Hoje você vai descobrir que o seu corpo não tem só UM cérebro. Na verdade são dois. E saber disso pode mudar a sua saúde para melhor, já que se esses dois cérebros não trabalham em harmonia, temos vários problemas.
O cérebro é como um processador do seu notebook, que envia comandos, organiza dados e interpreta as informações vindas de cada parte do corpo. Mas nem sempre o cérebro é o todo poderoso. Ele também pode ser controlado por um órgão bem famoso: o intestino.
E se você duvida, vem comigo nessa história que começa lá no século 19, com uma fake news sobre um tal de segundo cérebro, que graças à ciência acabou virando verdade. . .
Na Inglaterra do século 19, era muito comum atribuir sentimentos e emoções a órgãos específicos do corpo. O coração, por exemplo, seria uma fonte de amor, uma visão que permanece até hoje. Mas nem todos os órgãos estavam relacionados a sentimentos positivos.
Para o estômago e intestino, sobrou só coisa ruim: irritação, raiva, medo e nojo. Para evitar esses sentimentos negativos, a recomendação era pegar leve nas refeições. Do contrário, acreditava-se que a pessoa ficaria mal humorada ou irritada para sempre.
Eram hipóteses que não podiam ser comprovadas com as tecnologias disponíveis na época. Mas isso não impediu vários médicos de lançarem vários livros sobre como os órgãos digestivos eram o “grande cérebro abdominal”. Isso acontece até hoje, né.
Está cheio de profissional da saúde afirmando coisas sem comprovação por aí. Hoje a gente já entende melhor como funciona essa conexão entre a mente e o corpo, ou melhor, entre o cérebro e os outros órgãos. E no fim das contas a história do “cérebro abdominal” deixou de ser fake news para virar verdade.
A ciência mostra que o intestino não só está literalmente ligado ao cérebro, mas também pode controlar as suas funções. Mas… como isso é possível? Como o intestino controla o cérebro?
O intestino é um tubo oco cheio de dobras que ocupa mais ou menos 35 metros quadrados. É o tamanho de um apartamento pequeno de um quarto! Quando você come o seu almoço, ele passa por toda essa área.
Não fica um grão de arroz sem entrar em contato direto com o intestino, o que otimiza a absorção dos nutrientes. Enquanto isso, células especializadas do intestino liberam cerca de 20 hormônios. Sim.
O intestino libera hormônios assim como o pâncreas e a tireoide. Descobrir que existem células no intestino especializadas em liberar hormônios que podem colaborar com a digestão, mas também sinalizar pro sistema imune caso algum organismo estranho passe por ali, foi uma grande revolução científica. Esses hormônios liberados no intestino tem ação no corpo inteiro.
Um deles, o GLP1, funciona como um aviso de que daqui a pouco vai chegar nutriente e os outros órgãos têm que estar preparados para captar. O cérebro também recebe esse aviso. Ao primeiro sinal de GLP1 e de outros hormônios do intestino, o cérebro interrompe a fome que você sentia quando começou a comer e passa a gerar a sensação de saciedade.
Essa comunicação entre intestino e cérebro tenta evitar que a gente coma além da conta. Tenta né. Mas essa comunicação pelos hormônios que saem do intestino e chegam ao cérebro não consegue explicar algumas situações.
Comenta aqui embaixo se você já se sentiu irritado ou desanimado justo no dia em que o seu intestino não estava funcionando bem. Será que isso pode ser mais do que estresse, mas sim uma alteração hormonal? Pode parecer uma coincidência, mas não é.
Essa alteração de humor tem a ver com a rede de neurônios que nós temos espalhada pelo corpo. Ela faz uma ligação direta com o cérebro transmitindo sinais elétricos que viajam mais rápido que um piscar de olhos. É assim que o seu cérebro registra quase imediatamente quando alguém te dá um beliscão no braço.
E do mesmo jeito que ele recebe sinais em tempo real sobre o que está acontecendo lá no intestino Só que a rede de neurônios do corpo não está igualmente distribuída entre os órgãos. O que torna o intestino de fato tão especial é que ele tem entre 100 e 500 milhões de neurônios! Em quantidade, ele só perde para o cérebro que tem 86 bilhões.
Por isso o intestino recebeu dos cientistas o apelido carinhoso de segundo cérebro. Então, não é mentira. É isso mesmo.
Mas para quê o intestino precisa de tanto neurônio? O que ele tem de tão especial? À medida que os alimentos chegam no estômago e no intestino, esses órgãos se expandem.
Essa expansão gera um sinal elétrico nos neurônios, que vão repassar a informação para o cérebro. Assim que os nutrientes do alimento começam a ser absorvidos, os neurônios do intestino disparam um segundo sinal elétrico. O cérebro recebe tipo um relatório, dizendo se aquele alimento tem muito ou pouco sal, ácidos, açúcares, proteínas ou gorduras.
Com essas informações, o cérebro diminui a sua vontade de continuar comendo dependendo do valor calórico daquela refeição. E ao mesmo tempo, ele estimula o organismo a produzir moléculas que captam exatamente os nutrientes que estão chegando. O cérebro agiliza o processo e evita desperdícios.
