quando se fala em protagonismo o que que vem na sua cabeça talvez a imagem de uma pessoa sozinha destacada de uma multidão a ideia de Vitória talvez de vencer sozinho de Triunfo individual de ser o centro das atenções Adoro o cinema é uma arte coletiva precisa de muita gente para fazer um filme mais de três Com certeza mas é claro que por uma série de motivos a gente tende a falar sobre filmes ou sobre arte de uma forma geral como o produto de Uma Mente única e genial quando um filme ganha um Óscar a gente
tende a lembrar mais da figura do diretor segurando a estatueta ou fazendo o seu discurso de agradecimento ou do ator que aparece como uma cabeça gigante num cartaz e como a gente vive numa sociedade hegemonicamente embranquecida esse rosto protagonista costuma ter uma cor adivinha qual é essa cor historicamente esses grandes protagonistas do cinema e da própria história em si acabam sendo também embranquecidos até Jesus Cristo é embranquecido os esforços e os méritos de outros rostos que T outras cores tendem a ser esquecidos invisibilizados como que a gente combate isso a gente troca esse rosto que
aparece no cartaz a gente imagina outros rostos talvez a mera troca ou o Mero exercício imaginativo pode ser interessante é político pode gerar desconforto quase sempre gera e desconforto pode ser bom mas será que é o suficiente Olá meu nome é Thiago e nesse canal eu sou o protagonista no vídeo de hoje a gente vai discutir e confrontar a ideia de protagonismo para isso eu trouxe três filmes bem diferentes entre si dois brasileiros e um americano pois representatividade importa todos os três são protagonizados por pessoas negras e todos os três estão disponíveis no maravilhoso e
babadeiro Telecine Aliás na C list excelência preta lá do Telecine você encontra uma seleção maravilhosa de filmes escritos dirigidos e protagonizados por pessoas negras do mundo inteiro e tem uma [ __ ] de filme brasileiro também de várias épocas vários gêneros vários estilos coisa boa para assistir o ano inteiro não só em novembro Mas é bom assistir em Novembro também o telesin disponível no global Play ou na sua TV por assinatura se você tiver tem link aqui na descrição do vídeo e eu espero que com este link aqui você assista muito filme hoje amanhã e
sempre enfim vamos começar Hello R Who am speaking with David Duke Grand Wizard of the clan David infiltrado na clã o filme de spik Le de 2018 conta a história de um cara chamado ROM stor vivido pelo John David Washington no filme O R da vida real foi o primeiro policial negro da cidade de Colorado Springs no Estados Unidos e em 1978 ele conseguiu se infiltrar na célula local da kakk a cuculus clan uma organização explicitamente racista supremacista nazista essas coisas horríveis o negócio é que ele se comunicava com os outros membros do grupo por
telefone ou por cartas e ainda assim mesmo sendo negro Mesmo trabalhando remotamente ele conseguiu se tornar um líder local da seita Tá vendo como é importante acreditar em si mesmo esse cara foi um infiltrado tão atuante e convenceu tão bem os racistas que chegou a chamar a atenção do grande líder da kakak na época um cara chamado David Duke que no filme é interpretado pelo tuffer Grace aliás Só uma curiosidade esse David Duke aí tá vivo até hoje é o rosto mais conhecido hoje da kakak além de notório racista ele é negacionista do holocausto trumpista
e em 2018 Ele disse que um certo ex-presidente brasileiro que na época não era Presidente ainda soa muito como ele lá a galera da kakak e que só merece algumas críticas por ser muito pró Israel beleza de volta pro filme O verdadeiro objetivo da investigação era colher nomes dos integrantes E essa cidade na época sofria bastante influência do Movimento dos panteras negras que era um movimento abolicionista então a tensão entre os dois grupos era muito grande no meio de tudo isso as investigações do Ron conseguiram sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio
e de uma forma geral Foi bastante efetiva Mas como que um cara negro conseguiu se tornar líder de de uma seita supremacista Branca troca de corpo obviamente meu maior sonho é que quando ele precisava estar fisicamente em alguma reunião quem ia no lugar era um outro policial branco chamado flip Zimmerman no filme esse policial Branco era interpretado pelo Adam driver e esse personagem tinha ascendência Judaica que obviamente é um outro grupo também odiado pelos criminosos da kakak enfim pros outros brancos o ROM stth é mais um racista branco na realidade ele era um policial negro
que conversava por telefone com a alta Cúpula da kakak sem que ninguém percebesse a sua cor duas coisinhas são interessantes aqui a primeira delas é que nos Estados Unidos existe toda uma discussão sobre voz de branco e voz de negro e como pessoas negras são marcadas como negras até pela forma de falar isso Adiciona uma camada de complicação nessa troca de rosto e na real efetividade dela a outra coisa que achei interessante é a dinâmica compartilhada Entre esses dois protagonistas quer dizer o Ron é o protagonista do filme mas existe essa dinâmica compartilhada entre ele
e o fliip que complica um pouco a ideia sobre quem é o protagonista da investigação para desmantelar uma organização supremacista Uma pessoa negra precisa fingir que é branca para combater o racismo por dentro ou seja estamos diante de um caso de roubo de protagonismo Eu sinto que infiltrado na clã é Entre várias outras coisas um daqueles filmes feitos so medida para quebrar alguns discursos prontos e frases feitas sobre a luta antirracista é um roteiro que brinca com as ideias de representatividade de roubo de protagonismo porque quem é que tá representando quem nessa história quem é
o protagonista dessa investigação Quem é que tá no banco de passageiro e quem é o motorista interessante mas vamos evoluir essa conversa no próximo filme Nós não somos marginais Nós não somos bandidos nós somos revolucionários que lutam pela Liberdade do povo que foi roubada pel golpe militar marela é um filme brasileiro lançado em 20221 e dirigido pelo Wagner Moura o drama histórico é a cografia Carlos marigel o deputado poeta escritor guerrilheiro segundad militar inim número um do brasila ditadura militar democracia ele foi morto aos 58 anos de idade pela ditadura militar no ano de 1969
durante o regime o Mariguela se tornou um guerrilheiro que ajudou a fundar a aliança libertadora nacional uma organização de luta armada de esquerda contra a ditadura e no filme ele é vivido pelo Seu Jorge eu queria falar dessa geração que resistiu à ditadura militar que é uma geração muito próxima a minha gente que tem 20 30 anos só mais que eu e a minha insatisfação também com a maneira com que essas histórias de de de revolta foram contadas pela narrativa oficial a Trama se passa durante os últimos anos de vida do Mariguela e aborda Claro
a luta contra a ditadura militar mas também a forma como esse personagem precisou abrir mão de cuidar do próprio filho em nome dessa luta existe também um debate ali durante o filme Entre Ele e os seus pares sobre qual seria o momento certo de pegarem armas e os motivos que levaram esse cara a se radicalizar na luta é um filme historicamente pertinente para dizer o mínimo um filme que se esforça em contar um pedaço da história da ditadura Que costuma ser invisibilizado por diversas partes do espectro político a gente tá assistindo a luta contra um
sistema opressor contra uma estrutura opressora protagonizada por uma pessoa negra por um guerrilheiro por um ativista radicalizado e além de tudo Mariguela é claro Óbvio um filme que se posiciona politicamente é estranho precisar enfatizar isso mas enfim talvez por causa de esse posicionamento mais explícito não sei se é tão mais explícito assim difícil dizer o filme acabou se tornando palco de uma disputa narrativa fora do ambiente ficcional antes de chegar nos cinemas brasileiros em 2021 Mariguela foi exibido no festival de Berlim em 2019 e em poucas horas depois da exibição o filme contava com 15246
