[Música] lá todos e todas bom estamos aqui meu nome é luiz costa o diretor do centro de atendimento estudos da saúde do servidor com um distrito federal o centro de atendimento ele tem é como finalidade acolher o servidor público afastado do seu local de trabalho em função de um transtorno mental e também de produzir pesquisa dados informações que possam incidir na gestão pública é do distrito federal hoje para abrir esse programa muito nos honra é a presença de uma pessoa que é do ponto de vista histórico carrega consigo o símbolo de uma nova forma de
produzir saúde mental o símbolo de um deslocamento das políticas públicas de saúde mental brasil que transforma a forma de compreender a loucura e de compreender a produção de cidadania como eixo central da produção de saúde mental nós estamos aqui hoje então com o ex deputado constituinte é executado federal paulo delgado autor da principal lei de reforma psiquiátrica brasileira é que portanto muda e desloca então essa forma de compreender o cuidado tendo como centro a produção de cidadania ea liberdade paulo é uma satisfação muito grande receber uac é no centro novamente e enfim é teu para
refletir algumas questões voltadas à saúde mental se eu que agradeço a você toda sua equipe a maioria presidente do sindsaúde aqui de brasília que teve essa idéia que é mais do que generosa é uma ideia é transformadora revolucionária você reúne pesquisa e terapia e ao mesmo tempo em que você faz o cuidado ea atenção você desenvolve a teoria em torno do cuidado isso vai ser uma sementeira é como se fosse canteiros onde você vai ouvir os usuários aqueles que procurarem os serviços e vai fazer com que os serviços possam ser germinativos quer dizer um ajudando
o outro com seu problema é uma universidade terapêutica na o novamente eu fico muito honrado e muito feliz de ter sido é conectado por vocês são novas conexões e novas maneiras de esplanar novas explorações uma nova maneira de ver as coisas são paulo queria perguntar pra gente refletir aqui é mas historicamente a sociedade brasileira é criou uma imagem social é sobre a loucura sobre o adoecimento sobre o sofrimento psíquico das pessoas e essa imagem social construído ao longo da história foi uma imagem social é muito associado a um perigo muito associado ao medo daquele que
entrava em sofrimento psíquico é a resposta dada então para as pessoas que desenvolveram algum transtorno mental ou um adoecimento profundo era a segregação como forma de tratamento e ao longo da história a gente foi percebendo que é e se esse modelo de cuidado é um modelo que na verdade besse forjava um falso cuidado porque o princípio é dessa forma de pensar é de excluir aquele que sofria com falando então da construção histórica sobre a imagem social da loucura eu imagino que é você desenvolveu uma outra percepção ao ponto de em 2001 na verdade esse processo
se inicia antes da apresentação do projeto mas até a apresentação do projeto é da lei da reforma psiquiátrica brasileira é imagino que você foi construído uma nova forma de olhar para a produção de saúde mental e pela negação dessa forma de cuidado então que ele pudesse falar um pouquinho sobre esse deslocamento inclusive particular seu essa transformação de olhar para a loucura de olhar o sofrimento se é o centro na verdade dá da preocupação quer dizer a minha motivação original não era nem a questão é solitária não era a questão do do personagem o sujeito doente
mental era a questão do da política de direitos humanos era como enquadrar um esquecido dentro de uma lei que incluía todos os setores e todos os cidadãos brasileiros os homens e mulheres do brasil crianças jovens independente de local que nascessem de riqueza de instrução e de raça sexo ou seja o artigo 5º da constituição eu tive a felicidade e alegria de ter sido constituinte o artigo 5º da constituição era a idéia central do artigo e se todos são iguais perante a lei independente de todas essas distinções de diferenças que fazem a humanidade bonita na e
que às vezes são fatores de injustiça eu tentei introduzir 11 um adendo nessa declaração é todos são iguais perante a lei inclusive os doentes mentais sem distinção de raça sexo por aí e teve seis votos a um na verdade era uma coisa tão escandalosa como você diz era tão estigmatizante que os meus colegas deputados não sabendo que se tratava não é que não soubessem é não eram desumanos o fato de mais de 300 400 colegas não que não terem querido entender a a emenda já era uma característica do isolamento de quem elas ela se destinava
