Modéstia, Moda e a Manifestação do nosso ser - Profa. Dra. Ir. Anna Maria Fedeli, FSM

253 views10511 WordsCopy TextShare
Flos Carmeli Vídeos
Nessa aula, a Irmã Anna Maria Fedeli, FSM aborda diversos aspectos relacionados ao universo do vivei...
Video Transcript:
[Música] Christus, Christus, vna, chrus, krus. [Música] Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Maria, ai dos cristãos, rogai por nós. Santa Jacinta de Fátima, rogai por nós. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Eu queria começar dizendo para vocês: sabe por quê? A Elô me contou umas coisas
um pouco espantosas de umas pessoas falando coisas na internet. A internet tem isso; ela ajuda nossa presunção. A gente pode dizer qualquer coisa e ser ouvido por milhares de pessoas. Então, muito facilmente, coitadinhas essas pessoas ficam falando sobre coisas das quais elas não têm a mínima ideia. Uma pessoa disse — ela me chegou a dizer que modéstia não tem nada a ver com roupa, porque modéstia é uma virtude. Justamente as virtudes fundamentam as nossas ações. Modéstia, sim, é uma virtude. Até vou explicar que virtude a modéstia é, mas essa é uma frase maluca. Então, por
causa disso, eu pensei em talvez trazer um pouco para vocês, mostrar muitas coisas que eu vou dizer e em que eu me baseio. Esse assunto, moda e roupa, foi um assunto que eu estudei durante um tempo. O primeiro livro que eu estudei foi esse aqui, do Christopher Bart. Ele é um especialista americano; ele fala da cultura do nosso tempo, que é uma cultura da moda. Depois, eu vou explicar um pouco para vocês o que isso quer dizer, o que é moda, que é um conceito que vai aparecer no século XIV, com a decadência da Idade
Média, que vai surgir o conceito de moda. Antes disso, tinha havido um pouco de moda no Império Romano, só quanto a roupas, mas a moda mesmo surgiu no século X. Esse aqui é talvez o único que, digamos, é um pouco local. Ele é um pouquinho focado; ele tem alguma coisa de brasileiro. É da Gilda de Melo e Souza, chama-se "O Espírito das Roupas". Esse aqui é interessante por causa da importância da pessoa. "A Rainha da Moda" é um estudo sobre como Maria Antonieta foi importante no estabelecimento da moda no século XVII e como, de uma
certa maneira, ela fortaleceu o conceito de moda. É o livro que o Lan estava lendo quando ele morreu. Esse aqui é um caso muito concreto, mas que eu quis ler por causa de uma pessoa muito importante na moda contemporânea e que, particularmente, teve uma grande importância no estabelecimento das calças compridas para mulheres: a Coco Chanel. Tem até um nome, um título desagradável: "Dormindo com o Inimigo", porque ela foi amante de um oficial alemão durante a guerra, embora ela fosse francesa. Então, por isso, tem esse nome desagradável e chamativo, coisa de quem quer vender livro para
quem não está interessado em estudar mais em le bobage, mas o livro tem esse interesse. Esse aqui é muito interessante; o Lars von den está entre os principais filósofos contemporâneos da moda. É uma filosofia, um livro bem teórico e muito inteligente. Esse aqui é o primeiro livro do Zimel; é o primeiro livro de filosofia sobre moda que foi escrito. É um livro do século X. Esse aqui é do Bart. Como você sabe, ou talvez nem toda a gente saiba, o Roland Barthes é o principal semiólogo, quer dizer, aquela pessoa que estuda símbolos, porque roupa é
uma coisa. Então, é um livro bem interessante sobre esse aspecto, embora ele seja um pouquinho focado na França, mas enfim, é interessante. E esse aqui eu talvez considere o mais importante de todos, que é o do Lipovetsky. O Lipovetsky também é um grande filósofo contemporâneo, e aqui, desse ponto de vista da importância da moda como mudadora de mentalidades, ele é muito importante. Então, esses aqui não foram os únicos livros que eu li sobre isso; eu li várias outras coisas. Eu li todas as encíclicas dos Papas que tratam sobre moda, e são várias encíclicas. Eu me
expresso mal, documentos papais. Acho que encíclica propriamente não há nenhuma, mas há muitos documentos dos Papas falando sobre moda. Mas isso é um pouco justamente porque eu fiquei um pouco pressionada com como é fácil, com a internet, as pessoas falarem sobre coisas que elas não entendem, que elas não estudaram. Então, eu sei lá, eu quis um pouco garantir para vocês que não é que eu vou falar sobre um tema que eu absolutamente não estudei. Não é que eu sou uma especialista, mas eu li alguns livros e certamente acho que eu li os livros mais importantes
sobre o tema. Embora isso não vai ser, falar sobre esses livros, não vai ser o nosso foco, eu vou abordar o assunto sobre um outro aspecto, mas vou tocar nos pontos abordados por esses livros também, quando me parecer que é oportuno. A primeira coisa que eu queria tratar com vocês é sobre a importância do tema para a gente afastar da nossa cabeça essa ideia que é uma ideia errada de que o jeito como eu me visto só interessa a mim mesmo, eventualmente ao meu marido, e isso não tem nenhuma, mais nenhuma importância. Isso não tem
nada a ver com meu relacionamento com Deus, isso não tem nada a ver com o meu relacionamento social, nada a ver com o meu relacionamento com os outros. Vamos afastar essas ideias. Para vocês saberem, esse desenho é uma caricatura de um jornal comunista debochando dos bispos que estavam proibindo as mulheres de entrarem na igreja sem meias, com meias transparentes. Então, eles estão debochando. Está vendo? Eles estão falando: “Está vendo que eles vão fazer?” Vão pôr todo mundo para fora. Como é que eles vão fazer? Tá debochando disso? Se conta! Isso é fofoca eclesiástica do começo
do século XX. Quando o São Pio X soube que os costureiros iam lançar as meias cor de carne, ele pensou em chamá-los e pagar para eles não fazerem isso, porque eles sabiam o que a meia cor de carne era. O que era a meia cor de carne? Se você tá com uma meia cor de carne, faz muita diferença, tá? Sem, não faz, né? E das meias cor de carne, no começo do século, elas foram ficando cada vez mais transparentes, até essas que a gente põe hoje. Muitas meninas põem. É quase simbólico, é para dizer: "Eu
tô cumprindo a regra das Filhas de Maria", mas faz muita diferença, não faz? E foi por aí que as mulheres começaram a ser despidas. Por isso que a PUC, por exemplo, a PL resistiu até o Concílio Vaticano II. Até o Concílio Vaticano II, aluno da PUC não podia entrar e meia. Claro que depois do Concílio, no Concílio, vai se usar uma técnica muito interessante com essa questão de roupa, que aconteceu com a questão dos véus. Numa das sessões do Concílio, quando as pessoas estavam entrando, pegaram um daqueles principais. Como é que é aquele modernista? Eu
sempre esqueço o nome dele. Aquele cardeal que morreu na casa da prostituta, D. Anelo. Perguntaram para D. Anelo, e nesse tempo ele não era cardeal. Nesse tempo, D. Anelo tinha acabado… Anos antes, ele tinha sido condenado por Pio XII por causa da novela e teologia. Só que a condenação de Pio XII não deu nomes, então todo mundo não vestiu a carapa: "Não é comigo, não é comigo, não é comigo". Mas todo mundo sabia que era com D. Anelo e com a turma deles todos. Perguntaram, se não me engano, foi para D. Anelo: "Excelência, o Concílio
vai tratar da questão do véu?" Porque estava havendo todo um movimento para as mulheres tirarem o véu. E ele falou: "O Concílio tem coisas mais importantes a se preocupar do que os véus". E, claro, no dia seguinte, todo o jornalismo de esquerda declarou que a questão dos véus não era importante. Então, com a roupa vai ser a mesma coisa. Até o Concílio, a Igreja dava normas para as roupas. Até vou contar para vocês como que dava. O Código de Direito Canônico, que vigorou até 1983, dizia: "Não se pode dar a comunhão a uma mulher que
