Luciano Subirá - A ADORAÇÃO | FD#64

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Luciano Subirá
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Video Transcript:
Hoje o assunto é adoração e eu quero começar a partir de uma conversa que o Senhor Jesus tem com uma mulher samaritana que Ele encontra junto ao poço de Jacó em Sicar. No Evangelho de João no capítulo quatro, no meio dessa conversa de Jesus com essa mulher, depois de Jesus revelar a vida dela e ela reconhecer que ele é um profeta, ela mesmo emenda com um comentário, tipo assim: "Já que estou diante de um profeta que deve entender das coisas de Deus", ela diz o seguinte: "Nossos pais adoravam nesse monte", João 4. 20, vou ler do verso 20 ao 24: "Nossos pais adoravam nesse monte, mas vocês dizem que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.
Jesus respondeu: Mulher, acredite no que eu digo: vem a hora em que nem neste monte nem em Jerusalém vocês adorarão ao Pai. Vocês adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade.
Porque são esses que o Pai procura para seus adoradores. Deus é Espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. " Eu quero tomar essa conversa que é muito esclarecedora para mexer num assunto que é uma das fundamentais práticas espirituais no relacionamento que nós temos com Deus, que é a adoração.
Bom, antes mesmo de abordar detalhes dessa conversa de Jesus com a mulher samaritana, precisamos reconhecer que o homem existe para adorar a Deus. Quando olhamos para aquilo que a Palavra de Deus estabelece como propósito, por exemplo, em Efésios, no capítulo um, nos versos 5 e 6, nós lemos, verso 5: "nos predestinou para ele, para sermos adotados como seus filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito de sua vontade, para louvor da glória da sua graça, que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado. " Então, no plano divino, Ele esperava que houvesse louvor, não apenas exaltando a graça que nos salvou, mas a própria pessoa que tem manifestado essa graça extraordinária.
Uma relação que não é difícil fazer quando olhamos para os cânticos registrados lá no Apocalipse, por João, de cenas que ele viu no céu e toda a adoração gira em torno do tema da salvação e da redenção. Podemos dizer ainda que nós fomos redimidos para o louvor e adoração de Deus. No Evangelho de Lucas, no capítulo um, no verso 74.
Nós temos uma palavra profética pronunciada por Zacarias, o pai de João Batista, e no meio dessa palavra profética, nos versos 74 e 75, ele diz assim: "de conceder-nos que, livres das mãos de inimigos, o adoraremos sem temor, em santidade e justiça diante dele todos os nossos dias. " Ou seja, basicamente a ideia final de toda a redenção operada por Deus é que houvesse um grande desfecho em relação à adoração e Ele diz que essa adoração deveria ser todos os dias, não apenas um dia determinado de culto. Então olhamos para a própria declaração do apóstolo Pedro, em 1ª Pedro 2.
9, que diz que nós devemos proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a luz. Ainda que a palavra proclamar esteja anunciada como evangelizar, como pregar é falar das virtudes de Deus, é promover o entendimento de quem Deus é, engrandecendo-o. Exatamente como aconteceu no livro de Atos quando as pessoas cheias do Espírito Santo na língua de outros, engrandeciam a Deus.
Então havia a comunicação de uma mensagem somada à exaltação de Deus, das suas virtudes e da sua grandeza. No entanto, nós também precisamos reconhecer que Jesus não diz que o Pai procura adoração. Ele diz que o Pai procura adoradores.
Há uma diferença entre uma coisa e outra, até porque a adoração já existe de forma abundante no céu. Em Apocalipse, no capítulo quatro, verso oito, a Bíblia fala de adoração contínua, noite e dia ininterrupta. Então, Deus não tem falta de adoração.
Mas Jesus diz que Ele está de olho nos adoradores. São esses que Ele está procurando. Então nós precisamos entender que a adoração não é um fim em si mesmo, mas é um meio através do qual Deus consegue a conexão tão almejada por Ele com o ser humano.
