[Música] no momento em que escolhemos aar começamos a nos mover contra a dominação opressão no momento em que escolhemos amar começamos a nos mover em direção à liberdade agir de formas que libertam a nós e aos outros Bel hooks boa noite boa noite boa noite minha gente sejam bem-vindas sejam bem-vindos bem chegadas bem chegados bem chegad ao nosso encontro nesse momento nessa grande noite de trocas e de aprendizados eu sou Bira Azevedo Sou roteirista apresentador educador e sonhador e tô chegando para construir junto com vocês nesta sala de aula que é do tamanho do Brasil
e que tá trazendo a gente de todos os cantos Desse nosso território para aprender e para trocar juntos eu sou um homem negro de 39 anos cabelos crespos antes era um pouco mais black power hoje nem tão pequeno mas nem tão grande também tô usando um fone tenho barba uso também um óculos vim com uma camisa verde encontrar com vocês e aqui no meu cenário eu tenho do meu lado direito alguns livros tem um punho com a mão fechada uma mão preta com a mão fechada um grande punho aqui com esse gesto tem uma pedra
tem alguns passarinhos e no meu cenário também tem dois quadros bem acima aqui da minha cabeça tem uma mulher negra e no meu lado esquerdo tem um quadro de estilografo onde tem ali detalhes de tem um homem sentado na rede e um outro conversando com ele então tô chegando aqui pra gente poder construir com esse cenário chegando aí de onde você tá acompanhando a gente para poder a gente de trocar e fazer essa noite acontecer com muitos aprendizados Contando um pouco mais aqui do nosso cenário aqui do meu lado direito também no canto inferior da
tela temos a Priscila Kelly intérprete de libras é muito bom ter você com a gente prisila sempre podendo trocar podendo pisila que tá chegando aí para permitir que muitas outras pessoas possam também acompanhar essa nossa conversa estarem incluídas e acompanhando junto com a gente por isso Oi Priscila muito obrigado por tudo que você faz sempre junto com a gente e vai estar revesando junto com a Priscila também junto com a gente essa noite a Sara Rodrigues então Sara Muito Obrigado também por estar junto com a gente construindo essa noite daqui a pouco você vai aparecer
por aqui hoje a gente vai ter uma live muito muito muito especial sobre um tema urgente nas escolas que é a educação antiracista estratégias e práticas para sala de aula você que tá aí acompanhando a gente sabe o que é isso quer saber mais então ó fica aqui com a gente porque hoje é uma noite pra gente poder olhar aprender e trocar sobre educação antirracista Aproveita e deixa também seu comentário lá no chat contando De onde você é E por que você se interessou pelo tema dessa Live assim a gente já vai saber mais ou
menos Quem que tá acompanhando a gente quem tá chegando e quais são os interesses o que que motivou você vir acompanhar nossa nossa Live vai lá no chat começa a contar porque eu vou ler aqui para eu poder acompanhar Aproveite chame também o pessoal de escola para participar desse momento de estudos sobre esse tema tão importante na educação Conta aí pros seus colegas pros seus amigos de escola que esta Live vai ter atestado de participação para quem entrar ao vivo aqui agora junto com a gente então já vai ali no seu WhatsApp já manda conta
para todo mundo ó minha gente entra aí vai ter o atestado e para além do atestado vai ter muita conversa muita informação porque a gente tá chegando para uma troca com duas grandes convidadas eu garanto eu prometo a vocês é uma noite para muitas trocas vai será uma noite muito potente Então já vem chama todo mundo Vim ao vivo participar dessa conversa vamos fazer com que essa oportunidade chegue ao maior número de pessoas para elas estarem aqui construindo com a gente para ser do tamanho dessa sala de aula que como eu já disse é do