avaliações no IMDB aquele site gringo lá de filmes Infelizmente esse número não foi exatamente o reflexo de um grande fenômeno de público o que aconteceu na verdade é que a Extrema direita bombardeou o site com críticas negativas o que gerou um contra-ataque de pessoas de esquerda tentando subir a nota do filme Lembrando que tudo isso aconteceu 2 anos antes do filme ser exibido no Brasil o que é perfeitamente normal esse filme é um filme que vem disputar narrativa ele ele seja Talvez uma das primeiras eh obras da nossa cultura que tá frontalmente em oposição ao
que tá ao a qu ao pessoal que tomou o poder no Brasil que chegou ao poder democraticamente diga-se passagem no Brasil com toda a onda das fake News foram eleitos dessa forma que que vieram Nessa onda Mundial essa disputa narrativa também é um elemento do próprio filme talvez não é exatamente essa disputa narrativa mas existe uma disputa narrativa no roteiro do filme Mariguela é um filme cheio de bandeiras do Brasil e cheio de discursos que disputam a ideia de identidade nacional isso no contexto de governo bolsonaro no momento histórico em que os símbolos de identidade
nacional estão sendo completamente dominados pela extrema direita sendo a própria bandeira do Brasil um gatilho até hoje para muita gente em certa medida existe uma tentativa em Mariguela em transformar o Mariguela o personagem Mariguela num herói Nacional mas colocando em cheque também a própria ideia de herói Nacional Eu sinto que o filme tá tentando o tempo todo dizer que ó Isso aqui é Brasil entendeu isso é um símbolo nacional isso é um símbolo do nosso povo tem algum problema nisso não sei dizer não tenho respostas mas saindo um pouco do filme em si será que
é essa a narrativa que a gente precisa disputar sobre o que que é Brasil o que que é identidade nacional Quais são os símbolos do nosso povo nós somos um povo só às vezes quando se fala em ditadura militar ou até mesmo sobre resistências e opressões de uma forma geral existe uma tendência de enquadrar as narrativas em torno de Um Herói mítico indivíduos que ou triunfam apesar das circunstâncias ou se tornam lendas que inspiram Multidões e viram símbolos de uma nação depois de morrer Claro esse é um je jeito bem romântico de contar uma história
e eu não digo romântico no sentido de romântico mas romântico no sentido moderno e burguês o herói romântico burguês é um herói individual que carrega sozinho as dores do mundo eu já falei sobre isso antes não custa repetir as dores do mundo são muitas para serem carregadas por um ombro só mesmo as dores de um único povo e quando se centraliza tudo em um único indivíduo muitas subjetividades são perdidas não é errado enquadrar as histórias dessa forma quem sou eu para dizer o que que é certo Mas é interessante observar as forças e as limitações
desse tipo de escolha e quando a gente pensa na própria ideia de identidade nacional não precisa ir muito longe para perceber que tem uma série de contradições em torno dessa ideia os povos indígenas por exemplo muitas vezes são fetichizados como a representação de um verdadeiro Brasil quando na verdade a própria ideia de Brasil já é uma violência para essas pessoas que já viviam nessas terras antes mesmo de alguém chegar e dizer que ó o SB disso aqui é o viralata caramelo Mas isso é um assunto muito complicado para esse vídeo voltando pra discussão inicial a
pergunta que eu deixo é precisamos de um herói mítico que carrega todas as dores de um sistema opressor é assim que se luta é assim que se disputa a história eu não sei a resposta eu só tô propondo a pergunta e ao mesmo tempo que eu questiono isso eu não tô desprezando o filme não esse filme é massa eu também considero uma escolha importante colocar esse rosto negro estampado na cara desse filme para disputar a narrativa hegemônica sobre a ditadura militar no Brasil é importante fazer isso esse rosto negro específico esse indivíduo em especial que
