[Música] duas ocasiões muito fortte numa terceira eu tinha certeza, falei: "Cheguei até orar para ir embora". Me faltou o fôle quando eu tava até dirigindo, eu parei no lugar, baixei a cabeça, eu falei: "Pronto, agora eu me despedi." Aí Deus não queria bagunça lá em cima. Falou: "Deixa esse, deixa esse rapaz mais tempo aqui embaixo que tem algumas lições de casa para fazer, né?" Então, difícil dizer isso. Hum. Eu vou dizer até com um peso. Apesar de tudo, eu acho que no final das contas isso foi muito bom para mim. Eu tinha uma tendência muito
maior de ver o mundo, a teologia, muito pela leite da razão, porque quando você tem a dimensão da dor, você olha pro outro ser humano de maneira diferente. É, e eu percebo como é difícil pr as pessoas que estão em contato só com essa teologia mais triunfalista de conciliar essas duas coisas, né? Que que é teologia? O que que a palavra de Deus fala de sofrimento? Fala galera, diascop Douglas Gonçalves por aqui para mais um Disascop podcast. Olha, vocês sentiu empolgação aqui na minha fala, porque esse encontro aqui, eu tava assim, ó, há uns 3s
anos assim atrás, esse encontro vai ser muito boa essa conversa aqui com o meu convidado que, eh, tanto já abençoou muitos dos que estavam aqui, você sabe quem é, porque você clicou aí, né? E recentemente assim, muito feliz de ele tá sempre nos podcast sendo chamados para embasar sobre assuntos até às vezes difíceis. Eh, mas assim, já há muitos anos a gente é abençoado todo o conteúdo teológico que Luís tem produzido e eu tô muito feliz para ter esse papo. Ó, antes da gente começar, se inscreve aqui no canal, deixa seu like, comenta aí no
meio da eh eh da da do nosso episódio, porque você vai tá ajudando a plataforma entender que isso aqui é relevante, divulgar mais ainda, beleza? Combinado? Compromisso. Então, vamos embora. Podcast de hoje, [Aplausos] [Música] Luiz Sa. Obrigado. Prazer grande. Você tá aqui. Eu acho que o primeiro contato que eu tive com eh o seu conteúdo tal foi Rota 66, né? Opa, que beleza. Rota 66. E você assim sempre teve muito ligado essa questão da da do dos recursos disponíveis pra gente pregar a palavra aí, porque R6 já era tudo em vídeo, né? Já era tudo
era os DVDs, né? É. Então, Douglas, primeiro, né? Muita gratidão pelo convite aqui, né? Aliás, falar pra galera antes que vocês saiam aí, vão ouvir o Saião e o Douglas aqui, né? Um prazer grande. O Disoscópia é muito relevante, tem feito um trabalho muito especial. Parabéns, né? Então, o lance é o seguinte, né? O o Rota 66, o Rota 66, ele ele surgiu de uma necessidade no contexto da Rádio Transmundial, da gente fazer um um uma exposição bíblica da Bíblia toda. Uhum. de uma maneira, vamos dizer, embasada e ao mesmo tempo contemporânea e sensível à
realidade. Então, a ideia, como é que você fala da Bíblia de uma maneira mais assertiva, com uma pitada de humor e com relevância, bom, para que uma pessoa que nem tem nada a ver com igreja vai se ligar. Então, a gente fez esse projeto, né? Foram 3 anos na transmundial, três anos. E ele se espalhou primeiro por áudio, depois com vídeo em parceria com o nosso, né, querido irmão Ched, que descansa no Senhor. E hoje ele virou um projeto mundial global, sendo traduzido paraas 10 línguas mais faladas no mundo e foi o primeiro projeto estrangeiro
que foi importado pelos Estados Unidos, pela TWR, Trans World Radio para fazer um investimento pesado e torná-lo mundial. Então você pode ouvir o rót hoje em mandarim, em japonês, em francês, mandar eh em em espanhol, em inglês, né? E tá sendo traduzido em em Indonésio, em da Guinébissal e tá se espalhando pelo mundo todo. Aí foi um negócio muito muito legal. Maravilhoso. E e é lindo como os projetos começam. Às vezes perguntam como é que começou o desescópio como e sempre é isso, né? É sempre assim. Eu gosto de comparar com a multiplicação dos pães,
né? É um menino que saiu de casa e que que ele fez? Uma marmita. Exatamente. E aí Jesus decidiu pegar a marmita de alguém e multiplicar. Então assim, é sempre assim, a gente queria servir pessoal que tava ouvindo a rádio, a gente queria, eu queria servir os líder, os jovens da minha comunidade local e Deus às vezes quer pegar e fazer. E foi despretencioso mesmo, né? Como eu gosto de dizer, a gente foi fondo, foi fondo, né? E quando quando foi e foi ver, a coisa se desdobrou com naturalidade, né? Isso. Muito bom. Eh, eu
queria, vou começar de trás para frente, eh, Luí, que, eh, quando você chegou aqui, vou, eu, eu abracei o o Vini ali com força e você falou: "Me abraça devagar", né? E você compartilhou nas redes sociais e essa luta que você tem passado desde o Covid, né? E e pelo que eu li, eh, a principal questão são dores constantes, tal. Que que aconteceu? Então, o que aconteceu foi o seguinte, né? Eu fui muito cuidadoso na pandemia, né? Porque eu sabia, né? Eu comecei logo logo de de cara tive um membro da igreja que morreu bem
no início, né? E muito rapidamente. Então eu falei: "Esse negócio realmente é sério". Então eu tomei todo o cuidado de distanciamento, né, tal. E eu diria que o que todo mundo sugere de qualquer lado do espectro, né, de interpretação da realidade, eu fiz. Mas no começo de 2022 eu fiz uma viagem para Israel, né, como eu tenho feito muitas com esse enfoque de ensino bíblico, levando um grupo arqueológico, bíblico, histórico. E lá nessa viagem, já no final do COVID, foi começo de 2022, quando o pessoal dizia: "Não, é o Omicron, não sei o quê, é
leve", né? E eu tinha feito um teste, né, da minha, vamos dizer, resistência do COVID e o teste deu que eu tinha 97% de proteção. Então eu fui bem tranquilo, mesmo tomando todos os cuidados, eu peguei lá. Quando eu voltei, né, no próprio retorno que eu comecei a sentir o negócio forte, eu tinha vontade de pular do avião de dor. Parecia que eu tava com facas, vamos dizer, em brasa dentro do corpo, né? Eu nunca tinha sentido um negócio daquele jeito. Então, a minha crise foi muito acentuada. Eu só não fiquei internado porque o meu
médico de confiança diz: "Olha, fica em casa, porque se você for, é provável que você não volta mais, porque tem uma série de desdobramentos, você vai pegar outros vírus, bactérias, o organismo não tá bem." Então eu fui monitorado à distância e terminando o período de crise, ah, eu fiquei com desdobramentos muito complicados, né? E encurtando um pouco a história. Uhum. Eh, depois de passar por n especialistas, tal, eh, o que se compreende é que eu tenho o que é chamado de uma enéfalomielite miálgica, uma inflamação a partir do cérebro do encéfalo, que se desdobra por
pro pelo organismo. Isso tem conexões com aspectos neurológicos e e celular que provoca alguns efeitos como se o meu organismo tivesse ficado bandido. Ele luta contra mim. Então o que que eu tenho? Como se fosse o autoimune ali. É parecido com isso. Um desdobramento muito mais intenso. Então o que que eu tenho o tempo todo? Eu tenho inflamações direto, o organismo está permanentemente inflamado. Eu tenho ah também eh dores que são decorrentes disso. E é assim, tá doendo o corpo todo, o tempo todo. Sim. Sim. Não, são 3 anos, 24 horas por dia. Não tem
sossego. O que existe, como tá doendo o corpo todo, tem um ponto de dor que é muito mais intenso que os outros. Então eu só sinto aquele. Uhum. Quando aquele alivia, aí eu vou sentir o próximo. Ah. Então assim, mês passado era aqui aparecia que é que eu tava pedindo para ninguém me cumprimentar porque vem oh saí pai é só o mês que vem que eu levanto, né? E aí hoje não, hoje eu tô com dificuldade de sentar, né? Inclusive até deixei uma posição na faculdade de teológica de São Paulo que eu não tava conseguindo
mais sentar e dar aula não conseguia nem em pé nem sentado. Eu falei fica difícil, né? É. E aí eu faço um tratamento, né? Um tratamento bem intensivo, especialmente com uma médica do Dra. Adriana, que lida com o que a gente chama eh de medicina integrativa, né? E nessa medicina integrativa, então eu faço ozonioterapia, eu faço imunoterapia, eu faço uma espécie de eh, como é que a gente chama de eh estimulação transmagnética, transcraniana magnética para lidar com centros de dor a partir daqui. É, é com o choquinho assim, não é semelhante? Ele faz um um
uma onda ali, né? Faço fisioterapia especializada, né, com a Dra. Janine, que mexe com isso. Tem um médico especializado em dor, Dr. Vu, que também até uma assessoria muito grande. Fo boa parte da semana fazendo isso, né? Aí eu faço imunoterapia, essa fisioterapia especializada. Ah, e também eu tomo de 40, mais ou menos 40, 50 nutrientes toda semana, que e alguns são medicamentos, não tanto, mais nutrientes, porque como o organismo aí como que ele tá, vamos dizer em curto, então, por exemplo, meu gasto de vitamina C é altíssimo, então eu preciso repor muito. Então eu
porque no alimento não dá para pegar, né? Uma hora de de soro na veia direto, né? E quando eu eu passei da primeira fase do COVID, todos os meus exames diz que eu tinha tudo e mais um pouco, né? Como se eu tivesse câncer de tiroide, como se tivesse câncer de próstata, como se eu tivesse um perigo muito grande. Eu tive um pequeno AVC nesse processo, né? Então tudo foi muito, na verdade do em duas ocasiões muito forte, numa terceira eu tinha certeza, falei: "Eu cheguei até orar para ir embora". Falei: Deus, realmente eu me
faltou o fôle. Quando eu tava até dirigindo, eu parei no lugar, baixei a cabeça, eu falei: "Pronto, agora eu me despedi, né?" Aí Deus não queria bagunça lá em cima. Falou: "Deixa esse, deixa esse rapaz mais tempo aqui embaixo que ele tem algumas lições de casa para fazer, né?" Então, foi muito eh doído demais, muito assim. Então, eu lido com isso, né? Mas assim, no final da é difícil dizer isso. Hum. Eu vou dizer até com um peso. Apesar de tudo, eu acho que no final das contas foi muito bom para mim, porque antes de
passar por essa dor tão escruciante, eu tinha uma tendência muito maior de ver o mundo, a teologia, muito pela lente da razão, do meu conhecimento, da minha maneira. E aí eu acho que Deus me permitiu passar por isso para ver se eu fico mais crente. Porque quando você tem a dimensão da dor, você olha pro outro ser humano de maneira diferente. É, a gente eh eh entende muito mais por que Jesus teve que sofreu que sofreu. Ninguém sugere nenhum masoquismo espiritual, mas assim, a chance que a gente tem de enxergar-se a si mesmo de maneira
mais adequada, a percepção da brevidade, da limitação da vida, a responsabilidade, porque antes eu ia pregar e muitas vezes me achando o cara, pô, eu conheço, eu sei, pode deixar, não me dá aí que eu faço. Agora eu penso assim, vou falar, isso é muito importante, isso vai cair na coração da pessoa, isso vai mudar ou não a vida dela para mais ou para menos. Então o senso de responsabilidade multiplica, né? E aí você também tem uma sensibilidade hoje quando alguém chega para você, escuta, vamos ajudar o pessoal que tá passando por isso, vamos fazer
uma coisa na outra direção. Bom, se ele tá passando é problema dele, né? Ele não se prepara. Agora a gente já pensa diferente, né? Então, eh, aquela coisa agradou ao senhor Moelo, né? Para mim hoje tem um sentido especial. É muito difícil, né? É, é a coisa boa que cada dia assim eu eu tenho que enfrentar a realidade. Eu não sei. Então, amanhã eu acordo, não consigo pisar no chão. Parece que alguém enfiar uma faca no meu pé. Eu não sei como e por quê. No outro dia, né, eu sinto que a coisa tá doendo
em outra parte. E outro elemento que eu não falei, né, que são os outros dois, um é alergia, alergia maluca. Minha alergia o chamado IGE, hum, que era para ser o máximo 114, deu 921. Deus, e você não acha a fonte do problema. Tira isso, tira aquilo, não come isso, não come aquilo e não muda. E aí na alergia é coceira e é uma coceira assassina. O negócio, por exemplo, eu chegava de manhã, acordava, isso aqui tá tudo vermelho, tudo do nada. Eu não fiz nada, eu não comi nada, não passei nada, não teve nada,
não teve um elemento externo que causou aquilo, é o curto interno. Agora eu tô fazendo um tratamento mais específico que tá se descobrindo que isso tem a ver com o que é chamado mastócitos e índice estamínico de alimentos. Então tá um pouco mais controlado. E a falta de energia, então eu era maluco de pedra, né, como se tivesse sido curado, né? Eh, eu até eu tava falando, né, com o nosso amigo aí, o o Vinícius, que foi me buscar, V, que eu eh conseguia pregar seis vezes num dia e sem se sentir cansado. Sim, sim.