tamanho do Brasil e para você que está se perguntando por que que esse tema educação antiracista é importante eu quero começar então trazendo alguns dados para essa nossa conversa de hoje a pesquisa percepções sobre o racismo no Brasil divulgada esse semestre aponta o ambiente escolar como um dos principais palcos da violência racial no Brasil vocês sabiam disso entre as pessoas negras que afirmaram ter vivido alguma situação de racismo 38% disseram que o ataque aconteceu na escola faculdade ou na universidade Além disso 63% Exatamente isso 63% das mulheres negras confirmaram que percebem a raça como o
principal fator motivador de violências nas escolas é mais do que metade de todas as mulheres negras afirmando isso para endereçar então este tema a nova escola em parceria com a B3 social o Instituto da cor a fundação Lema e o apoio da cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de estudos avançados da Universidade de São Paulo USP criou o curso estratégias para uma educação antiracista é uma formação voltada a todas e todos os educadores da Educação Básica e que convida a observar a intencionalidade por trás dos projetos pedagógicos narrativas e ações antirracistas desenvolvidas aí no chão
da escola fica por aqui que daqui a pouco a gente vai passar todos os detalhes desse curso Porque antes eu já quero iniciar uma conversa sobre o tema da educação antiracista com vocês então ó fique esperta fica atento por aí porque daqui a pouquinho eu vou contar para vocês mais novidades sobre esse curso que eu já adianto aqui um spoiler é gratuito tá ali dentro da nova escola então é gratuito então daqui a pouco eu vou contar um pouco mais fica com a gente tá bom bom eu vi já que muita gente já tá aqui
no chat comentando tem muita gente no chat falando eu preciso dar uma olhada para saber o que que já chegou de comentários por aqui eh Contando os motivos de pesquisar esse tema respostas vamos lá a Teresa Cristina Deus boa noite pra gente lá de Santos São Paulo seja bem-vinda Teresa bom que você tá com a gente a Silvia Marta de Lima D Boa noite também de João mled dav de Minas Gerais Vera Carvalho Boa noite seja bem-vinda de Vera de Vera de Pariconha Alagoas seja bem chegada Vera bom que você tá com a gente Maria
Vera também a mait Medeiros de Porto Alegre estuda filosofia ela se interessa pelo tema da diversidade e da educação antiracista então ma bom que você tá aqui chegou na sala de aula na troca certa porque a gente vai ter muito muita troca sobre o tema que você já se interessa a Narcisa Furtado de falou sobre a necessidade de ser mais assertiva em suas práticas educacionais no que tange as práticas antirracistas que Bon na Sisa legal que você tá aqui para se desenvolver para aprender Esse é o grande objetivo mesmo então que bom que você tá
com a gente tenho certeza que essa noite vai te trazer aí algumas inspirações alguns caminhos também e jand Dinara Soares e aqui sou assessora técnica pedagógica de gestão e preciso sempre de ideias e conteúdos para contribuir com os professores muito bom Jad Nara também veio pro lugar certo porque aqui vai ter muitas dicas muitas reflexões juntas Juliana Santana professora lá de Fortaleza lá do Ceará terra querida uma mulher negra pesquisadora da inclusão e relações étnico-raciais seja bem-vinda chegue com toda a sua presença preta também para construir junto com a gente Juliana e a Tatiana de
valente professor O tema é excelente e atual exatamente Tatiana Ele sempre foi necessário na nossa sociedade Que bom que agora a gente tá tendo essa grande impulso e social pra gente cada vez mais nos Espaços mais diversos poder estar tratando de uma mazela que faz tempo vem trazendo aí problemas pro desenvolvimento das pessoas pro desenvolvimento do nosso país que é o racismo bom muito bacana então pra gente seguir nessa conversa eu quero já vi que tem gente não respondendo então eu quero chamar um pouquinho mais eu quero trazer uma pergunta disparadora que vai aí orientar
o nosso debate de hoje a pergunta é a seguinte Por que ser uma Educadora Por que ser um educador antirracista eu vou responder a pergunta ela é para você por que ser uma Educadora ou um educador antirracista responda com carinho essa pergunta lá no chat conte pra gente que daqui a pouco a gente vai voltar a esse assunto e a gente vai fazer aqui junto com as convidadas um pouco aí essa análise olhar para respostas de vocês e refletir sobre elas Combinado então já vai ali no chat já segue essa conversa pra gente ficar cada
