A contabilidade. Uns amam, outros odeiam. Fato é que ela é a linguagem dos negócios.
É o idioma preferido dos investidores e empreendedores. Ela nos ajuda a registrar, organizar e entender as finanças de uma empresa ou de nossas próprias vidas. Se você está estudando contabilidade e se deparou com os termos postulado, princípios e convenções contábeis e não entendeu nada dessa matéria, o que eles significam e qual a sua importância?
Deixa eu tentar te ajudar com esse vídeo, mas antes não esqueça de deixar o like se inscrever no canal. Quando você se matricula em um curso de contabilidade, seja técnico, graduação ou até pós graduação, você sempre vai passar por dois momentos dentro desse curso a parte teórica e a parte prática. Você deve entender a parte teórica para que a parte prática faça sentido na sua cabeça.
Afinal, cada registro contábil que você fizer, cada relatório que você gerar como profissional da contabilidade, você deve obedecer a algumas regras para que o propósito da contabilidade seja atendido, que é o de registrar as informações e ajudar na tomada de decisão. Por isso que dentro da teoria contábil é essencial compreender esses três elementos. Os postulados, os princípios e convenções contábeis.
Vamos começar entendendo a diferença entre eles. Primeiro você deve saber que quando você estuda a parte teórica de qualquer matéria, sempre existe uma classificação, uma hierarquia entre os conceitos para que você compreenda aquela matéria. No caso da contabilidade, a hierarquia entre os conceitos é a seguinte primeiro nós temos os postulados, depois os princípios e, por fim, as convenções.
Para ficar mais fácil de você entender, eu vou usar o exemplo que todo professor de contabilidade utiliza e que está presente na maioria dos livros de graduação. Imagine que todo o conhecimento contábil que você precisa ter para ser um bom profissional estivesse estruturado na forma de uma casa. A base dessa casa, o alicerce, seriam os postulados.
As paredes que mantêm essa casa em pé seriam os princípios e os telhados o limite máximo que essa casa alcança seriam as convenções. Perceba que não existem paredes sem que exista o alicerce da casa. Por isso que os postulados são conhecidos como regras básicas inquestionáveis.
Eles precisam existir para que toda contabilidade funcione. São a base sólida sobre a qual a contabilidade é construída. Nós temos dois postulados o da entidade e o da continuidade.
Para entender o postulado da entidade, você deve ter em mente que a contabilidade só existe se existir um patrimônio quantificável de uma entidade específica, seja ela uma empresa, um grupo de empresas ou até mesmo uma pessoa física. Logo, para eu realizar a contabilidade de uma entidade tem que estar muito bem definido qual é o seu patrimônio, para que não se confunda o patrimônio dessa entidade com o patrimônio dos sócios ou de qualquer um que se relacione com essa entidade. O postulado da entidade afirma que quando o empresário abre uma empresa, existe uma distinção clara do patrimônio do empresário e do patrimônio da empresa.
Uma maneira fácil de gravar isso é você pensar que CNPJ não se confunde com CPF. São entidades contábeis diferentes e devem ter seus registros separados. Já o postulado da continuidade afirma que essa entidade que tem o seu patrimônio tem a premissa de continuar existindo.
Ela não tem um prazo para acabar, não tem uma data de validade. Toda entidade que mantenha sua contabilidade vai registrar as suas operações sem uma data de término. Ela está sempre em operação, em continuidade, em andamento e em marcha.
Até porque quando você emite o balanço patrimonial e você classifica algo em circulante e não circulante, você presume que a empresa continuará existindo no período de mais de um ano. Por isso que essa classificação faz sentido. Toda a contabilidade é feita com base no postulado de que a empresa continuará existindo no futuro, que é a continuidade.
Indo agora para as paredes da casa, nós temos os princípios contábeis, que são normas que orientam os registros contábeis. Diferente dos postulados, os princípios podem mudar e são debatidos de tempos em tempos. Eles vão se adaptando às melhores práticas contábeis.
Perceba que esses princípios só existem porque eu vou fazer lançamentos contábeis de uma entidade que continuará existindo no futuro, que são os postulados. Por isso essa hierarquia faz sentido. Os princípios contábeis que devem ser seguidos ao realizar um registro contábil é o do custo histórico, denominador monetário comum, realização da receita, confrontação de despesas e essência sobre a forma.
Vamos ver cada um deles, começando pelo custo histórico que nos diz que os registros contábeis são efetuados com base no valor de aquisição, quando incorporam um item ao meu patrimônio, ele vai ser registrado pelo preço que eu paguei. Imagine que dois contadores vão registrar um veículo comprado pela empresa que tem o custo de aquisição de 50. 000, mas o valor dele no mercado é de 60.
000. Nenhum dos dois contadores ficaria na dúvida por qual valor registrar, obedecendo ao princípio do registro, pelo valor original ou custo histórico. Eles sabem que o valor contábil daquele bem é o quanto foi pago.
O princípio do denominador comum monetário nos diz que a contabilidade só vai registrar e evidenciar nos seus relatórios aquilo que pode ser mensurado em dinheiro, dinheiro em caixa, estoques, ações, imóveis, tudo isso pode ser quantificado em reais, que é a moeda que os balanços são publicados aqui no Brasil. Uma das limitações da contabilidade é não conseguir registrar em seus relatórios o capital intelectual da sua equipe de executivos. Isso não pode ser mensurado, logo, não é passível de registro na contabilidade.