E eu eu fui pra Indonésia uma vez num num para ajudar uma missão lá, que é um voo maluco, né? Indonésia eu fiz uma vez. Eu fiz dois voos porque eu eu na verdade eu passei em Portugal, depois eu eu fiz um caminho porque eu tava usando milhas, fui passei pela Rússia, passei pelo Emirados Árabes, passei duas noites no avião seguido em classe econômica. Cheguei, desci em Singapura, peguei o voo paraa Indonésia, cheguei lá, jantei e dormi. São 10 horas de diferença de fuso. É, no outro dia cedo, o pessoal foi me buscar, eu dei
aula das 8 da manhã às 10 da noite. E na última hora o pessoal falou: "Olha, não dá para ser em português que o tradutor não veio, pode ser em inglês". Eu mudei, eu não te senti canceira, eu não tive jet, eu não tive nada para nunca ninguém veio aqui. Então eu sou louco de pedra no sentido que eu fazia coisas assim, agora eu não. Igual se eu venho paraa Bragança, eu chego cansado. Se eu faço São Paulo, Curitiba, eu já desço precisando. Hoje eu eu durmo à tarde várias vezes. Eu tenho um outro nível,
né? Se eu falar duas vezes no dia, isso já pesa, né? Então é, essa é a situação. Mas quem sabe a gente aprende um professor, assim, essa questão do sofrimento, né? Eh, eu percebo que uma coisa que se espalhou no Brasil e vindo, né, também nossos irmãos americanos que a gente sempre admirou muito e tal, é esse que a gente chama de um triunfalismo, né? A Bíblia fala de vitórias, a Bíblia fala de cura, a Bíblia fala de milagres e tal, mas tem esse tema ali o tempo inteiro, né, do sofrimento, né? E eu percebo
como é difícil para as pessoas que estão em contato só com essa teologia mais triunfalistas de conciliar essas duas coisas, né? Que que é teologia? O que que a palavra de Deus fala de sofrimento? Então, vamos lá, né? Eh, e a questão, por que que um Deus pode me curar? Tem poder para isso? Então, a questão, eu acho que é o corte limitado e a falta de percepção do que que é realmente bênção e vitória. OK? Qual é a questão? Claro, Deus criou todas as coisas. Deus nos criou com sentidos, com uma capacidade de apreciação
de tudo isso. Então, o prazer, por definição, é uma bênção. Uhum. Ah, posso falar uma coisa maravilhosa aqui? Nada é mais gostoso de comer uma manga madurinha assim, daquela geladinha assim, né? ou coisa, né? Então, é é extraordinário. A própria proposta da eternidade é que nós, né, teremos uma satisfação eterna junto com o criador. Então, tudo isso é muito bom, muito bonito. Só que, qual é o problema? Em função da nossa limitação e da nossa fragilidade moral e espiritual, a gente aprende a ter satisfação no que não é bom, OK? no que é prejudicial. Daí
tá a força do vício, daí tá a força de uma série de coisas, né? O Cbart dizia que o humor é a coisa mais próximo da graça de Deus, né? E é verdade, mas quando o sujeito cai e bate a cabeça, dá risada, não é tão legal assim. Então o ser humano aprende a lidar com o prazer de uma maneira indevida. Então o que que acontece? Eu acho que quando você tá num nível de caminhada muito pueril, você é muito assim. O que o Kirkard dizia, né, que é o homem estético. Olha, Deus me deu
um carro, Deus me deu não sei o quê. Ah, agora eu eu sarei, né, eh, da minha dor nas costas. Beleza? Mas quando você olha a amplitude da vida, o sentido que tem a ver com a redenção, você descobre que isso é muito pequeno, isso é muito limitado. você achar que você comprou um tênis novo, que você trouxe, sei lá, um blazer importado e e e você reduzir ao universo consumista do mercado aquilo que você chama de bênção divina, é ter um olhar muito pequeno pra realidade de Deus. E aí, o que que você descobre?
que Deus quando age na nossa vida e quer nos livrar de nós mesmos, dos nossos castelos, dos nossos feudos, né, que trazem um em si mesmamento praticamente idolátrico que produz um narcisismo inclusive hedonista, Deus abala as nossas estruturas. Então, Deus tira o povo de Israel do Egito, mas não põe na terra prometida. precisa passar pelo deserto. Essa experiência de confrontação de si mesmo, da qual a dor faz parte, ela é fundamental paraa nossa caminhada, a nossa formação. Então você vê, apesar das bênçãos, dos milagres de Deus, Deus não deixou fácil para Moisés. Deus diz: "Moisés,
você vai lá e para ficar mais legal, você quer o passeio com emoção ou sem vou endurecer o coração do faraó?" Exatamente. Com emoção ou sem emoção? Exatamente. Foi endurecer o coração do faraó. Aí fica mais emocionante. Não vai ser fácil 10 vezes. 10 vezes. É, a coisa vai pegar. Então o que que acontece? Os apóstolos todos passam por sofrimento. Colossenses 1 vai dizer que falta a gente eh cumprir, completar as aflições, os sofrimentos de Cristo ah que se completam no seu corpo. Então nós, num certo sentido, somos chamados nesse desafio. Paulo fez milagre, ressuscitou
eutico, mas no espinho da carne, a minha graça te basta. A gente vai ver que Trófimo ficou doente, Mileto, Timóteo toma água com vinho. Então assim, eh, o que que é importante? Importante é a glória de Deus. O importante é você cumprir aquilo que Deus tem na sua vida e às vezes, a partir dos caminhos de Deus, um pouquinho mais de pimenta vai cair na sua sopa, um pouquinho mais. E isso não necessariamente é uma bênção, pode ser uma possibilidade. Pode ser. você pode transformar em murmuração, em revolta, ah, em uma atitude, inclusive de desespero
e desânimo. Ah, achando que, eh, eh, eh, sem tem sem ter lido o livro de Jó, né, que Deus tá por trás desse cenário, mas é uma oportunidade que a gente tem de aprender. E aí a gente, eu gosto de terminar aqui com o Salmo 73, né? Porque ele fica indignado, né? Porque ele tá com o problema e ele olha a prosperidade dos maus. É. E ele fica revoltado. E aí ele faz a conta e parece que não fecha. Aí ele não fecha. E ele fica indignado. Ele passa por um processo que depois ele cura
quando ele entra no santuário de Deus. Ali no verso 16, 17, quando ele termina, ele termina e descobre. Sabe de uma coisa? Bom é estar junto a Deus. Então, quando a gente percebe, tudo bem, é legal ter um benefício à minha volta, mas isso não realmente preenche, isso vai dar sede de novo. Então, é bom estar junto a Deus. E ele termina dizendo, sabe de uma coisa? Agora eu vou contar para todo mundo. Quando você descobre que o bom, o bem maior da vida é Deus e a relação com ele, aí essa dor se transforma
da flor que nasce no meio do deserto. E aí a gente a gente sai chamando urubu de meu louro, né? A gente termina termina com abacuk, né? Abacuk no três lá ele não termina dizendo: "Ah, eu me consolarei". Não, eu, né? Ainda que a figueira não florça, que tudo dê errado, eu exultarei no Deus da minha salvação. Ex. Falando nisso, ó, já que o negócio tá difícil aqui, pra gente ver como é que tá a nossa dor, a gente vai dar uma aliviada aqui, né? Obrigado. Nada. Que é isso? Eh, e eu achei muito legal
o que você falou antes ali. Você até se emocionou dizendo, né? Foi bom isso ter acontecido. E é muito difícil essa frase, né, quando você tá falando de dor e tal. E e eu essa a segunda-feira eu tava com muita dor no dente, tava com dor, inflamou aqui assim. E aí eu fui lá no no dentista, né? E aí eu cheguei lá, tinha tinha infeccionado, aí ele deu a injeção dentro, você sabe aquela injeção dentro do da infecção para poder eh anestesiar, tal. E aí anestesiou para poder mexer. Aí eu saí de lá, né, sem
dor. E aí eu entrei no carro assim e eu comecei a ser ministrado assim, sabe? Porque eh eu tava sem dor, mas a custo do quê? A não ter sensibilidade. Olha só. Então quando eu relava no meu próprio rosto, eu não sentia. E até eu falei: "No, eu não sinto um carinho. Então eu não tenho dor, mas eu também não sinto nada. O afeto. É verdade. E aí eu eu sinto que essa há uma idolatria do conforto na nossa geração e eu nem sei explicar o por como a gente chegou nisso, né? Comparado aos nossos
avós e tal. Há uma idolatria do conforto e um medo absurdo da dor nós que eh a gente tentando construir um caminho sem dor, a gente tá construindo um caminho insensível, né? Nós nos tornamos pessoas insensíveis. Porque a minha impressão, olhando pra vida de pessoas, até que a gente vai pastoreando tal, né? é que nós estamos lidando com pessoas anestesiadas. Elas são assim anestesiadas de entretenimento, anestesiadas das compras, anestesiadas de uma carreira e de até de aposta, de de pornografia, do que for, parece que ela precisa viver anestesiada, tipo assim, e cada vez mais pessoas