vez mais perto pra gente cada vez mais poder ir trocando Além disso também vocês sabem vai ter espaço para vocês mandarem perguntas paraas nossas convidadas então Enquanto vocês estão ouvindo aí toda a conversa tiverem questões Opa o chat é o espaço pra gente ter ali essa nossa troca agora eu vou chamar aqui as nossas convidadas porque elas são incríveis e elas têm muito para compartilhar com a gente primeiro eu quero apresentar a Lavine Castro nossa primeira convidada ela é natural do Rio de Janeiro Educadora antiracista doutoranda pelo programa de pós-graduação em História comparada da Universidade
Federal do Rio de Janeiro Nossa convidada que tá chegando para compartilhar para trocar junto com a gente é mestre em relações étnico-raciais pelo programa de pós--graduação em relações étnico-raciais do cfet é historiadora pela UFRJ ela é idealizadora e coordenadora da rede de professores antirracistas Nossa convidada é também ganhadora do prêmio sim a igualdade racial do idb em 2021 e a nossa convidada é colonista da nova escola seja muito bem-vinda bem chegada Lavine Castro que alegria estar aqui junto contigo nessa noite pra gente construir e aprender juntos então já que você tá chegando vou te pedir
para você dar um boa noite para todo mundo fazer sua audiodescrição e já contar um pouquinho aí das expectativas do que que a gente espera para hoje à noite bem chegada bem-vinda oi Bira boa noite oi pessoal muito obrigada por toda essa audiência muito obrigada por todo esse carinho que eu tô recebendo aqui no Rio de Janeiro eu sou uma mulher negra Bira Eu Sou professora de história eu tenho 45 anos e eh eu sou uma mulher negra professora de história tenho 45 anos eu tenho os meus olhos são castanhos escuros o meu cabelo é
um cabelo crespo castanho escuro Eh agora eu sou uma mulher que sempre tô com os óculos porque eu agora dependo muito dos óculos aqui no espaço que eu em que eu estou é é a minha sala e aqui no fundo tem uma parede branca e eu tô muito feliz por estar aqui nesse momento eh essa esse curso estratégias para uma educação antiracista é um divisor de águas assim na minha carreira na minha profissão enquanto profissional da educação porque foi um desafio muito grande que a nova escola fazendo o convite para eu poder escrever ter essa
autoria desse curso aí me concedeu então eu tô com uma expectativa né desses profissionais que estão aqui das pessoas que estão aqui conosco que eles possam então ter esse acesso e possam depois contar pra gente o que que eles estão achando E eu espero muito que da mes mesma maneira que esse curso me me fez crescer e me desenvolver que esse curso possa auxiliar muitos professores muitos gestores muita gente do chão da escola Muitíssimo obrigada Bira Eu é que te agradeço eu quero dizer que a gente teve já umas interações aqui para se preparar e
já nessas interações eu aprendi um bocado contigo já Lavine então sim eu tenho certeza que para quem tá acompanhando a gente vai ter muita troca e muito aprendizado obrigado por estar junto com a gente lavini agora eu vou também chamar ela que é ceilandense que atuou como professora da Educação Básica na Secretaria de Educação do Distrito Federal por mais de 30 anos Nossa convidada que tá chegando aqui é graduada em letras pela Universidade Católica de Brasília pela Universidade de Brasília ela também é mestra em linguística com ênfase em análise de discurso crítica ela é especialista
em EaD em desenvolvimento humano em educação e inclusão escolar e em letramentos e práticas interdisciplinares nos anos finais Nossa convidada é a autora do projeto mulheres inspiradoras agraciado com 20 prêmios entre eles o primeiro prêmio iberoamericano de educação em Direitos Humanos É uma honra é uma alegria compartilhar esta noite junto contigo Gina Vieira bem-vinda bom ter você junto com a gente minha querida uma honra est assim compartilhando esse momento aqui nós três juntos trazendo reflexões para todo mundo vou pedir já para você então se apresentar aí fazendo sua áudi descrição e também contar expectativas pra