não esteja decentemente vestida". Bom, e aí veio a avalanche da moda depois da Segunda Guerra Mundial. E aí eu não sei exatamente em que data, em algum ponto, alguns bispos fizeram uma consulta ao Vaticano: "O que é decentemente vestida? Qual é o mínimo que a gente tem que exigir para dar comunhão para alguém?" E aí veio a resposta, que é, digamos, a regra clara: não se pode considerar decente um vestido que não cubra os joelhos em qualquer posição que a pessoa esteja, quer dizer, sentada, ajoelhada, de pé. Um vestido que tenha um decote que se
afaste mais do que dois dedos da linha do pescoço. Severo, né? Mas se vocês pensarem bem, queridas, qualquer decote maior do que isso, quando você se abaixa, fica bem maior do que isso. Já já explico para vocês quais são as partes do corpo que podem ser mostradas e que não podem: mangas que não cheguem até o cotovelo. Pois é. Manga e um vestido que adira as formas do corpo. Então, quem tivesse vestido assim não podia comungar se não estivesse dentro dessas normas. Isso, gente, durou até ’83, é o que estava no código até ’83. Mas
assim, vocês sabem, historicamente, ’83 é ontem, é muito pouco tempo, tá? E aí veio o código novo. O que o código novo fala? Nada. Mas tem uma coisa assim mais complicada. Com o código novo, o código novo tem um lugar em que ele fala que todos os assuntos que não foram abordados continuam valendo a lei anterior. Alguém liga para isso? Ninguém, mas é o que tá lá. Fala de véu, não fala de véu. Então, em princípio, tá lendo a lei anterior, mas alguém vai ligar? Ninguém vai ligar. Agora, sinceramente, eu acho que a maior importância
desse tema não é de direito canônico. Uma vez eu estava em Roma e teve uma missa numa igreja lá de Roma. E aí, no dia seguinte, antes de começar a conferência, veio um padre jovem, que estava assim bem, digamos, tenso, e ele falou: "Senhoras, eu vim aqui conversar porque ontem eu vi que na missa havia senhoras com a cabeça descoberta. Eu queria lembrar às senhoras que esse rito não admite a cabeça descoberta; não se pode assistir a esse rito com a cabeça descoberta". Ah, então na cabeça dele, porque a gente estava usando o Missal de
’62, tinha que usar o Missal de ’62. Mas enfim, pelo que tá escrito no Código de Direito Canônico, em tudo que o segundo código é omisso, vale a lei do código anterior. Mas, sinceramente, eu acho que o mais importante não é o direito canônico. Por que a questão das roupas pode ser importante? Eu vou dar para vocês primeiro uma razão metafísica: existe um princípio de metafísica que é o seguinte: tudo o que existe tende a se manifestar. Todo ser, pelo fato de que ele é, ele se manifesta. Os seres inanimados, eles se manifestam simplesmente de
acordo com as suas características físicas. Não é isso? Como que a água se manifesta? A água molha. Que quer dizer molha? A água permeia os outros seres. Não é isso que a água faz? A água tenta sempre penetrar, não é? É uma das características... Da água: água. Mha, se você jogar no seu cabelo, ela vai se misturar com o seu cabelo; se você jogar na farinha, ela vai misturar com a farinha. A água se manifesta de acordo com as características físicas dela. O gelo esfria. Os seres animados se manifestam mais ou menos, mas porque, com
mais liberdade, eles podem escolher um pouco as manifestações deles. Não é? O cachorro pode te morder ou abanar o rabo para você. A água não. A água não pode escolher te molhar ou te secar; ela vai te molhar porque é a única manifestação possível para ela. Essa característica de ir se misturando com tudo que ela toca. O cachorro pode escolher, só que o cachorro pode escolher fazer um bolo porque é seu aniversário. O que limita o cachorro, hein? O próprio instinto dele. Ah, não é que a mão dele é atrapalhada para fazer bolo, é só
isso? Não, não é porque nós... Porque nós somos intelectuais. Nós criamos instrumentos. Quando uma coisa é atrapalhada para a gente fazer com a nossa mão, a gente cria um instrumento. Não é verdade? O cachorro, como ele não tem intelectualidade, ele fica limitado. Que limita a ação do cachorro? Em que ele se manifesta? De acordo com o instinto dele. Só de acordo com o instinto. Ele só vai se manifestar de acordo com o seu instinto. Nós, porque nós somos seres intelectuais, já vimos que o ser vivo se manifesta mais ou menos do que o ser sem
vida, mas o ser intelectual vai se manifestar mais ou menos do que o ser simplesmente vivo. Mas qual é a grande característica da manifestação do ser intelectual? O ser vivo, simplesmente, o cachorro, o gato, a samambaia, até ela... Eles só podem manifestar a si mesmos. O cão, ele só pode manifestar as sensações dele. Ele vai ganir se estiver doendo, ele vai balançar o rabinho se estiver feliz, mas ele não pode manifestar nada a respeito de alguma coisa que tem a ver com a guerra no Oriente Médio. Nós, porque nós somos seres intelectuais, diz Aristóteles que
a alma humana virtualmente manifesta todas as coisas. Nós podemos manifestar muito além de nós. Nós podemos manifestar princípios que nos ultrapassam. Nós podemos manifestar ideias abstratas. Nós podemos manifestar muito além de nós mesmos. E como é que nós fazemos isso? Através de um sistema que nem animais, nem plantas, nem minerais têm acesso. É o sistema simbólico. Quando eu falo, o que é? Falo, o que é? Essa palavra. Essa palavra é o símbolo sonoro de uma ação humana. O que é "mous"? A palavra "mous" é o símbolo sonoro de um objeto. É um símbolo. Não é
um... A palavra "falo" é um símbolo que, em outros sistemas simbólicos, vai ser "parlo" ou "parlo", ou vai ter outros símbolos; essa mesma ação, outros símbolos para representar essa ação. Mas nós exprimimos o que nos transcende sempre através de temas simbólicos; é o único jeito de exprimir o que nos transcende, o que está em nós. Nós podemos exprimir sem sistema simbólico. Quando eu digo: "Ah, não é sistema simbólico", é instinto. Quando eu choro, não é sistema simbólico? Eu estou manifestando o eu, digamos, não é um sistema simbólico, mas exprimir o que nos transcende através dos
sistemas simbólicos... E isso é uma coisa que nos é natural. Por isso que a Sagrada Escritura vai dizer de Nosso Senhor que Ele abriu a sua boca em palavras e comparações, em parábolas, né? Que é a mesma palavra. Parábola e palavra são a mesma palavra. Por quê? Porque justamente Nosso Senhor, como Ele ia falar de coisas muito transcendentes, nem dava para Ele fazer de outro jeito; só podia ser através de parábolas, de palavras e comparações. E um dos sistemas importantes da nossa manifestação são as roupas. Está na Sagrada Escritura: o riso da boca, o modo
de andar e a roupa do corpo dizem o que o homem é. Nós nos manifestamos através das roupas. Por isso que no Antigo Testamento, Deus vai dar tanto detalhe de como Ele queria a roupa dos sacerdotes: a túnica assim, com tal objeto; assim, assim, e o que vai na cabeça assim; a medida é tal e tal, e enfeita com tais pedras e tais pedras. Tudo muito detalhado, porque tudo ia falar muito. Então, roupa é, para a humanidade, um assunto muito importante. E essas pessoas que dizem na internet que isso é farisaísmo, vê como é que
elas cuidam da roupa delas. Por que elas estão tão incomodadas com ter gente dizendo que essa roupa não serve, que ela não pode? Porque justamente, tadinhas, elas querem que sirva e possa, porque elas querem poder seguir a moda tranquilamente. As pessoas também sabem que, para a humanidade, roupa é sim um assunto importante, porque faz parte da manifestação do nosso ser. E para essas outras pessoas que eu não sei quem são... Viu? Só me contaram. Eu não tenho ideia de quem estou falando, mas... Para as pessoas que não entendem o que roupa tem a ver com