insensíveis, né? Eu acho que isso é um é um problema, porque a nossa realidade tecnológica, ela multiplicou os estímulos sensoriais. Então você é invadido, a pessoa não consegue ficar quieta, né? Então ela precisa ouvir algum som para mexer, ela precisa tá vendo imagem, ela precisa tá dependendo da coisa. E isso acho que produz uma espécie de vício, né? E e a coisa é cada vez mais forte. Então, por exemplo, pessoa se acostumava a comer um arroz com brócolis, agora não. Ele tem que comer só uma coisa muito, uma delícia, muito doce ou muito gordurosa, porque
ele tá nessa dependência do prazer. E eu concordo com você. E eu acho que esse tipo de coisa ela ela é mais complicada porque a as pessoas vão se tornando imperceptivelmente através dessa didática da sensorialidade indevida, eh, muito egocêntricas e facilmente ofendidas. E tanto é que hoje aumenta o pessoa, por exemplo, o adolescente que o pai e a mãe tira lá o a dependência dele do celular ou de qualquer coisa, ele sai agredindo, né, por causa desse tipo de coisa. Então eu acho que a gente tá num caminho complicado. E aí eu eu gosto de
me lembrar dos exercícios espirituais que Jesus sugere pra gente, né? Eu acho muito bonito, né? E como eu sou meio devagar, eu demorei para aprender isso, né? E aí a gente vê o conselho, né? Você quer fazer um exercício espiritual bom? Olha as aves do céu, né? Dá uma olhada nos lírios do campo. Quer dizer, o segredo da vida tá em ver o milagroso, o extraordinário no cotidiano, na coisa mais simples. Quando eu fui alcançado pelo evangelho, o primeiro sinal assim do banho da graça de Deus foi eu. Eu comecei a me maravilhar com as
coisas mais banais do mundo. E quando você tá adoecido, a coisa mais espetacular, ela é recebida com uma insensibilidade, né? E a palavra pesada lá de Primeira Timóteo dos últimos dias é marcada por essa insensibilidade. Inclusive as pessoas serão sem afeto natural. Que é uma expressão sem amor até pelos familiares, né? Então, nesse caso, eu acho que realmente grande parte da nossa sociedade tá adoecida, né? Mas ao mesmo tempo e existe uma sede, né? Uma busca, um desejo de achar um pouco de água no meio desse desse mercado extravagante do que essa experiência da insensibilidade,
né? Eh, eu já pastorei há alguns anos e a gente plantou a família de Zascópia que fazem 7 anos, né? E nesse período algumas irmãs, alguns casais aconteceu de ter perderem um bebê, né, a começar a gestação e com três qu meses perderem o bebê, tal. E a gente tava sempre ali e tal, né, por perto e conversava e tal. Mas eh eu não tinha sensibilidade necessária da desse fato, né? Até que minha esposa engravidou, nosso terceiro filho. E com alguns meses a gente perdeu essa gestação. Quando a gente se deparou com aquela dor daquela
perda, né? Eu eu confesso que passado algum tempo, depois de uns dias, uns meses, tal, eu voltei na algumas dessas mulheres para falar: "Olha, você me perdoa". Que coisa, hein? Eu não, eu não sabia a dor que você tinha sentido, né? Eu não tinha noção do que era, entendeu? E eu não dei a devida importância que eu deveria ter dado. Eu errei, pequei, fui insensível. Então eu percebo que existem algumas lições que Deus precisa nos ensinar por dentro, né? Tem algumas que você lê o livro e funciona, mas tem várias que você vai ter que
passar por dentro, né? Para a gente faz o download, mas não instala, né? Obade instala. Isso é verdade. Isso é verdade. Eh, agora já são quantos anos aí dedicados ao ensino? Olha, eh, vamos dizer assim, eu comecei muito novo, né? Porque eu passei a a estudar para me preparar para servir a Deus já aos 17 anos de idade, quando entrei na universidade, né? Uhum. Então, você a universidade já era direcionada? Ah, já. Já, porque Deus mexeu comigo nessa direção aos 13 anos de idade. Me conta, me conta um pouco da sua história com Cristo. Eh,
você vem já de um berço, de uma família cristã, já de tradição. Foi o seu encontro pessoal com Deus? A minha história ela é um pouco eh complicada, inusitada, né? Eu eh nasci em São Paulo, aqui na na capital, né? Cresci inicialmente, eh, principalmente na região da Lapa, depois mais perto do centro da cidade, mas eu não convivi com os meus pais biológicos, tive uma situação familiar um tanto complicada e eu passei a viver com parentes próximos. Vivi um tempo na casa do meu avô, que faleceu quando eu tinha 6 anos, depois com tios meus,
né? E e nessa lacuna pessoal, né, profunda e eu tendo a mente muito agitada, eu desde muito novo, né, eu desenvolvi um caminho bastante problemático internamente, né, problemático no sentido em que eu tentava fazer as minhas artes estripas e escondendo de todo mundo, né, e ao mesmo tempo sentindo o vazio. Então eu tinha assim entre 9 e 10 anos de idade, eu tava na escola e naquela semana foram falar que era o dia das mães, né? E aí eu escutei aquilo e eu não aguentei. Aí eu eu entendi que eu não tinha mãe como todo
mundo tinha. Aí eu saí chorando, berrando, né? E fui tirado da da classe e tal. E com o tempo eu me tornei um menino bastante violento e mal. brigava na escola com todo mundo, arrumava confusão, era o pior aluno da classe, chegava a ser separado, porque eu sempre nesse processo eu fui eh piorando pessoalmente, com crise, né, pessoal, em função de toda essa situação. Em casa, eu achei uma Bíblia católica, família era de tradição católica, tinha interesses cardecistas, mas no fundo não tinha nenhuma vivência assim. Aí eu comecei a ler a Bíblia, fiquei impressionado com,
não sabia que era aquilo, aquela aquela azul é uma Bíblia desse aqui semelhante. Era até uma capa um pouquinho diferente, não era bem azul, mas eu em pouco tempo, questão de meses, eu li mais de 300 páginas da Bíbl tinha 10 anos de idade, passava o dia todo lendo, né? Até que uma pessoa da frente lá, isso aqui não é bom para você. E eu até contava as histórias, olha, eu li isso pros pro pessoal na na escola, tal, né? E eu tava a ponto de ser expulso, né, da escola por comportamento realmente muito problemático,
né? Eh, então quando o moleque eu roubava dinheiro de casa, mexia no relógio para ir mais cedo para pegar os moleques, a gente sair, cabular a aula e depois voltar como se tivesse assim, né? E a partir então dos 10 anos e meio para 11 anos de idade, eu comecei a pensar, vida não tem sentido, nada assim. Então eu morava no sexto andar num prédio, fiquei com vontade de me jogar de lá. Eu falei: "Olha, não, não significa não dá". E eu tinha aquela situação e ao mesmo tempo, graças a Deus, tinha medo de altura.
Então eu olhava, ela falou: "Não, isso aqui é muito alto, não tem jeito de pular no num não andar mais baixo, não, mas não vai dar resultado." E nesse nesse momento, um dia eu tinha uns 11 anos, eu olhei para cima e vi o desenho das nuvens, né? E aí eu falei: "Deus, será que o senhor existe? O senhor existe mesmo? Então, se o senhor existir e tiver me ouvindo aí, faz alguma coisa, porque acho que não faz sentido viver nada disso. Eu não aguento mais, eu nem queria est vivo, né? Passaram alguns meses, né,
um primo meu que resolveu sair daqui, foi, casou-se, né, tinha uns filhos pequenos, foi morar no Tocantins, antigamente, o norte de Goiás. que ele foi ser médico lá, uma pessoa extraordinária. Aí ele ficou sabendo da minha situação turbulenta da família lá. Minha meus tiam com muita dificuldade de lidar comigo. Ele falou: "Ó, resolveu me convidar para ir para lá". E eu fui em maio de 1975 num Fusca Branco. Eu saí, né, da turbulenta e poluída cidade de São Paulo e me dirigi a 1850 km daqui da região para ir para Miracema do Norte, na época
Miracema do Tocantins hoje, né? E fui morar lá no contexto da região amazônica. A esposa dele era de tradição presbiteriana. Ele não tinha ainda tomado uma decisão, mas ele sempre teve interesse por Bíblia, por espiritualidade, né? Então, na casa a gente tinha discos cristãos e ficava ouvindo, porque ensinava pras crianças, eles iam pra igreja. A princípio eu falei, não quero saber de igreja porque religião é só confusão, pessoas se matam em nome de Deus. ainda ainda me achava o máximo de entendido no assunto, mas eu me impressionei porque eu vi algumas pessoas, conheci um homem,
por exemplo, que fora bêbado de ficar na sarjeta, né? E ele tinha mudado de vida conhecendo o evangelho. E isso me impressionou porque eu conheci vários parentes nossos que tinham problema com bebida. E eu inconscientemente comecei a ter uma certa simpatia por isso e eu ficava escutando os cânticos que eram cânticos infantis. Aí quando foi uma manhã de junho de 1975, por volta das 10 horas da manhã, eu fui pro quintal e eu comecei a recolher, né? Tinha um pé de manga e um de caju. Comecei a recolher as folhas ali com um rastelo, né?