E o fascinante é que essas informações viajam em apenas milissegundos entre os neurônios do intestino e os do cérebro. Então essa rede de neurônios é ainda mais rápida. Muito mais rápido e eficiente do que depender dos hormônios liberados no intestino, que têm que cair na circulação para só depois chegar no cérebro.
Então, o nosso segundo cérebro está o tempo todo se conectando e avisando o primeiro. Mas se você acha que o seu organismo é o único responsável por manter essa comunicação maravilhosa, você está enganado. E aqui entra o segredo de um segundo cérebro saudável: as bactérias.
Ao contrário do que costumamos pensar, nem toda bactéria faz mal e o intestino é o lar de uma quantidade impressionante de bactérias benéficas. Como eu expliquei aqui, as bactérias intestinais se alimentam do que nós comemos. Em troca, elas protegem o intestino de microrganismos causadores de doenças, fortalecem o sistema imune e controlam a inflamação.
E o mais incrível é que as bactérias intestinais ajudam na produção de hormônios importantes para o cérebro, como a dopamina e a serotonina. Já ouviu falar deles? A dopamina é conhecida como hormônio do prazer e da motivação e a serotonina, como o hormônio da felicidade, já que elas geram exatamente isso quando elas agem no cérebro.
Mas são hormônios importantes também para o intestino, por regularem a digestão, a absorção de nutrientes e a movimentação que empurra tudo em direção à saída Ou seja, um cérebro saudável depende de um intestino saudável, que depende de uma população saudável de bactérias. E vice-versa. Quando nós temos um problema nesse equilíbrio a saúde do organismo inteiro fica prejudicada.
E é bem provável que você esteja provocando um desequilíbrio entre os seus cérebros sem perceber. Então já deixa o seu like aqui embaixo e comenta se você já tinha ouvido falar sobre esse poder do intestino, porque agora nós vamos ver qual é o perigo de ter dois cérebros que não trabalham em harmonia. Imagine que você comeu um pão com mortadela bem generoso, sem saber que a mortadela estava estragada.
Em algumas horas você vai sentir uma sensação estranha no corpo. Uma moleza, suor frio, pressão baixa sabe? … Isso acontece por causa da inflamação que começa no intestino em resposta a bactérias e toxinas que estavam na mortadela.
A inflamação interfere na comunicação dos neurônios intestinais com o cérebro, ela danifica as células do intestino e mata muitas bactérias benéficas. É um caos. Mesmo quando a mortadela já se foi junto com a diarreia que veio depois, você ainda vai precisar de alguns dias até recuperar totalmente dos danos.
Agora imagina o tamanho do estrago quando um desequilíbrio bem menor, mas constante acontece ao longo de uma vida inteira. É isso que muita gente faz quando tem uma alimentação desbalanceada e focada em refrigerantes, biscoito e outros industrializados com aditivos que fazem mal às bactérias intestinais. O consumo exagerado desses produtos elimina bactérias específicas que ajudam no equilíbrio entre intestino, sistema imune e cérebro.
Sem elas, o sistema imune fica mais propenso a disparar uma inflamação. E os hormônios que as bactérias ajudam a produzir, incluindo dopamina e serotonina, vão diminuir. Em ratos e camundongos, a falta de produção desses hormônios no intestino gera muitos problemas, incluindo problemas neurológicos muito parecidos com a depressão.
Não dá para dizer se acontece exatamente igual em humanos. Mas já deu para perceber como uma alimentação balanceada é fundamental para todas as funções do organismo né. Não só para a digestão.
E agora, pessoal, os cientistas estão tentando criar um caminho inverso. Eles querem ver se é possível tratar ou prevenir doenças neurológicas, intestinais e até inflamatórias só revertendo esse desequilíbrio das bactérias. Seria incrível né?
Tudo isso usando um produto que já existe por aí e que você provavelmente conhece: os famosos probióticos, comprimidos de bactérias vivas ou alimentos contendo bactérias que poderiam reestabelecer o equilíbrio intestinal. Será que o uso de probiótico era o que faltava pra melhorar a nossa saúde e prevenir doenças? Esse é um assunto que merece um vídeo só pra ele, então se esse vídeo aqui bater 10 mil Likes, nossa meta ousada vamos fazer esse vídeo chegar em mais pessoas, eu prometo produzir um vídeo novo sobre probióticos.
Enquanto isso, o que nós sabemos é que você não precisa eliminar os produtos industrializados da sua vida. Eles só não podem ser a base da sua alimentação porque eles vão interferir no seu segundo cérebro. Ter equilíbrio é fundamental.
Se você quer manter o seu segundo cérebro saudável, a solução é investir em uma dieta balanceada. Isso a gente já sabe há muito tempo pela série de nutrição. Então se você quiser assistir ao último vídeo da série, veja esse aqui, que vai falar sobre pão.
Será que ele é realmente um vilão da sua dieta? Ou então, se você estiver interessado em outro assunto, assiste esse vídeo aqui que o YouTube te recomendou. Comenta aqui embaixo se você conhecia todo esse potencial do intestino.
Um grande abraço, cuide bem dele e eu te vejo no próximo vídeo. Tchau.