a virtude da modéstia. A modéstia é uma virtude que está ligada à temperança. Vocês sabem que existem três virtudes teologais: fé, esperança e caridade; e quatro virtudes morais, que as teologais têm a ver com as nossas relações com Deus e as outras têm a ver com as nossas relações com o próximo. Uma dessas virtudes é a temperança. Tem a justiça, tem a prudência, tem a força e tem a temperança. Todas essas: justiça, prudência, força, temperança, têm a ver com as nossas relações com as criaturas; as três teologais têm a ver com Deus. As quatro, elas
também se chamam cardeais. Cardo. Elas também se chamam... cardis. Mas são as virtudes morais as virtudes que regulam a nossa ação. E o que a temperança faz? A temperança regula o uso dos bens. Quais bens? Todos os bens. Normalmente, quando a gente pensa em temperança, o que a gente pensa? Gula! Perfeito! Por quê? Porque comer é um bem. Então a temperança regula o quanto eu como, o quanto eu bebo. Uma pessoa que se embriaga comete pecado mortal contra a temperança. Mas comer e beber são os únicos bens? Não. Tem um bem que é um bem
importantíssimo, que é a ideia que os outros têm de nós. Esse é um bem fundamental para nós, porque nós somos sociais, e a ideia que os outros têm de nós é, para nós, uma coisa muito importante. A gente pode, por virtude, se for necessário, não se importar, aceitar de bom grado o desprezo, aceitar de bom grado a calúnia, mas isso vai ser uma coisa contra a nossa natureza. Para a nossa natureza, a consideração é uma coisa importante, e natural que seja. É bom que seja o vínculo com o outro. Uma pessoa que absolutamente não se
importasse nada com a opinião alheia, por natureza, são os psicopatas que são assim. O normal é que nós sejamos vinculados. Se a Gabriela me estima ou não, é importante para mim; é natural que seja. Então é natural que eu me manifeste para a Gabriela de uma certa maneira, e a virtude que modela isso é a modéstia. A modéstia é a virtude que governa as manifestações do nosso eu. Por isso que a gente tanto chama de modéstia quando a pessoa fala: "Ah, eu sou a melhor cozinheira do mundo, ninguém sabe fazer comida que nem eu." A
gente vai ver que a pessoa tem falta de modéstia; ela se manifesta o seu eu de uma maneira um pouco pretensiosa. Ela conhece todas as cozinheiras do mundo? Não conhece. Essa opinião sobre a comida dela é de todo mundo que come ou é só dela? Ela manifestou. E também quando eu me apresento de uma maneira que, por exemplo, digamos que eu estivesse com uma roupa que chama atenção excessivamente para mim, essa roupa também seria contra a modéstia. Ou também sempre se considerou classicamente contra a modéstia, porque o enfeite, a roupa, é tudo para manifestar a
pessoa. Se tem uma coisa que chama mais atenção do que a pessoa, então isso também pode ser chamado de imodesto. Digamos que a Aline estivesse com um batom extremamente vermelho, uma sombra verde enorme assim em cima dos olhos e um blush bem vermelho. De modo que, quando a gente olhasse para a Aline, a gente visse a maquiagem e não a Aline. Essa maquiagem poderia ser considerada imodesta. Digamos que a Aline tivesse uma cor nas unhas, vermelho, verde, roxo, amarelo, que chamasse muita atenção, que chamasse mais atenção do que as mãos, do que o gesto, do
que a pessoa. De uma certa maneira, também seria imodesto. Claro que há graus em tudo, há graus. Qual é o pior tipo de imodéstia? Vocês veem que são de conhecimento tão geral, por exemplo, que a família real inglesa não pode usar esmaltes de cores fortes. Até foi uma das coisas que me fez saber que o Google escuta tudo o que você fala. Porque eu estava saindo do colégio, tinha duas meninas gêmeas que estudaram com a gente longamente, e uma delas estava com um esmalte bordô, quase preto, e ela estava tirando ali na portaria porque tinham
pedido para ela fazer isso, porque no colégio não pode vir assim. Essa regra, só para vocês saberem, era a regra de todos os colégios católicos, até o Vaticano, segundo não poder vir com esmaltes de cores fortes para a escola. É por isso que a gente continua com essa regra. Bom, mas ela estava tirando. Eu falei: "Querida, mas por que você põe essa cor tão feia nas unhas? Você é uma menina tão assim, uma menina inteligente e tudo. Eu falei: 'Pensa em uma pessoa elegante.' Não sei, por me veio a Kate Middleton na cabeça. Eu falei:
'A Kate, por exemplo, que dizem que é uma moça muito elegante. Você acha que ela usaria esse esmalte?' Ela falou: 'Claro que não.' Eu falei: 'Então, querida, se ela, que é uma moça anglicana, acho que não com muita religião, se ela percebe que isso rebaixa ela, como é que você, católica, não percebe?' Saí, a menina ficou tirando o esmalte. Mais tarde, me aparece no meu celular: 'Descubra por que Kate Middleton não pode usar esmalte de cor forte.' Eu falei: 'Meu Deus! A gente é espionada a todo momento!' E aí li lá. Então, tá; de fato
tem umas regras lá. Que eles têm, inclusive das mães também, diz que elas não podem andar sem... mas estão lá, estão lá as regras. Mas quais são? Então, tudo isso tem a ver com a modéstia. Tem, mas tem coisas muito mais graves. Por quê? Porque isso não atinge tanto a pessoa; desqualifica a pessoa um pouquinho. Desqualifica, mas pouquinho. A moça que tem o cabelo verde, metade de verde, metade de roxo, ela se desqualifica um pouquinho. Ela mostra ou que ela tem muito pouca confiança no eu dela, e ela precisa pôr a força dela em coisas
exteriores; coitadinha, quer muito chamar atenção. É quase um 'olhem para mim, pelo amor de Deus.' Ela se desqualifica um pouco, mas é muito grave? Não. Mas quando a manifestação vai para manifestar o que há de menos nobre no homem, tem um exemplo que eu sempre porque me parece claro em todo composto. Tudo está em função da parte principal. Então, esse é o exemplo que eu... porque me parece claro: a faca. Uma faca é feita para quê? Para que é feita a faca, Aline? Para cortar. Qual é... A parte principal de uma faca é a lâmina,
porque é a parte que corta. Qual é a função do cabo? Ajudar a lâmina a cortar bem. O cabo vai ser tanto melhor quanto mais ele ajudar a função da lâmina. Se eu tiver um cabo maravilhoso, cravejado a diamantes, mas se, quando eu pego, ele é incômodo e me dá pouca força na mão, ele é um cabo bom? Não, porque em todo composto tudo está em função da parte principal. O homem é um ser composto de quê? Corpo e alma. Tudo tem que estar a serviço da alma. A manifestação da pessoa deve ser mais uma
manifestação do corpo ou uma manifestação da alma? Uma manifestação da alma. Então, quando a manifestação é uma manifestação do animal, isso é grave contra a modéstia. Uma mulher que se veste como um bicho para atrair a atenção de outro bicho, uma mulher que se veste como uma no cio, isso é grave. Então, a roupa tem essa importância de fazer a nossa manifestação ser uma manifestação de um ser intelectual, em primeiro lugar, não só no nosso caso, de um ser espiritual, de um ser que é filho de Deus, de um ser que sabe que está nesta
vida para conquistar uma outra que é eterna, e que essa aqui está toda direcionada à consecução daquela que é eterna. E tudo isso a gente vai manifestar com palavras; vai, quando for o caso, o tempo inteiro. Não, mas com a roupa a gente manifesta o tempo inteiro. Como é que você se vê no mundo? Você manifesta o tempo inteiro. Digam-me se essa parte metafísica ficou clara. Então, é isso: as ideias principais, tudo que é, se manifesta. Quanto mais elevado o ser, mais ele se manifesta. A modéstia é a virtude que regula a manifestação. O ser
