então eu cheguei na escola presidente campos salles no ano de 1995 esse muro era o muro que cercava a escola da rua ninguém conseguia ver a escola quando eu entrei dentro da escola eu levei um susto de ver o quanto era grande o espaço interno nós tínhamos 1800 alunos na época a gente tinha quatro períodos então a verdadeira fábrica briga a gente tinha de cinco a seis brigas por dia ali naquela rua e que está do lado do muro a maior parte das brigas aconteciam ali porque os alunos a tinha quando terminava o terceiro período
para entrar o quarto num espaço de 10 minutos então nesse espaço de 900 alunos se encontrava ali na frente então ali o espaço das brigas entre o dentro da escola depois de duas horas que estava na escola percebi que tínhamos três grupos disputando o poder dentro da escola até hoje eu não sei que poder que estavam disputando então tinha um grupo articulado com a secretária de escola que era a maior autoridade da escola um outro grupo articulado como que tinha sido diretor até duas horas antes e que ficou como assistente heliópolis tinha já sinas toques
de recolher em vários momentos eu coloquei a mão na cabeça e falei meu deus do céu que que eu fiz da minha vida porque eu não podia voltar para trás eu tinha dois cargos de professor tinha pedido a exoneração dos dois porque eu não consigo ser diretor de escola com compromisso de oito horas e meia nove horas e ainda dá aula pra mim seria impossível então não teria volta e duas idéias me salvou enquanto profissional enquanto sujeito enquanto educador primeira idéia tudo passa pela educação não é pela escola a escola é apenas um dos locais
que têm que se preocupar com a educação a educação é uma tarefa de toda a sociedade de toda a entidade de toda a instituição da família ao estado da educação é tarefa de todos ea outra ideia é que a escola tem que ser um centro de liderança atuando articulada médico com as lideranças da comunidade e essa luta da escola com a comunidade não é uma luta só pela melhoria da qualidade do ensino mas é uma luta para efetivação dos direitos das pessoas então essas duas idéias me salvaram porque eu comecei a procurar parceiros entre os
alunos parceiro entre os pais parceiro entre os professores e uma das coisas que eu fiz e que às vezes as escolas não têm essa visão correr atrás das lideranças da comunidade trazer as lideranças tratar junto com a gente na que essas lideranças entendam que a educação é importantíssimo inclusive para qualificar as outras lutas deles com o passar do tempo a gente formou um grande grupo é eu e duas coordenadoras pedagógicas montamos um curso que nós demos o nome de educação e cidadania e eram quatro reuniões para cada grupo em cada um desses grupos nós é
convidavam as lideranças comunitárias depois no final do ano todos aqueles que participaram a gente fez uma reunião e nasceram é quatro comissões de pais que começaram a atuar roth diana mente na escola em 1999 foi um ano muito difícil uma aluna nossa chamada leonarda ela saiu da escola às 23 horas faltavam três meses para completar 16 anos de idade quando foi 23 e 45 ela recebeu cinco tiros na cabeça e eu fui ao velório dessa aluna eu eo professor orlando quero um professor de português uma liderança entre os professores fui ao velório e me coloquei
de um lado do caixão e o professor orlando do outro lado quando eu olhei dentro do caixão eu não via leonarda que era uma menina alegre quer uma menina sociável que era uma menina bonita eu vi ali uma coisa monstruosa e eu comecei a pensar que sociedade é essa em que mundo que nós vivemos que um casal um rapaz e uma moça se apaixonam tem um filho uma filha cuida durante 15 anos e alguém resolve simplesmente tirar a vida e fica só sofrimento e quando nós saímos do velório e olhei professor orlando e falei orlando
nós somos omissos a gente sabe de tudo o que acontece e o que é que nós fazemos para mostrar que nós não aceitamos essa banalização da vida olhei para ele e falei você ajuda a organizar uma caminhada pela paz pelas ruas e vielas de heliópolis ele falou o brás eu ajudo há muito tempo eu tô pensando nisso eu ajudo ele nem pensou ele me deu uma carona eu parei na rua da mina onde tenha a urnas com a associação de moradores e fui até lá o presidente era joão miranda e falei joão tem imagem da
urna sair fronteira você poderia chamar por favor chamou eu falei olha muito tempo nós estamos aqui tentando nos decidir por uma ação para mostrar que nós não aceitamos a banalização da vida fez a ajudam organizar uma caminhada pela paz pelas ruas e vielas de heliópolis e ouvido joão miranda algo que eu vou me lembrar na hora que eu tiver morrendo ele falou assim o brás meu irmão meu amigo você não precisa mais fazer uma pergunta dessa pra nós porque se a escola está nós já estamos porque para nós não existe a escola lá e nós
aqui nós somos a mesma coisa trabalhamos dois meses e meio e meio e realizamos a primeira caminhada pela paz de heliópolis e agora neste ano em junho nós realizamos a 15ª caminhada ea gente chega reunir de 15 mil a 20 mil pessoas nesta caminhada tal um problema da comunidade violência é também problema da escola e com essa caminhada com essa resposta do joão miranda eu cheguei à conclusão que as duas idéias tinha se concretizado tudo passa pela educação e escola é um centro de de liderança atuando articuladamente com a comunidade ea escola começou a aparecer
na mídia é só que quanto mais a escola parecia mais triste nós ficávamos porque o que acontecia dentro dela era horroroso como horroroso o que ocorre dentro de grande parte das escolas do país interferir nessa relação é muito complicado porque são relações pedagógicas seculares e não é fácil de aprender aprender é muito fácil diz aprender é muito complicado e no ano de 2004 entraram é três professoras na sala da direção e uma delas o glória braz realmente no quesito integração escola comunidade a nossa escola é um exemplo mas as coisas não rolam lá dentro da
