[Música] olá agora vamos conversar com a professora marília louvison da faculdade de saúde pública da universidade de são paulo sobre saúde suplementar no brasil a professora marília o panorama atual da saúde suplementar no brasil use a cor saúde suplementar o brasil vem crescendo muito nos últimos anos em função do aumento do mercado na área da saúde o sistema público de saúde brasileiro é um sistema é universal concebido na constituição de 88 mas que é tá sempre em constante disputa dos interesses do mercado e dos interesses do próprio setor público é é a comentar ela já
existia antes do sul é dos convênios privados com vendas de planos de saúde mas era muito mais incipiente com o a constituição ao sistema de saúde então passa a ser para todos e ele é financiado por impostos né então o sistema que a gente chama de vegetariano e verdiano é um sistema universal de garantia de direitos só que na constituição houve uma disputa e que sim então colocou que era livre iniciativa privada na realidade precisa de uma regulação de que tamanho esse setor privado teria e isso praticamente não foi feito o setor de saúde complementar
cresceu muito é neste processo que constitui uma regulação específica nas agências reguladoras no caso o inss ea agência nacional de saúde suplementar é que regula esse mercado de planos de saúde e de planos e operadoras de saúde que é tem uma lógica um pouco de regulação do ponto de vista do mercado do ponto de vista do direito do consumidor nós temos um sistema que é público para todos e algumas pessoas primeiro porque foi construído no imaginário da sociedade brasileira de que o sus é um sistema para pobre o que não é verdade sistemas universais são
sistemas que toda a população usa assim como a gente tem que aguardar que a gente tem no reino unido que não é o sistema como nós tínhamos antes do sus que era na época do inamps que ela sistema bismarck ano com a lógica do trabalho eo trabalhador recur uma parcela do meu salário em privado decorre por parcela do seu e o sistema de saúde então oferece como benefícios assistência médica esse é o formato que a gente tinha quem não era trabalhador formal é indigente era vendido pelas santas casas pela pela emergência e as pessoas que
queriam pagar um plano privado já tinha a opção de contratar um plano privado com o sus é os trabalhadores e toda a sociedade brasileira ter direito a todos os serviços financiados com impostos mas é este imaginário de que aquilo que é público não funciona é muito fortemente também porque o sus muitas vezes não funciona mesmo e tem dificuldade de acesso entre ou muito o acesso a muita gente então nem sempre você consegue imaginar idade desejada nem sempre você tem a livre escolha que você gostaria e tem todo o mal disputa do ponto de vista de
que está atado às ruas de todo especializa demissão de alta complexidade isto nem sempre também o sistema público consegue oferecer com agilidade temos filas de espera temos algumas dificuldades ainda não resolvidas neste sistema que agora com tanta gente demora pra outra com um subfinanciamento que inclusive não lhe permite avançar mais do que eu tem conseguido avançados para vocês terem uma idéia hoje essa esses 25% da população vivem com quatro vezes mais recursos do que os 1 75 por cento da população que tem um sistema bastante financial então fica até perversa essa relação de comparação mas
por outro lado a gente não pode deixar de dizer que a saúde suplementar ela tem uma lógica bastante individualizada fragmentada que nem sempre cuida apenas suas mas é um mercado que cresceu muito vem disputando os trabalhadores é tem vários segmentos que diferem um pouco seja os seguros onde seja assaltos gestões por exemplo das empresas públicas todas elas sobre regulação dns é um mercado que basicamente são planos coletivos nos planos de atividades reduziram muito que também não há tanto interesse é no sentido de você ter um valor de mercado e uma atualização monetária adequada aos interesses
de quem está nesse negócio é um negócio ea grande pergunta é em primeiro assim como a capacidade do estado de regular o setor privado considerando que o sistema público para todos e que isso seria uma pequena parcela para algumas pessoas que fizessem questão de pagar por motelaria diferenciado um tipo de serviço mais sofisticado que não acontece hoje e como é que a gente cria uma possibilidade de que toda a população brasileira possa usar os us para trazer algum sentido inclusive numa luta de que funciona melhor e tetra é preciso regular o tamanho do setor saúde
