[Música] agora que já vimos alguns dos principais gêneros literários e sua relação com a literatura infanto-juvenil vamos dar sequência conhecendo Talvez o mais importante gênero da produção infantil ou ao menos aquele com que a criança tem seu primeiro contato e faz com que ela desenvolva habilidades épicas líricas e dramáticas e começa a exercitar a imaginação como um espaço de criação de experiência a contação de histórias Era Uma Vez um menino chamado Antônio Carlos e Antônio Carlos [Música] existem diferentes maneiras de se contar uma história mas em todas elas as crianças aprendem e se familiarizam com
a literatura mesmo antes de ter a possibilidade de ler por si mesmas os livros quais as características constitutivas desse gênero a quais tradições humanas esse gênero remonta qual sua importância na formação das crianças e o que os contadores os contadores de história tem nos contar sobre a recepção das Crianças a valorização da prática de contar histórias no país as condições para o exercício da constatação de histórias e as técnicas que eles desenvolveram para que a contação envolva seu público [Música] um dois três Era Uma Vez [Música] fez um menino muito legal chamado Pedro Pedro Alegre
criativo brincalhão esforçado e curioso como a maioria dos meninos a forma ou o gênero contação de histórias reúne características as mais diferentes linguagens expressivas combinando aspectos para contar uma história de modo aqui audiência preste atenção se envolva assimile ou absorva aquilo que foi elaborado é um gênero fortemente dramático na maior parte das vezes centrado na figura da contadora e do contador de histórias que pode escolher elementos mais cênicos ou menos cênicos para contar sua história [Música] era uma vez um monstro era um monstro horripilante era um monstro apavorante ele era um monstro assim temido temeroso
um monstro escabroso eu mostro muito esquisito também essa maneira de contar histórias guarda grande semelhanças com as antigas figuras em torno das fogueiras sobre a Copa das Árvores dos narradores orais dos Guardiões das histórias de um povo dos griôs em um narrador reflexões sobre a obra de nicolauco Walter Benjamin estabelece as relações entre a vida a experiência as narrativas orais e a transmissão de formas e conhecimentos ao longo do tempo a força de vida viva que tem a contação de histórias vem dessa condição de herdeira de uma possibilidade de experimentar sorrir ensaiar hesitar cada vez
mais restrita ao universo infantil em seus ensaios sobre a infância Benjamin também destaque esse lugar especial da Criança Diante de um cada vez mais controlado não é exagero pensar que mesmo não recebendo muita atenção dos adultos e talvez até por isso a contação de histórias mantém aspectos primordiais da formação das Comunidades humanas e da transmissão de experiências e conhecimentos é como se a transmissão daquilo que somos mais intimamente fosse passado pelas contadoras e pelos contadores de história a isso se soma importância que a contação de histórias tem para a formação literária das Crianças desde os
primeiros anos mesmo antes de aprenderem a ler os pequenos escutam de maneira mais espontânea ou de maneira mais organizada diferentes histórias que vão formar seu Imaginário mais do que receber os enredos as personagens os ambientes os narradores as crianças aprendem a dar vida através do Imaginário a essa forma abstrata que é a literatura ao expandir a afirmativa de Borges de que o livro é uma extensão da memória e da Imaginação para as literaturas orais temos a dimensão daquilo que é fornecido para as crianças com a contação de histórias Estamos tratando de um gênero especialmente dramático
e épico mas também lírico conectado a experiência e a transmissão de experiências que evoca um mundo ainda não totalmente administrado que coincide com o período da infância é também uma prática de letramento profundo que age desde os anos iniciais e familiarizas inteligências com aspectos variados da criação literária resta saber das contadoras e dos contadores de história como eles elaboram sua contação que técnicas gostam especialmente de usar como percebem a recepção das crianças e que lugar a contação de histórias ocupa no meio artístico brasileiro sou contadora de histórias há 25 anos você acredita assim que esses