humano se manifesta através de sistemas simbólicos; a roupa é um sistema simbólico importantíssimo. Tudo que diminui a pessoa é contra a modéstia. Aquilo que apresenta a pessoa tirando dela o que é principal, tirando dela o que é já intelectual, mais ainda se é um filho de Deus que não se apresenta assim. Aí passa a ser grave. Ficou claro? Então, nenhuma dúvida posso continuar? Diga, meu amor. Então, querida, se ela vestir roupas de marca super caras e que manifestem a qualidade espiritual dela, ela não vai ser modesta por a roupa ser cara. A roupa ser cara
ou barata não tem importância. São Francisco de Sales diz, no "Filoteia", que eu gostaria que, numa reunião, as mulheres católicas fossem as mais bem vestidas, mas com o máximo de modéstia. Agora, se a pessoa comprou a roupa cara para mostrar a etiqueta, aí sim, pode ser contra a modéstia, porque ela está desvalorizando a pessoa para manifestar que, sei lá, tem dinheiro. Entendeu? Então, aí sim, ela vai estar se diminuindo um pouco. Tá certo, por a roupa ser cara ou barata? Se você tem muito dinheiro e seus pais podem pagar e aquela roupa mais cara está
de acordo com o nível de vida de vocês e é uma roupa que é mais elegante, que vai deixar Manuela mais bem vestida, problema nenhum. Agora, para usar a marca para os outros verem que você comprou aquela marca porque você é uma pessoa que tem dinheiro, aí, claro, te diminui. Te diminui do mesmo jeito que a maquiagem exagerada, que o cabelo verde, tá certo? Mas lembrem de São Francisco de Sales. Eu li isso quando eu estava me convertendo, com 17 para 18 anos, e sempre foi um guia para mim. Eu gostaria que, numa reunião, a
pessoa católica, uma mulher católica, fosse a mais bem vestida, mas sempre com o máximo de modéstia. Para mim também, sinceramente, foi muito importante essa questão do máximo de modéstia, porque, quando eu me converti com um grupo de amigas, nós estávamos nos convertendo. E aí uma dessas amigas achou o manual das filhas de Maria, que tinha pertencido à mãe dela, e ela chegou para mim e falou: "Ivone, você não sabe o que eu descobri." Falei: "Não, o que você descobriu?" Ela respondeu: "Achei o manual das filhas de Maria da minha mãe. Sabe o que está escrito
lá?" Falei: "Não, como é que eu vou saber?" Ela disse: "Está escrito lá que não pode a saia comprida, que a manga tem que ser até o cotovelo, que não pode ter decote, que tem que andar de meia." E agora, o que a gente vai fazer? Falei: "Lu, a gente vai fazer." E eu sempre tive isso como padrão. Depois, claro, eu fui ouvindo um monte de gente falar um porção de coisa, "precisa tanto", "e se a manga for não sei aonde", "e por que que precisa da meia?" Eu acho que tudo isso é absolutamente essencial.
Não, mas sinceramente, eu acho que o conselho bom é do São Francisco. Por Deus, vamos fazer o máximo. Não é o que Nosso Senhor fez pela gente? Eu sempre pensei isso: na guerra, a gente deve ficar na fronteira o mais avançada que a gente puder. Eu, sinceramente, guiei minha vida assim. E como eu sempre digo, eu sempre fui uma pessoa muito feliz. Ah, meninas, não tenham medo! Tudo que vocês fizerem por Deus, ah, 3 cm a mais de uma manga, uma meia... Eu acho até uma coisa engraçada. A gente tem uma irmã lá em casa
que, infelizmente, tinha uma tia possessa. Coitada da tia possessa! E essa tia possessa, quando encontrava com essa irmã lá de casa, falava assim: “Para que essa desgraça! Essa meia! Tira essa meia!” Eu falo: "Que engraçado, filha! O que o diabo ia implicar?" Mas não é verdade? Não é engraçado? Porque, sei lá, essa senhora, nesse tempo, estava na cama. Não era? Não estava de cama, estava de cama. Você pensa que uma pessoa de idade, numa cama, vai lá ver... Se a sobrinha que chegou está de meia transparente, que ninguém enxerga, pois ela implicava com a bendita
da meia, eu falei: "Que coisa, né? Que engraçado! Por quê? Porque aquela moça, num calor senegalês, que faz na terra dela, só estava com aquela meia, por amor de Deus! Sabe, um amor muito delicado que procura, assim, 'ah, dá para agradar um pouquinho mais, dá para fazer uma coisa que é ligeiramente melhor, eu vou fazer'. E essa delicadeza do amor que, coitadinha dessa senhora, Deus tem a pena dela, e a livre... ou tomara que a tenha livrado! Já faleceu, né? Tomara que a tenha livrado desse demônio antes da morte. Mas era isso que incomodava o
diabo: era o amor atrás do gesto. E eu acho que é esse amor atrás do gesto que a gente deve pensar, porque às vezes dá trabalho, né? É difícil comprar uma blusa que tem uma manga até... Ciro, puxa, tá um calor! Vou pôr essa meia. Eu, sempre sinceramente, na minha vida, optei pelo sim. É pouco que a gente pode fazer por Deus, é muito pouco que a gente pode fazer por Deus, e fazer o máximo que a gente pode é o melhor. É o melhor, é o melhor, sabe? Porque Deus merece. E é o melhor
pra gente, é o melhor pra gente. Eu tive muitas alunas ao longo da minha vida, e eu tive as radicais, as que sempre procuraram fazer o máximo por Deus em todos os campos, e as outras que não tanto, coitadinhas. E um dos perigos da gente querer fazer o não tanto é que é um caminho escorregadinho. Eu já vi muitas querendo fazer não tanto e acabarem escorregando nesse caminho. Mas o que eu vi, e eu não tô falando do céu porque do céu eu não sei nada, mas eu tô falando da terra, quais foram as mais
felizes, quais foram as que fizeram os melhores casamentos, quais foram as que tiveram mais sucesso em tudo? As que procuraram sempre fazer mais por Deus! Então, meninas mais novas, não tenham medo! A gente fazer tudo para Deus é um caminho de felicidade! E eu não estou falando do céu, eu tô falando do agora. Eu me considero... sabe? Vocês sempre me ouvem falar isso. Eu me considero uma pessoa extremamente feliz. Eu fui extremamente feliz na minha vida. Eu tinha até uma amiga, tadinha, que ela falava assim: "Tudo que a Ivone põe a mão dá certo." Não
é por causa da Ivone! A Ivone é uma incompetente preguiçosa, mas é que com Deus ajudando, tudo dá certo. E, se a gente fica perto de Deus... uma lição que o padre Jacinto me deu, me deu quando era moleque ainda, ele estava se convertendo também, e tinha que ter entregado um trabalho no colégio. E ele cometeu um erro de programação, e na última hora não deu, não deu, não deu, e não entregar aquele trabalho no dia, ia ser... talvez repetia o ano, era um caos. E os amigos dele chegaram e falaram: "Abacate!" O pedido dele
era abacate. Eles já tinham resolvido, já tinham combinado tudo: "A gente vai engessar tua perna, você vai falar que quebrou a perna e que você não conseguiu entregar tal, não sei o que lá, o professor vai ter que te dar um prazo." E ele estava indo, mas estava nesse processo de conversão, e aí ele falou para eles: "Não, eu não vou." Como não vai? "Claro que vai!" "Não vou." "Por que que não vai?" "Porque eu não vou mentir!" Falaram: "O quê? Tá ficando doido!" E ele me disse depois que ele pensou: "Porque se eu falar
a verdade, eu posso contar com Deus. E se eu mentir, eu me separei de Deus, e aí eu não posso contar mais com ele, e as coisas não vão dar certo." E eu achei esse princípio muito bem pensado! E é isso: se a gente faz o máximo para Deus, esse miminho que é nada, mas a gente pode contar com ele. E se a gente falar: "Não, não vou fazer isso, vou preferir seguir essa moda, vou preferir ter esse conforto, vou preferir, não sei o quê, vou preferir aqui, não sei o que mais." Enfim, a gente
escolhe um certo afastamento. Vocês sabem, filhos, que na amizade tudo importa, não é verdade? Não é verdade, Aline, que na amizade tudo importa? Tudo importa! Quando a gente ama muito, tudo importa! Quando a gente ama muito alguém, qualquer pessoa, que qualquer coisa que a pessoa faz ou não faz, tem importância. Bom, então já dei para vocês razões que eu nem tinha pensado em dar, mas já dei as razões metafísicas e já dei também razões espirituais da importância do tema. Mas agora eu vou dar para vocês uma razão histórica que, para mim, me impressionou muito. Me