conversa que a gente tem para hoje à noite Bira querido prazer é todo meu de estar aqui com você com Lavine e com todos esses professores professoras e demais profissionais da educação que estão nos acompanhando nessa noite é um prazer enorme estar aqui com vocês fazendo a minha audiodescrição ou autodescrição também eu sou uma mulher negra de cabelos crespos curtos no corte black power tô usando um casaco Verde um colar e um brinco Dourados uso óculos tô aqui no meu escritório à direita de quem me vê pela tela eu tenho uma mesa com livros uma
prateleira um pouco acima da minha cabeça e à esquerda eu tenho uma cortina a minha expectativa é de que a gente mantenha esse engajamento que eu tô vendo aqui no chat professoras e professores participando ativamente nos ajudando a construir esse momento eu quero dizer que eu tive o prazer de conhecer de perto esse percurso formativo elaborado pela professora lavini Um percurso muito rico e eu espero que a gente possa apresentar esse percurso para vocês Claro sem dar spoiler de maneira que a gente possa destacar o quão Rico e o quão ele será para aqueles que
se propuserem a fazer é um prazer est aqui com vocês Maravilha bom a noite promete muito obrigado para vocês por vocês dois estarem com a gente ó minha gente quando começamos essa Live eu citei alguns dados sobre o racismo no ambiente escolar e é importante falar sobre isso agora porque este ano aliás este 20 acabamos de passar marca os 20 anos da da Lei 10.639 um grande Marco paraa educação antirracista no Brasil e um avanço que precisamos sobretudo Celebrar então grande viva a existência da Lei 10.639 seus 20 anos no último 20 de novembro eu
gostaria então de começar esse debate perguntando Às nossas convidadas o que conquistamos nesse período em que e e em que precisamos também olhar pensando no que precisamos seguir avançando Essa é inclusive uma pergunta enviada por três educadoras inscritas aqui nessa Live né a gente pediu pras pessoas irem mandando perguntas antes se elas Mandaram essa pergunta né O que que conquistamos nesse período e em que precisamos seguir avançando se você tá aí assistindo a gente quiser mandar suas perguntas paraas nossas convidadas sobre educação antiracista eu já comentei é só digitar aí no chat que eu vou
direcionar aqui ao longo do encontro bom Gina vamos começar começar contigo por favor vamos então Bira essa pergunta é tão importante né E ela acontece no momento em que a gente tá celebrando a criação da Lei 10.639 que é um Marco na história da Luta pelos direitos de pessoas negras no país é um Marco histórico um Marco pedagógico um marco político que materializa a os ganhos né na luta do movimento negro e eu acredito que antes de tudo é o momento da gente Celebrar e fazer um balanço Positivo eu vou partir de reflexões propostas pela
professora Nilma Lino Gomes que é uma referência em educação para as Relações raciais tem eh várias publicações disponíveis na internet para quem quiser conhecer a produção intelectual dela e a professora Nilma Lino Gomes muito recentemente uma live ela nos convidou a pensar as diferentes dimensões eh que nos lembra o quanto essa lei é significativa o quanto ela foi decisiva e o quanto ela trouxe de ganho para nós ela destaca cinco dimensões a primeira dimensão é a dimensão pedagógica então o fato da Lei ter sido criada colaborou para que a gente olhasse para aquilo que vinha
sendo invisibilizado há séculos a questão racial no espaço escolar na organização do trabalho pedagógico e no currículo antes da lei já tava cristalizada a ideia de que nós somos um país eh de base ocidental Branca eurocêntrica e isso tava meio que pacificado né a lei provocou a todos nós a eh redimension armos o nosso olhar para todo o fazer pedagógico A partir dessa categoria eh educação as relações étnico-raciais e conhecimento da Cultura Africana e afro-brasileira tal como tá sinalizado na lei 10.639 uma outra dimensão eh da lei que que leva a gente a a a
