olá pessoal nós vamos continuar a nossa aula sobre produção do conhecimento nossa aula de hoje tem como tema o papel das metáforas e das analogias na produção da ciência moderna estas lentes vamos explicar o que são analogias e metáforas e vamos olhá las como lentes quer dizer como óculos para enxergar a realidade das construções da nossa ciência moderna nós vamos observar também que estas construções freqüentemente condensaram desigualdades dentro do próprio processo científico moderno os objetivos de nossa aula de de hoje são perceber como o discurso científico se utilizou então de metáforas e analogias para se
consolidar também entender como uso de certos discursos quer dizer também linguagem de certas imagens de certas representações fez com que nas comparações ser realizadas se produzisse desigualdade entre as pessoas e perceber de que maneira a ciência não é neutra então será que as palavras são as coisas muitas vezes nós usamos colegas que não querem dizer o que está ali naquela realidade dada nós chamamos coisas e apelidos chamamos apelidos para as pessoas para definir quem elas são então nem sempre as palavras são as coisas mas nascia então na ciência as palavras por vezes escrevem coisas outras
vezes elas estabelecem relações normativas valor ativas elas dizem coisas sobre pessoas por exemplo chamar uma pessoa pesou xingar uma pessoa é comum que se faz se veja ou se faça isso em certos ambientes está significando só uma linguagem ou está significando também pratica prática relação de discriminação essas questões da linguagem na ciência elas têm consequências para a pesquisa e também para as práticas então porque elas vão acabar por fazer políticas vão acabar por fazer discriminações dentro do próprio conhecimento científico elas têm uma eficácia tanto para elaborar possibilidades de emancipação quanto de desigualdade então quando se
de quando é que dizer é fazer eu tomei como exemplo a idéia dos votos no casamento que todos nós conhecemos as pessoas prometem ser fiéis a vida inteira claro que o rush essa realidade tem se modificado muito mas os votos na hora do casamento no ritual do casamento você usa palavras para dizer que vai ficar com a pessoa que vai ser fiel e essas palavras elas não são meras palavras naquele ritual elas estão selando o ritual que significa também o reconhecimento formal e jurídico daquele ato no caso formal pode ser no cartório pode ser jurídico
no cartório mas se for numa uma instituição religiosa s se for uma igreja se for uma comunidade de fé também tem um sentido de que aquelas palavras não são só palavras elas formalizam de fato um ato um grito de guerra é a própria guerra e muito você diz nós estamos em guerra e significa eu grito na guerra o índice na fase nem muitas tribos esse ritual gritar para dizer que estava em guerra quando você grita diz que está em guerra é a guerra então as palavras não estão sempre diz conectadas sofrer bullying por meio de
palavras desencadeiam um sentimento profundo de solidão produz de fato isolamento espacial e social portanto muitas vezes e na escola dizer chamar uma criança de gorda ou criticar uma pessoa porque ela é homossexual ou porque ela é lésbica porque ela é transexual porque ela é negra ou porque ela é pobre vai desencadear sentimentos de solidão e isolamento as palavras têm peso como é isso na ciência como é que ela foi utilizando desse caminho das palavras das metáforas o que é uma metáfora é um sistema de comparação que você utiliza para explicar um certo fato não vamos
ver devagarinho por exemplo porque se usa metáforas na ciência para comparar é parte de um processo de fazer a ciência então você compara fêmur compara braços tamanho de osso comparar cérebro comparar quadril compara é o que aconteceu depois que você aplicou a vacina num determinado vírus e o que acontece se você aplicar uma outra a ciência sempre utiliza disso e também a utilização de analogias né e de metáforas de comparações por semelhança por diferença para fundamentar as vezes preconceitos então na ciência metáforas e analogias são arbitrárias porque elas são arbitrárias porque elas são construídas por
pessoas para dar uma ordem a um universo para explicar uma relação à escolha das metáforas e das analogias na ciência elas podem ser de naturezas diversas às vezes você diz a si nossa que bonita e sexy bonita essa flor parece um dente de macaco parece um dente de leão tem os textos clássicos da antropologia de leves trouxe que ele explica como que em algumas tribos os indígenas batizavam as coisas comparando por semelhança entre por exemplo animais e flores por exemplo então o leão dentro leão é uma flor dente de leão que nós conhecemos que que