merece ter a sua história contada essa figura histórica importantíssima que tem que ser lembrada precisa ser lembrada um homem negro um homem comunista que faz parte da nossa história é uma honra poder vestir a pele de Mariguela né não Mariguela vestiu a minha pele Eu vesti a pele de Mariguela por acaso a minha pele é preta eu acho que combina com a dele também ele briga pelos direitos da Periferia ele briga pelos direitos do Povo ele briga pelos direitos pelas causas né pelo pelo povo que tá afastado pela reforma agrária pelo pessoal do campo marigel
desde do Getúlio que vem brigando contra a ditadura e o estado ditador do Brasil Então esse cara é preto logo nos primeiros minutos do filme tem uma cena que pelo menos para mim teve um impacto significativo é o momento em que Mariguela tá indo embora da praia com o seu filho pequeno no colo mas o seu trajeto mundano é interrompido por uma marcha militar a câmera evidencia o rosto desse personagem esse rosto negro que carrega uma criança também negra no colo tentando ambos viverem as suas vidas normalmente atravessar uma rua mas esse simples movimento esse
simples trajeto carrega em si uma grande tensão pelo contexto Claro e pela forma como esse contexto é evidenciado pela câmera que contrapõe esse rosto com a instituição que quer exterminar esse homem e tudo que ele representa de repente o rosto rosto protagonista não é um mero rosto que carrega sozinho as dores do mundo mas um rosto reconhecível um rosto que é parte do mundo que é comum que tá perto da gente que existe que é palpável e que não consegue simplesmente atravessar uma rua pelo menos foi assim que essa cena ficou na minha lembrança com
tudo isso em mente Será que existem outras formas de discutir esses temas você também já menrui n tiar [Música] Mas eu não quero ter só preciso saber como levante é um filme brasileiro que estreou no ano passado e se tornou uma das Produções nacionais mais premiadas dos últimos tempos teve Ky teve festival de Rotterdam teve festival internacional de Palm Springs aqui no Brasil o filme levou troféu Redentor de melhor direção e melhor montagem no Festival do Rio e melhor atriz no festival Mix Brasil resumindo é babado o termo técnico é esse na história a gente
acompanha a Sofia uma menina de 17 anos que joga vôlei muito muito muito bem a ponto de ser cotada para jogar num time fora do país e se profissionalizar no esporte tá tudo indo muito bem até que a personagem vivida pela iomi domenica descobre a pior coisa que pode acontecer na vida de uma adolescente entre 13 e 35 anos ela tá grávida e ela descobre isso nas vésperas da final de um campeonato importante por que que você não usou camisinha e a princípio busca sozinha formas clandestinas de resolver esse problema numa dessas tentativas ela se
depara com um grupo de fofoqueiras crentes quer dizer um grupo de fundamentalistas religiosos que descobrem que ela tá grávida que descobrem que ela quer interromper a gravidez e começam a perseguir a menina a chamar ela de pecadora a fazer um esforço imenso e elaborado de impedir que Sofia de fato faça o aborto que ela precisa fazer não posso acreditar que que o senhor concorda com essa monstruosidade o grande fio narrativo aqui é a trajetória de Sofia de a princípio internalizar esse problema de sentir que ela sozinha que tem que resolver até o entendimento de que
talvez possam existir outras possibilidades inicialmente a gente tem na figura do pai dela no pai da Sofia um elemento de tensão e até de violência quando ele descobre que a filha tá grávida ele tem um chilique ele fica louco ele fica desesperado ele não quer de jeito nenhum que ela aborte mas eventualmente ele decide ajudar a filha decisão é essa que ele toma depois que ele conversa com a avó da menina você nessa altura só pode escolher ajudar ou atrapalhar então mesmo esse pequeno microcosmo familiar já mostra pra gente uma rede de relações interconectadas que
já tira um pouquinho do peso das costas dessa menina mas o grande suporte coletivo que Sofia recebe vem do time de vôlei que ela joga num dado momento do filme A equipe fica sabendo que a principal jogadora da equipe tá passando por um momento muito delicado que ela precisa de ajuda e elas decidem juntas formar uma grande União estratégica para ajudar a Sofia a encontrar uma clínica de aborto segura para arrecadar o dinheiro que ela precisa e para acolher uma mana de uma forma geral What fil strateg as collec strategies to go through very violent
