e aí e aí e aí [Música] o olá meu nome é silvia gasparian colello e hoje nós estamos aqui para discutir um tema muito bonito e muito pertinente na educação que é a diversidade cultural desenvolvimento e aprendizagem eu começo exatamente chamando atenção para uma característica muito conhecida mas nem sempre bem compreendidas dos professores que a heterogeneidade de seus alunos uma heterogeneidade que aparece tanto no plano individual crianças com diferentes comportamentos com diferentes habilidades com diferentes gostos mas também que aparece na perspectiva cultural inclusive quando a gente constata pelas estatísticas diferenças no desempenho escolar dos alunos
menos favorecidos em comparação com os ali os mais favorecidos ea pergunta que fica é justamente essa é como explicar os diferentes níveis de desempenho e de aprendizagem eu vou dizer para vocês que existem três grandes correntes dentro da psicologia que procuram responder essa pergunta com diferentes ênfases com diferentes argumentos e vale a pena conheci vamos lá é a primeira corrente é aquela que pensa as diferenças entre pessoas e grupos culturais né a ideia de que as diferenças individuais né aparecem a partir de um dado de uma certa conformação cerebral isso é muito típico nos estudos
da psicometria que entendendo a inteligência como uma dotação inata é trabalhava muito nessa perspectiva de desenvolver testes para prever o desempenho escolar ou desempenho profissional do sujeito né quando a perspectiva muda né por uma para consideração do cultural a é o raciocínio é mais ou menos o mesmo a partir do século 16 quando os europeus começaram a tomar contato com asco e com as novas novas civilizações e novas culturas e tal povos diferentes começou um estudo muito interessante sobre as diferenças entre os povos e essa esses estudos rumavam para uma categorização meio que dicotômica o
selvagens versus os civilizados os cultos versus os incultos e aí então começou a existir um julgamento dos povos e das civilizações a ideia que prevalecia é de que uma cultura define os limites do desenvolvimento humano pertencer àquela cultura ou aquele aquele povo fazer parte daquele grupo social de certa forma já predispunha a uma conformação mental digamos assim é de fato como se o e já estivesse sendo formado segundo algumas né o risco que a gente tem aí é um risco de uma argumentação etnocêntrica o que que é isso é uma argumentação feita a partir do
ponto de vista de uns em detrimento de outros é aquilo que a gente popularmente diria julgar o outro a partir do seu próprio umbigo a partir da sua própria lógica e aí a gente cai dentro de um determinismo de achar que as pessoas não podem mudar que as pessoas são que são em função de determinados condicionantes estáticos a consequência na escola é culpabilizar os alunos pela se pelo seu próprio fracasso né é aquela velha história o aluno tá indo mal porque ele é infradotado porque ele é carente porque ele tem que ir baixo né e
o que se fazia nessa qual era a proposta principalmente nos anos 60 e 70 aqui no brasil é existe uma política de educação compensatória que partir do princípio que você ia dar para o sujeito aquilo que supostamente lhe faltava né mas visto sempre sob um ponto de vista esse argumento e essa lógica falhava a justamente porque não se considerava a especificidade do sujeito a especificidade do seu mundo uma outra forma de abordar isso são os estudos que pensam em padrões universais de funcionamento psíquico é a ideia de que compreender o que é comum no desenvolvimento
intelectual e psicológico mais ou menos o seguinte pensar como que funciona este cérebro e como por exemplo nos estudos de piaget e se passa de um conhecimento menos evoluído para um conhecimento mais evoluído nessa concepção a preocupação era mais entender o que é universal e menos imprensar o específico as diferenças e as diferenças são resultados digamos assim tá de processos básicos de desenvolvimento em função de diferentes apelos do ambiente ou diferenças das experiências vividas o que eles dizem né por exemplos os estudos piagetianos assim o sujeito não teve oportunidade ou não teve as experiências que