às vezes se usa por semelhança não é que aquela flor sejam dente de leão mas o vento usa a expressão dente de leão pra comparar para explicar uma relação para fazer uma relação explicativa ali né então a gente tem coisas que são da ordem dos objetos coisas que são da estrutura social coisas que são do tipo de comunidade científica qual nós pertencermos nós temos coisas que são da própria história do método do campo de estudo e estes aspecto aspectos colaborou muito para o nascimento de analogias que por vezes fazem sucesso outras vezes não depende do
contexto no caso do fazer científico os cientistas do século 18 eu falava na anterior que a ciência se pretendia neutra não é mas o século 18 segundo não se está pão que é uma autora que eu estou utilizando ela vai dizer que há a ideia da diferença vai surgir no século 18 e quando a mutação humana começa a ser estudada neste século um sistema de muitas comparações analogias fundamentou a ciência criando objetos e criando pessoas diversificadas e sistema de analogias fez surgir lentes óculos através dos quais nós começamos a observar pessoas diferentes entre sim então
classe burguesa classe pobre sexo mulher e homem até o século 18 não existia separação na anatomia na fisiologia conhecida do corpo como dois sexos nós armamos um sexo só a mulher era o interior de um homem homem que o sexo exterior e o sexo interno nosso de mulheres e era quanto ele é uma idéia de continuidade extensão o século 18 ele começa a produzir dois corpos mulher de um lado o homem do outro coloque os órgãos genitais nos desenhos anatomia fisiologia na medicina coloca os órgãos genitais das mulheres e define que a mulher daquele tempo
pra frente tem uma diferença segura ficar ativa e em relação ao homem mas isso teve um significado político importante também que nos classifica como o menor valor mas nós vamos ser definidas como sexo segundo sexo na diferença comparado ao homem nós vamos ser classificadas como unicamente capazes de maternar de dar à luz e seremos excluídos do processo de fazer ciência moderna isso é muito importante porque essa diferença vai marcar não só a diferença do sexo entre homens e mulheres mas também entre civilizado e selvagem toda a construção racial do século 18 para frente vai dizer
que os homens brancos são os homens que produzem a ciência que é o cérebro branco que pensa o cérebro de um homem de cor preta não pensa e o cérebro de uma mulher pensar - ainda então a associação entre mulheres e raças inferiores e negros e macacos é uma construção da ciência da racionalidade científica moderna muito importante mas que produziu uma desigualdade sistemática das pessoas nas estruturas as instituições aqui o fato trouxe uma imagem né então na ciência ocidental é o modelo o modelo é um modelo platônico mesmo que interessante é o deus apolo o
cérebro do deus apolo ele termina sem bonitinho né e já quando você olha e se esse deus egípcio grande bonito forte e você olha um homem negro aí o homem negro em vez de ser comparado com deus com cérebro que termina retinha ele vai ser ele vai sofrer no desenho uma protuberância da sua mandíbula 11 acréscimo mandibular para que ele seja assemelhado aos macacos e essa construção da diferença aqui colocando o homem negro como similar a um macaco vai colocar também todas as pessoas de cor negra na condição de não produtores do conhecimento então os
estudos sobre raça eles vão ser um grande tema aqui porque eles são parte da construção das diferenças que vão ser tomadas como naturais como óbvias é o fato é que elas não são naturais e nem óbvias elas foram criadas em parte elas foram criadas porque neste contexto nós temos um movimento abolicionista que deu a importância política muito importante é muito forte digo a idéia do surgimento da diferença racial e da desigualdade social e de outro lado a necessidade que a visão da ciência e tecnologia cêntrica quer dizer da europa para o resto do mundo tinha
que era de que o europeu era porto do portador da verdade científica e portanto os demais não eram capazes de fazer ideias nem claras e objetivas e neutras aqui temos algumas outras imagens de pessoas retiradas de tribos africanas consideradas mais próximas dos símios e de pessoas que vão ser utilizadas depois como pessoas malandras preguiçosas incapazes de pensar na construção da ciência ano é fora não é na construção da ciência e eu estou insistindo nisso porque isso não é senso comum e isso foi criado pelo próprio pensamento científico moderno por exemplo lombroso que é um psiquiatra