Dito isso, eu quero começar sobre a questão do lugar e da forma, porque é a primeira preocupação dessa mulher. Provavelmente ela está se referindo ao monte Gerizim, o monte Samaria que fica defronte do monte Ebal, Deus tinha falado que nesses dois montes a nação de Israel ia pronunciar tanto as bênçãos como as maldições da lei e foi ali, nesse monte, que os samaritanos acabaram construindo o seu templo. E ela faz referência a isso, dizendo: "Olha, nossos pais adoraram nesse monte e vocês estão dizendo que é em Jerusalém.
" Bom, é lógico que a mulher está equivocada. Não foram os judeus que reivindicaram a escolha do lugar em Jerusalém, mas o próprio Deus havia apontado, sinalizado qual seria o lugar da sua habitação. Mas ela está ali, numa discussão: Qual é o lugar?
E não apenas o lugar, ela está muito focada não apenas no lugar, mas no que nós também podemos chamar da forma. E acredito que isso não é um problema só daqueles dias daquela época. Até hoje eu vejo pessoas, por exemplo, quando fazem viagens para Israel se referindo ao lugar como Terra Santa.
É uma linguagem bíblica, mas uma terminologia de algo muito mais ligado ao cumprimento das profecias no futuro do que um estado de santidade diferenciada num terreno hoje. Aliás, o livro do Apocalipse se refere às cidades como sendo, espiritualmente, a cidade se chama Sodoma e Egito, onde crucificaram o nosso Senhor. Então, se você fosse ser honesto com toda a Bíblia, não dá para colocar santidade demais naquele território.
E as pessoas às vezes imaginam que se fizer uma oração lá no muro das Lamentações, Deus ouve e atende mais. Que um culto lá é diferenciado porque as pessoas focam muito no lugar, na forma e muitas vezes estão perdendo a essência daquilo que Deus tem. Então, enquanto alguns estão procurando o lugar certo onde adorar, como se Deus tivesse atraído por um lugar especial, outros eles na verdade adoram em qualquer lugar sabendo que Deus será atraído pelo seu culto.
É só olhar Paulo e Silas naquela prisão, como nós lemos no registro de Atos 16, de 23 a 26, definitivamente não era um lugar sagrado. O ambiente não era frequentado pelas pessoas mais virtuosas, mas aqueles dois estão orando, louvando a Deus. E a Bíblia diz que Deus chacoalhou aquela prisão.
Então nós precisamos de um entendimento correto. O que é que nós podemos entender sobre a questão do lugar e da forma? No Antigo Testamento Deus obviamente prometeu manifestar-se no tabernáculo, futuramente seria trocado por um templo que já não era uma tenda móvel, mas era o lugar da manifestação da presença de Deus.
Em Êxodo 25. 22, Deus falando sobre o propiciatório, a tampa da arca com os querubins, Ele diz para Moisés: "Ali virei a ti e falarei contigo. " Então nós temos várias menções desse Deus entronizado entre os querubins, uma realidade do céu reproduzida aqui na terra, que era vista como o lugar da sua presença.
Mas também, por outro lado, é inegável que essa forma de Deus se manifestar, ela também sofreria mudanças. E essas mudanças são claramente percebidas no Novo Testamento, no ensino bíblico, quando em Mateus, no capítulo 27, no verso 51, no momento em que Cristo está na cruz e entrega o seu Espírito em voz alta, a Bíblia diz assim, Mateus 27. 51: "Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas se partiram.
" A presença de Deus estava confinada, vamos dizer assim, àquele lugar, o lugar chamado de o Santo dos Santos, depois do véu. A tenda da congregação na época do tabernáculo, e mesmo depois com o templo, havia sempre uma divisão entre o lugar Santo e o Santo dos Santos, uma vez ao ano, Hebreus registra esse esse detalhe ou enfatiza o que está escrito na lei de Moisés, uma vez ao ano, apenas o sumo sacerdote, no Dia da Expiação, podia entrar nesse lugar para fazer expiação pelos pecados do povo, com todos os devidos cuidados. Era o lugar da manifestação da presença de Deus.
