Oizinho meus anjo, hoje a gente tá aqui para mais um episódio do ABC do socialismo, uma série de vídeos curtinhos para te introduzir num assunto muito interessante se você quer que exista século XX No primeiro vídeo dessa série a gente discutiu um pouco como a própria imaginação dos sujeitos é condicionada por um sistema e a gente tratou sobre, se acabar o capitalismo acaba o mundo né, como a ideia de o fim de um sistema resulta nas nossas imaginações na ideia do fim do mundo. Fim do mundo bem que o povo da igreja fala. Se você não assistiu clica mais ou menos aqui eu nunca sei onde é para assistir.
No vídeo de hoje eu vou começar falando sobre revolta com a injustiça. Então é assim meu anjo e minha anja olha em volta de você se a relação de injustiça da onde você vive te causa ódio. Você já recebeu a carta de Hogwarts do socialismo, se ao olhar ao seu redor você vê que tem gente passando fome enquanto tem gente passeando de iate e essa conta não fecha, você vê que tem gente desesperada trabalhando que nem uma condenada, fazendo três turno para conseguir pagar aluguel e comer.
Então você já entendeu que esse modelo econômico não deu muito certo, é que talvez dentro de você você ainda pense, ele não deu muito certo mas tem como dar. Olha lá o exemplo dos países do Norte. Meu anjo isso não existe tá, deixa eu só te contar uma coisa o método de crítica ao capitalismo que o Marx está organizando se chama.
Materialismo Histórico Dialético, porque os resultados do aqui, do agora são resultantes de processos históricos. Então, ai tá tudo bem no Norte Europeu mas quantas colônias eles tiveram? Mas qual é o papel que eles desempenharam nas guerras?
Mas como que a Suíça abrigou dinheiro de nazista? Mas o que a Bélgica fez com o Congo? E aí a gente né descobre porque que tem uns lugares que estão tão bem a coisa que o entorno desses lugares costuma tá bem mal né olha pra Austrália e olha pro resto da Oceania.
E um dos pontos que a gente tratou muito no vídeo passado mas vai ainda tratar um pouquinho nesse, é essa ideia de que a gente criou um sistema, de que a gente recebeu um sistema, nasceu num sistema que vai degradando a natureza para produzir riqueza para alguns poucos setores. Então aqui por exemplo agora no Brasil a gente tá vendo uma corrida de mineração e as big techs que dependem dessa extração de minérios e metais da Periferia do Capital, os carro elétrico vão precisar de bateria de lítio e aonde que estão as fontes de lítio? E aonde que tá os interesses dos Estados Unidos de invadir?
As big techs aqui no Brasil vão lutar contra a regulação do sistema, porque o sistema do jeito que tá gera muito dinheiro para elas porque a extrema direita usa as redes para difundir nazi-fascismo e discurso de ódio. Se tiver que regular não vai ter dinheiro da extrema direita não vai ter manipulação de eleição. E aí eu dei esses dois exemplos pra gente entender como um momento histórico né de extração de valor do Capital ele resulta sempre em duas coisas, um modo infraestrutural, então como a gente produz riqueza no caso mineração, e um modo super estrutural como a gente justifica o tá acontecendo.
A PL da fake news não chama PL da fake News, na boca da extrema direita vai chamar PL da censura. O Google vai colocar linkzinho falando que vai acabar a internet, o telegram vai lançar mensagem falando que vai acabar a internet, o YouTubers vai mandar e-mail pros criadores, o que que eu sou criadora de conteúdo tá boa, não sou uma explorada f*did4 dentro do sistema, pras criadoras de conteúdo falando que a gente não vai mais receber dinheiro. Então esse momento do Capital os interesses da classe, as ideias do dominantes são as ideias da classe dominante.
Olha a classe dominante produzindo consenso. PL da censura! Aparece desse jeito.