pareceu uma razão histórica importante: essa menina Jacinta de Fátima, logo A menina, a mais novinha das que tinha visto, Nossa Senhora, estava vindo para o hospital dela. Então, essa senhora ficava muito com a Jacinta e começou a anotar tudo o que ela falava. Ela considerava, com razão, uma santa e começou a anotar tudo o que ela falava. A Jacinta gostava muito de conversar com essa senhora. Jacinta era uma menina simples que gostava de conversar, uma criança. Uma criança devia estar, nessa ocasião, com uns 9 aninhos, 9 para 10, sofrendo muito; tuberculose é uma coisa terrível
que faz a pessoa sofrer. E aí ela disse que conversava muito com essa senhora. O nome dela era Maria Godinho, e essa senhora uma vez perguntou para ela: "Jacinta, como é que você sabe tudo isso?" Porque ela comentava que a menina falava com tanta autoridade. E ela falou para ela: "Como é que você sabe tudo isso?" Ela respondeu: "Quem te falou tudo isso?" Ela falou: "Foi Nossa Senhora, mas algumas coisas penso eu, eu gosto muito de pensar." Então, conversava com essa senhora. Havia coisas que ela pensava e coisas que Nossa Senhora me disse. "Como é
que você sabe?" "Nossa Senhora me disse." E tem essa frase que essa senhora anotou: "Os pecados que levam mais almas para o inferno são os pecados da carne." A frase seguinte onde virão umas modas que hão de ofender muito a Nosso Senhor: "As pessoas que servem a Deus não devem andar com a moda; a Igreja não tem modas; Nosso Senhor é sempre o mesmo." Então, claro, a gente, muito legitimamente, pode se perguntar: "Isso aqui é uma das coisas que Nossa Senhora diz ou é uma daquelas coisas que eu que penso?" Porque, claro, embora ela seja
uma santinha, se é uma coisa que eu que penso, a gente pode falar. Bom, influenciada pela cultura daquele tempo. Naquele tempo se pensava assim. Agora, se é uma coisa que foi Nossa Senhora que disse a ela, então, se nas aparições mais importantes de todos os tempos, que são as aparições de Fátima, Nossa Senhora se dá o trabalho de, no meio de um monte de coisa, de guerra, de destruição, de martírio, falar de moda, então é porque o assunto é muito importante e vai ter um papel muito importante nessa guerra de destruição que vai ser no
século XX. Há no texto alguma coisa que possa nos dar indicações? Primeiro, alguma coisa de crítica interna do texto. Vocês sabem que a gente pode sempre analisar um texto com crítica externa e crítica interna. Crítica interna é quando eu analiso os elementos do próprio texto: tempos verbais, palavras utilizadas, eu não saio do texto. Crítica externa é quando eu pego elementos anteriores ao texto, elementos de fora do texto que podem me tornar o texto mais claro ou mais explícito. Ficou claro que a crítica interna e que a crítica externa? Então, primeiro, eu gostaria de ver com
vocês um elemento de crítica interna. Nessa segunda frase, de "vir umas modas que hão de ofender muito a Nosso Senhor", o tempo verbal, vocês vão notar que é um tempo que sumiu no português do Brasil, né? A gente só tem esse tempo verbal numa frase: "Ei de vencer." Não é? É só aí que a gente usa esse "ei de". O que indica esse tempo verbal? Eu achei isso numa gramática americana para ensinar português, não achei nenhuma gramática do Brasil ou portuguesa, mas justamente porque alguém está ensinando português para quem não fala português precisa ser mais
explícito, né? E lá eu achei: "EUA", porque eu entendia o que o tempo quer dizer, mas eu não achava uma prova. E aí eu achei nessa gramática, uma gramática americana para ensinar português, é o tempo da certeza, o futuro com "e". Porque vocês repararam que no português esse "ei" foi para o fim do verbo andar: "Ei andarei." Ficou enfraquecido no fim do verbo: "andarei", "andarão". Quando você usa, em Portugal, se usa "ei". Por exemplo, meu pai dizia: "Quando a gente demorava muito para fazer alguma coisa, ele falava: 'Ó, minha filha, eu hei de te mandar
buscar a morte.' Eu hei de te mandar buscar a morte." Diz porque assim vai demorar bastante para chegar, né? Pode ficar tranquilo que a morte não chega. Mas aí ele usava o "hei de" para fazer qualquer coisa. É o tempo da certeza. Quando você fala: "Eu comprarei", é uma coisa; isso é uma regra geral de língua. Sempre que você usa o mais comum é mais neutro o significado. Quando você escolhe uma forma mais diferente, é mais forte. Então, quando você fala "comprarei", é uma coisa; quando você fala "eu hei de comprar", é o tempo da
certeza. Então, ela diz "aí virão modas". Ela está usando um tempo de certeza; ela sabe que vão vir modas, e isso já nos dá uma indicação para a crítica externa do texto. Gente, esse lugar em que essa menina morava, se vocês forem lá hoje, é um fim de mundo, uma aldeiazinha com umas casinhas super humildes, de teto baixo, tudo muito, muito simples. Claro, nesse tempo nem existia televisão, nem eles tinham rádio, nem eles tinham jornal, nada disso. Essa menina não sabia ler nem escrever. Quando começaram as aparições, eles não sabiam o que era o Papa;
eles não sabiam nada. O que essa criatura sabe de moda? Ela assinava as revistas de Paris. E não só a moda que foi, quando começaram as aparições, a roupa delas ainda era a roupa típica das aldeias portuguesas, igual da minha avó. Vovó, que tinha um médico, comprava 10 metros de pano para fazer uma saia. Era uma saia que ia até o pé e era franzida. Dez metros dá para franzir bem, viu? Era absolutamente sempre um avental, sempre um lenço na cabeça, desse mesmo jeito, passando aqui por trás, amarrando aqui em cima. As franjas caindo emoldurando
o rosto, era essa roupa onde a Jacinta cresceu. Depois, um senhor de Lisboa começou a levar para ela uns vestidinhos mais modernos. Tem umas fotos dela no fim, com um lacinho aqui do lado, e uns vestidinhos foram coisas que levaram de Lisboa para ela. Não era a roupa que normalmente se usava lá. Essa menina sabia de moda zero, nada. Ela nem sabia se existiam costureiros em Paris. Ela nem sabia quem mandava na moda; aliás, ninguém sabe quem manda na moda, né? Mas ela não tinha a mínima ideia, não conhecia nem os nomes de fachada. Se
vocês que ela falasse de alguma coisa, de uma moda que veio, mas de uma moda que vai vir, como é que ela podia saber da moda que vai vir? Quem é que conhece o futuro? O que nós, hoje, com a internet, sabemos da moda que vai ser lançada ano que vem? Nada, né? Nós só sabemos que vai ser bem degradante para o ser humano e bem sensual. Isso, nós sabemos, mas os detalhes, nós não sabemos nada. Como é que ela sabia? E se vocês pensarem na frase anterior, os pecados que levam mais almas para o
inferno são os pecados da carne. O que essa criança de 8 anos sabia dos pecados da carne? E como é que ela sabe que são os que levam mais gente para o inferno? Se fosse um confessor de 70 anos, experimentado em ouvir confissões, tá bom, por estatística ele chegou à conclusão que os pecados que mandam mais gente para o inferno são os pecados da carne. Como é que essa menina sabe disso? Então, me parece que nós temos aqui indicações claras de que essa frase não foi uma das coisas que ela pensou; foi uma daquelas coisas
que Nossa Senhora disse a ela. Nossa Senhora disse a ela: "Hão de vir umas modas que hão de ofender muito a Nós, Senhor." Quem é? As pessoas que servem a Deus não devem andar com a moda. A Igreja não tem modas; Deus é sempre o mesmo. Vocês estão vendo que aqui, eles vão numa questão metafísica muito profunda, porque, justamente, a moda começa no século X, e as características da moda são que ela é irracional. Porque existem dois sistemas de roupa, dois sistemas de vestimento: o sistema do costume e o sistema da moda. O sistema do