Quando Jesus brada na cruz e aquele véu rasga, Deus mesmo está declarando e testemunhando que a sua presença não estava mais presa ou limitada àquele lugar. A gente consegue ver isso com clareza na pregação de Estêvão em Atos, no capítulo sete, quando ele começa a descrever os templos, os tabernáculos construídos do verso 44 até o 49, nós lemos assim: "O tabernáculo do testemunho estava entre nossos pais no deserto, como havia ordenado aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo modelo que tinha visto. Também nossos pais, com Josué, tendo recebido o tabernáculo, o levaram, quando tomaram posse das nações que Deus expulsou na presença deles.
Foi assim até os dias de Davi, que obteve o favor de Deus e pediu autorização para construir uma casa para o Deus de Jacó. Mas foi Salomão quem lhe edificou a casa. Entretanto, o Altíssimo não habita em casas feitas por mãos humanas.
Como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra o estrado dos meus pés. Que casa vocês edificarão para mim, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Não é fato que a minha mão fez todas essas coisas?
" E aqui temos uma referência a Isaías 66, versos um e dois. Mas ao fazer menção de que Deus não habita em casas feitas por mãos humanas, Estevão estava falando de uma nova realidade, de uma mudança. Ele não está negando tudo aquilo que foi obviamente ensinado, declarado, apresentado de forma explícita que Deus tinha uma casa em um lugar específico.
No entanto, Jesus está falando de um tempo e de um momento de mudança. Quando Ele anuncia: "a hora vem e já chegou. " Então Jesus está falando a respeito de um ajuste tanto na questão do lugar como também na questão da forma.
No evangelho de João, no capítulo dois, nós lemos a partir do verso 13 que, estando próxima a Páscoa dos judeus, Jesus foi para Jerusalém. Quando Jesus entra no templo, nós temos o registro daquela limpeza que Ele faz, da exortação dele dizendo: "Não façam da casa do meu pai uma casa de negócios", interessante que a partir do verso 18 nós lemos: "Então os judeus me perguntaram: Que sinal você nos mostra para fazer essas coisas? Jesus respondeu", verso 19; "Destruam este santuário, e em três dias eu o levantarei.
Os judeus responderam: Este santuário foi edificado em 46 anos, e você quer levantá-lo em três dias? " Eles estão falando muito mais da reconstrução do templo, do glorioso Templo de Salomão, destruído pelos babilônios, mas reconstruído sob a liderança de Esdras no período pós exílio de Babilônia, e não muito tempo antes dos dias de Jesus, passou por grandes reformas ali, debaixo da liderança de um dos Herodes. Mas o texto diz assim: "Este o santuário foi edificado em 46 anos, e você quer levantá-lo em três dias.
? " Olhe o que diz o verso 21: "Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo. Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, os discípulos dele se lembraram de que ele tinha dito isso e creram na Escritura e na Palavra de Jesus.
" Aqui é uma soma: creram na Escritura e na Palavra de Jesus. Por quê? O que Jesus está falando dá um sentido muito claro e específico à Escritura mas, porém, com uma nova aplicação para o novo tempo.
O que Jesus estava falando? Nada diferente da mensagem de Estêvão que acabamos de mencionar, que chegaria o momento onde a adoração não estaria confinada a um prédio, a um lugar. Jesus começa a tratar como santuário o próprio corpo.
Então Jesus está dizendo: "Vocês pode derrubar isso, este santuário, em três dias eu vou levantá-lo. " Jesus está dizendo: "A ideia de santuário não será mais um prédio. " Paulo em primeiro, os Coríntios 3.
16 pergunta:" Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? " Então nós nos tornamos o lugar da presença de Deus. Toda a ideia de casa de Deus construída a partir do Antigo Testamento, ela se cumpre na revelação do que é a Igreja, de que cada um de nós, cristãos, enquanto indivíduos, nos tornamos o tabernáculo, o lugar da morada de Deus, o lugar da habitação de Deus.
Então, a ideia de que o culto está confinado a um lugar específico, consagrado, santificado para esse fim, ela é uma ideia antiga. Jesus está dizendo: "Vem a hora. " Ele estava anunciando um novo tempo.