25 anos a pergunta que eu mais respondo eu confesso que nesses 25 anos essa essa pergunta teve várias respostas já dizia que era para encantar eu dizia que era para curar eu dizia muitas coisas hoje eu sempre respondo que eu conto histórias para humanizar eu conto histórias para devolver é a nossa humanidade no mundo em que está precisando tanto que as pessoas formem cidadãos com empatia com tolerância com humanidade e as histórias elas trazem isso para gente todas as histórias infantis da primeira infância da primeiríssima infância daquela para os bebês até as histórias que são
mais filosóficas as histórias que são para adultos todas as histórias elas trazem conflitos humanos todas as histórias conversam com essa nossa humanidade e falando sobre esses conflitos humanos a gente começa a entender a gente entende que as histórias elas são respostas são respostas para nossa vida a gente começa a entender que quando esses conflitos acontecem existe solução na nossa vida também pode existir solução quando a gente fala de assuntos que são considerados muito tabus através das histórias ela tá ali respondendo a gente que existe uma solução que existe um caminho ou que existem vários caminhos
então assim hoje conta histórias para humanizar as pessoas para trazer essa esse lugar sabe de colo de Aconchego de olho no olho é as histórias Elas têm esse poder o poder de acolher acolher as nossas dores acolher as nossas alegrias acolher todas as nossas dúvidas e é por isso que eu conto histórias Minha gente é por isso que a literatura é infantil a literatura para os bebês a literatura para as jovens e para os adultos tem um lugar muito especial na minha vida exatamente por isso Olá eu sou Danilo Furlan sou escritor e contador de
histórias da cidade de Maringá no Paraná e sempre que eu vou contar uma história eu começo escolhendo uma boa história e uma boa história é aquela que nos toca ou pelo enredo ou pelo conflito ou pela resolução ou pelas personagens aquela história vai ter alguma coisa que mexe com você é essa história que a gente vai contar então eu escolho sempre contar histórias que mexem comigo a partir dessa história eu vou escolher bonecos ou objetos para contar a minha história então eu procuro a partir das imagens das ilustrações eu crio referências dessas personagens com possíveis
objetos por exemplo na história serezinha do Ramos cristianderson eu uso um espanador para fazer a sereia porque o espanador parece uma cauda se movimentando e a partir dessa escolha eu consigo fazer as outras escolhas com produtos de limpeza o pai que é um ex-paminador maior a velha feiticeira do mar que é um é um é um limpa chão é o peixinho que é um pregador e a partir daí eu queria um universo que tem uma unidade com esse objeto e assim eu vou escolhendo os personagens ou nos objetos que podem ser simples usados somente retirando
eles do seu lugar e aplicando eles na história eu posso fazer objetos complexos que são a construção de uma forma a partir da junção de vários objetos ou também o boneco que eu posso escolher para minha história e tudo isso demanda aí um pouquinho mais de estudo de trabalho mas que é muito legal e muito gratificante porque a criança ela naturalmente é animista criança gosta de dar ânimo dar vida Ânima vem de alma então a criança dá objetos as coisas então quando a gente conta história utilizando objetos a gente fala a língua da Criança e
consegue acolher a criança na nossa história muito mais facilmente então a criança se permite nesse universo de possibilidades da parte da fala a partir da sonoridade da Musicalidade dos objetos do livro existem muitas formas de se contar histórias descubra aí qual é a sua a sua forma de contar é sempre é melhor forma e vamos então para esses contadores de história hoje o Brasil tem um movimento de Plantadores de histórias lindíssimos muitos contadores de histórias que se dedicam a pesquisa ao fazer a essa trajetória já estou a 30 anos quase nesse nesse caminho aí não
206 eu comecei com 12 anos de idade tá gente brincaram contar histórias trabalhar com a criança então eu sou aí quase 30 anos nos últimos 10 exclusivamente dedicados à contação de história me autodenominando contador de histórias em um movimento legal bonito feito de uma de uma Trama assim ó de tecido de retalho uma colcha de retalho lindíssimas com contadores de história do Brasil todos Então a partir desses depoimentos das contadoras e dos contadores de história Era o que você estava esperando vocês gostaram de ouvir de saber mais a respeito da prática de contação de histórias
no Brasil espero que vocês continuem acompanhando o curso com esse afinco Leiam os textos revejam e veja os vídeos e até a próxima semana com mais e mais atividades e conhecimentos sobre literatura infanto-juvenil [Música] [Música]