comemorar é a dimensão política a gente sabe que o o caráter essencial da educação é que ela seja democrática que ela chegue para todos quando a gente tem a aprovação da Lei 10.639 a gente passa também a refletir sobre o quanto a gente precisava democratizar ainda mais a nossa democracia garantindo aos estudantes negros o direito de conhecerem a sua história o legado do povo negro a partir de uma perspectiva que não fosse atravessada pelo racismo a terceira dimensão que a gente celebra é a dimensão ética o bir aqui no início da Live apresentou pra gente
dados significativos que evidenciam Como o racismo atravessa as trajetórias dos Estudantes marca o seu percurso escolar impacta suas aprendizagens o seu desenvolvimento então a criação da Lei 10.639 também nos ajudou a pensar sobre o quanto é importante ressignificar o espaço escolar contestar o racismo que opera dentro dele numa Perspectiva da ética humana de garantir que que todos esses estudantes possam e se desenvolver da forma mais plena possível a quarta dimensão destacada pela professora nilm Lino Gomes tá relacionada à estética a gente sabe que a lei 10.639 provocou a todos nós profissionais da educação a olharmos
pra cultura africana afro--brasileira paraa corporeidade Negra a partir de um outro lugar Um lugar afirmativo um lugar de potência de beleza e de intelectualidade Esse é um ganho que a gente tem que Celebrar muito e a última dimensão sobre a qual vale a pena falar é a dimensão da memória a criação da Lei 600 10.639 fez com que o legado construído ao longo dos anos por intelectuais negros brasileiros ele fosse retomado e é importante dizer que a lei 10.639 ela também age ela surge dentro de uma conjuntura maior de outras políticas ela é enriquecida ancorada
apoiada alavancada por outras outras normativas e outras políticas que fizeram com que ela ganhasse ainda mais fôlego Então se a gente parar para pensar além da Lei 10639 e é bom a gente também a lei 11.645 porque quando a gente fala de educação antiracista a gente tá falando de todos os povos que foram historicamente excluídos estigmatizados tiveram a sua história marcada por estereótipos eh quando a gente fala da aprovação dessa lei a gente tem que lembrar também que a política de ações afirmativas que fez com que pessoas negras indígenas Quilombolas entrassem na universidade isso colaborou
sobre maneira para o fortalecimento de Pesquisas voltadas para educação das relações étnico-raciais a produção de material didático e tudo isso fortaleceu a aplicação da Lei 10.639 então 20 anos da lei 10.639 é tempo de comemorar e de Celebrar tudo que a gente construiu até aqui muita muita muita construção feita Obrigado Gina Por trazer aí esses cinco pontos Que orientam motivos grandes questões que a gente pode Celebrar e que se a gente pensar se a gente olhar na nossa vida hoje os impactos disso de como isso está chegando cada vez mais né você falou da questão
estética da questão do legado da memória Enfim tudo isso muito a gente vendo evidentemente como isso foi ganhando força e presença na nossa sociedade Quem tá aí acompanhando a gente vai ali no chat vibra comemora viva esses 20 anos da lei 10.639 a gente tem que Celebrar e tem que comemorar perfeito Gina agora Lavine eu vou repassar a palavra para você e eu vou pedir também para que você traga aí um pouco essa dimensão dos Desafios em relação a esse Marco histórico e o que fazer no sentido de que a gente possa garantir a implementação
a ampliação da implementação de uma educação antiracista no país vamos lá tá contigo Obrigada Bira Nossa Gina assim é inegável né os impactos positivos que essa lei né Essa ferramenta pro professor eu chamo essa lei de uma ferramenta pro professor antirracista porque quando a gente lê a lei Lê as diretrizes que acompanham essa lei a gente consegue ter ali várias possibilidades de entender como é que pode ser a prática né dessa lei dentro da sala de aula então é inegável que a gente tenha aí eh uma um processo de reconhecimento um processo histórico dentro né