Ele estava anunciando não apenas um novo tempo na adoração, mas também o que nós podemos interpretar como um novo formato. E me deixe falar um pouco sobre esse novo tempo na adoração. Houve mudanças claras em relação aos padrões estabelecidos do Antigo Testamento quanto ao lugar e a forma e, como eu já disse e vou repetir: quando Jesus diz "a hora vem e já chegou" Ele está falando de um momento específico e que o momento estava chegando, onde mudanças seriam implantadas e estabelecidas.
Por exemplo, no Antigo Testamento, nós lemos a respeito dos sacrifícios de animais. Isso era parte de toda a adoração que era feita e conduzida a Deus. Mas você lê, por exemplo, o livro de Hebreus no capítulo 13 e no verso 15, e a Escritura diz: "Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.
" Então a Bíblia está falando de um sacrifício diferenciado. Em primeira de Pedro, nós já lemos essa ideia e o conceito da mudança da casa de Deus, como também a mudança dos sacrifícios. Nos versículos 4 e 5 de primeira de Pedro 2, lemos: "Chegando-se a ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus, eleita e preciosa, também vocês, como pedras que vivem, são edificados casa espiritual para serem sacerdócio santo, a fim de oferecerem sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo.
Aqui o apóstolo Pedro não apenas trabalha a ideia de que, como pedras vivas ou que vivem, somos edificados sobre Cristo para ser a casa espiritual, a casa de Deus, diferente da casa antiga, mas ele também enfatiza que o propósito dessa nova casa, que somos nós, é que nela se ofereçam os sacrifícios que agora são espirituais e não mais literais ou físicos. Então, essa construção, essa ideia, essa ideia apresentada na Escritura de um avanço para o lugar da adoração, da forma da adoração nesse novo tempo, da nova Aliança, do que Jesus veio fazer, evidentemente não pode ser ignorado. Nós percebemos que já no Antigo Testamento algumas mudanças começaram a acontecer.
Por exemplo, Davi, além de toda a adoração, já pré estabelecida por Deus no templo, ele introduz a música quando resgata a arca e coloca a arca no lugar separado, que é chamado o tabernáculo de Davi. Ali ele coloca os levitas noite e dia, 24 horas por dia, sete dias por semana, introduzindo a adoração já no formato da música. Vale notar também que em Amós, no capítulo nove, no verso 11, temos uma palavra profética que diz: "Naquele dia, levantarei o tabernáculo caído de Davi.
Vou reparar suas brechas, vou levantá-lo das suas ruínas. Vou restaurá-lo, para que volte a ser como era nos dias da sua antiguidade". Interessante é que a única casa que Deus disse sentir falta não foi o tabernáculo de Moisés, não foi o templo glorioso levantado por Salomão, reedificado depois nos dias de Esdras, que seria destruído no ano 70, depois de Cristo pelos romanos.
A palavra que Deus está anunciando é: "Eu vou reedificar o tabernáculo caído de Davi. " Deus está dizendo que tinha algo ali, que isso sim, servirá para a nova aliança. Aliás, essa profecia citada em Atos capítulo 15, no Concílio de Jerusalém, não apenas para introduzir a ideia de que os gentios são parte do plano e do propósito de Deus, mas para falar, inclusive da forma como se invoca a Deus, como se deveria invocar a Deus e buscá-lo na nova aliança.
Então, agora que o corpo é o santuário, isso é enfatizado várias vezes no Novo Testamento, como também em primeiro aos Coríntios, no capítulo seis, no verso 19, nós também não podemos deixar de reconhecer que, embora o corpo seja o santuário, o lugar da habitação de Deus, a Bíblia diz que a adoração é em espírito. Eu falei não só de uma mudança de lugar, mas uma mudança da forma. E a forma não é apenas deixar de ter sacrifícios naturais para ter sacrifícios espirituais.
Jesus claramente está dizendo que Deus é Espírito e importa que os seus adoradores o adorem em espírito. Interessante que essa ênfase de uma conexão com Deus em espírito, ela também é apresentada pelo apóstolo Paulo. Na verdade, ele não apenas vai dizer no verso 19 que o nosso corpo é santuário do Espírito Santo, mas interessante que no verso 17 ele já havia trabalhado essa ideia da necessidade de santificação do corpo, de não contaminar o corpo com a imoralidade, no verso 17 ele diz: "Aquele que se une ao Senhor é um só espírito com ele.
