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Um bom dia a todos vocês, meus irmãos! Sejam bem-vindos. Peçamos a Deus a sua bênção neste dia, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém. Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.

Amém. O Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo o mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Meus caros, hoje iniciamos o Capítulo 24 do Caminho de Perfeição, cujo título é “Trata de como se deve fazer com perfeição a oração vocal e de como sempre andam juntas a oração mental e a vocal”. Começa Santa Teresa: agora voltemos, pois, a falar com as almas que eu disse não poderem se recolher, nem fixar o intelecto na oração mental, e nem fazer considerações. Não mencionaremos aqui estas duas coisas que não são para vós, mas há muitas pessoas, na verdade, a quem o simples termo “oração mental” ou “contemplação” parece atemorizar.

E se alguma dessas pessoas vier a esta casa, porque como eu já disse, nem todas vão pelo mesmo caminho, é ainda mais conveniente que eu vos aconselhe e até ensine. Porque como Madre, tenho o Ofício de priora, isso é lícito. Sobre como deveis rezar vocalmente, visto ser justo que entendais o que dizeis, e como pode ser que aqueles que não podem pensar em Deus também se cansem com longas orações, tampouco vou falar disso, concentrando-me nas orações que estamos obrigadas a fazer como cristãs, que são o Pai Nosso e a Ave Maria.

Façamos isso para que não se diga que falamos e não entendemos o que dizemos, salvo se nos parecer que basta fazê-lo por costume, limitando-nos a pronunciar as palavras. Se isso basta ou não, não me cabe dizê-lo; digam-no os eruditos. O que eu queria que fizéssemos, filhas, é que não nos contentássemos só com isso, porque quando digo “Credo”, parece-me ser razoável que eu entenda e saiba aquilo em que creio.

E quando eu digo “Pai Nosso”, exijo o amor que eu compreenda quem é esse Pai nosso e quem é o Mestre que nos ensina. Podeis dizer que já o sabeis, não havendo razão para que eu vos recorde. Se o fizerdes, não estarei certas, visto haver muita diferença entre Mestre e Mestre.

E já que aqui na terra é grande erro não nos lembrarmos daqueles que nos ensinam, especialmente quando são santos e Mestres da alma. De fato, se formos bons discípulos, não nos será possível esquecê-los, quão Mestre que nos ensinou essa oração com tanto amor e desejo de que ela nos fosse proveitosa! Nunca permita Deus que não nos recordemos muitas vezes dele quando a dissermos, embora a nossa fraqueza nos impeça de ter sempre essa lembrança.

Quanto à primeira coisa, já sabeis que Sua Majestade ensina que a oração seja feita na solidão; Ele sempre fazia assim, sempre que orava, e não por necessidade sua, mas para nos ensinar. Já foi dito que é insuportável falar com Deus e com o mundo ao mesmo tempo, pois não é outra coisa estar rezando e ouvindo, por outro lado, aquilo que se diz ou pensando naquilo que nos vem à cabeça, sem nos controlar. Deixo de lado certos períodos em que, por maus humores, em especial de pessoas que têm melancolia ou fraqueza da cabeça, por mais que se queira, nada se consegue fazer; ou em que Deus permite que haja grande turbulência em seus servos para o seu maior bem.

Mesmo que não se aflija e procure aquietar-se, a pessoa não pode estar e nem estar atenta àquilo que diz por mais que se esfuerce; o intelecto não se fixa em nada, parece frenético, de tal maneira descontrolada. Muito bem, então vamos até aqui, né? Até o quarto parágrafo desse Capítulo 24.

Aqui, Santa Teresa retoma o tema da atenção na oração vocal. Ela vai falar de oração vocal e mental, mas ela retoma o tema da atenção. Por quê?

Santa Teresa diz algo que às vezes para nós passa despercebido: ela fala da necessidade de prestar atenção na oração vocal, sobretudo Pai Nosso e Ave Maria, que nós pronunciamos tantas vezes, sobretudo quando a gente reza o terço. E às vezes vamos pronunciando tantas vezes e tão automaticamente que nós não tiramos o fruto que poderíamos tirar dessas orações. Então, ela ensina o seguinte: é comum que, nas orações repetidas, nós comecemos a prestar atenção naquilo que está à nossa volta; nós comecemos a dar atenção às dificuldades que nós estamos, de repente, passando.

Então, vamos nos lembrando das coisas enquanto rezamos, e isso é normal, né? Ela já tratou disso anteriormente. E, de fato, é difícil às vezes controlar a atenção, ainda mais em alguns estados de espírito em que possivelmente podemos nos encontrar.

Em algum momento, ela usa aqui a expressão “maus humores”, que é uma expressão que se tinha naquela época, na época de Santa Teresa, quando a pessoa não está muito bem. Às vezes, até fisicamente, está com algum sentimento ou alguma condição física de muito cansaço, de muito estresse. Então, eles chamavam isso de maus humores.