costume é o que prevaleceu no mundo inteiro, em todos os milênios, em todos os lugares, até o século XIV no Ocidente. O que é o sistema do costume? É um modo de vestir que se desenvolve de acordo com a geografia e a história de um lugar. Então, a Coreia desenvolveu, ao longo dos séculos, dos milênios, um certo jeito de roupa; o Japão desenvolveu, ao longo dos séculos, dos milênios, um certo jeito de roupa. A França tinha desenvolvido, mas não a França como um todo; cada região da França tinha desenvolvido, ao longo dos séculos e dos
milênios, um certo jeito de roupa. Todo lugar sempre foi assim. A partir do século X, vai começar esse sistema. Então, primeiro, é irracional. As mudanças não têm uma razão de ser. Por que um ano tá na moda curto, no outro ano tá na moda comprido, no outro ano tá na moda verde, no outro ano tá na moda azul, no outro ano as blusas têm não sei que recorte? É irracional, não tem razão nenhuma. Segundo, necessariamente é cíclico; não pode durar, tem que ficar trocando. E uma coisa que eu acho interessantíssima no livro do Lipovetsky é
que ele diz que muitos filósofos criticam a moda por ser superficial, por ser burguesa, mas ele diz que isso tá errado, que a moda foi um sistema extremamente eficiente de ensinar para o total da população que nada é fixo, que tudo muda e que não há valores absolutos. E não é verdade. Então, quem pensou a moda, pensou direitinho. Então, Nossa Senhora se deu ao trabalho. E aí, a partir daí, a moda vai então recrudescer, fica muito importante no século XVI. Maria Antonieta vai ter tudo a ver com isso; esse livro "A Rainha da Moda" fala
disso. Mas é a partir do final do século X, que, justamente a partir da época de Fátima, que a moda vai virar um furacão e vai sair destruindo todas as roupas de todos os lugares, entendeu? Então, polonês não se veste mais como polonês, piemontês não se veste mais como piemontês. Vai vir... E até tem um outro livro aqui, um americano, que comenta; acho que é esse "The Culture of Fashion", acho que é esse, é esse sim, "The Culture of Fashion", que vai ser no século X que o padrão da roupa vai deixar de ser a
mãe de família para virar a prostituta. E verdade! Até mais recentemente, no Brasil, existia em São Paulo uma boutique muito famosa chamada Daslu. Você lembra, Vera, da Daslu? Era uma das boutiques mais caras de São Paulo. A proprietária, coitada, acabou se enrolando com a Receita Federal, foi presa, foi um caos. Mas a Daslu era famosíssima, e chamava-se Daslu porque eram umas amigas ricas, mas que resolveram ganhar dinheiro, além do dinheiro dos maridos. Acho que uma se chamava Lúcia e a outra se chamava Lourdes. Elas começaram a vender na casa delas, por isso que era Daslu,
as duas Lu: a Lourdes e a... nem sei se os nomes eram esses. Mas enfim, e aí eu vou contar para vocês uma coisa meio desagradável, mas é para vocês entenderem. Aí, no Rio, bem mais recentemente, foi feita uma associação de prostitutas que fez uma boutique para vender roupas e se chamava... vocês me desculpem a alusão a um palavrão, mas o nome da boutique era esse: Daspu. Brincar com a Daslu é para fazer alusão ao palavrão daspu. E aí, como eu, quando estava estudando moda, li a entrevista dessa presidente da Daspu, que era uma prostituta.
E aí o repórter perguntando: "Então, a empresa vai indo bem?" Ela falou: "Tá indo super bem, nós estamos vendendo muito, vendendo online, né, principalmente, e tal, não sei o quê." E ele falou: "Mas não há um preconceito?" Ela falou: "Não, preconceito nenhum. Pelo contrário, né? Porque hoje o ideal de toda mulher é se vestir como uma prostituta." Ela não estava muito longe da realidade. Fora as pessoas que estão reagindo, é isso. E rebe a exibir o corpo de uma maneira que chama a atenção. Então, aquilo que a menina previu se realizou. As coisas começaram devagarinho
porque, claro, os inimigos de Deus sempre usam a técnica do sapo na água fria, né? Dizem, eu não sei se é verdade, não sei se é verdade mesmo. Até tenho minhas dúvidas, mas dizem que se você põe um sapo na água fria e liga o fogo, ele vai se deixar matar e não vai pular. Se você, claro, jogar o sapo na água fervendo, ele pula imediatamente e não morre. Mas se você puser na água fria e ligar o fogo, ele vai deixar a água aquecer, aquecer, aquecer, aquecer, aquecer, aquecer, e ele morre queimado. E eles
fizeram assim. A gente vê a briga no começo do século XX por causa das meias, porque o pessoal estava entendendo o jogo, mas muito ainda mais as mulheres católicas que são loucas para seguir uma modinha. É verdade, porque mulher é assim: nós somos muito superficiais frequentemente. Depois você tem que tirar isso do vídeo, viu? Senão, vai ser processado, por favor. Não, não deixe público que as mulheres são superficiais, mas nós frequentemente somos muito superficiais e queremos muito agradar. Então, é uma das nossas fraquezas, então é fácil assim. Embora a Igreja fosse fazendo regras e normas
e insistindo, e alguns confessores insistindo, o Cardeal Oddi, por exemplo, fez um documento contra as calças compridas, mas depois do Concílio, simplesmente não se tratou mais do assunto. João Paulo I, quando veio ao Brasil, falou alguma coisa sobre modéstia, mas bem assim vago, mas falou alguma coisa. Bom, então vou dar só uma analisada no texto da Jacinta: a roupa relacionada à castidade. Os pecados que levam mais almas para o inferno são os pecados da carne. Então, vai ser ruim toda a roupa que exibe o corpo de uma maneira a provocar os instintos do próximo. E
isso é uma coisa muito fácil de acontecer. Por quê? Porque a natureza é assim. As flores são atraentes para as abelhas. Por quê? Porque as flores são passivas e as abelhas são ativas. Então, as mulheres são atraentes para os homens e não há nada que se possa fazer quanto a isso. Essa é a natureza. Essa é uma coisa boa, mas por causa do pecado original a gente não pode esquecer. Quando as pessoas dizem que roupa não tem importância, é coisa de fariseu, esquecem que Adão e Eva procuraram se cobrir com umas folhas e Deus fez
roupa para eles. Deus se deu ao trabalho de fazer roupas para cobri-los porque era necessário, somente por causa da castidade. Não, vocês pensem na condição em que eles estavam. Eles eram um casal único, casados. Necessário por causa da dignidade. São Tomás aqui não diz isso, mas uma das principais funções da roupa é esconder a miséria da natureza humana. Mas é verdade que a roupa dignifica a pessoa. Quanto mais nua, mais animal, menos digna. Por isso que nas grandes solenidades a pessoa se veste muito. Como é que se veste a noiva? Apesar de que hoje em
dia falta bastante tecido nas noivas, normalmente, sei lá, qualquer coisa que é solene, as roupas universitárias, quando tem aquelas coisas, sei lá, em Harvard, todo jeito, aqueles capelos, aquelas capas, aquelas coisas. Ou os cardeais. A roupa dá uma grande dignidade. Vê uma cerimônia da corte da Inglaterra, aquelas pessoas deixam de ser feitas feias ou bonitas, elas são todas terrivelmente dignas. Dá uma grande espiritualização: quanto mais roupa, mais dignidade. Mas a roupa, sim, claro, tem muito a ver com castidade, mas o texto da menina não fala só disso, fala da roupa por causa do seu aspecto
simbólico. As pessoas que servem a Deus não devem andar com a moda. Vê que ela não está nem falando de uma moda ruim ou boa, uma moda indecente. As pessoas que servem a Deus não podem estar preocupadas com isso. Em obedecer quem? Quem é que dita a moda? Quem são essas pessoas que dizem o que está na moda e o que não está? Por que eu vou obedecê-las? Os meus parâmetros... E aí ela vai até numa razão metafísica: por que a Igreja não tem modas? Por que as coisas não têm que ficar mudando toda hora?