times e o interessante dessa coletividade formada pelo time de vôlei é que ela não é nem de longe homogênea levante é um filme que conscientemente foge de uma heteronormatividade Branca hegemônica tem mulher preta tem mulher trans tem mulher lésbica tem tudo junto e tem pessoas brancas também porque representatividade importa e o que eu gostei desse filme é justamente isso ele sai de um micro de um problema individual de uma personagem sozinha de uma menina sozinha desamparada e que vai sendo no decorrer do filme cercada de apoio de acolhimento e de estratégia coletiva uma parte dessa
escolha narrativa Talvez venha da formação acadêmica da diretora alila ala depois que ela trabalhou um tempo com o teatro em 2010 ela decidiu se dedicar inteiramente ao cinema e ela foi estudar na escola internacional de Cuba uma instituição focada apenas em audiovisual que recebe alunos do mundo inteiro e um lugar que tem um ensino muito fundamentado no fazer coletivo do cinema nas palavras dela eu passei 4 anos lá em Cuba e foi um lugar onde eu entendi que não sabia nada foi um encontro com pessoas do mundo todo no lugar em que o cinema é
visto de forma coletiva e política levante é fruto dessa minha formação política queer e feminista que entende que é formando redes que nos levantamos é um filme que trata de uma pulão de vida contra uma política de morte ou seja vai para cuba o resultado disso é um filme que faz uma mescla interessante entre questões individuais e questões relacionadas à coletividade e como elas são atravessadas uma pela outra eu adoro tudo que atravessa todos os atravessamentos e o cinema é parte desse mecanismo quer dizer o cinema é um campo de disputa entre o individual e
o coletivo por quê Bom dois dos três filmes que eu citei hoje são baseados em fatos reais são cinebiografias de certa forma um mais do que o outro e a cinebiografia é um gênero muito idolatrado em Hollywood tem muito todo ano e aqui no Brasil também nos últimos anos de acordo com o Slash filme Um quarto de todas as Produções indicadas ao melhor filme são cinem ografi contavam a vida de uma pessoa que existiu uma unidade de pessoa Será que isso é coincidência bom num artigo analisando os filmes do Oscar de 2023 a crítica ciss
peng apontou o que ela chama de atrofiamento da Imaginação causado pelo capitalismo neoliberal e lá vem para ela esse esquema hollywoodiano privilegia um certo tipo de história histórias centradas em grandes feitos individuais do qual a cinebiografia faz parte esse esquema também faz parte é uma espécie de evolução da narrativa do Herói romântico burguês que Eu mencionei antes mas é exacerbado pelas contradições do capitalismo neoliberal pelas redes sociais e pelo crescente culto à imagem dos nossos tempos nas palavras dela o individualismo das cinebiografias se conecta com a forma atual de nossas vidas digitais a construção de
imagens por meio do Instagram e do tiktok que caracteriza a narrativa individualizada que desejamos produzir de nossos eus autênticos a promoção de um eu único insubstitu ível que merece ser notado a popularidade das cinebiografias cresceu nos anos 2000 durante a proliferação das mídias sociais quando a internet passou a ser orientada pela imagem e da adoração de todas as formas de autoapresentação não se trata mais de saber mas de ser conhecido não mais de ver mas de moldar como somos vistos é claro que essa é uma discussão maior do que a cinebiografia a narrativa do Triunfo
individual tá em tudo em especial em Hollywood em especial nas narrativas mais mainstream mais hegemônicas e essa discussão além de não estar restrita a c grafia também é maior que o próprio cinema em si a gente acabou de sair agora de uma eleição Municipal bastante deprimente para quem tá mais à esquerda do espectro político não sei vocês mas eu tô entre outras Mas elas o vereador mais votado do Brasil inteiro se elegeu com a plataforma de campanha totalmente voltada contra pessoas TRANS e a eleição do Donald trump nos Estados Unidos também não é exatamente o