sala de aula eu fiquei felicíssimo né ela falou com cuidado e tal eu fiquei feliz porque era exatamente o problema está vindo do professor aí eu porque tem muita gente que vê que as coisas no rolon aí você pergunta pra ele qual é a sua proposta para rolar cara cai fora mas ela falou 'não eu tenho uma proposta sabe então a escola em portugal a escola da ponte o diretor ficou 30 anos a escola não tem parede a escola não tem ciclos a escola não tem seria são um pouco quando o aluno tenha seis guará
falou 187 eu falei nós em 1804 períodos têm essa escola ela falou não é período integral exemplo de mãe sai à tardezinha nós temos quatro períodos e aí eu fiz várias pontuações eles saíram e aí nos dia seguinte eu abri a minha porta em baixo tinha um bilhetinho que essa professora mara colocava em baixo da porta quando a porta estava aberta ela deixava os bilhetinhos cima da mesa e ela se tava lá aquele povo que escreveu defendendo a escola da ponte como quando a escola começou a ser contestada como rui canário aqui ela citava o
rubem alves e eu fui depois fazer um curso de pós graduação lato sensu e o meu trabalho de conclusão de curso foi a implementação de uma metodologia de ensino com base nos princípios da escola da ponte que significou isso significou que 12 gente já tinha derrubado um muro depois eu vou falar desse muro ali né é vou falar já o muro foi derrubado por que em 2002 roubaram 21 computadores da escola e como a escola ela era considerada mais integrada com a comunidade isso foi muito dolorido ea gente saiu falamos com as pessoas com os
donos de bares e falar olha quem foi roubado foram os filhos de vocês foram vocês que foram roubados não foi a prefeitura fez pago impostos se esses computadores não voltar pra lá quebrou se um símbolo e aí três dias depois com a moto e um carro para eu fiquei meio preocupado que eu tava trânsito computadores não tirou a cabeça para fora falou sobre as sobre o barato dos computadores nós vamos devolver todos e queremos autorização do senhor para devolver na comunidade que a gente tem medo de devolvê la ea polícia passar e nós vamos ter
problema depois disso eu tirei o muro porque entende que a segurança da escola não é um mundo muito pelo contrário ficava mais fácil roubar porque pulava e podia trabalhar à vontade quebrar a parede mas isso causa problemas né causa problemas então hoje a escola presidente campos salles nós pegamos tiram várias paredes interno e transformando doze salas de aula em quatro grandes salões o aluno tem um grupo de no máximo quatro aluno o que articula professor professor aluno aluno todos eles é um roteiro de estudo que os professores elaboram com antecedência esse roteiro entregue para os
grupos e os grupos escolhe se eles querem trabalhar a história naquele dia o geografia ou matemática o ciência mas o projeto revolucionário porque quando o aluno tá fazendo matemática 1 teve uma dúvida ele conversa entre eles esclareceu a dúvida eles continuam a trabalhar autonomamente não esclareceu a dúvida levantasse a mão e um dos professores presentes que são no mínimo três dentro do salão vai até o grupo aí o projeto é revolucionário porque o aluno está com dúvida em matemática o professor que vai tirar dúvidas o professor de história então lá no campo sales todos os
professores têm que ir para a sala de aula sabendo que cada disciplina está levando no roteiro no início tinha o questionamento ea especificidade e eu perguntava você fez ensino fundamental fiz então nós estamos falando de ensino fundamental de ensino fundamental é não tô dando conta viu com o tempo viu francisco vai rodar vou conseguir a escola presidente campos salles né a gente tirou muro colocou pra vocês tiramos algumas paredes mas as paredes que nós estamos querendo tirar são outras mas eu quero colocar pra vocês que entorno como campos salles passou e é um símbolo para
a comunidade ela passou a ser também uma moeda para a comunidade negociar com o poder público em volta do campo sales está sendo construído um centro de convivência já tem seis escolas contando com campos sales no mesmo espaço tem um centro cultural tem uma etec e está começando agora a construção da terceira fase que são duas quadras de esporte uma piscina um prédio de cinco andares para abrigar projetos com a comunidade então a escola ela foi para além das suas paredes inclusive nesse sentido ajudando a comunidade tem um grande centro de convivência que é um
grande passo para transformar heliópolis no bairro educador princípios do projeto da escola campos sales tudo passa pela educação escola como centro de liderança autonomia responsabilidade e solidariedade no ano de 2008 há urnas principal associação de moradores fez uma assembléia com mais de 400 moradores e votou que os princípios que irão nortear a transformação de heliópolis uma escola seria os princípios da escola presidente campos salles para as fotos têm 51 segundos paredes tiramos várias paredes internas da escola tiramos o muro de alvenaria só que as paredes que nós estamos querendo tirar estamos tirando são outras invisíveis
que está na nossas cabeças e que são muito mais difícil de quebrar tal que paredes nós queremos quebrar as paredes que separa o professor do aluno as paredes que separam o homem da mulher as paredes que separam as classes sociais as paredes que separam o gay do heterossexual nós queremos quebrar todas as paredes e francisco por isso eu estou aqui para ajudá los a quebrar paredes