E eu sem pensar, como menino de 12 anos, comecei a cantar aquilo porque eu escutava. E aí eu cantei, né, que é fácil de entender, tão claro como a luz. Em meu lugar para me salvar, Jesus morreu na cruz. É crer só nele agora de todo coração. Menino, sem demora aceitar aceitar. menino, sem demora a aceitar aí a salvação. E aí eu cantei: "Mesmo o menino pode crer que ele é um pecador e Jesus Cristo receber como seu salvador." Quando eu tava falando isso, foi como se um negócio tivesse vindo de cima para baixo e
assim abrisse dentro de mim, eu meio que não lance vi toda a minha vida. Eu vi tudo aquilo que eu tinha feito de errado. Eu falei: "Como é que eu pude fazer isso? E assim eu não tive oportunidade nem de viver com meus pais. Como assim Deus, o criador do universo, se importou comigo? De modo que Jesus fez isso por mim? Não é possível." E aí eu caí ali, eu não sabia o que tava acontecendo. E eu comecei a chorar sem parar. E eu queria parar. Eu não, até eu falei: "Caramba, homem não chora, tinha
um menino de 12 anos, que você tá fazendo?" Eu não sabia o que era aquilo. Aí então eu não sabia. Eu corri para me esconder para que ninguém me visse chorando e tinha uma casinha lá no fundo do quintal que guardava a ferramenta. E eu fiquei atrás dela e ali eu derramei. Ó, faz 50 anos. Nunca eu me recuperei daquilo, do que o impacto que foi aquilo. Aí eu chorei aquele tempo todo e até eu me lembro que eu fiquei bravo comigo. Eu falei: "Caramba, seu bandido, como é que você foi tão falso? Como é
que você fez as coisas que você fez?" E aí eu chorei e quando eu tive, não sei quanto tempo passou que eu me senti aliviado, acho que foi pelo menos uma coisa em torno de uma hora, uma hora e pouco que eu consegui me realinhar. Eu saí dali. Quando eu saí dali, eu ah, é assim, é como se eu tivesse meio que na anestesiado, sabe? numa coisa meio suspensa assim, numa num entre assim que eu não sabia o que que tava acontecendo comigo. E aí eu passei aquele dia tranquilo assim, nessa situação de sedado por
uma coisa que eu não conhecia. E aí eu dormi aquela noite, eu dormi e no outro dia eu acordei. Aí eu olhei pela janela assim, eu falei: "Nossa, eu cheguei no mundo pela primeira vez. Que coisa espetacular. Eu vi a formiga andando no muro. Achava a coisa mais espetacular. Olha que bonita a formiga. Eu vi uma folha. Eu fiquei olhando a ranhura assim da folha, achando a coisa mais parecia que o mundo era todo colorido e diferente. Aí eu eu tinha um peso que eu carregava que me fazia desejar não viver mais. Eu tinha um
um um fardo. Aquilo caiu. Depois quando eu li o livro Peregrino, eu falei: "Olha iso". aquilo soltou. E aí eu eu senti assim esse banho assustador de graça e perdão de Deus. E aí eu fiquei maluco. Aí eu queria converter a cidade toda. Então eu cheguei das pessoas, eu me lembro do senhor que era um senhor, falei: "Ó, fulano, o senhor não vai comigo na igreja domingo agora?" Ele falou: "Não, não posso". Como não pode? Eu não sabia o que fazer, né? Então aí eu passei a ler a Bíblia loucamente. Eu falei: "Peco, a você
começou a ir na igreja lá?" Comecei, fui batizado. Foi em junho essa conversão que foi um negócio depois é que eu fui, na verdade eu não entendi o que aconteceu. Passado mais ou menos uma umas duas semanas, eu fui num contexto onde o pessoal tava fazendo lá uma evangelização de crianças numa reunião. E aí que a pessoa fala: "Então, se você realmente creu em Jesus, Jesus entrou na sua vida, no seu coração, você pode morar com Deus no céu." Eu falei, quer dizer, então que agora aquilo que aconteceu comigo que eu eu tô aí eu
saí na rua pulando feliz da vida. Agora que eu entendi, eu tive a experiência, depois entendi o que foi aquilo. Agora eu sei o que que é novo nascimento, agora eu sei o que significa cria, agora eu sei o que que significa fé. Aí eu queria, né, chegar para todo mundo e arrastar. Eu fui batizado já em setembro, quer dizer, junho, né, poucos meses, três meses depois. E aí, aos 13 anos de idade, na ocasião, tomou ao posse da igreja, que era a igreja batista pequena que tinha lá, ah, um pastor que era o pastor
Gunter Kigger, né? O meu primo era o Franklão, que era o médico do hospital, e o Gunter Ker, ele era tradutor da Bíblia por gerentes. Ele era um estudioso, né, brasileiro, tal, né, do sul, mas que dedicava a isso. E uma bela noite ele trouxe uma mensagem, se cantou um hino que eu me lembro dos detalhes até hoje. Então, veio, se você quer dedicar a sua vida para servir a Deus, esse é o momento. E eu tomei essa decisão com plena, a minha vida já não fazia mais sentido se ela não fosse dedicada a essa
caminhada da fé. E aí eu passei a querer estudar e conhecer a Bíblia. Eu queria só saber qual foi o tamanho do caminhão que me atropelou. Eu queria entender o que que era isso e minha vontade era que isso que aconteceu atingisse as pessoas. Então eu fui dominado por uma curiosidade maluca e aí eu passei a me crescer, terminar meus estudos lá, voltei para São Paulo aos 17 anos e aí entrei na Universidade de São Paulo para estudaria hebraico e linguística. Primeiro linguística, depois hebraico e depois teologia. Então esse pastor lá marcou muito a sua
vida nessa questão da marcou porque eu até tinha muita vontade de estudar física, matemática, essas coisas assim, porque eu tinha uma facilidade com essas coisas, mas eu falei: "Como é que eu vou usar isso para aquilo que tá ardendo aqui dentro, né?" Eu falei: "Então, deixa eu começar com uma coisa". Aí eu comecei com linguístico, entrei em hebraico, depois eu fui fazer teologia. Mas sendo sincero para você, é o que me dirigia. Eu eu fiquei muito maluco com tudo isso. Eu eu não pensava em ser nada. Falar: "Ah, você queria ser pastor?" Não, eu nem
pensava nisso. Eu nunca pensei: "Eu vou ser teólogo, vou ser pastor". Não, eu quero entender isso. Eu quero saber o que que é isso. Ó o tamanho do caminhão que me atropelou. tamanho do caminhão. Eu preciso ver o que que é isso, como é que eu aprendo, como é que eu eu compreendo isso. E eu vou dizer uma coisa já combinando assim a a vida toda. O meu desejo é que de alguma maneira aquilo que me alcançou eu pudesse ser usado como um meio para que isso acontecesse. E eu plantei a vida toda. Eu acho
que agora com a bênção do sofrimento, isso frutificou como nunca. Aí eu entendo que Deus preparou tudo isso para que nesse desdobramento favorável eu continuasse debaixo do pé de manga para poder de fato ter esse desdobramento favorável para que eu mesmo não estragasse todo esse processo. Porque a gente sabe o nível de fragilidade ao qual a gente tá exposto quando o evangelho revela de fato o tamanho da nossa necessidade. Então eu fiquei, né, assim pensando, eu vou aprender, eu vou estudar, mas com esse desejo. Aí depois que eu descobri que tinha esse negócio de pastor,
de teólogo, essas coisas que no fundo não são as as coisas mais relevantes e importantes. Percebo assim, o que você tá me falando é de que você foi desde o início tomado por uma convicção do que realmente ali na na essência é o é é o mandamento de Jesus para nós, né? sejam minhas testemunhas. É, então é como é que você vai testemunhar ali como pastor, como teólogo, escrevendo, gritando, cantando, indo na China ou seu vizinho. Mas me testemunha, eu era cego, agora eu vejo. Então, mas a minha crise era o seguinte, é que eu
tentava, né, e explicar e percebi, a pessoa não entendeu o que eu quis dizer. Se eu contar a minha experiência, não entra no coração dele. O meu desespero, eu falei, eu preciso saber qual é o caminho. Então, fala uma coisa, eu vou me encher de todas as explicações. Bom, eu vou estudar a teologia até o último limite. Eu vou saber, não, vou buscar uma espiritualidade intensa, porque eu acho que se acontecer isso, isso vai transmitir, né? Então, essa era a questão, né? Entendi. Você queria ferramentas e é como é que eu ligo que aí para
você ver o negócio, né? Exatamente isso. Muito bom. Eh, e aí você vai para línguas e em especial o hebraico, né? Você chegou esta bastante grego ou não? Sim, bastante também. Não, veja, eu acabei virando linguar néarudo. Que que acontece? Quando eu tava lá morando aí na região amazônica, dando um bom dia pra onça de manhã e boa noite pra cobra lá no Tocantins, o que aconteceu? Eu ã logo, né, a a em casa tinha muitos livros, muita coisa boa, mas na própria casa do pastor Gunter, ele ele falava várias línguas, ele tinha material em
alemão, em inglês, em espanhol. Eu percebi que tinha muita coisa em outra língua que era necessária, especialmente em inglês. Então, o que que eu comecei a fazer? Eu comecei a ouvir rádios estrangeiros pegadas por ondas curtas. Eu escutava, né, ã, rádios que vinham a voz da Alemanha, a voz da América, até a rádio central de Moscou pegava lá, né? E eu escutava o mesmo programa em inglês, depois em português, que dava para pegar, né, porque num horário vinha num depois vinha o outro. E aí também tinha um um pequeno cursinho em disco que eu comecei
a ouvir e com 15 anos de idade eu consegui ler meu primeiro livro em inglês que era The Jungle Book, a história de Mog do Mogly, o original, né? Roger Kiplin. E aí eu comecei a me virar e na época ainda eu tive oportunidade de estudar francês. Então, então você aprendeu inglês sozinho? Sim, sim. Comidata ali, estudando, é, exatamente. Escutando, ainda atrás, né? Tinha várias pessoas na cidade que eram até missionários ou estrangeiros que trabalhavam lá. Eu colava atrás. Eu tinha um cara que era professor de inglês, eu via atrás para, né, atasanar o sujeito
lá. E ao mesmo tempo eu tive uma boa professora de francês lá. A escola tinha francês? Tinha ainda, né? E eu o que que eu fiz? De repente tiraram o francês da escola e uma uma escola local lá jogou os livros tudo no lixo. Eu peguei os livros do lixo da escola e fiz sozinho os quatro níveis de francês e consegui ler francês. E aí, com todo respeito, o espanhol não conta, né? Porque o espanhol, assim, para falar é uma coisa, mas para ler, para ler você consegue. Então, quando eu voltei para São Paulo, eu
já conseguia ler, pesquisar e me virar com inglês, francês e espanhol. isso com 17 anos de idade. E aí então eu fui para uma área séria que é linguística e inicialmente eu queria estudar grego, mas não bateu o horário. Aí eu então vi que dava das línguas interessantes para mim, dava para fazer hebraico. Eu falei: "Eu vou fazer o hebraico". Aí o hebraico foi uma doideira. Eu comecei a estudar, meu, parece que aquele negócio tava dentro de mim. É mesmo. Eu tive uma sintonia tão forte e tão tremenda com a língua, eu falei: "Nossa, esse
negócio é muito interessante". E o hebraico é um negócio estranho, diferente, outro planeta, é outra mentalidade, outra outra ordem de coisas, né? Mas eu me dei muito bem e com isso então falei: "Não, eu preciso, já que a Bíblia na sua maioria tá em hebraico, deixa eu fazer uns negócios mais ampliado aqui." E aí eu prestei um outro vestibular e acrescentei o hebraico completo. Aí eu fiz o curso todo de língua, cultura na USP, Universidade de São Paulo. Aí eu fiz, fazia linguística e fiz eh hebraico com língua, cultura, literatura e história do povo judeu,