E uma coisa curiosa do nosso momento é que só existe um Deus, e ele é o mercado, não sei se você sabe disso mas tem uma coisinha que eu conto para molecada e ela adora na sala de aula que é assim, o líder religioso ele sempre se veste, ele tá sempre fantasiado do máximo que a imaginação daquele povo consegue ter um papa se veste de rei e o pastor evangélico se veste do quê? De empresário, seu lindo terninho, sua gravata, seu cinto social, sua calça social, seu sapato social. E o deus desse tempo histórico é o mercado, vocês sabem disso né o Lula fala que vai voltar com as políticas para que acabe a fome.
O mercado fica nervoso, o mercado fica bravo, o mercado é uma entidade. E aí na página 15 Aline Klein e o Victor Marques falam o seguinte. Não seria muito mais razoável substituir a mão invisível e os deuses malucos do mercado sempree sedentos por mais sangue por uma alternativa mais humana, democrática e consciente.
É mesmo impossível produzir uma vida decente e boa para todo mundo? E a gente volta para as nossas palavras de ordem. Trabalhar menos, trabalhar todos, produzir para a satisfação das necessidades, produzir o necessário e compartilhar os produtos do trabalho coletivo, redistribuir tudo.
É super importante que a gente se lembre disso né, ai o capitalismo é um sistema de liberdade, o próximo vídeo da série é sobre isso mas meu anjo não tem liberdade se tem necessidade. Você é livre para quê, para passar fome? Você é livre para o quê para vender um rim para poder viver?
Qual que é a liberdade que tá sendo oferecida para você nesse sistema? Porque sem dinheiro não tem liberdade nenhuma? E você não tá livre enquanto você tem um monte de necessidades que nunca é atendida.
Você tem necessidade de moradia, de saúde, de Cultura, de lazer, de esporte, de transporte, de educação, enfim. E aí tem essa loucura de que, o capitalismo sempre fala isso é a desigualdade, é a injustiça, é a concorrência que produz o avanço tecnológico. F*D4 SE Se todo mundo tivesse bem não ia ter avanço, é a concorrência, a selvageria.
Meus anjo Isso é uma falácia. Você sabe que os Guarani aqui de São Paulo eles estão conseguindo reflorestar abelhas? Abelhas que estavam em perigo de extinção, você sabe que as alternativas de bioconstrução estão apontando um futuro pra Construção Civil, você sabe que as ideias da agroecologia são as mais eficientes pra sustentabilidade.
E toda essa galera tá fora do mercado da Livre concorrência e do sistema onde o imperativo da necessidade e a degradação humana produz o progresso. Eu já falei isso para vocês também mas em 200 anos de Revolução Industrial destruímos o planeta. Que Progresso é esse meu anjo?
É o abismo ali ó, e alguém falando, põe mais carvão na fornalha, acelera esse trem vamos logo. Se a gente chama esse descarrilhamento, essa destruição de tudo de progresso, é hora de lutar por um sistema do regresso né. Outra coisa é que é impossível pensar que é um sistema dedicado ao Progresso por que, o tanto de crianças de comunidade carente, ribeirinha de favela, que é assassinada, que morre, que não tem alimentação digna na primeira infância não desenvolve as faculdades mentais como poderia, é tudo isso são talentos que estão sendo jogados fora, todas as pessoas que tem escolas sucateadas e não vão pras universidades, é talento jogado fora.
A gente tá falando sobre um sistema que joga fora as pessoas e tem uma coisa sobre a qual a gente fala desde o ludismo. Aquela galera da Inglaterra que quebrava as máquina porque as máquinas estavam tirando emprego do povo, que é o avanço tecnológico ele vai extinguir postos de trabalho e os socialistas e os marxistas estão falando. Maravilha, é menos trabalho alienante e degradante que não vai precisar ser feito por pessoas.
Quando a gente tá pensando no futuro, na economia do cuidado, em seres humanos cuidando de seres humanos, em seres humanos tratando ser, no lazer, no esporte, na cultura, na arte, no acesso a gente tá falando de trabalhos que não podem ser desempenhados por máquinas e se as máquinas já podem desempenhar alguns trabalhos, esses trabalhos deveriam ser extinguidos e o fruto deles desempenhados pelas máquinas socializados para toda uma sociedade. E se você me acompanha há mais tempo você sabe que eu costumo sempre colocar os verbos no plural, nós temos que, nós pensamos que, e eu falo isso em parte porque não existe socialismo de uma pessoa só. Socialismo não é um modelo de identificação, não posso pensar sou socialista porque me identifico.