E aqui Santa Teresa vai dizer: bom, as pessoas que estão numa determinada condição de saúde, que estão numa determinada situação, às vezes não conseguem, e isso foge da capacidade delas. Não se trata de uma questão de esforço ou falta. De esforço bom, nesse caso, cabe à pessoa fazer o quê?

Rezar! Mesmo assim, puxa vida, eu não tô conseguindo concentrar minha atenção, tá dispersa. O que que eu faço?

Eu paro de rezar? Eu abandono? Tô rezando o terço, tô pensando em mil coisas, não tô conseguindo.

Eu vou parar de rezar o terço então. . .

Não consigo. Não, pelo contrário, eu vou rezar assim mesmo, por quê? Porque é o que eu posso oferecer para Deus nesse momento.

Então vai assim, e Deus sabe, né, do meu esforço, da minha tentativa. Então vai assim mesmo. Agora, o ideal é o quê?

O recolhimento. Tentar recolher-se, tentar concentrar-se e, humanamente, fazer todo o esforço possível. Isso pode cansar, inclusive pode cansar mentalmente, mas é um esforço, é um treino.

Assim como, eh, humanamente falando, né? Quando vamos exercitar o nosso corpo, nós não fortalecemos a nossa musculatura de uma hora para outra; isso leva tempo. Né, eu me lembro quando eu quebrei o pé.

Eu precisei fazer fisioterapia e comecei a fazer aquela reabilitação. Eu só fui conseguir mexer o pé, mesmo fechar e abrir os dedos ali do pé, né? Recolher e esticar os dedos do pé depois de 50 sessões de fisioterapia.

Né, o exercício demorou muito tempo. A oração, a nossa alma é semelhante. Nós precisamos fazer o quê?

Exercício! É o exercício de tentar se recolher, tentar se concentrar, tentar silenciar, calar os barulhos internos que existem. Nós devemos tentar fazer isso, e Santa Teresa vai ensinar que o primeiro passo para isso é tentar prestar atenção naquilo que nós dizemos na oração vocal.

Então, vou rezar um Pai Nosso. Vou prestar atenção naquilo que eu digo no Pai Nosso, em cada palavra, em cada expressão que Jesus ensinou. Vou rezar a Ave Maria e faço a mesma coisa.

Então que possamos fazer esse exercício; é um exercício, eh, trata-se de um treino. O que que é a virtude? A virtude é a repetição de um ato bom até que ele se torne um hábito.

Isso é a virtude. E para a vida de oração, nós precisamos adquirir algumas virtudes. Comecemos por prestar atenção ao que dizemos no Pai Nosso e na Ave Maria.

Ah, se eu fizer isso por uma semana, eu já estarei melhor. Bom, estará melhor, mas ainda não terá adquirido esse hábito há um mês, dois meses, um ano. Pois é, pode ser que uns consigam atingir esse recolhimento e essa atenção às palavras em pouco tempo, pode ser que outros lutem com isso por anos.

O que que é importante nessa história? Começar! O importante é começar, é dar o primeiro passo.

Que Nossa Senhora, nossa mãe, nos ajude nisso. À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Amém.

Meus caros, encerrando aqui no dia de hoje, fica aqui o meu convite novamente, né? Para que vocês se inscrevam na jornada de história da Igreja, né, no primeiro comentário, aliás, de cada vídeo aqui do canal. Nos últimos dias, eu sempre tenho deixado o link do curso jornada da história da Igreja no Brasil.

Então, participem, né, desse curso! É um curso curto, né? São três dias de aula e, aí, depois, eu vou fazer o anúncio da reabertura do curso mesmo de história da Igreja no Brasil, né?

Que aí é um curso já bem elaborado, quase 50 aulas. E aí eu vou anunciar a reabertura desse curso, mas os três dias de evento são gratuitos, abertos. Basta fazer a inscrição, tá bom?

Fica aí o meu convite. Aproveito aqui também a meditação do dia de hoje para mandar um grande abraço, né, aos irmãos e irmãs de Americana, São Paulo. Americana é uma cidade pertinho aqui de Campinas, é vizinha de Campinas.

Ontem, eu estive lá na Basílica de Santo Antônio falando sobre a devoção à Nossa Senhora das Lágrimas e fiquei bastante feliz em ver que várias pessoas acompanham estas meditações de Santa Teresa, né? Uma senhora me dizia que, enquanto ela vai ajeitando as coisas pros filhos, pro marido, para saírem de casa, ela ouve a meditação, né? Um rapaz me diz que ouve antes de ir pra escola.

Então, é possível, né, a gente reservar esse tempinho ou vir essa meditação e tentar colher o fruto dela durante o nosso dia, né? Então, um grande abraço ao pessoal ali da Basílica de Santo Antônio de Americana. Fiquem com Deus, meus caros, e até à noite na nossa live, às 21 horas.