" Paulo está enfatizando o corpo como santuário, mas ele fala de uma união que acontece no nível espiritual. Aqui, Jesus de novo, ele segue a mesma linha de que há um novo santuário que será o corpo, mas que a adoração é no Espírito. Então a gente pode dizer que o corpo é o santuário de Deus como morada de Deus no Espírito, porque também é o lugar da habitação do nosso espírito.
Mas toda a comunhão e a conexão com Deus, ela se dá num plano espiritual. Jesus está dizendo: "Deus é espírito e seus adoradores devem adorá-lo em espírito. " Paulo diz: "O que se une ao Senhor é um só Espírito com ele.
" Então, há uma comunhão que é de ordem espiritual, e nós precisamos olhar para a adoração nessa perspectiva e nesse formato. Quando entendemos isso, nós começamos a perceber que a adoração é mais do que um rito. Adoração é mais do que uma liturgia.
Ela envolve o quê? Uma comunhão. Paulo está dizendo: "O que se une ao Senhor e um só Espírito com Ele.
" É um lugar de fusão, é um lugar de relacionamento, é um lugar de encontro, é um lugar de mistura. E dá para entender melhor a declaração dos Salmos quando diz que Deus habita no meio dos louvores. A manifestação da sua presença num ambiente de adoração porque o Deus que deseja ter comunhão, relacionamento com cada um de nós, criou o homem para buscá-lo, não apenas para que fosse uma busca sem resultado, mas uma busca que nos levasse a encontrá-lo.
Ele espera que, de fato, a gente possa viver esse lugar de comunhão e de relacionamento. Então, muitas vezes as pessoas estão muito preocupadas quando falam sobre adoração com a hinologia, com o estilo de música, com a liturgia, onde faz, como deveria ser e todas as preocupações muitas vezes estão voltadas a um lugar ou a um formato. Eu não estou dizendo que a Bíblia não aponte algumas orientações que envolvam essas questões, mas é evidente que o Novo Testamento veio colocar o foco numa perspectiva completamente diferente.
A adoração é parte das nossas práticas espirituais. É algo central no relacionamento com Deus, mas eu e você precisamos entender aonde deve nos levar. E Jesus fez uma relação entre duas coisas: adorar e conhecer a Deus.
No verso 22 de João quatro, nós vemos que Jesus fala para aquela mulher: "Vocês adoram o que não conhecem. " Mas Jesus diz: "Nós adoramos o que conhecemos. " Então, essa conexão entre adorar e conhecer ela precisa ser observada, porque adoração não pode ser vista apenas como uma devoção, como reverência, como música.
Tudo isso pode ser parte, mas adoração tem que ser vista como um lugar que nos leva a uma conexão com Deus e a um lugar de intimidade. E é por isso que tem que ter coração na adoração. No Evangelho de Marcos, no capítulo sete e nos versículos 6 e 7, Jesus cita uma profecia de Isaías e ele aplica isso ao comportamento dos judeus dos seus dias.
E lógico, Isaías, que falou 700 anos antes de Cristo, falou também com a sua geração, mas é evidente que a profecia não era exclusiva só para aquela geração. Todos que repetiam o mesmo comportamento estariam debaixo dessa declaração de Deus. Então, em Marcos sete versos 6 e 7, lemos assim: "Jesus respondeu: Bem profetizou Isaías a respeito de vocês, hipócritas, como está escrito: Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
" Então, no verso sete ele diz: "Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos humanos. " Quando Jesus fala: "em vão me adoram" e Ele traz a realidade disso para o seu tempo e para os seus dias, Ele está mostrando que existe uma adoração, que ela pode ser vã, que ela pode ser desperdiçada, que ela pode ser inútil, porque ela pode ter um protocolo no seu formato, mas ela é vazia na sua essência. E quando a adoração se torna vã e vazia na sua essência?
Quando nós temos essa classificação muito específica que Deus faz por meio de Isaías: "Esse povo me honra com os lábios, mas o coração está longe de mim. " Então Deus está dizendo: "Eu não quero o protocolo da canção, o protocolo das declarações. Eu não quero mera liturgia.