depois é que conhecendo a história do da luta antimanicomial brasileira e aí já no processo de de educação do educador na eu tive que me educar para poder me tornar uma pessoa que falava disso eu encontrei a doutora nise da silveira a casa das palmeiras que me lembro aqui era bem amarela ambiente é a casa das palmeiras no rio de janeiro tanto que eu levei a primeira pessoa que eu levei o projeto anti projeto é doutora nise num apartamento cheio de gatos na uma rua tradicional de botafogo no rio de janeiro o bairro mais antigo
do rio de janeiro mais tradicional que era botafogo onde onde haviam as grandes mansões e as grandes casas e ali no apartamento a doutora linhas e cheio de gatos a doutora nise usava terapia de de animais gatos e shows para que o esquizofrênico pudesse encontrar uma uma saída daquele daquele seu sufoco do do seu fechamento e poder ver um pouco as dificuldades do outro não é e tratava do dos animais engraçado que quando eu mostrei a doutora nise ela pegou e ela virou assim porque cidadãos nessa lei dispõe sobre a extinção progressiva dos manicômios e
sua substituição por outros recursos assistenciais e dá outras providências e na exposição de motivos eu escrevi que os cidadãos brasileiros em algum momento tinha várias vezes a palavra se mandou a doutora nise virou assim porque cidadão você chama paulo chama nise fulano chama antonio foi dado o nome das pessoas que estavam conosco e lhe antes de tudo pessoas nós somos pessoas é maria é josé então não tinha essa luta e se tornou uma luta internacional porque veio a adição da onu de atualizar a declaração dos direitos humanos e foi feita a conferência de viena e
aí eu já engajados na luta do da reforma psiquiátrica fui à viana como chefe da delegação brasileira parlamentar e ali nasceu a idéia do inclusive a idéia de mudar a língua da onu porque a língua da onu ea declaração de direitos humanos era era uma declaração em língua francesa e os franceses falam do abdome eo inglês é mais universal que o inglês fala em e o menu traz e aí houve uma batalha a conferência perdeu três dias do set para mudar a língua porque achava que era mais universal que chamar de direitos humanos do que
direitos do homem porque teria que ser então direitos do homem da mulher das crianças da coisa isso aí foi crescendo fui andando pelo brasil e viajando visitando estados e aí fizemos uma caravana de direitos humanos e fizemos um inventário das internações e das intenções brasileiras e descobrimos um uma zona uma encruzilhada que era a do loucos louco normal vamos dizer assim o cidadão que sofre de doença mental e no local infrator louco em conflito com a lei um louco comete crime e que a sua o surto a sua a sua doença deve ser considerado um
fator de um fator de redução de de pena e não de inimputabilidade joga a discussão de que ele era inimputável todo ano o movimento da luta antimanicomial virou paulo nós não podemos enfiar isso no congresso porque se misturar ao louco infrator o infrator com qual o paciente normal o esquizofrênico depressivo há anos diversas os diversos aspectos que que ia à loucura se apresenta isso aí vai vai ser incompreendido e sempre tem um crime hediondo né sempre tem um crime absurdo de uma pessoa que logo a psiquiatria usada pra ele não ser punido eu tinha muita
vontade que o congresso nacional agora no no mês de maio em que nós temos aí o 18 de maio eu gostaria muito que esse congresso congresso jovem o congresso é que se renovou que esse congresso se debruça se sobre a lei do louco infrator porque ele está condenado à prisão perpétua na prática na verdade o que aconteceu hoje o que acontece no brasil com a pessoa com transtorno mental em conflito com a lei exatamente isso que você diz né quer dizer é essas pessoas estão eu prefiro dizer que se existe alguém no subsolo do esquecimento
hoje é a pessoa com transtorno mental em conflito com a lei né e sai medida de segurança em condições absurda não há renovação do diagnóstico não há diagnóstico concorrencial por isso que eu acho muito interessante novamente é associar pesquisa estudo a terapia perdeu os servidores do distrito federal terão um serviço e terão um acolhimento aqueles que necessitarem e esse serviço e esse acolhimento vai produzir um estudo e vai servir para que evolua a existir climatização em que você diminua o preconceito essa idéia da incapacidade civil permanente que me impressionava muito eu conheço muitos pacientes eu