suplementar e é preciso também a gente rever um pouco as próprias e isenções fiscais onde se a gente for pensar o incentivo para as empresas e para os trabalhadores como exemplo as universidades como incentivos específicos inclusive com tempos de renda para que você tenha um seguro privado até uma certa ilusão que se a população brasileira usar os planos privados ela vai desafogar os us pretendendo gente usando setor público sistemas universais que funciona no mundo inteiro são sistemas população comentou por que é tão importante regular a saúde suplementar a regulação da saúde mental é fundamental é
do ponto de vista de que o sistema é o sistema público e que tem uma parcela da população que depende deste sistema que é o sistema de mercado ele vem de um produto e é preciso garantir que ele entregue este produto que ele ao custo que a sociedade brasileira se dispõe a pagar é então nem além de tudo o que a gente chama de um mix público privado das relações entre saúde suplementar ans muito forte nós temos desde já no início da da a construção da própria ms uma regulação da samsung está tentando conseguir que
a gente chama dagogo do ressarcimento ao sus dos planos que têm os seus pacientes atendidos pelo sus e não pelos planos já que esses pacientes estão pagando securitária mente né então a depositando dinheiro para esse mercado e acabam precisando entregar nada porque essas pessoas usam o sus por exemplo é muito comum na alta complexidade isso é muito comum em lugares do brasil que basicamente dia a complexidade está na mão do sul trará novos universitários e que o setor privado nem consegue oferecer isso né e acaba vendendo muito mais facilidades na média complexidade para agilizar filas
para agilizar especialistas do que efetivamente tratamentos mais complexos e mais sofisticados e até mais caros é que acaba não interessando pelo próprio mercado então é preciso regular nesse sentido o mercado tem interesses de mercado ganhar dinheiro no sistema capitalista legitimamente constituído como um negócio agora se eu tenha saúde como um valor social no interesse societário que é um sistema público que por não funcionar muito bem ou porque a gente ainda não conquistou a sociedade neste pacto social de que é exigido serviços públicos de qualidade que a gente vai ampliar inclusive a nossa potência cidadã de
exigir serviços adequados é e acaba tendo uma certa materialidade e 10 imaginário de valor nesse setor privado as pessoas fazem de tudo pra comprar inclusive pessoas mais pobres e que acabam tendo isso como um valor ou mesmo os trabalhadores que coloco isso como benefício até os trabalhadores públicos então nós temos uma disputa e não conquistada e que até por isso é preciso enquanto estado regular o tamanho deste negócio porque ele vai vender a que preço que ele vai entregar e regular as relações em o trecho setor privado o sus a ponto dele hoje por exemplo
não interferir tanto na lógica de um cano especialista vários especialistas querem incorporação tecnológica muitas vezes pouco racional e quase não dou valor a um atendimento mais integral comunitário a promoção e prevenção a não ser que eu tenho na saúde mental a não ser que eu tenho uma condição social mais complicado que nós lá no território de jesus faz todo sentido que mora na rua e aí tudo faz muito sentido no setor público é a partir do momento que eu passo inédito pois o trabalhador a isso não faz sentido muitos médicos muitos especialistas ninguém cuidando de
mim e uma escola de qualquer possibilidade ter alguém da estratégia de saúde da família agente comunitário visando e uma escola da possibilidade de qualquer pensamento de produção de saúde de maneira mais coletiva no território e aí teria um valor muito voltado para o interesse do mercado no mercado tão um gozo neste sentido que agora muito recentemente teve inclusive uma aprovação de entrada do capital estrangeiro seja nosso mercado capital nacional há também interesses internacionais no sentido de que há um grande mercado brasileiro está consumindo saúde é preciso ser regulado pelo estado no seu tamanho no seu
custo e na disputa no sentido de que terão serviço público bom bem financiado e bem organizado acaba sendo melhor ação regulatória possível porque as pessoas não vão querer pagar por aquilo que ela tem enquanto direito no setor público de qualidade e quais são as maiores dificuldades que existem na relação público privado mas as perspectivas para o futuro com mais dificuldades que nós temos hoje na relação público foi dado muito fortemente em que sentido que a gente on serve para o setor saúde entende a saúde como direito num conceito mais ampliado e compreender uma política de