" Deus está dizendo: "Ou vocês colocam o coração nisso e vêm realmente para me buscar, ou não adianta vocês simplesmente cumprirem um formato externo, litúrgico da adoração e depois chamar isso de culto. " Então, é evidente que quando Paulo e Silas estão naquela cadeia, sofrendo pela obediência em proclamar o evangelho, mas reconhecendo a grandeza de Deus, eles estão dizendo: "Não existe formato, não existe horário, o que existe é uma inclinação contínua do nosso coração. O anseio por Ele, o amor por Ele, o reconhecimento da grandeza Dele a despeito das circunstância, do que a gente passe, do que a gente enfrente, independentemente dos nossos sentimentos.
" O que eles têm é uma percepção de relacionamento. E acredito que essa é a perspectiva que eu e você também devemos ter e carregar. Porque muito mais do que esse formato exterior, aquilo que é aparente, há um culto interior.
E nós precisamos entender, falando da relação de adorar e conhecer, há um culto interior que nos torna mais parecidos com Deus. Eu gosto de dizer que a adoração nos torna semelhantes àquilo que nós adoramos. Por exemplo, no Salmo 115.
8, a Palavra de Deus condenando a idolatria, ela começa a falar, eu vou ler a partir do verso 4 que faz mais sentido: "Os ídolos das nações são prata e ouro, obra de mãos humanas. Têm boca e não falam; têm olhos e não veem; têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram; têm mãos e não apalpam; têm pés e não andam; som nenhum lhes sai da garganta. " O verso 8 diz: "Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que nele confiam.
" O que envolviam, aqueles estão aplicando confiança, toda inclinação a prestar culto e adorar? O texto está falando a respeito de se tornar semelhantes a eles. Nós podemos olhar para outras declarações da Escritura, como por exemplo, o Salmo 135 e o verso 18.
De novo: "Tornem-se semelhantes a ele os que o fazem e todos os que nele confiam. " Quando olhamos para outros textos das Escrituras, percebemos que de fato, essa ideia ela vai sendo alimentada e ela vai sendo repetida. Então, em Romanos, no capítulo um, por exemplo, o apóstolo Paulo, pelo Espírito de Deus, está falando daquelas pessoas que rejeitaram o conhecimento de Deus.
E nós lemos a partir do verso 21 que: "tendo o conhecimento de Deus, mas não o glorificando como Deus, nem dando a Deus graças", a Bíblia diz que eles se tornaram, essas pessoas "se tornaram nulos nos seus próprios raciocínios, que o coração insensato deles se obscureceu" e a Bíblia diz que eles "trocaram a glória do Deus incorruptível por imagens semelhantes ao ser humano corruptível, aves, quadrúpedes, aos répteis" está falando da inclinação à idolatria. Verso 24 diz: "Por isso, Deus os entregou à impureza, pelos desejos do coração deles, para desonrarem o seu corpo entre si. Eles trocaram a verdade de Deus pela mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito para sempre.
Amém! " Quando o apóstolo Paulo está falando dessas questões, ele estende o assunto para uma percepção mais profunda. Ele diz, verso 26: "Por causa disso, Deus os entregou a paixões vergonhosas.
Porque até as mulheres trocaram o modo natural das relações íntimas por outro, contrário à natureza. " Verso 27 de Romanos um: "Da mesma forma, também os homens, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo indecência, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. " Verso 28: "E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou ao modo de pensar reprovável, para praticarem coisas que não convêm.
" Então a Bíblia não fala apenas de trocar Deus simplesmente pelo culto aos ídolos, mas fala de rejeitar o conhecimento de Deus. Quando erramos no formato da adoração, estamos inevitavelmente afetando também a maneira de conhecer a Deus. O conhecimento correto de Deus envolve a adoração correta, nos torna semelhantes a Deus, mais parecidos com Deus.
Mas todos aqueles que deixam de dar glória a Deus parecem ser julgados na sua carne. Nós vemos a Bíblia falando a respeito de Herodes, que não quis dar glória a Deus e morreu comido de bichos. Há um juízo na carne mas o juízo não é apenas a carne sofrer fisicamente.