importante do século 19 ele é psiquiatra cirurgião higienista criminologista antropólogos cientista ele é italiano ele vai dizer o seguinte à vista do crânio pareceu me que de repente iluminado como uma vasta planície sob o céu resplandecente podia ver todo o problema da natureza do criminoso o ser atávico cuja pessoa reproduzi os instintos ferozes da humanidade primitiva e dos animais inferiores ele concluiu que olhando o cérebro que olhando crânio se podia localizar os instintos mais ferozes da humanidade permitida e dos animais inferiores no crânio das pessoas como o crânio ele observava era o crânio dos de
homens negros ele concluiu que os homens negros eram eram dados ao crime e à incapacidade de controle dos próprios instintos isso foi pensamento científico construído nesse contexto pela não só analógica da comparação e da diferença é esse é continuidade esse texto está no livro chamado a falsa medida do homem que quem quiser buscar não tem uma quantidade interminável de citações na internet e o livro também foi público e republicado recentemente é um livro interessante porque ele faz um compilado dessas analogias outras analogias foram utilizadas para pensar relação entre o tamanho do cérebro e o criminoso
nato ou a figura dos olhos olhos mais fundo sobressaltados incendiários ou a figura da tamanha na testa ea capacidade de assassinar esta ciência se chamou intrometeria ampv utilizado inclusive em processos criminais com muita freqüência a biologia também justificou por longos períodos de tempo o estatuto diferente das pessoas frente a igualdade natural por exemplo a raça deveria nos levar a igualdade natural mas ela foi utilizada para nos colocar em posição de desigualdade ea história geral das categorias biológicas então vai ser excludente relação a homens e mulheres negros e crianças homens mulheres negros e crianças essas interações
metafóricas que que vão ser construídas para explicar relações mundo elas acabam envolvendo um complexo sistema de implicações sobre semelhanças e diferenças linguagem técnica como por exemplo como é que se mede cérebro é uma linguagem técnica precisa de fita métrica precisa de explicação de medidas precisa de conhecimento matemática cabe tamanho desvio de cabeça tamanho de corpo tamanho de quadra o tamanho do útero toda essa ciência da ginecologia da obstetrícia da diferença é produzida no contexto do século 19 esses sistemas não incluir questões sobre saúde sobre a doença e ainda se vai acreditar que mulheres negros e
crianças apresentavam graus de alta em sanidade e de neura neurastenia as maiores do que os graus dos homens brancos por exemplo o love peso do cérebro feminino e as estruturas cerebrais deficientes eram análogas às raças inferiores se comparava o cérebro das mulheres com os homens esse concluiu que o fato de uma mulher ter a cabeça menor não lhe dar uma condição para o pensamento a mulher se igualava os negros pelo crânio estreito infantil e delicado olha a imagem estreito infantil e delicado a mulher mantinha traços encontrados nas raças mais inferiores em termos evolutivos é o
elemento mais conservador que existia do homem porque a sociedade europeia nesse contexto estava chamando as pessoas para a modernidade e consideravam que para fazer a ciência moderna precisava de um método com uma racionalidade estabelecida com objetividade neutralidade de valores mas as mulheres eram incapazes de acompanhar essa metodologia porque a ciência era da racionalidade iluminista branca moderna portanto elas estavam fora do processo da evolução por isso elas são chamadas de conservadoras que puxa pra trás o investimento científico nesse contexto branco são as mulheres e os negros nem se fala porque elas nunca foram consideradas parte da
sensibilidade elas sempre foram colocados na selvageria pela ciência moderna o crânio feminino então ele se assemelhava a um crânio de uma criança portanto sempre dependente de tutela de um adulto do seu marido no seu pai do seu marido e do seu irmão mais velho as raças inferiores representava o tipo que o menino das espécies humanas e as mulheres representavam um ritmo inferior de gênero também essas analogias das as quais estou me referindo de raça e de gênero elas vão entrelaça aspectos psíquicos físicos e morais e de classe de nacionalidade porque quando você pertence a países