me tornei realmente por causa dessa lei da decisão da oms organização mundial de saúde considerou nuno no início dos anos 2000 logo depois que ela foi aprovada considerou essa lei a lei mais adequada a países gigantes como o brasil porque o brasil é muito heterogêneo brasil é muito diferente nós somos vários brasis do brasil então você tem que ter uma lei em que o espaço da liberdade sejam elementos essencial da terapia mas é você a idéia do cuidado cuidado que é cuidado eo zelo dos preocupados não é você gosta de uma pessoa ela percebeu um
degrau se diz cuidado você vai atravessar a rua vem o automóvel se diz cuidado cuidado é seja como intervenção seja a maneira como você usar a palavra cuidado é acolhimento é cuidar dos outros e ouvir a escuta do sofrimento tem espaço pra espaço e território protegido porque as pessoas têm que ter territórios protegidos quando adoecem porque a doença não é um fracasso e essa e se essa experiência que mostra isso a doença não é um fracasso na vida das pessoas a doença é um episódio normal da vida das pessoas o fracasso é não ter atendimento
para a doença aí é um fracasso da medicina então se eu compareço um serviço e não consigo sair dali às vezes não curado porque às vezes há casos crônicos mesmo nós reconhecemos isso mas você tem que caminhar para o autocontrole propor o autoconhecimento e pra o processo de saber a hora que você tá quebrando o que dizer eu fico muito feliz de estar aqui porque eu vejo é que você pode participar você não pode quebrar quem conseguir parte sem quebrar tem chances de se recuperar mesmo que fique com com uma fissura um traumazinho uma dificuldade
umas lembranças ruins mas e que a vida se não essas caco não é que a gente vai juntando acho que é muito interessante fazer essa recuperação histórica porque é essa história que faz o deslocamento da compreensão sobre a produção de saúde mental é esse deslocamento se consolida portanto é na lei 10.216 de 2001 não fosse todo esse movimento desde a década de 80 é culminando na na lei proposta por você né paulo hoje talvez nós estaríamos ainda atendendo as pessoas em sofrimento psíquico numa perspectiva da segregação essa perspectiva hoje depósitos na depósitos verdadeiros depósitos e
que atendiam interesses escusos inclusive do que dados em que os atendia interesses de empresários que trabalhavam com a internação como objeto de lucro é e não como como de cuidado mas nós estamos ea sua presença muito interessante pra isso pra gente refletir porque é justamente esse deslocamento histórico essa mudança de percepção que é nós aqui novamente é compreendemos que a saúde mental deve ser produzida ou seja com a produção de cidadania do sujeito com a garantia do fortalecimento dos vínculos sociais essa pessoa compreender o porquê os motivos pelos quais levaram e sujeito a entrar num
aprofundamento do seu sofrimento ao ponto de ter que interromper não só o seu labor seu trabalho mas suas relações sociais então um pouco da perspectiva um pouco não é posso afirmar que integralmente a perspectiva que nós iremos trabalhar aqui novamente é essa de produção de cidadania enquanto eixo central da produção de saúde mental eu queria só te perguntar paulo como que você compreende que pedir esse processo de adoecimento é no campo do trabalho né assim é esse é o nosso objeto portanto aqui novamente compreender os fatores do trabalho daquele sujeito que podem contribuir com o
adoecimento dele pudesse falar um pouquinho sobre isso e sobre eu acho que tenha reforma sanitária começou no mundo com a reforma urbana a medicina a medicina se se ofereceu a administração pública isso começou na europa para sanear as idades e sanear as cidades era não permitir que a doença fosse levada pelo médico a doença não fosse levada pelo enfermeiro pelo pela equipe de saúde e seu parceiro o pastor e estudou a circulação da doença e ele descobriu as infecções os vírus e as bactérias é então a reforma sanitária não tem sentido ela não teve volume