Num primeiro momento, esse vídeo sobre o Ativo intangível fala mais sobre esse assunto. Não deixe de conferir os princípios de realização da receita e confrontação da despesa. Traduz bem o famoso princípio da competência, que nos diz que uma receita deve ser registrada pela contabilidade.
Assim que ocorre o fato gerador, independente do seu recebimento em moeda. Esse princípio contábil gera uma diferença entre o lucro contábil apurado na DRT e o caixa gerado no mesmo período. Perceba que eu posso fazer uma venda num ano específico e dar um prazo para o meu cliente me pagar no próximo ano.
Naquele ano eu vou ter uma receita que só vai se tornar o ingresso em caixa no ano subsequente. A mesma diferença temporal acontecem para as despesas, onde eu posso incorrer em despesas no período e pagar no outro. Se você quer saber mais sobre essa diferença entre caixa e competência, eu estou deixando um vídeo aqui que te explica por meio de exemplos, como tudo isso funciona.
Chegamos agora ao princípio da essência sobre a forma. Lembre se que esses princípios contábeis são orientações para os profissionais ao realizar os registros contábeis. A essência sobre a forma indica para os profissionais não apenas cumprirem regrinhas, mas analisá.
Parem a transação que estão registrando. Para você entender como isso pode impactar um registro, imagine que a empresa a vende um imóvel para a empresa B, porém, nesse contrato tem uma cláusula que no futuro a empresa A irá comprar o mesmo imóvel da empresa B. Se você analisar apenas a forma dessa transação, você vai registrar uma operação de compra e venda, dando baixa do ativo na empresa A e registrando ingresso de recurso no caixa.
Por isso você analisa o que realmente está acontecendo. A empresa se compromete a comprar o mesmo imóvel que acabou de vender no futuro. Isso pode ser classificado como uma operação de financiamento, pois no momento que a empresa B entregou o dinheiro, a empresa já se compromete a devolver esse dinheiro no futuro.
Então, embora pareça uma operação de compra e venda, pode ser classificado como uma operação de financiamento, tendo que registrar uma obrigação no passivo e reconhecer a despesa financeira do período. Veja que o impacto no patrimônio das entidades é completamente diferente, dependendo da forma que o contabilizo. Dessa forma, o princípio da essência sobre a forma, diz.
Para os contadores, auditores e analistas não apenas cumprirem regras, mas verificar e interpretar a intenção das empresas para registrar e evidenciar melhor todas essas transações. E assim nós fechamos os principais princípios contábeis que formam as paredes da casa do conhecimento contábil que estamos montando. Lembre se que esses princípios vão se alterando com o passar do tempo.
Nós temos um vídeo aqui no canal mais completo que trata de todos os princípios presentes nas normas contábeis. Não deixe de conferir. E chegamos agora às convenções que na hierarquia dos três conceitos é representada pelo telhado, significando os limites das paredes.
Ou seja, as convenções vão nortear a conduta do profissional da contabilidade, indicando até onde ele pode ir. Basicamente, todo profissional, ao executar a prática contábil, obedecendo aos princípios, deve prestar atenção na materialidade, no conservadorismo, na consistência e na objetividade. Essas são as convenções que nós vamos entender agora.
Todo profissional contábil deve observar a objetividade, ou seja, na execução da prática contábil, no registro das transações, ele deve se ater exatamente ao evento a ser registrado, deve ser imparcial e impessoal. Se voltarmos no exemplo da aquisição, aonde o carro comprado pela empresa foi por 50. 000 e o valor de mercado está 100.
000, o contador deve se ater à transação, embora ele acha que o preço pago está muito abaixo do valor de mercado, ele deve registrar o quanto foi pago, sendo impessoal e imparcial. Extremamente objetivo. A segunda convenção da consistência diz que uma vez adotado um critério contábil, ele não deverá ser mudado de um ano para o outro.
A preparação das informações contábeis deve ser consistente, padronizada e uniforme. Se houver alguma alteração, deve ser justificada e avisada para quem está lendo a demonstração contábil. A próxima convenção é a da materialidade, que afirma que existem determinadas informações contábeis cujo custo para evidenciar las é muito maior que o benefício que trará para os usuários.
Dessa forma, eu devo reportar apenas o que for material. Supondo que ao elaborar as demonstrações financeiras é achado uma diferença de 0,10 € no caixa da empresa, aonde na contabilidade está registrado o valor de 1 milhão, você concorda que essa é uma diferença imaterial? Então vale a pena separar alguns funcionários para procurar ou conciliar talvez semanas de movimentação financeira para uma diferença de 0,10 €, portanto, para valores irrisórios em relação ao todo, a materialidade desobriga um tratamento mais rígido pela contabilidade para esses valores.
Por último, a última das convenções o conservadorismo, que diz que o contador deve ter uma posição de precaução, deve ser conservador ao elaborar as informações contábeis, sempre antecipando possíveis prejuízos e nunca antecipando lucros. Nunca tentar passar uma decisão otimista que possa influenciar a tomada de decisão de quem vai analisar as demonstrações financeiras. Todo profissional da contabilidade ou até mesmo as pessoas que queiram interpretar as demonstrações financeiras tem que conhecer essa hierarquia, pois tudo isso faz parte da teoria inicial da contabilidade e é o primeiro passo para você estudar os demonstrativos contábeis e partir para a prática fazendo lançamentos por meio das partidas dobradas.
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Por menos de uma mensalidade da sua faculdade, eu vou fazer você se apaixonar por contabilidade.