africanos você não tem condição de participar do projeto moderno de sensibilização porque você está dentro de uma categoria evolutiva incapaz de acompanhar a evolução pretendida etnocêntrica europeia então você está fora do processo incapaz psiquicamente fisicamente e por nação por construção de país a mulher também torna-se desviante o criminoso vai ser olhado com critérios jurídicos de uma mente de uma analogia é florence que vai categorizá lo dentro de certas ordens morais de mundo à parte do seu corpo e os pobres da cidade serão excluídos da participação social e os insanos irão parar no hospício é o
crescimento também dá noção da loucura como ciência e dos hospícios as instituições hospitalares as consequências nós já conhecemos para o brasil nós temos a escravidão negra e nós temos aqui conta uma história da vênus negra que eu pedir para vocês lerem olhar em casa a vênus negra é uma mulher ontem toque africana que é levada pra paris para ser exibida em shows em praça pública ela vai se tornar o biotipo importante da ciência a partir da análise do corpo dela se vai observando diferenças em relação às mulheres brancas a população branca esse vai estabelecendo então
é uma noção de selvageria ela era uma mulher sabe ela falava 4 cinco línguas o próprio convite é que trabalhou com o modelo da vênus negra reconhece a capacidade do pensamento e da linguagem é ampliada que ela tem mas ela é classificada como espécie rara e parte daquilo que é a história natural ela vai ser depois é embalsamado e martina no museu de ciências naturais como um modelo de espécie rara é bom esta é um tipo físico é importante pra gente olhar e entender os aspectos vinculados analogia essas imagens estão na internet em vários lugares
tem um filme a respeito dela e vale a pena a gente olhar pois estas grandes mudanças iluministas baseados nas metáforas nas analogias e nos princípios a diferença trouxeram uma noção fundadora de dois mundos um mundo reconhecido e o mundo jogado para fora o que vai fazer as teorias da co colonialidade que serão assuntos as nossas próximas sessões e essas estratégias também produziram ao longo do século 18 e do século 19 figura submetidas na ciência por em figuras controladas figura cissé e excluídas na mulher histérica a criança masturbador era o casal e que passa a ser
controlado na sua prática reprodutiva ou pervertido as imagens do homossexual que até então não era um problema passam a ser um problema vão desaparecendo velhas analogias quero mais vinculadas ao mundo natural ao mundo agrícola e se estabelece aos as analogias científicas essas diferenças raciais sexuais elas vão trazendo então as diferenças também na prática social na posição que os indivíduos as pessoas vão ocupar a frente à política frente à família frente ao estado frente à saúde frente ao ensino e à possibilidade emancipatória essas questões de metáforas vão ajudar a gente então na ciência a perceber é
que processos de comparação por si miller e similaridades e diferenças foram muito muito importantes na constituição do sujeito moderno mas também nós temos que considerar um último ponto que os metáforas mudam ao longo do tempo não se casa de evolução se trata de deslocamento se trata do surgimento de novas metáforas e se nós vamos observar agora no nosso contemporâneo científico em cada área da qual nós fazemos parte nós nós podemos fazer um exercício de identificar uma quantidade interminável de metáforas e tentar pensar o que elas significam em relação à emancipação ao processo de inclusão e
de pessoas ao reconhecimento da capacidade de a lógica e transformadora ou não que esta ciência que nós fazemos pode ter e pra encerrar eu quero dizer que a concepção iluminista da ciência negava que as mulheres possuir racionalidade e capacidade de observação diz apaixonada porque era uma exigência do pensamento científico elas podiam ser portanto objetos da razão masculina mas elas não podiam ser elas próprias sujeito do conhecimento somente os homens eram vistos como formuladores ideais de conhecimento e entre eles apenas os que pertenciam à classe raça e cultura corretas porque os outros que não eram brancos
não participavam desse ideal da ciência moderna iluminista desse desse raciocínio e aqui o que acontece historicamente com as metáforas elas vão cumprir um papel fundamental na produção do conhecimento elas vão com celas vão ser introduzidas na ciência com as características de imaginação de criatividade de valores de juízos de valores ainda que a ciência asmeg e ela sofre uma grande tensão e muito os conflitos porque é uma ciência quando se quer objetiva ela não reconhece a existência metafórica contudo a metáfora foi fundamental pra afundar processos modelos uma quantidade interminável de conhecimentos