O socialismo ele é uma forma de trabalho, num sentido pra alteração de um sistema, sobre isso eu separei um parágrafo pra gente ler juntas na página 17. Ser socialista não é algo que se possa fazer sozinho, o motivo é simples, não se trata de uma preferência estética de um estilo de vida ou das ideias que qualquer um pode ter individualmente na sua cabeça, ser socialista é participar da construção de possibilidades de ação em comum, é estar engajado na composição de uma agência coletiva. Se o socialismo é o projeto político da classe trabalhadora, os socialistas são aqueles que estão ativamente envolvidos na construção de poder por parte dos oprimidos e explorados.
Por que que a gente constrói canais de propaganda e divulgação? Por que que a gente oferece de forma gratuita as armas da crítica? Por que que a gente disputa o campo das ideias?
Por que que a gente questiona as ideias dominantes? Porque a gente faz isso em coletivo para que mais pessoas possam se instrumentalizar para essa luta, e quando eu digo se coletivizar para essa luta eu não preciso te convencer dela. Lembra que eu comecei o vídeo falando olha em volta tá tudo uma desgraça você acha que tá tudo, então, talvez o remédio não seja ajoelhar no milho e pedir para um Deus punitivo e castigador matar as pessoas mazinhas.
Talvez seja entender como o mundo é processo e produto das nossas construções e o que a gente pode fazer para alterá-lo. Os socialistas não precisam convencer um povo a se rebelar, a luta e a resistência já são um fato e uma resposta espontânea frente a injustiça e a exploração, o que os socialistas precisam fazer é afirmar que o povo tem razão em se revoltar e a partir daí ajudar de todas as formas possíveis a converter a insatisfação privada em digna raiva coletiva. Lutar pelo piso da enfermagem, estar ao lado dos petroleiros e petroleiras na sua greve, entender a terceirização dos Trabalhadores de universidade, lutar ao lado dos trabalhadores metalúrgicos, ser socialista é estar ao lado da classe trabalhadora na sua revolta e advogar que quem não está revoltado do lado certo não está.
E aí tem essa coisa curiosa que é assim, o socialista nunca tá satisfeito, a demanda da esquerda radical é sempre pelo Impossível. A gente fica contente com reformas? Claro.
A gente acha que os salários tem que melhorar? Óbvio. A gente gostaria é que não tivéssemos arcabouço fiscal mas a revogação do teto de gastos da PEC da Morte, sem sombra de dúvidas.
Mas mesmo quando o governo é um governo dito Progressista, a gente continua fazendo oposição porque o nosso objetivo é a superação de um sistema de exploração, é a ideia de deixar para trás a forma como fazemos as coisas ou melhor deixar para trás a forma como aqueles que exploram quem fazem as coisas exploram eles. Não basta lutar contra o bolsonarismo que segue vivo mesmo após a derrota do bolsonaro, é necessário lutar contra o sistema que produziu o bolsonaro e que fez com que o bolsonarismo fosse uma alternativa pra classe trabalhadora, é preciso lutar contra a máquina de mentiras que num povo Ultra carente de escolarização de educação acredita em fake news. A gente vai encerrar assim, a ideia deste livro e dessa série de vídeos é simples.
Desfazer mitos, desmentir a propaganda dos patrões e apresentar de forma curta e acessível uma ideia que vem alimentando a esperança de milhões de trabalhadores e trabalhadoras há gerações, mais do que isso é um convite a ação. A hora urge o momento é de pensar grande, sonhar alto e arrancar poesia do futuro. Eu sigo aqui nessa série com vocês vai ter mais vídeos sobre, a gente também tem outros vídeos sobre.
E o convite fica para que coletivizadas e coletivizadas a gente possa produzir mais e melhores ferramentas de resistência e alteração radical da realidade.