proteção social sobre a égide da seguridade social saúde assistência e previdência está muito relacionado a essa aposta do mundo que muitos de nós temos mas que nem toda a sociedade brasileira aposta as as apostas mais outra liberais neoliberais que vêm sendo construídas no capitalismo brasileiro cada vez mais no mundo todo e cada vez mais financeirizado e num momento político atual de contexto político muito fortemente voltado para este o individualismo né pra essa lógica do mercado é até uma certa negação do que é público da política do orçamento público como a gente vive hoje uma disputa
muito grande no orçamento das políticas sociais né não têm impostos recursos que sejam tributados inclusive é de maneira redistributivo até neckel nery - as populações de merda que têm menos recursos não é o caso da maior parte dos nossos impostos então essas são as botas que estão sempre em constante de estudo então essa é a maior dificuldade é que a gente possa ter um pacto social é que de fato assuma que eu sou seja de verdade um patrimônio nacional e que a gente 31 relações é de ganha-ganha os vídeos em vários momentos o sus precisa
do setor privado seja produzindo insumos seja produzir medicamentos seja pra fornecer determinados tipos de assistência seja para poder contribuir como que a gente chama de um privado complementar aos usuários gente tem serviços privados complementares no sus filantrópicos ou não nós temos inclusive um movimento muito forte de privatização da gestão e este nos preocupa fortemente que é o caso das organizações sociais seja um privado que entra por dentro do sus e no caso por exemplo de lugares como são paulo passa a fazer a gestão da unidade básica de saúde de centro de atenção psicossocial e aí
a grande questão é será que a lógica do privado é a mesma do cupe como é que a gente consegue regular com contratos de gestão por participações de que a lógica que este privado entre no público para além da da fala na e dá é de que o público pode ser de neve a gente é e que nem sempre o privado ela é eficiente mas que ele poderia contribuir o euro sem que ele traga a lógica do tribunal de contas de gerência lista uma lógica de produtividade uma lógica individual de atendimento individual que às vezes
reduz esta aposta da saúde uma aposta de consulta médica exame tecnologia não é aposta do sus paulo não dá conta de produtos e saúde para a sociedade brasileira como um todo se a gente não inventar a aposta do processo de reforma sanitária que a gente fez de que saúde é um conceito ampliado é intersetorial depende do modo que a gente vive e depende de políticas sociais mais amplas que o apóiem as pessoas a poder produzir e caminhar na sua vida que não é exclusivamente à assistência médica consulta que isso é o cuidado da doença isso
é inclusive às vezes uma racionalidade pouco razoável de incorporação tecnológica quase a tecnologia e em alguns estados nós temos que enfrentar isso é lógico que o mercado tem interesse que a gente consumo é cada vez menores mais caro cada vez mais sofisticados você vai dizer que a minha mas não é vantajoso a gente tem um mercado produzindo inovação com certeza a gente quer viver muito nós também de ver sendo eu mesmo testou da população toda vai ter muito cada vez mais cansada vez mais condições de crônicas que vão precisar de incorporação tecnológica para que a
gente possa viver melhor mas que isso seja na medida na medida da necessidade e não na lógica da oferta na lógica do interesse de quem ganha com isso individualmente e não enquanto o ganho social ganho societário de uma sociedade mais cidadã - consumidora e de uma cidade uma sociedade mais saudável é essa disputa pra mim é a grande tensão constitutiva entre os dois setores e se coloca fortemente como desafio lembrando que a grande questão público privada para além do que a gente chama do privado para dentro do sus ela tá muito fortemente constituída neste privado
que constroem o sistema do álbum é que é o despoletar um sistema que é bipartido né é um ponto de vista de que uma parte da sociedade não tem nenhum sentido porque não nos us acha que não usa o sus né porque come comidas que tem vigilância sanitária atrás tem um monte de de ações que são sul nelson sá muitas vezes faz até um transplante eventualmente bolsos mas tem um reconhecimento cotidiano de que eu me viro bem nas fotos comentários e eu tô pagando porque um trabalho que eu posso e me coloco no outro lugar
e esta construção acaba criando o que a gente chama então nessa segmentação do sistema de saúde que é muito grave é perverso roubar recursos porque ele é financiado pelo fundo público em função dos subsídios das suas dimensões e acaba piorando a condição que um sistema público universal poderia ter para onde ir demonstrando a professora marília agradecemos pela sua colaboração [Música]