ele precisava para desenvolver aquele funcionamento básico e universal o problema do fracasso escolar então ao invés de ser atribuído para o aluno era atribuído para a própria escola pensando na incapacidade da escola de ajustar ao ensino ao aluno ou porque não aproveita o seu conhecimento ou porque não acompanha o seu processo de ensino-aprendizagem ou porque não faz uma ponte entre os saberes e as competências dos alunos e o e o saber é normal aonde a escola pretende chegar vamos então a terceira concepção é a é a concepção da abordagem sócio-histórica que traz uma contribuição imensa
né ao propor a constituição do sujeito a constituição psíquica do sujeito em função do universo sociocultural o desenvolvimento aqui é visto pela articulação entre a estrutura biológica o funcionamento psíquico e os processos históricos sociais então pela primeira vez a gente tem um deslocamento né dessa consideração interna para um âmbito externo a onde o contexto de vida os valores o aonde o sujeito vive o como ele vive as cores da onde ele vive a a própria valoração do conhecimento interferem no seu desenvolvimento e no seu processo de aprendizagem aprendizagem o desenvolvimento são vistos como processos integrados
e articulados indissociáveis e que vai sempre numa linha do interpessoal para o intrapessoal ou seja o indivíduo nas suas experiências com o mundo ele vai se apropriando de saberes de valores de modo de comportamento do mundo e vai tornando essas esses saberes esses comportamentos os seus próprios saberes quer dizer é do mundo para a constituição desse as diferenças são vistas como produtos de interação das interações humanas e num dado contexto então só para dar um exemplo né é de que aquele menino que vive em um ambiente altamente letrado com pais universitários com muitas experiências é
culturais com acesso aos livros e tudo ele realmente ele tem de atender melhor as expectativas da escola e ele apresenta uma uma diferença muito grande com relação aquele menino que vive na periferia urbana meio de baixo letramento provavelmente rodeado de pessoas pouco não alfabetizadas e sem acesso aos bens culturais né então existe aqui nessa abordagem uma uma interpretação de como que o contexto o ambiente interfere nessa nesse processo de desenvolvimento e aprendizagem do indivíduo o grande mentor 10 a viagem sócio-histórico é o vigor de um psicólogo russo que viveu entre os anos de 90 1896
em 1934 e que apesar do seu curto período de vida ele morreu precocemente em função da tuberculose ele teve uma vasta produção sempre tentando captar como que a esfera sociocultural interfere nos processos psíquicos na constituição da pessoa do aluno entre tantos estudos que foram feitos na época e também posteriormente vale destacar o estudo realizado pelo seu grande colaborador colúria e o luria fez análise da formação sócio-histórica dos processos mentais que vem e isso é justamente um luria fez um trabalho maravilhoso em que ele comparou né sujeitos de comunidades distantes dispersas com baixa escolaridade com sujeitos
que viviam em espaços de maior efervescência cultural e social espaços urbanos e com mais com maior índice de escolaridade e ele foi estudar a partir desses dois extremos como que essas condições de vida interferiu em diferentes aspectos do psiquismo humano por exemplo né a percepção como é que o sujeito codifica a aspectos da sua realidade elementos da sua realidade abstração ea generalização como é que ele agrupa como é que ele classifica como é que ele discrimina as coisas dedução e indiferença e como é que ele lida com articulação das ideias para formar um argumento imagina
resolução de problemas como é que ele encaminha os problemas da sua vida diária o problemas cotidianos a imaginação como é que ele passa digamos assim de um de situações entre dele mais reproduz a realidade para possibilidades de recriar a realidade e finalmente autoanálise e auto consciência como é que esse sujeito se percebe enquanto pessoa em um dado contexto quer dizer qual é a consciência que ele tem de si mesmo os resultados desta pesquisa foram muito importantes eu acho que foi um marco decisivo para a gente compreender a questão educacional o luria mostrou que a distância
entre o os povos isolados com baixo nível de escolaridade e os povos os seus civilizações os contextos com maior efervescência social era brutal né a tendência era passar de uma situação de um contexto dado de uma situação concreta de uma situação pensada no estrito âmbito da realidade do sujeito chegando a formas de pensamento mais elaboradas embasadas pela pelo discurso logicamente constituído formas de pensamento mais abstrato os indivíduos que moravam em ambientes com maior efervescência social e que tinham mais escolaridade tendiam a pensar de forma mais generalizada né e e a estabelecer relações e com a