tendo todo o conhecimento, desde o hebraico antigo até o hebraico, um curso mesmo completo. E depois eu fiz mestrado nessa área também voltado paraa área bíblica na prática, porque hebraico, antigo, literário, adivinha o que é, né? Eh, aí eu passei a estudar teologia, fiz um pouco de filosofia, mas o curso não agradou. Eu deixei e na teologia fiz na teológica de São Paulo na época do Dr. Ched, de professores que eram muito bons e com a ele é que eu me aprofundei mais diretamente no grego. Eu fiz o grego fundamental, mas fiz, vamos dizer, três
especializações em exegese no texto original com Novo Testamento Direto, né? Que bom. Então, e aí depois aí eu fui aprendi alemão, eu fiquei hoje você lê em qual língua? Então, aí depende, né? Eu falo, sai você fala quantas línguas? Se for para falar de mecânica de caminhão, nem português. Eu não sei nem responder, nem A, nem B. Agora eu tenho assim três línguas que eu não preciso pensar. Se eu falar inglês, português e espanhol, tá lá. No nível não tão elevado, mas que eu sou capaz de conversar, de boa, sem problema, tá? Francês, alemão e
hebraico, hebraico moderno, né, que dá para falar. Outras línguas eu não tenho condição de falar, mas se eu tiver um livro ou se eu escutar eu vou entender. Eu vou entender italiano, eu me viro com latim, com grego do Novo Testamento. Se você lê, entende alemão, você pega um livro em holandês, você entende a maioria, porque é muito próximo. Ah, se eu pego uma outra língua latina, eu aprendi o alfabeto cirílico. Eu tenho uma noção básica de mandarino chinês, porque eu passei muitos anos lidando com ele. Então eu sou um pouco linguarudo, assim, tem uma
uma base razoável, né? E você chegou a assistir aquele filme, eh, A chegada, que é sobre é um filme, na verdade, sobre extraterrestre, hã, que chegam umas naves assim. Você, você chegou a ver? Acho que não, não me lembro desse título. É. E eu fui assistir como filme de, né, de extraterrestre, de, né, é, você está falando isso olhando para mim que você vai entender. E aí, só que o filme é sobre línguas, na verdade. Por quê? Porque aí eles chamam uma mulher especialista em linguística para que para ela ir lá e tentar entender qual
que é a língua que eles estão falando lá, porque eles estão tentando passar uma mensagem, né? Hum. E eu achei muito interessante esse filme assim, porque ela ele e ela começa a falar um pouco de de algumas teorias da linguística de como eh a língua forma eh e aí eu não sei o que que é o ovo, o que que é galinha, né? A forma de pensar de um povo ou se a forma de pensar de um povo formou aquela língua, né? E aí lá no no caso eles o ST terrestre escrevia em círculo assim,
então mostrava que a forma deles enxergar o tempo era diferente. Mas achei tão interessante isso de olhar realmente e quando você começa a olhar pelo ritmo da das línguas, né? Cada uma tem um ritmo, uma mais cantada, outra menos e como tem tudo a ver com a cultura, com a personalidade da maioria ali, né? Não, é muito interessante porque até uma teoria famosa, um grande estudioso de mararquês Elmslev, né? Ele dizia que a língua é um recorte da realidade, né? Na realidade, ele descrevia, como eu chamo, um contínu amorfo, em que uma língua é uma
interpretação dessa realidade. Então, a língua não é só uma maneira diferente de dizer as palavras, ela é uma leitura do mundo e ela carrega uma cultura, ela tem um jeito. Então, quando você pensa, por exemplo, no hebraico antigo da Bíblia ou até mesmo no grego, você não tá falando só de palavras diferentes. Português, a gente fala isso. Como é que é lá? Você tem toda uma visão de mundo, tem todo um uma percepção da realidade que tem elementos próprios. Então, e isso é um desafio muito grande e é muito interessante. É muito interessante como é
o desafio do missionário, né? Língua. Exatamente. É o desafio do missionário. Eh, e aí com o hebraico você também começou a se dedicar em conhecer muito mais, então, toda todo o contexto judaico também, né? Eu percebo que aí você falou várias viagens para Israel e como é que foi eh como é que sua relação com Israel, né? Como é que foi isso? Então, olha, e eu digo para você o seguinte, eu fiz muito pouca coisa para que tudo que abriu-se na minha vida a acontecer. Eu realmente misericórdia de Deus no nível extremo, né? Quando eu
comecei a a estudar e me aprofundar, né, eu tive momentos assim onde uma busca intensa de espiritualidade por experiência com Deus. Eu cheguei a desmaiar por excesso de jejum. Eu cheguei a ter uma pegada assim muito forte de espiritualidade, até desequilibrada. Depois eu cheguei a ler 200 livros num ano. Eu tinha, né, aquela sede de superação, de fazer o que era mais razoável possível. E uma coisa muito significativa que eu tive nessa caminhada foi encontrar uma pessoa como o irmão Russel Ched. Por quê? Porque eu vi uma pessoa com muita erudição, muito preocupado com espiritualidade,
ao mesmo tempo Irênico em comunhão com grupos muito distintos da comunidade evangélica que não se falavam, cada um no seu feudo, na sua ilha. E o Dr. Ched trans, né, transitava entre os diversos e falava com uma perspectiva de uma teologia bíblica. Então isso me marcou e eu tive a a graça de Deus de est perto dele, de ser assistente dele na faculdade teológica, de aprender, de ver muito além da aula, né, como a coisa é. E nisso eu me aprofundei no interesse do conhecimento do original. O caminho que se abriu para mim foi, claro,
o caminho do hebraico, porque eu tive professores extraordinários. Eu estudei com professores no mestrado que vieram de Israel. Eu tive um professor muito especial chamado Walter Israel Refeld na própria USP, que era uma pessoa muito profunda e até muito piedoso também, né? Então eu descobri essa essa realidade. Mas eu vou dizer uma loucura para você assim, diga. Apesar de tudo isso, quando se falava de ir para Israel, fala: "Não, eu não quero". Por quê? E aí falou: "Como assim?" Falei: "É porque o pessoal que vai para trás é tudo louco, tudo um pessoal doido da
cabeça." E bem nessa questão mais judaizante assim da É porque o pessoal vinha trazendo água do Jordão e fazendo umas coisas assim que não, porque a oração tem que ser feita em Israel, não porque eu trouxe a pedra de Jerusalém, né? E eu sabia como eu tinha primeira vez que eu cheguei em Israel, achei, ajudei o guia local a achar o lugar que a gente precisava. Então eu falava: "Não, esse pessoal é assim". E eu sei que em Israel tudo é muito, vamos dizer, decepcionante do ponto de vista que você vai para pro Egito, vai
para Roma, paraa Grécia, as construções são gigantescas, tal. Israel sabia que o templo de Salomão tinha 243 m², né? Eu sabia das dimensões. Eu falei: "Então, eu vou me decepcionar porque vou ver umas coisas tão simples e limitadas, né? E eu vou ver um monte de gente maluca lá tentando, né, beijar o chão de Jerusalém para ver se consegue comprar um carro novo." Eu falei: "Esse negócio?" Então, eu tinha e eu tinha muito aquela cabeça para fazer isso de teólogo, né? de alguém que raciocía, então eu tinha meu receio e aí as coisas aconteceram de
uma maneira que uma equipe eh que queria fazer uma produção de vídeos lá em Israel veio e me convidou. Então assim, olha, não é para isso, tal. Eu falei, bom, numa situação dessa que teve parceria, teve até a ver com os primeiros salmos que foram e filmados lá para ter ligação com o Rota 66, eu fui e eu fui e a experiência foi interessante, mas ela ficou latente em mim, né? Teve um negócio de impacto, veio. Eu me lembro que eu cheguei no em com manuscritos do Mar Morto, eu tive que parar a gravação, ir
para um canto e chorar, né? Porque eu falei: "Caramba, os manuscritos mais importantes da Bíblia foram achados ali naquelas cavernas." Isaías completos. Aí eu tive depois de alguns meses uma segunda viagem que eu levei um grupo de pessoas. Aí aquilo acabou comigo, especialmente na Galileia, né? Isso foi em 2009, não faz nem tanto tempo assim. Quando eu tava ali, né, num um hotel pertinho do mar, era noite e tinha lua sobre o mar, quarto número 109. E eu olhei aqui e na minha mente veio andando à beira do mar da Galileia, Jesus. Então, foi como
se eu tivesse, sabe, vendo aquilo. E aí eu, de repente tudo que a graça de Deus tinha trazido para minha vida, aí eu enrolei naquele chão, mas eu chorei diante de Deus. Tive uma experiência tão forte, eu virei farinha lá, né? Eh, virei nada. E aí eu tive esse impacto e aquela viada foi viagem foi tão marcante, foi tão forte, a gente teve tantos momentos especiais, impactantes que e fez toda a diferença. E eu e realmente acho não é uma questão de misticismo ou uma coisa assim, não. Se você tem essa dimensão, né, da realidade,
você tem a oportunidade de ver a Bíblia em 3D na sua frente, bem direcionado, o impacto é muito grande. Mas eu resolvi realmente me aprofundar. Então me aprofundei no conhecimento da história judaica, daquilo que envolve. Eu não tenho nada a ver com os movimentos judaiisantes que é pegar o o sujeito de igreja comum, falar: "Ó, agora você tem que pôr isso". Até porque tocar o chofar até o pessoal não entende muito bem. Porque uma coisa é assim, uma coisa é o que você vê na Bíblia, né? E você tem que entender onde que tá isso
no contexto. Outra coisa é o que você vê na tradição religiosa do judaísmo rabínico, que nem é bíblico, é uma coisa que vem do Talmud ou de outra, né? E outra coisa são costumes e práticas culturais que não tão nem na Bíblia, nem no Talmud, por exemplo. Não tem que pá no Talmud, que pá é uma coisa que vem posteriormente. E tem coisa que é costume cultural. O judeu faz isso do jeito que como o brasileiro faz algumas coisas. É como, entendeu? O brasileiro toma cafezinho. É como o dele tá ligado muitas vezes a à
religião, aí tem um tem um outro peso, né, do que seria o brasileiro fazendo. Mas é isso, é cultural, né? Nem é. E até eu, eu que tenho muito contato com judeus de todo tipo, eles até se ressentem quando vem outras pessoas usando símbolos e coisas judaicas de uma maneira eh totalmente inapropriada, né, e que não não cabe muito bem, né? E e tem coisas extraordinárias dentro de toda a tradição judaica que até mesmo muitos judeus não conhecem, porque o mundo deles é muito. Só para você ter entender, assim, nós temos pelo menos um 10
tipos de enfoque eh judaico a respeito da vida, né? E dentre o judeu secular aqui e o judeu ultraortodoxo, nos meios mais religiosos, você subdivide lá, tem mais 20 grupos diferentes. Então não é diferente de nós, não. Não, a competição é grande, né? Exatamente. Isso tá ali no coração pecaminoso, né? A gente criar o máximo de denominação que a gente consegue. Exatamente. O pessoal tem uma experiência similar, né? Eh, uma pergunta, eu eu uma das coisas que me abençoou muito, que que me ajudou muito quando nessa minha trajetória com a Bíblia, estudando e aprendendo tal,