do nesse sentido de cada vez mais proteger as pessoas dos fatores de infecção dos fatores de adoecimento a idéia do isolamento de você separar a pessoa da vida social é um f uma fraude médica não é se é pra eu me separar da vida social para quem medicina a medicina tem que ser inclusive breu conviver para eu descobrir que medo é se no caso da doença mental ela não não requer isolamento porque a doença mental não é contagiosa a idéia de que a pessoa perigosa idéia de que a pessoa incapaz a idéia de que a
pessoa é é barulhenta ou a escalada de mais essa idéia de que nós temos ritmos diferentes todos têm dependentes serão doentes mentais agora imaginem isso encaixotado não houver do trabalho onde a idéia da penosidade aumenta mais do que a do prazer acho que o centro aqui o ídolo que esse uma universidade é um emblema a universidade novamente ela vai poder sinalizar para toda a administração pública brasileira que se os espaços são a do ec dores o produto que dali sai também pode ser do ec dor você não pode ter estado em espaços não saudáveis quando
as pessoas entram em conflito oi e prefere o conflito o desenvolvimento prefere conflito aos acordos não é espaços onde e não se leve enquanto um ritmo diferente das pessoas as dificuldades maiores que um tem e outro ou às vezes até os segredos que todos nós carregamos no momento que vamos pro trabalho ninguém sabe como uma pessoa saiu de casa o que ela encontrou no caminho de casa o trabalho então acho que aqui aqui poderá se produzir também analisando aqueles que que esse partiram aqueles que que vão seus usuários dos serviços você pode fazer um diagnóstico
muito interessante e no feedback virtuoso você informou a administração pública onde um território do s onde um território é saudável não é só a questão de remuneração não é só a questão salarial que é fundamental também não é só uma questão de carreira ou de cargos e funções na gestão de humanizar a presença do servidor no serviço que o servidor humanizar o serviço e o serviço não desumanizar o servidor eu acho que isso eu não vejo isso na universidade universidade brasileira não está estudando essa questão eu vi isso em algum serviço na europa visto na
itália naná com a equipe do baságlia na espanha nós temos vários serviços parecidos onde você tem essa essa a relação de ensino e terapia de até a atenção cuidado educação na acho que vocês estão no caminho extremamente criativo e pode realmente espalhar pelo brasil tem muita esperança isso aqui na verdade é meu sonho era ver isso por isso que quando a marina me chamou e ia ia a equipe toda você quando vocês me entrar em contato comigo pensei gente é a escola de capps nós temos que criar uma escola para educar os educadores e quem
melhor se educa os educadores se não os que precisam dar os que freqüentam as aulas né os que vêm os serviços na água há um mineiro guimarães rosa é um grande escritor místico e muito regional mas mundial porque ele vai tão profundo na alma da das regiões de minas mais pobres que ele conseguiu criar personagens mundiais e ele fala uma frase que você nunca escutei de pedagogos e o mundo tem grandes pedagogos o brasil tem grandes pedagogos mas ele fala mestre não é quem sempre ensina é quem de repente aprende né então acho que novamente
vai ensinar muita coisa mas ela vai aprender muito mais com aqueles é o usuário do seu serviço legal falou gostaríamos de agradecer a sua presença eu acho que daqui pra frente é nós manteremos a ip é você como uma pessoa fundamental essencial para esse projeto a sua participação às suas reflexões inclusive pra contribuir com a orientação e os rumos que é novamente vai tomar é de fundamental importância gradecer imensamente estar aqui principalmente neste mês de maio é um mês em que comemoramos é 18 de maio dia nacional da luta antimanicomial com tantas frentes se organizando
para o país é inteiro neste mês e teu aqui é um presente e gostaríamos de agradecer imensamente a sua presença agradeço muito a vocês e me comprometo a levar com todas as minhas forças e energia e tudo aquilo que eu tiver de capacidade de mobilização levar essa luz novamente que se ilumina reforma psiquiátrica brasileira acho que esse serviço é uma uma nova luz na reforma brasileira e no itinerário de humanização e de criação do que nós queremos que é o louco cidadão não é a pessoa mesmo doente a pessoa mesmo com o problema ela é
um cidadão no pleno gozo dos seus direitos nenhuma doença tira de ninguém o direito é fundamental que é o direito de viver ser respeitada a respeitar o direito de trabalhar é o direito de sobreviver muito obrigado [Música]