maior agilidade com maior frequência bom isso tudo nos remete a pensar como que se constitui o ser humano e qual é o papel da escola a ideia é que o aluno o sujeito ele nasce e um universo cultural e ele vai interagindo nesse universo cultural de modo meio de fuso do modo como da do modo como é possível e ele vai sim se desenvolvendo e ele vai sim aprendendo mas talvez não do modo como a gente gostaria um exemplo disso são os meninos de rua eles aprendem claro que sim ele se desenvolvem claro que sim
mas talvez não na na direção mais desejável e aí entra o papel da escola é a escola entra como um espaço né de a direcionalidade desse desenvolvimento por quê porque trabalha de modo sistemático de modo planejado né de modo orientado para chegar alguns fins que escola dá conta de fazer isso e por duas por dois aspectos muito importantes em primeiro lugar a mediação é a escola da conta de levar ao sujeito campos de conhecimento de acessar digamos assim campos de conhecimento que talvez fossem muito mais difíceis de serem aprendidos na dispersão do universo sociocultural e
por um outro lado a interação o que é interação é o dia a dia é o aluno que pergunta e o aluno que responde o professor que trazem informação o professor que dá uma atividade o professor que põe duas crianças para discutir é a interação com o objeto de conhecimento é interação com o professor ea interação entre alunos que favorece enormemente a exploração deste conhecimento e o avanço dos alunos e aí a gente esse é o que que é esse estudo realizado lá na rússia no século passado tem a ver com a nossa realidade é
justamente o que eu gostaria de chamar atenção é que a relevância ea atualidade desses estudos fazem muito sentido no brasil da diversidade cultural uma diversidade que que não pode ficar alheia a escola os educadores não podem fingir que isso não existem né e aí surgem duas perguntas muito interessantes que valem a pena de ser pensadas aqui é a primeira como a escola leva em consideração universo cultural de seus alunos e a segunda como os alunos aprendem a partir de seu universo cultural vamos a primeira delas e como a escola leva em consideração universo cultural dos
seus alunos esse episódio do chico bento mostra como muitas vezes a escola não considera a realidade do aluno o saber do aluno e não é só que não considera muitas vezes não considera e discrimina a escola pretende ser uma intervenção na vida do sujeito supostamente neutra e independente do seu saberes dos seus valores né e e não percebe a importância de fazer essa sintonia entre o mundo do aluno e a prática escolar vamos agora a segunda pergunta como os alunos aprendem a partir de seu universo cultural e olha só olha só conseguiu falar o que
a senhora fala sobre aula passada a gente pode ir no passeio ver a coroa pode mas eu quero ver então tá bom oi pode falar é a seguinte esse aqui é o morro prazer onde pode de um maluco chamado napoleão mandava era o dólar ele mudou o jeito dele de mandar esse até uma o vizinho e ele queria que eu vou vizinho você da mesma maneira que eu morro dele antes disso a parada era dos ingleses que como que vendia bagulho para todas as regiões mas napoleão viu-se é porque é um pouquinho ele pediu os
moldes que comprar o bagulho da inglaterra o siqueira ficaram boladão lideram com esse filho da na batalha de trafalgar primeiro ele vadio morro desse tipo e fechar a boca dizem grandes que ele tinha aula e depois caiu matando o morro do alemão assim que ele dominava o morro ele dava para chegar no dele tomar conta que era muita boca para ele tomar conta as é bruna foi querer vai dessa parte que a gente lá o soldado dele acabaram dançando aí ele tava quase invadindo uma de portugal e portugal jeito dela ela fugir para onde para
aqui professora para o morro da américa que também era dele mas para quê porque a inglaterra queria salvar aqui porque aqui é o começo grande que eu continuasse amor e aí o jeito elas portuga pedir ajuda para os ingleses passou para coroa deles salvar a coroa e como que eles fizeram para salvar a coroa a parceira eu já me lembro mais não deixa desde que daqui a conte novo o que fica evidente nesse vídeo é como que o aluno aprende não a partir de um de uma organização mental a em si mas como ele aprende
em função do seu saberes dos seus contexto dos seus valores e até mesmo da