Por que que sim há valores absolutos? Porque Deus é sempre o mesmo. "Eu sou o Senhor, teu Deus, e não mudo." E é por isso que as regras da modéstia também não mudam, porque a natureza humana não muda. Pio 12, até numa encíclica, ele fala que muitos dizem: "Ah, hoje em dia não tem mais importância a questão da modéstia." Por quê? Porque tem tanta gente andando tão nua na rua que, se a pessoa andar um pouco coberta, Nossa, já tá mais do que bom, porque como é um costume, isso aí não faz mais mal pras
pessoas, não faz mais mal pros homens. E ele fala: "Isso é uma grande mentira." Seria como dizer que, por um bando de crianças estar diante de uma mesa muito cheia de iguarias, elas ficam com menos vontade de comer. Contrário, o excesso de oferta excita o apetite. Quanto mais a pessoa está exposta àquilo que toca os sentidos, e não é verdade, você diz: "Ah, não vou comer nada". Você vai a um lugar que tem uma mesa cheia de coisas gostosas e você come, não é verdade? A mesma coisa acontece com os outros instintos. O fato de
que o mundo está muito solto hoje só faz ainda mais engraçado. Outro dia, um senhor sentado na minha mesa, a gente conversando sobre escola, ele veio com a esposa para ver escola para o filho. E eu não sei a troco de quê, não me lembro o que a gente falou; tinha a ver com a conversa. Ele falou: "É porque a gente, eu tô me convertendo, a gente que tá tentando se converter, agir direito é muito difícil andar na rua hoje. A gente não pode olhar para lugar nenhum". Eu fiquei com pena dele, achei interessante ele
ser tão sincero e falei: "Coitado, acho que é verdade, né?" Claro, a gente não pensa nisso, não é? Eu não fico pensando nisso. Para mim, foi uma espécie de surpresa ele falar isso. Mas, coitado, uma pessoa que está tentando se converter e ele sente isso: para ele, ele considera difícil andar na rua. E tenho certeza de que era uma pessoa inteiramente normal; não era uma pessoa com problemas psicológicos, não era isso. Mas é que, de fato, é piodoso. Tem muita razão. Eu achei, assim, para mim, foi muito iluminadora a colocação de Pi2, porque acho que
se, talvez, alguém me falasse assim que hoje em dia todo mundo está acostumado e que não faz diferença, eu ia falar: "É mesmo". Mas ele argumenta muito bem e ele tem razão. Para tudo que é instintivo, ele fala isso: para tudo aquilo que é natural, quanto mais oferta, mais excitação. E é verdade. E a gente vê os crimes que acontecem, sim, não é? Até contra crianças. Por quê? Porque está todo mundo meio louco com isso. E os que já são loucos, então, perdem o controle. Mas é um mal generalizado. Eu soube por causa de uns
padres dominicanos que, na França, o vício de pornografia está uma coisa tão violenta que vários grupos católicos estão fazendo manuais para tentar ajudar as pessoas a se livrarem do vício. Ah, mas enfim, a questão da castidade e a questão do aspecto simbólico. Essa última parte, Modesto, no vestir, é quem se apresenta, antes de tudo, como ser racional, portador da Graça de Deus, embora ferido pelo pecado original e não como animal governado pelo instinto. Justamente por causa da ferida do pecado original é que a gente tem que ser muito cuidadoso. E essa parte mais dos livros,
aqui eu só vou tratar de um ponto que é bem importante nessa questão do simbólico. Então, eu já dei para vocês o testemunho da Sagrada Escritura: o riso do rosto, o modo de andar e o traje do corpo dizem o que o homem é. Um ponto muito importante é a distinção simbólica dos sexos. Isso sempre foi importante em todas as culturas. Na Sagrada Escritura, chega a estar dito que o homem que se veste como mulher e a mulher que se veste como homem são abomináveis a Deus. Na nossa cultura, justamente porque quem está no poder
são os inimigos de Deus, foram sendo eliminados todos os traços de distinção. Justamente porque as mulheres são mais sensíveis a obedecer os como da moda, eles começaram com as mulheres. A mulher que começou a usar calças compridas, ela, literalmente, se chama George Sand. Ela começou a escrever livros e não assinava com o nome de mulher, ela assinava com um nome masculino, George Sand, por causa de uma outra escritora inglesa que também assinava George, uma filha de um pastor. E aí ela é muito ligada com a maçonaria esotérica. Ah, eu li muitos livros dela. Ela era
tão promíscua que ela dizia que não sabia de quem eram os filhos dela. E foi ela a primeira que posou. Ah, ela tinha isso como um projeto de vida. Claro, ela não foi seguida imediatamente, mas logo depois até se costuma dizer que a das calças foi lançada em Paris no ano seguinte de Fátima e que a menina estaria se referindo exatamente a isso. Aí eu já não saberia dizer se era ou se não era, se foi isso que Nossa Senhora quis dizer ou não. Mas em todo caso, o que os tratados de moral católica sempre
disseram é que a roupa masculina e a roupa feminina tinham que ser substancialmente diferentes. Tem um santo que dizia que, se agora eu esqueci o nome dele, infelizmente, uma época em que não houver mais distinção entre a roupa dos homens e das mulheres será uma época de homossexualismo. Quando eu li isso, eu li isso lá na década de 80, eu falei: "Nossa, acho que ele tá enganado, porque nossa época não tem muito". E não vou dizer que é uma época de homossexualismo. Trinta anos [Música] depois, eu vi que ele tinha absolutamente razão. Absolutamente razão por
causa dessa... porque é isso que a escritura diz, né? Homem que se veste com mulher, a mulher que se veste com homem: não é essa roupa ou aquela roupa, é que tem que ser distinto, tem que ser evidentemente distinto. E como eu costumo dizer para as minhas alunas, a única distinção que nos sobrou é a saia, como provam todas as portas de banheiro do mundo. Agora, eu vi umas portas de banheiro essa semana que metade da figura tem uma calcinha e na outra metade tem uma sainha, que é para indicar que é para um gênero
neutro. Mas até aí ainda sobra a distinção. Então, me parece que, na nossa cultura, a única distinção que nos sobrou é essa, além do... Que as causas femininas frequentemente vão atingir um outro aspecto também foi o clássico em todos os tratados de morada: que toda a roupa que revelar as particularidades do corpo é indecente. Então, essas causas revelam todas as particularidades do corpo, então elas são indecentes. Ah, mas uma coisa que fosse bem larga e tal, bom, aí esse problema ela não teria, mas ainda você estaria numa simbologia que ainda é uma simbologia masculina. A
única coisa que existe de roupa de homem ainda é calça. Estão tentando passar nos rapazes. Uma vez que eu estava na França, tinha um desconto de 10% para todo homem que fosse no supermercado de saia. Aqui no Bandeirantes, um dia, um rapaz foi de saia; impediram-no de entrar. No dia seguinte, estavam todos os rapazes de saia, e um dos primeiros a lançar moda foi um fulano que trabalha na Louis Vuitton. Eu não vou lembrar o nome dele agora, mas andava sempre com uma saia super chique, elegante, um homossexual, evidentemente, mas aqueles homossexuais de barba, super