foi me deparar com essa realidade, tipo, opa, pera aí, a Bíblia foi escrita por judeus quase em sua totalidade. Sim. E e ela não foi escrita por gregos, né? E aí eu comecei a perceber o quanto da influência, mas do pensamento grego nos fazia ler a Bíblia de alguma coisa e interpretar errado algumas coisas que eu tava com essa cabeça, né? E quando você começa a olhar num contexto judaico, Israel, né? E e olhar por Jesus foi um judeu e, né? É um judeu, né? De de carne e tal. Ou seja, então quando ele falou
isso aqui, era nesse contexto. Eh, para você também transformou alguma das leituras? Totalmente. Porque inclusive eu acho que a gente a gente tem muita crise eh e inconsciente por conta disso, né? Porque assim, aí não tô falando de costumes ou de maneirismos, você tá falando de uma estrutura de pensamento, de uma cosmovisão a respeito da realidade, né? E aí o que acontece? a gente tem uma tradição, né, eh, histórica e a a fé original que envolve Jesus e os discípulos, ela se desdobra na história, vamos dizer, do mundo helênico e depois na latinidade, OK? E
aí ela adquire características que são características ligadas a esse mundo. E em grande parte o olhar, a forma que a gente recebeu tem muito a ver com Aristóteles e Platão total, né? né? Aí o que acontece? Você pega a melancia e traz uma caixa quadrada e diz: "Ela tem que caber aqui". Então eu acho que boa parte da nossa tradição, ela acaba sendo prejudicada. E até, por exemplo, essa controvérsia, n? Ah, você é calvinista, você é armeniano, você aceita soberania de Deus ou a liberdade humana? Quer dizer, na mente hebraica bíblica, essa discussão não faz
sentido. É mesmo? Não faz. Por isso que a Bíblia é tão interessante que ela diz o quê? Que o faraó endureceu o coração. No versículo depois diz que o Senhor endureceu o coração do faraó e mais adiante diz que o coração do faraó foi endurecido. Na perspectiva bíblica você tem esse sabor agri doce aqui, né? Essa essa relação não tem problema com essa tensão, né? Não tem. Pelo contrário, a tensão ela é a constatação da realidade, que existe uma tensão não redutível à lógica simples entre a liberdade humana e a soberania de Deus. Então o
texto ele representa uma fotografia da realidade. Que que a gente faz? Entrega isso pro senhor Aristóteles e fala: "Olha, não dá para misturar mel com carne, faz favor de separar". É. E aí surge, né, essa separação, anulação de diversos textos em detrimento da defesa de alguns. Isso e um conflito, né? Aí é o que você falou, eu pego uns textos que é melancífico tentando espremer ali, aí eu pego outros textos e aí fica um negócio complicado e você não bebe o texto todo. Quer ver outra coisa interessante? Por exemplo, você lê o texto e fala:
"Olha que absurdo, como assim Deus se arrependeu? Isso não é possível. Precisa mudar isso aqui." Aí o cara entra numa crise, né? dessa semana tá com Não entendo como é que Deus se arrepende. E para embolar mais o meio de campo, o texto de Número diz que Deus não é eh filho do homem para se arrepender. Então, como assim? Diz que não é e é. Por que é tão importante dizer que Deus se arrepende? Porque o que que a gente imagina que toda descrição do texto b narração, ela precisa ser uma descrição teológica, sistemática, ontológica,
descrição da essência de Deus. Mas o texto ele tem uma matiz literária e uma matiz importante que é o seguinte: olha, muita linguagem do texto é antropomórfica e antropopática. Por quê? Porque Deus, no seu movimento de amor e redenção, ele quer se aproximar de nós. Como um pai e uma mãe se aproxima de uma criança falando, explica para uma criancinha. Gugu, dadá. Olha aqui, ó. O papai vai falar para você. Tá vendo? Um, dois. Vamos tentar de novo. Então, Deus quando faz isso, ele quer dizer o tamanho da sua dor com o descaminho humano. Como
é que Deus vai dizer isso? Ele vai usar a linguagem mais forte que o ser humano vai dizer do que significa uma coisa dolorida demais. É arrependimento. Então você não pode mudar isso. Isso tem um enfoque didático, interessante, profundo, emocional, absolutamente significativo, né? É, imagina quando o o juízes vai dizer, né, que o Senhor eh resolveu, né, não se importar mais com Israel, mas aí ele não poôde mais conter a sua misericórdia, resolveu abençoar. Ah, então Deus não pôde alguma coisa. Quer dizer que ele não é todopoderoso, não é essa questão. É, você não tá
entendendo. É o Gugu Dadá, né? É o É o Gugu Dadá. É, é, é, é essa proximidade, é esse, esse essa a razão de ser. Aí você quer transformar tudo em descrição aristotélica. Entendi. Você quer submeter o sagrado a uma racionalidade que é incapaz de entender até a sua experiência mais simples, quanto mais uma dimensão dessa. Então, nesse sentido, o que que acontece? Quando você bebe dessa fonte hebraica, você diz: "Ah, agora eu posso comer aqui esse sabor agri doce. Agora entendi, agora eu vi um impacto, agora vejo por isso é importante, né? Então você
caminha mais para uma teologia bíblica, uma teologia que interage com esses elementos e que não precisa de uma racionalização europeia do século X para amordaçar o sagrado. Faz muita diferença nesse sentido. E também aí a gente começa talvez a enxergar o que que é mais importante, o que que tem mais valor, o que que é o fundamental, o que que realmente aparece, as ênfases, né? Exatamente. E aí você tem que beber do texto. Muito bom. É, eu lembro que eu isso foi destacando muito para mim quando eu comecei a entrar em contato e estudar um
pouco mais sobre reino de Deus. Pois é, porque a gente fala bastante sobre igreja, né? E a palavra igreja tá presente ali, mas pegar nos quatro evangelhos, igreja aparece duas vezes, né? Mateus 16, Mateus 18. E reino de Deus tá na boca de Jesus tempo inteiro. E aí? E como é difícil para nós brasileiros numa república, reino. Reino? Palavra cristão aparece três vezes o Novo Testamento. Tudo é discípulo, né? Agora deixa eu te fazer uma pergunta, eh, voltando lá no hebraico, né? Eh, eu assisti recentemente com meus meu filho, com a família, casa de Davi.
Não sei se você viu que saiu um seriado sobre Davi, lá no prime lógico que eles fizeram 10 episódios só até Golias. Então, assim, eles eles vão tendo que preencher a história, tal. E aí eu percebi que eles eh colocaram algumas eh interpretações ali. Então uma delas, né? Vou dar uns spoiler aqui, hein, gente. Lá mais se lei Samuel, você já sabe acontecer. Eh, eles colocam Davi como filho de Jessé, mas com uma outra mulher, né? E ali, né, para eh fazer o enredo, eles colocam como se ele tivesse o Jesset tivesse tido um segundo
casamento com uma gentia, com alguém que não era do povo, né, de Israel. Eh, como é que é a interpretação disso? Porque eu eu já vi que há realmente uma linha que acha que Davi tinha alguma questão assim, até por causa do salmo, né, que ele vai dizer que foi concebido em pecado, tal. Olhando os originais assim, tem alguma alguma direção disso? Não. Olha, eu acho que o pessoal viaja na maionese, né? Porque assim, a Bíblia é interessante, né? Um, a para mim a maior prova de autenticidade da Bíblia, diferente de quase qualquer documento, inclusive
dos livros evangélicos, é que ela não esconde o fracasso dos seus protagonistas. Então, isso é um negócio extraordinário. Então, você vê, parece que ela tá construindo um herói e do nada ela fala: "Tá, mas tem tudo isso aqui, ó, tá vendo? Deixa muito claro, né? Então, inclusive, a ironia muito grande. Quer dizer, o cara mais sagrado da história é o primeiro sumo sacerdote, o Arão. Ele faz o bezerro de ouro. O cara que é o homem segundo o coração de Deus faz o que faz, que é o Davi com adultério, homicídio e ainda o problema
do recenciamento. Não, Abraão, Jacó, os caras se olha, é, mas assim, são as referên, a ironia grande. O cara mais sabe é Salomão, é por causa dele que o reino se divide. Então, quer dizer, fica muito nítido isso. Então, se a gente tivesse algum cenário nesse sentido muito nítido na história de Jessé, de Davi, apareceria lá. A impressão é que eu tenho eh é que é que a dúvida fica, né? Por que não foi chamado para aquela, né? Traga os seus filhos. Aí eu não trago esse. Então, mas aí o que é que acontece? Eh,
por o texto apresenta essa questão que o Gessé não se lembrou. Eh, aí já se levanta uma suspeita, do meu ponto de vista moralista, é que tinha algum problema. Se fosse o caso, pensando na maneira hebraica de reagir, o GC diria: "Aquele lá, ele soltaria os cachorros com bastante clareza. Ele não deixaria nos entrementes aí de jeito nenhum." Então, eh, fica claro que Davi tinha uma aparência que não evocava nenhuma possibilidade de enfrentar. Então, por isso que o GC falou: "Não, o moleque lá esquece, não vou nem apresentar para não queimar o filme, né? Porque
tenho que mostrar, tem muito mais a estrutura física do que é tanto é que o próprio Golias falou: "Você tá de brincadeira, né? Eu tô pensando em jogar basquete, você acha que é o que que é, né, amarelinha, né?" Então, de jeito nenhum. E também o quando o texto vai dizer, né, é isso que em pecado eh concebeu minha mãe, ele veio e faz uma tradução, eu sou sei que sou pescador, pecador desde o nascimento, né? Não tá dizendo que necessariamente a mãe isso é muito interpretativo. Então assim, eu acho que tem pouca coisa para
se construir tudo isso e acho que essa atitude moralista de dizer: "Olha, parece que tem alguma coisa que alguém fez errado aqui, como se a Bíblia precisasse ocultar isso." Entendi. E como Davi teve tanto constrangimento, tanto problema, tantos inimigos, tanta luta, se ele tivesse uma situação dessa, era a primeira coisa que o pessoal ia levantar. É, você realmente é filho de uma. Entendi. Entendi. Faz sentido. E aí a segunda coisa que eles colocam, porque vai ter então toda a ênfase ali do primeiro é essa luta contra o gigante, né? E aí eles ficam, eles voltam
ali para Gênesis 6, né, para falar desses gigantes, tal. Eh, e ali é um texto sempre controverso, né? de os filhos de Deus se deitaram com as filhas dos homens e nasceram gigantes ali. Qual que é a interpretação mais então aceita desse texto? No caso de Golias, Golias é um gigante mesmo, inclusive ele tá lá, né, devidamente medido, né, a gente acho que é o único homem da Bíblia que tem a sua altura, né? É, exatamente. Você tem ali e seis côvados e um palmo, né? O que dá cozinhadamente uns 2,90 m, né? Ah, então
você tem, na verdade, Gênesis 6 não usa a palavra gigante, não. Não tem isso lá. Inclusive, uma boa tradução coloca o que tá escrito, que havia nefilins na terra. Nefilim é um substantivo hum que é derivado do particípio, né, presente plural masculino, do verbo na fala. Literalmente, nefilim é caído. Isso que o verbo significa. O que que aconteceu? Na tradução da Septoaginta, do grego, eles traduzidos nefilins por gigantes. Daí então Roi Gigantes ficou com gigantes. Por quê? Porque existe um texto, é o texto de Números 13:32, onde aparece Nefilim e lá tem o sentido de
