mais importante, da sua mente.
A chave é saber que a prática nunca está separada da nossa vida diária. O que quer que estejamos fazendo – andando, falando, sentando, dormindo – devemos ser guiados pelos nossos princípios de prática. Reflita sobre como sua prática orienta suas ações e hábitos no seu dia a dia, e lembre-se de que cada momento é um momento de prática.
Sentar na almofada é apenas o começo. Lamento dizer, mas se a sua prática não está transformando a sua mente, você está apenas enganando a si mesmo e enganando a todos, mentindo para si mesmo e mentindo para todos. Além da meditação, outra atividade fundamental é, obviamente, a compaixão.
E a compaixão não deve apenas guiar as nossas sessões de prática, ela deve guiar cada uma das nossas palavras, pensamentos e ações ao longo do dia. Da mesma forma, a Bodhicitta (a mente da iluminação), deve guiar cada um dos nossos momentos através da prática das seis perfeições (ou seis paramitas), são elas: 1. A perfeição da generosidade: ser gentil e generoso.
2. A perfeição da conduta: estar consciente do próprio comportamento. 3.
A perfeição da paciência: ser paciente e compreensivo. 4. A perfeição da perseverança: aplicar esforço em ações positivas.
5. A perfeição da meditação: permanecer fundamentado em sua consciência. 6.
A perfeição da compreensão: não ser egocêntrico ou crítico. Essas são as seis perfeições a serem aplicadas em nossa vida diária. Além disso, devemos aplicá-las sem qualquer esperança ou expectativa de resultado, essa é a verdadeira prática da compaixão.
À medida que percorremos este caminho, no momento em que temos expectativas, é o momento em que falhamos. A prática das seis perfeições deve ser como manter uma boa alimentação, como um estilo de vida integrado, e não como uma disciplina que você impõe a si mesmo e tem dificuldade em manter. Quando esse comportamento se torna um modo de vida, você permanece sempre presente e atento aos seus princípios norteadores e, portanto, nunca se afasta deles.
Da mesma forma, uma vez que a sua prática se torne um modo de vida, a verdadeira história da sua transformação começa. Portanto, qualquer que seja a prática que você esteja fazendo atualmente, não pense nela apenas como um conjunto de instruções para a almofada. Pense nisso como princípios orientadores para a sua vida.
Meu conselho para todos vocês é este: aproveite sua vida. Respeite seu corpo e respeite os outros. Não faça nada prejudicial.
Mas não fique muito tenso. É muito importante nunca esquecer de aproveitar a vida. Ria!
Ria de si mesmo, ria da ilusão, ria de estar aqui. Assim disse Khyentse Rinpoche: “Até mesmo ouvir os ensinamentos é algo muito raro. O fato de você ter conhecido o Dharma agora não é apenas coincidência.
Resulta de suas ações positivas passadas. Esta oportunidade não deve ser desperdiçada. ” – Dilgo Khyentse Rinpoche.
Portanto, pratique o Dharma.