fato histórico mais motivacional dos últimos anos né nesse contexto onde muita gente sai de casa para a votar em pessoas horríveis parece às vezes que a única solução possível que o único caminho que se coloca diante dos nossos olhos é tentar convencer todo mundo um por um a votar em pessoas melhores em representantes melhores e mais justos indivíduos que sozinhos vão carregar as dores do mundo até o Congresso Nacional até a cadeira da presidência ou até a é assim que funciona a democracia representativa né a gente escolhe algumas pessoas e essas pessoas resolvem nas nossas
vidas protagonizam as disputas coletivas ou dificultam a vida de todo mundo ou destroem o planeta todo tipo de desgraça mas esse não precisa ser um único jeito mesmo nessa democracia representativa existe uma série de outras ações e outros movimentos que também se caracterizam como fazer política como disputar política antes do número que se digita na urna tem uma série de processos políticos uma série de articulações construídas entre vários indivíduos Entre várias instituições e esses processos todos acontecem paralelamente H várias outras articulações e a vários outros processos políticos que podem ou não se refletir no rosto
que aparece ali diante de nós na urna eletrônica mas acaba que no meio de tudo isso o que chega hegemonicamente para todo mundo é um rosto e um número numa tela de uma urna Será que a gente consegue treinar o nosso olhar para enxergar um pouquinho além desse rosto único e tem uma outra coisinha também que eu queria pontuar aqui nesse contexto de resultados eleitorais deprimentes tem uma espécie de de Diagnóstico que nos persegue o de que a esquerda essa coisa única e homogênea deixou de lado as questões coletivas e só sabe falar de pautas
identitárias a culpa é do identitario que o campo político de esquerda Tá dominado por pessoas que querem que as suas individualidades suas identidades se sobreponham às disputas coletivas que realmente importam em outras palavras quando uma mulher negra e trans é Eleita e pauta o debate Na nacional isso significa que a esquerda escolheu a protagonista errada pro seu povo Será que tem um nome para isso agora veja Existe sim uma discussão pertinente sobre identidades e sobre individualismos exacerbados na política e existem pessoas sérias que entendem mais desse assunto do que eu que estão discutindo essa questão
mas na maior parte do tempo quando por exemplo o colunismo jornalístico vem com esse papo de identitarismo quase sempre é só ressentimento e outras coisas que eu prefiro não falar aliás esse vídeo era sobre cinema né não tinha uma discussão sobre cinema aqui em algum lugar essas e outras que eu particularmente gostei bastante da abordagem sobre coletividade em levante apesar do filme mostrar que ó a solução está no coletivo ele também mostra que existem muitas maneiras de construir uma luta coletiva e que coletividade não é uma massa uniforme de pessoas fodidas e mal pagas mas
sim uma bagunça heterogênea complicada e plural e dá para trabalhar com isso de inúmeras formas talvez essa seja a ideia interessante que a gente pode tirar desse filme com isso eu estou dizendo que levante é o filme que sozinho triunfa e carrega o troféu do filme superior que resolve todos os problemas e que sai vitorioso desse vídeo não né gente Vocês ouviram alguma coisa que eu falei nesse vídeo Us [Música] novamente estou aqui para implorar por um simples um mero comentário nesse vídeo para turbinar o engajamento para deixar esse vídeo aqui ó bem babadeiro cheio
de comentário e caso vocês não saibam o que comentar nesse vídeo eu vou falar para vocês o seguinte comenta assim ó é como era aquela frase Vamos galera mulheres é isso que eu quero que vocês comentem aqui nesse vídeo E aí é o que eu sempre digo quando eu olhar PR os comentários desse vídeo e eu ver tem um monte de comentári assim eu vou saber que você assistiu esse vídeo até o final esse é o nosso código Beleza beleza até o próximo vídeo