gigante, mas não garante que todo lugar seja esse sentido. Uhum. E mesmo que a frase tenha a intenção, a expressão tem a intenção de dizer que e há algo que envolve alguma magnitude diferenciada, a pergunta é: será que é isso em estatura? Então o que acontece? A expressão que vai dar origem, né, à conversa dos gigantes começa com os binei Elohim, que são os filhos de Deus, tá? E o que que o texto diz lá? que os filhos de Deus viram as filhas dos homens e escolheram aquelas que lhes agradaram, né? E aí depois começa
então dizer que naquele tempo havia os nefilins na terra e foram pessoas de renome, né, de expressão na antiguidade para os grandes guerreiros e tal. É, aí são três interpretações. Uma, entendeu que isso são descendentes de sete que se contaminaram com as mulheres descendentes de Caim. Porque você pega as duas genealogia vindo, né? É por causa do que aparece no capítulo 4 anteriormente, né? Ah, só que é muito estranho. Tá falando de sete, de Caim. Por que que precisa usar esse tipo de linguagem para falar uma coisa tão óbvia? dá impressão que só as mulheres
de Caim são belas e atraentes. E por que havia isso? Isso justificaria a decadência moral expressa em Gênesis 6. A outra ideia, por causa de uma leitura que na minha opinião ela não se justifica, de segunda Pedro 2:4 e Judas verso 6 e 7, falando que anjos que deixaram, né, o seu seu lugar, a sua casa, né, e pecaram. Ah, porque anteriormente fala de Sodoma e Gomorra, a pessoa associa diretamente que esse pecado necessariamente é de sexualidade, o que não é necessariamente o caso. E o terceira questão complicada, então, a segunda é que seriam os
filhos de Deus seriam anjos anjos se relacionaram com mulheres. Por quê? Por que anjos? Porque em alguns lugares a expressão filhos de Deus, como em Jó, pode significar anjos, mas nem sempre é assim, né? Porque a palavra Elohim, ela originalmente quer dizer algo que tem poder e força. Por exemplo, as pessoas de autoridade também são chamados de Elohim. Inclusive o Salmo 29 fala dos poderosos e usa a expressão que tem a ver com esse mesmo sentido. E nós temos mais duas dificuldades. A primeira delas mais sérias é que Jesus diz que os anjos não se
casam, não se dão em casamento. E isso é muito complicado. Além do fato de que isso biologicamente ou bem-vindo à realidade. Como assim? As pessoas se casam, já não conseguem ter filho, mas fica com um anjo. Então eu acho isso muito birabolante. Isso está muito ligado a uma série de mitologias antigas, né? E que tem seres que são superiores porque eles são híbridos, subhumanos, não sei o que, ou superhumanos. Então, não é isso em casa. O que parece fazer sentido é que na minha, no meu entendimento, e tem outros estudiosos que defendem muito bem isso,
é que filhos de Deus significam homens poderosos, pessoas de posição elevada. E qual foi qual foi o problema deles? É que eles escolheram mulheres para ser os primeiros aréns. Hum. Sendo os primeiros aréns, qual é a lógica da coisa? É muito sentido. Deus cria Adão e Eva, o paradigma de como se deve construir a relação familiar. Quando o pecado se desenvolve e cresce, surge o primeiro caso de bigamia. Sim. Que é Gênesis 4 verso 7 em diante, um pouco, não, mais para frente, um pouco 17, onde você tem o Lamec, que é o sétimo primeiro
que tem duas mulheres da Isilá. E é o primeiro violento da Bíblia que faz o plateu, né, o o repente, ele é o lampião, né, préria, né, olha, matei um homem e machuquei o outro porque ele meio meio com ele até cita Caim, né? Exatamente. Então ele é o primeiro, o primeiro bígamo com violência. Então o que que a Terra tem em Gênesis 6? Ramás, que em hebraico quer dizer. E aí a Terra se encheu de violência exatamente no momento em que essa essa relação familiar tá prejudicada, quando os homens começam os seus primeiros aréns.
Então são poderosos, que multiplicam mulheres para si, constrói esses arensos e esse ambiente favorece a queda moral e o aumento da violência. Isso para mim faz mais sentido. Tá numa lógica dentro de Gênesis, desde o que nós vemos no começo até o capítulo seis. Interessante. Bom. Eh, e aí você citou algo, né, no meio, você participou eh da tradução da NVI. Eu fui o coordenador geral do projeto. Coordenador geral do projeto. Eh, eh, mas aí era era como é que funcionou? Porque a NVI ela é a NIV, né? Então ela tava, ela tem a versão
em inglês dela. Como é que era essa relação de fazer ela em português? Ela veio do inglês? Ela veio? Então, o que que acontece? A Sociedade Bíblica Internacional, International Bible Society na época, ela publicou a NIV em inglês e a história é muito interessante, né? Um sujeito tentou evangelizar um amigo dele e nisso deu uma Bíblia pro indivíduo. O indivíduo começou a ler a Bíblia, começou a rir. Falou: "Nossa, que coisa bizarra, que que é isso?" a minha avó que falava essas coisas, né? Uma King James ali é isso. Ele deu um King James 1611,
né? E aí quando o o ele fez isso e ele mandou uma carta: "Escuta, vocês querem com as nossas missões evangelizar o mundo?" A não tem nem Bíblia para evangelizar os americanos inglês. Como é que a gente pode fazer uma coisa dessa? E isso gerou, né, todo um projeto em que eles desenvolveram e no final da década de 60 lançaram o Novo Testamento. Em 73 é que saiu a Bíblia completa. E aí Navi teve um grande desdobramento dentro do ambiente anglossaxão no mundo todo. Não foi, foi um projeto internacional. Com isso, surgiu a inspiração de
se fazer o que eles chamavam de NIV like translations. São eh versões bíblicas baseadas no mesmo mesma proposta da NIV. Eles fizeram contato com o Dr. Ched Hum. E quiseram fazer. E aí, através dos caminhos, o Dr. Chad me indicou para me envolver e eu então passei a selecionar, né, juntamente com ele, com as pessoas, os tradutores que tinham que ser de denominações diferentes, de propostas teológicas diferentes. Tinha essas regras. Ah, claro, porque porque senão fica um negócio batista, pentecostal, presbiteriano ou metodista, não pode, né? Então, foi uma equipe realmente muito grande e a ideia
não é traduzido inglês, é a partir dos originais fazer uma tradução com o mesmo enfoque tradutológico, a metodologia mesmo. Exatamente. Se você olhar, inclusive, começar a comparar, você vai ver que o inglês e o português tá diferente. Inclusive, até em opções exegéticas, você vai ver diferenças significativas. Agora é lógico que o trabalho da NIV foi um trabalho do ponto de vista técnico e acadêmico muito bem feito. Então assim, é mais fácil você enxergar longe em cima do ombro do gigante. Aí tem um gigante mesmo. Então você não vai desprezar o trabalho que tá feito lá.
Então claro que ela serviu de guia e muita coisa e em algumas coisas. Eu até me lembro que a gente nas nossas discussões foram 8 anos de tradução. Oito anos do projeto. É, a gente tinha eh muitos brasileiros de perfil diferente, tinha americanos, tinha europeus, fizeram parte de uma comissão muito bem trabalhada. Às vezes a gente olhava uma coisa na NVI, na NIV inglesa e falava: "Aqui tem uma nota". Aí nós tínhamos um consultor que morou muito tempo em Israel, conheci falou: "Não, essa nota não precisa mais porque a arqueologia já resolveu esse negócio". Entendeu?
Então a gente deu para dar um upgrade ali também, né? Exatamente. Então, a gente fez isso e no ano 2000, né, finalmente ela foi eh eh publicada, né, e tem desempenhado um papel importante na história evangélica brasileira. É, e é exatamente esse coração que você iniciou lá, a, eh, eh, a, a, é a história, né, de tipo, cara, a gente entrega para alguém e tá na língua dele, realmente, né, exatamente. Não só na língua dele, mas na tempo dele, né? Eh, mas assim, como é como é que é esse processo? Eh, geralmente era, vamos pegar
um livro, vamos pegar gênese, vamos começar. Então, foi o seginte, era sequencial, não. Primeira coisa, que que você precisa? E essas discussões ficam acaloradas? Com certeza. O que que você precisa? Você precisa tomar decisões que venham definir a tradução. Então, por exemplo, vão traduzir como Senhor, vai colocar o quê? Jeová, Javé, Senhor, eterno, caixa alta. Como é que vai ser a palavra brit? Vai ser o quê? Aliança, pacto, conserto. Como é que é essa expressão aqui, né? Aquele termo lá. Como é que vai ser isso? Então, uma série de decisões gerais foram a comissão toda
reunida e decidindo e votando. Ah, e algumas coisas que seriam é os textos mais complicados de alguma maneira. Ou é complicado da maneira de expressar, né? Como você vai traduzir? É duro para você recalcitrar contra os aguilhões, né? como é que você vai eh traduzir, né, eh, certas termos que talvez não sejam tão exatos, mas vamos dizer, são vacas sagradas no ambiente religioso, já conhecidos como tal. Você vai realmente pegar o termo como não matarás e vai mudar para não matem, é a mesma coisa. Então essas decisões gerais estão foi marcad e aí cada tradutor,
né, recebeu então o material e foi fazendo esse trabalho e enviando. Quando o trabalho chegava, a gente tinha no escritório que tinha eu lá junto com alguns assistentes em função das decisões e da a gente passava, vamos dizer, o trator para nivelar o negócio, ó, vamos dizer aqui. Aí você vê esse texto aqui, o fulano traduziu desse jeito, tá? Então, então vários estavam traduzando o mesmo. Sim. Sim. Eles mandavam todo mundo. É. Então, cada tradutor tava mexendo com um texto diferente. Era, era um texto diferente. É. Mas de repente o fulano traduziu aqui nos Salmos
Bem-aventurados por abençoados, mas só que esse termo também apareceu lá. Vai ficar como? Hum. Pera aí. Então, olha, a decisão geral sobre isso já é isso. Então, por exemplo, uma coisa que eu fazia com assistente falou: "Ó, tá vendo, ó? Na última reunião a gente decidiu essa expressão, né, traduzir desse jeito, né? Eh, por exemplo, expressão que vai dizer lá em Juízes, né? Eh, cada um fazia o que parecia bem aos seus próprios olhos, né? ou aos ou aos olhos do Senhor. Deixa os olhos literalmente. Então, tomou a decisão. Agora, pega aí a concordância no
computador e todos os lugares a gente vai mudando conforme foi a decisão. Então, como é que vai ficar? Eh, bem-aventurados ou felizes são, como são felizes? ou abençoados são, qual é a decisão, agora passa a régua para todo mundo. E aí era feito isso e havia eh uma eh revisão de, vamos dizer, alinhamento dos textos e depois ia pro estilo. Aí o estilo dava arrumada, embelezava, colocava a ordem, deixava a coisa de uma maneira e aí o texto pronto ficava à disposição de todo mundo, dava o seu último pitaco e a gente tinha reuniões a