arrumado e trabalhando numa super empresa, né? Ele já começou a lançar moda no começo dos anos 2000; ele já andava de saia. Gente, é o mesmo processo. Outro dia, porque eu estava explicando para as meninas que aqui no colégio não pode vir com uma calça embaixo da saia, e até para elas entenderem a razão, eu falei: “Ó, então fica combinado assim: as meninas não vêm de calça embaixo da saia e vocês rapazes não podem vir de saia em cima da calça.” Aí caiu todo mundo na gargalhada. Eu falei: “Por que vocês estão rindo? É a
mesma coisa, só que com um vocês estão acostumados e com o outro ainda não.” Mas o inimigo de Deus faz devagarinho, eles pedem o que as pessoas podem dar, o que não toca muito à consciência delas. Depois, você costuma andar com uma calça embaixo da saia; é tão fácil tirar a saia que está por cima e ficar só com a calça que está por baixo. Os inimigos de Deus são muito espertos. Nosso Senhor diz que os filhos das trevas são mais espertos nos seus negócios que os filhos da luz, e é uma grande verdade. Então,
só para as nossas conclusões: a questão da moda não é uma questão menor. Nossa Senhora se dignou tratar dela com Jacinta. Nós já tínhamos visto pela parte metafísica que não é uma questão menor, mas além disso, se Nossa Senhora se dignou tratar disso com Jacinta, não é uma questão menor. Os católicos têm obrigações precisas quanto ao modo de vestir, em primeiro lugar, quanto ao que se refere à castidade e à modéstia, sobretudo as mulheres, sim, porque normalmente as mulheres que atraem os homens e não os homens que atraem as mulheres. Isso é tão evidente que
até as revistas baixas, quando são para homens, não são para mulheres; são para homens pervertidos. E, em segundo lugar, quando se refere a um sistema de símbolos, aí tanto homens quanto mulheres igualmente. Nem homens devem se vestir como se fossem mulheres, nem mulheres devem se vestir com qualquer coisa que seja símbolo de homens. Gente, seria isso. Isso é uma coisa que Pi insiste muito; ele diz que as mulheres são responsáveis por todos os pecados que elas fazem os homens cometerem. Isso, de fato, é uma coisa muito... A gente já vai ter que pagar os dos,
pelo amor de Deus, tem que pagar dos outros também? Não compensa, não! Então, porque um outro aspecto, querida, aqui não dá para a gente tratar de tudo. São Tomás de Aquino diz que também é importante nas roupas não ser singular; que é preciso se vestir dentro de um padrão aceitável na sua sociedade, já que a gente não pode se vestir, por exemplo, como os Quakers nos Estados Unidos, por todo mundo vestido até o pé, usar um negocinho aqui, porque isso não seria uma singularidade muito estranha. Nós, digamos assim, nós aramos na sociedade, e isso também
não é bom. Eu tenho um livro do Mircea Eliade que fala da importância da androgenia para todos os sistemas gnósticos. E aí, justamente, o fato de transformar homens e mulheres numa coisa única é extremamente importante para essas ideologias, querida. Você vê que o andrógeno é o ideal dele. Você pensa, por exemplo, no... Como que chama? Aquele inglês que fez o labirinto... Ah, David Bowie! Ele não queria parecer uma mulher; ele queria parecer um ser neutro. E então, tem tudo a ver com essas ideologias, querida. Tem absolutamente tudo a ver, num sentido bem profundo. Claro que
nenhuma feminista vai admitir que é melhor não usar uma calça. Claro, mas é até mais profundo do que isso; tem tudo a ver com a ideologia. Tudo que for vontade de Deus, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Maria, auxílio dos cristãos, rogai por nós. Santa Jacinta de Fátima, raios por nós. Em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. [Música]
Related Videos
VOCÊ SABE O QUE É ABUSO LITÚRGICO? | PADRE DOUGLAS PINHEIRO
20:28
VOCÊ SABE O QUE É ABUSO LITÚRGICO? | PADRE...
SantoFlow Podcast
4,059 views
Principais Acontecimentos e Momentos Mais Marcantes da Guerra Fria | Marcelo Andrade e André Melo
1:44:55
Principais Acontecimentos e Momentos Mais ...
Flos Carmeli Vídeos
897 views
A Fenomenologia e o Vaticano II (parte I) - prof. Orlando Fedeli (Legendado)
47:17
A Fenomenologia e o Vaticano II (parte I) ...
Flos Carmeli Vídeos
2,545 views
FULL: Trump confronts California Democrats over wildfires
1:03:49
FULL: Trump confronts California Democrats...
LiveNOW from FOX
685,922 views
For the first time, military aircraft are used to deport undocumented immigrants
4:13
For the first time, military aircraft are ...
ABC News
1,443,090 views
COMO SUPERAR A BAIXA AUTOESTIMA
55:46
COMO SUPERAR A BAIXA AUTOESTIMA
Luz e Vida - Padre Chrystian Shankar
585,716 views
A namorada de Rahner - Profa. Dra. Ir. Anna Maria Fedeli
52:22
A namorada de Rahner - Profa. Dra. Ir. Ann...
Flos Carmeli Vídeos
8,988 views
Trump calls out LA Mayor over '18 month' rebuild timeline
6:11
Trump calls out LA Mayor over '18 month' r...
FOX 11 Los Angeles
410,872 views
Devoção às Dores e Alegrias de São José - Prof. Dr. Rogerio Pazetti
1:17:17
Devoção às Dores e Alegrias de São José - ...
Flos Carmeli Vídeos
996 views
COMO SE MANTER NO CAMINHO SEM DESANIMAR - Pregação - Dra Filó | Festa de São miguel 2024 - Hesed
44:41
COMO SE MANTER NO CAMINHO SEM DESANIMAR - ...
Ir Kelly Patricia OFICIAL / Instituto Hesed
596,525 views
ICE arrests over 500 immigrants while Trump visits states ravaged by natural disasters
5:35
ICE arrests over 500 immigrants while Trum...
NBC News
768,916 views
‘Let him punch himself out’: Legendary strategist James Carville shreds Trump’s first week
11:00
‘Let him punch himself out’: Legendary str...
MSNBC
261,757 views
TV Canção Nova ao vivo
TV Canção Nova ao vivo
TV Canção Nova
As dez principais coisas que um(a) catequista precisa saber
52:29
As dez principais coisas que um(a) catequi...
Catequista em Missão
2,337 views
French Music | France Travel Video | Uplifting Instrumental Music
1:04:21
French Music | France Travel Video | Uplif...
Visual Melodies
3,188,953 views
25/01/2025 OFICIO da IMACULADA CONCEIÇÃO de Nossa Senhora Ouvi Mãe de Deus minha oração
19:12
25/01/2025 OFICIO da IMACULADA CONCEIÇÃO d...
Iluminai PAI
4,659 views
Vida de Santa Joana de Chantal - Prof. Adriana Rosendo
45:54
Vida de Santa Joana de Chantal - Prof. Adr...
Flos Carmeli Vídeos
738 views
A Divina Comédia (Parte II) - Prof. Carlos Tadelle
1:03:10
A Divina Comédia (Parte II) - Prof. Carlos...
Flos Carmeli Vídeos
1,150 views
Retrospectiva 2024 - Flos Carmeli
4:44
Retrospectiva 2024 - Flos Carmeli
Flos Carmeli Vídeos
423 views
'We need your help': Trump and Newsom put differences aside in wake of CA wildfires
17:46
'We need your help': Trump and Newsom put ...
Fox News
108,459 views
Copyright © 2025. Made with ♥ in London by YTScribe.com