O livro de Romanos está falando de Deus Entregar essas pessoas a paixões infames. Porque elas perderam a capacidade de conectar-se com Deus pela comunhão que existe através da adoração, que gera um conhecimento melhor de quem Deus é e a capacidade de reproduzi-lo. Quando a Bíblia diz que "quem se une ao Senhor se torna um só Espírito", nós precisamos entender que a adoração, mais do que cumprir um protocolo, ela nos torna melhores conhecedores de Deus, não apenas das suas virtudes, do seu caráter, a ponto de reproduzir aquilo que conhecemos Nele.
Isso afeta profundamente a nossa vida. Deus não precisa de adoração. Em Atos 17, pregando em Atenas, Paulo diz que Deus não é servido por mãos humanas como se necessitasse de coisa alguma.
Ele é completo e absoluto em si mesmo. Ele não tem carência nenhuma de absolutamente nada, de coisa alguma. Mas os grandes beneficiados na adoração somos nós.
É só você ver uma cena como de Isaías seis, onde Isaías contemplando a adoração dos serafins, ele foi santificado. O que dizer de quando nos rendemos à adoração? Em Efésios também vemos o apóstolo Paulo falando no capítulo cinco, no verso a partir do verso 18: "Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós salmos, hinos, cânticos espirituais.
" À medida em que passamos a adorar a Deus o grande beneficiado é cada um de nós que se dispõe a adorá-lo, porque adoração não muda Deus, não é algo que Ele necessita, mas nos permite conectar com Ele, experimentar mais Dele, da manifestação da presença Dele. Então, é indiscutível que há formas de adoração. A Bíblia vai falar sobre os cânticos.
Tiago, capítulo cinco, verso 13: "Está alguém de vós contente, cante louvores. " A Bíblia vai falar desde o Antigo Testamento sobre as danças como parte dessa celebração. Eu não quero de forma alguma ofuscar isso.
As ofertas sempre foram parte do culto a Deus. Em Mateus 2. 11, quando os magos chegam ao lugar onde encontram o menino Jesus, a Bíblia diz que se prostraram, o adoraram e nesse ato de adoração entregaram os seus tesouros.
Paulo diz em Filipenses no capítulo quatro e no verso 18 que a oferta daqueles irmãos da Macedônia, ela tinha esse caráter de adoração. Ele diz: "É uma oferta de aroma agradável, um sacrifício que Deus aceita e lhe agrada. " Entra na classificação de sacrifício espiritual.
Não mais a reprodução daquele sacrifício de animais, mas é parte da adoração a Deus. Mas nós não podemos negar o culto de santidade que o apóstolo Paulo fala sobre ser um culto racional, que é oferecer o corpo em sacrifício vivo. Em primeiro aos Coríntios seis, de 18 a 20, ele fala sobre não entregar o corpo à imoralidade, mas que a decisão de permanecer santo e separado para Deus faz com que Deus seja glorificado no nosso corpo.
Então, a ideia de adoração é abrangente. Ela vai além do lugar, ela vai além do formato. Ela fala de uma vida inteira de devoção a Deus.
Pode envolver adoração coletiva, onde praticamos junto com outros princípios, como o da música, mas não se limita a isso. Toda devoção dada a Deus no nível particular o culto de santidade, uma oferta apresentada particularmente ou em público, o tempo a sós com Ele, a decisão de levá-lo a sério é parte de um ambiente onde a intimidade se fortalece e a reprodução da imagem dele em nós. Então, sim, adoraremos com o restante dos nossos irmãos nos cultos específicos para isso, em reuniões, como Paulo diz lá em primeiro aos coríntios 14.
26: "Quando vos reunirdes um tem salmo", ele está falando de gente cantando na reunião dos irmãos, mas nós vamos fazer isso também no nível individual, dia após dia, como profetizou Zacarias. E dessa forma viveremos a verdadeira adoração e daremos a Deus aquilo que ele realmente quer: verdadeiros adoradores. Porque o que Deus sempre quis não era o culto em si, mas era, por meio desse, ter comunhão e intimidade.
Que essa seja a sua resposta a Deus e que o seu culto seja um ato contínuo para a glória Dele.
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