cada seis meses. Isso presencial? Sim, presencial. Então, a gente teve reuniões em Santa Catarina, teve reuniões em São Paulo, teve reuniões até fora do país, em vários lugares para lidar com essa situação. Então, foi um projetão muito bom. Então, gente, melhor tão que existe NVI. Tá batido o martelo hoje aqui. Eh, e eu queria te fazer uma última pergunta, né? A gente tá já um tempade. Eh, e eu queria porque muita gente tá aqui com a gente hoje ouvindo e assistindo, são pessoas que amam a palavra, que amam teologia, que amam o Senhor, que querem
aprender mais. É por isso que eles estão já essas horas aqui nesse podcast, nessa hora nesse podcast. Eh, e eu queria te fazer uma pergunta que é a seguinte: como a gente pode estudar a Bíblia, teologia principalmente e se aprofundar e manter os olhos úmidos e manter lágrimas nos olhos, como você fez aqui nesse podcast hoje? Porque a grande crítica à teologia que você ouve nos, né, nas com alguns irmãos, tal, é, poxa, meu amigo começou a estudar, ficou tão cético, meu amigo começou a estudar, ficou tão azedo, né? e começou só a criticar todo
mundo. Como é que que você diria? Então, ah, eu assim eh nem mencionei tanto, mas eu tive muita caminhada nesse ambiente teológico em vários lugares, né? Eu me envolvi, ã, com a Faculdade Teológica de São Paulo, seminário Serve de Cristo, dei aulas no exterior, fui o professor do Gordon Conwell Seminary nos Estados Unidos. Hoje eu tô ligado à Faculdade Batista Pioneira. Tem tem algumas coisas em Lisboa também, né? Você participou bastante, né? Semá seminário de Lisboa e a faculdade pioneira. A gente tem uma parceria com Jerusalém, com um curso muito legal de arqueologia, Bíblia. Então
o que acontece é o seguinte. Ah, acho que aquilo que a tradição hebraica ensina para as crianças é tão interessante, né? Que você precisa de pensar em três coisas fundamentais, né? As palavras que hoje dou a você estarão entre os teus olhos e junto ao teu coração. Então você tem que ter mente, coração e tem que ter mãos para fazer na mão direita e executar. Essa é a vida. Toda vez que a nossa relação com Deus ou com a vida, ela se desequilibra, ela não chega em lugar nenhum. Então, o que que a gente chama
de teologia na nossa tradição ocidental me parece principalmente que ela é uma escola filosófica que se tornou o padrão organizador daquilo que é a referência do Sagrado das Escrituras e trouxe pra gente, digamos assim, um produto artificial. Então, ele é um suco de caixinha, não é a fruta. Hum. E nesse sentido ela ela se perde um pouco, porque você deixa de admirar Jesus e de aprender com Moisés e Davi e passa a colocar num patamar o Calvino, o Lutero, o Tomás de Aquino. Essas pessoas tomam o lugar que não é, no meu entender, eles é
devido e que elas nunca quiseram isso. E nem quiseram. Então o que que acontece? você tem a sobreposição da razão, ah, eh, de lidar com o sagrado no sentido de perigosamente dominá-lo. Que que acontece se a teologia ela não conversa com o coração, porque o texto bíblico foi escrito não para que eu tivesse domínio sobre ele, mas que eu fosse dominado e atingido por ele. Então, a a teologia que não desenvolver piedade, preocupação eh com a vida com Deus e ela não caminhar nessa direção, ela é um desvio da verdadeira fé. Então, o que que
acontece? Eh, a gente deve lembrar que você tem que orar ao Pai Nosso todo dia. Você não tem depósito de espiritualidade. Ninguém se garante, ninguém tem força para nada. Então, eu preciso depender de Deus. e preciso caminhar junto com a comunidade da fé. Quando eu não percebo que por trás da minha razão tem um coração mau que manipula o exercício da razão para construir um edifício teológico que vira uma arma, isso é uma loucura. Então aquilo que supostamente seria a teologia apologética vira uma defesa inconsciente de si mesmo e uma oposição ao outro. E aí
nós estamos o quê? com um arquipélago cristão, onde cada um construiu o seu feudo armado para dizer: "Olha como aquele é feio, como eu sou legal". E isso é fruto, na minha opinião, de uma reflexão teológica desvirtuada. E aí o que que a gente precisa fazer? A gente precisa, acho que a coisa mais legal que eu já vi na minha vida, eu fui lá ver de perto, foi o que aconteceu com o Conit Sensendorf, o Hernh Rut, com os moravianos. Hum. Eles vieram fugiram de perseguição e começaram, né, a brigar uns com os outros lá.
E um belo dia eles chamaram todo mundo, tiveram uma reunião de oração e um avivamento espiritual muito grande. E aí eles fizeram a vigília de oração de 100 anos. De cada 15 moravianos não se tornou missionário. E foram eles que incendiaram o coração de Wesley. Uhum. e incendiaram o famoso William Carry, que iniciou as as grandes missões no contexto batista. Então, teologia que não vira missão, adoração e humilhação, ela tá na contramão, né? Então, o que eu acho que o problema não é teologia, o problema é como esse conhecimento foi trabalhado. E aí a gente
precisa então converter a teologia, né? colocar num caminho certo e e entender como a coisa caminha assim, né? Porque os exemplos bíblicos daquilo que foi muito extraordinário foram exatamente os caminhos mais perigosos. Há mais perigo na prosperidade do que na adversidade por causa da nossa condição. Então esse é o caminho, né? Muito bom. Muito bom. Eu até então eu queria até falar disso. O Luiz trouxe um livro para mim. Saião, eh, 365 torrentes no deserto. Posso colocar aqui na minha? Eh, reflexões para o ano todo. Então, aqui tem 365 textos e você disse que tem
até tem bastante dos textos que você publica, né, também. Então, a maior parte, veja só, daí é outra coisa que eu nunca quis fazer, mas acabou dizendo por quando eu passei pelas minhas experiências mais intensas, eu eu cheguei um momento que eu falei: "Caramba, acho que tudo em mim vai travar, eu tô muito mal, mas o que que eu faço? Ainda sobrou o meu dedo, ele tá funcionando." Pessoal, você tinha dificuldade de de subir escala, né? Eu tinha vontade de pegar o remédio do lado, eu não consegui nem no banheiro. E aí Deus me visitou
em muitos momentos em que eu escrevia chorando e escrevia com uma experiência muito intensa que me vinha ao coração sem eu pensar. Então não tinha nada funcionando em mim. Aí eu comecei a escrever e comecei a publicar. São memórias, coisas que aconteceram. Eu me lembro uma vez, mas meu carro foi roubado e eu fiquei revoltado. Eu desejei que o o ladrão batesse o carro. Eu fui pregar, caramba, tô servindo a Deus. E o miserável do cara me faz isso. Eu tinha acabado de gastar o pouco dinheiro que eu tinha para reformar, para deixar o carro
bom. E o cara vai, eu cheguei meia-noite, fiquei no meio da rua, mas naquele dia Deus me revelou como meu coração era perverso e vingativo. Aí que que ele fez? Deixou Deus deixou roubar outro carro. Aí eu já reagi melhor. Vamos ver a segunda prova. Então esse é um dos textos mais coisa que eu vi na China, em Israel, na África, né? Tem uma história muito legal em Moçambique. Eu cheguei lá e eu não sabia que o Rot 66 era tão ouvido lá e que juntou um monte de gente porque eles escutavam. E aí uma
moça veio dar o testemunho, né, que ela agradecia a Deus e ela nova. Aí ela fala: "E o meu noivo recebeu a Jesus por causa do Rot 66, só que ele teve um problema de coração e ele faleceu e ele faleceu novo. E eu ouvi aquela história ela agradecendo porque ele conheceu. Aí eu fiquei impactado. Quando terminou vieram cinco jovens dizendo: "O senhor sabe quem a gente é?" Não. Nós fomos alcançados por aquele que escutou o Rota que faleceu. Então eu descobriu os meus netos em Moçambique, né? Exato. Então aí esses textos foi foi indo.
Aí o que aconteceu? O pessoal começou dizer: "Ô, sa você tem que publicar, você tem que publicar no livro, publicar no livro". Aí eu falei: "Caramba, eu não sei se eu devo publicar, não foi?" Aí uma editora que nem é religiosa, pé da letra, não é? Pé da letra, ela é uma editora secular. O o rapaz lá, o James, ele é cristão, convicto, tal, mas ele falou: "Rapaz, esses textos são muito legais, eu publico." Ele pediu, eu não fui atrás, tudo aconteceu assim. E aí a gente, né, fez o projeto tal, a professora Suzi ajudou
na elaboração da edição do negócio e e formou o livro e o livro saiu. Então essa uma coletânea das experiências intensas que aconteceram e a gente juntou numa maravilhoso e era as formas mais deliciosas de ler, né? É. Então e aí a gente tenta fazer isso, né? De ligar história com experiência real, com teologia, reflexão bíblica, tentando resgatar essa sintonia. É boa essa essa amarração especial aí, né? Então, então eh eu vou deixar disponível eh o link aqui na descrição. Você falou que tem um site Luiz Saon. É, é até o Luisaion.com onde tem alguns
livros lá e ele é o que você vai encontrar, né, com valor bom, né, e também os querem ter aí a pé da letra. Eh, mas vou deixar o link do seu site aqui em especial, as redes sociais e te agradecer demais. Tá bom? Obrigado. Que conversa boa. Aí depois eu posso então, né, as redes sociais. É. Não, já vou colocar o tempo inteiro aqui na tela para você. Luís Saião, né, tal e também tem um canal próprio aí o pessoal que do YouTube pra galera consumir tudo. É que o pessoal que quiser passar pela
grande tribulação, pode lá. Mas ó, o seguinte, antes de acabar, você precisa fazer uma promessa também que você vai voltar porque tinha muita coisa ainda para entrar. Tá bom. Não, a gente volta assim, tem a China, tem Moçambique, tem um monte de coisa pra gente ir ainda que não deu para entrar. Mas é, obrigado, obrigado mesmo. Eu que agradeço, Douglas. Parabéns aí pelo seu trabalho, por tanta coisa boa que o Jesus copo tem trazendo e também por por esse trabalho via internet que tem tido impacto na vida de muita gente e e também uma pegada
equilibrada e saudável pra igreja brasileira. Muito obrigado mesmo de coração. Obada. Obrigado. Obrigado não só de estar aqui hoje, mas de novo por essas décadas aí dedicadas em deixar o Senhor, através das suas fraquezas e de tudo, te usar e contribuir pra gente tá aqui. Esqueci um negócio importante, só para dizer, vai ser lançada agora em maio a Bíblia do Rot 66. mesmo. É, aí ela traz uma exp maio, é um resumo, né, do que acontece no Rota, um projeto muito legal, né, que a gente teve aí, né, então uma coisa muito boa. Vai tá
vai tá no site lá também. Então você tá vendo em maio já no site aí, provavelmente já vai estar disponível, você lançado pela editora geográfica, né, com parceria da RTM e muita coisa bem legal aí. Beleza, então você vai ter que voltar em maio, então. Tá bom. [Música] Obrigado, que honra. Muito bom, obrigado. Você ficou aqui assistindo, ouvindo. E eu queria te pedir, cara, que você de novo deixasse um comentário aí, você pegasse link, mandasse pras pessoas. Tenho certeza que tem muita gente que pode ser profundamente abençoada por esse tempo de mesa, por essa esse
tempo de compartilhar que nós tivemos aqui. Deus abençoe você e não se esqueça, você é uma cópia de Jesus. Valeu, [Música]