do campo da Educação de um avanço eh mas eu vou falar do chão da escola e a gente ainda tem muito desafio e quando eu falo disso é porque quando eu penso em educação antirracista eu penso em projetos de novas eu penso em projetos mais amplos de sociedade e por que que eu tô dizendo isso eu tô dizendo isso porque eu como professora do chão da escola quando eu vou trabalhar sobre a questão racial eu ainda encontro uma dificuldade e um gasto de energia para fazer com que os meus alunos para fazer com que os
meus parceiros dentro da escola eles reconheçam o racismo enquanto um problema social ainda persiste por que que eu digo isso porque o racismo ele vai se remodelando ele tem várias facetas ele tem várias formas de agir então quando a gente pensa de repente que a sociedade brasileira já tá superando ou superou é pra gente não digo isso porque a Gina disse eu digo isso porque eu enxergo dentro da escola uma grande dificuldade para essa implementação porque ainda precisamos voltar naquele início de uma fala de que sim o racismo existe E aí eu tô me apoiando
um pouco numa Live da professora petron petronília Beatriz em que ela fala que a grande dificuldade pra gente aplicar a lei 10.639 alterada paraa lei 11.645 é porque essas leis que regulamentam a educação elas mexem numa estrutura Então se a gente tem uma estrutura hegemônica né que acaba impedindo com que a gente tenha um real contato nos livros didáticos alguns materiais é claro que existem materiais mas a gente precisa de seminar mais a gente precisa divulgar mais Então nesse sentido há ainda um desafio de aplicação por conta de talvez falta de alguns recursos em algumas
escolas falta do acesso de uma formação de professores isso ainda é falado em muitas pesquisas então a gente precisa entender que essa lei ela é uma lei que não é apenas né para modificar as diretrizes e bases não é uma lei também só pra gente pensar uma mudança curricular ou uma mudança de conteúdo e não é uma lei somente para negros eu ainda encontro esse desafio de conversar com alguns colegas professores que dizem para mim que ah a gente não precisa falar sobre uma educação antirracista nessa escola porque que não tem racismo então parece que
existe uma fantasia ali de que aquela escola ela é imune aos problemas que existem na sociedade e que a gente precisa levar para dentro da escola uma discussão uma reflexão sobre Como o racismo atua sobre os corpos sobre as mentes das nossas crianças então quando esses profissionais da educação eles entendem que essa lei não é só para falar para alunos e alunas negros e negras eles entendem que essa lei é uma lei paraa sociedade brasileira porque a gente a gente quer projetos mais amplos de sociedade que abracem de maneira respeitosa a diversidade a gente consegue
fazer entender que é uma lei não só para negros mas especialmente para negros e indígenas porque a gente tá falando né da 11 da 10.639 alterada para 11.000 conforme a professora Gina falou E aí a gente tá contemplando toda essa diversidade histórica e diversidade cultural que existe em nossa sociedade então quando a gente faz esse quando a gente dá esse passo quando a gente pensa que nós temos eh todo todo um trabalho de pesquisa Nós já estamos aí avançando bastante em materiais precisamos dar o acesso desses materiais para os nossos colegas professores nossos alunos e
alunas já temos muit literatura que valoriza a presença dos negros em sociedade isso tudo nos nos ajuda então a dar passo mas a gente precisa entender que a gente ainda tá num caminho da concessão a gente ainda tá num caminho que não tá para todos então a gente precisa de fato chegar numa proposta pedagógica com perspectiva antirracista para que a gente possa alavancar de fato a aplicação da Lei Então para mim assim enquanto profissional da da educação que eu tô ali atuando no chão da escola e eu conversando com pessoas ali com os meus alunos
eu percebo ainda esses desafios pra gente enfrentar e eu percebo também que quando esses alunos né Eh eles têm o acesso eles eles conversam sobre isso eles estão refletindo sobre as Relações raciais o quanto a postura o quanto o comprometimento o quanto respeito entre eles também está ocorrendo então a gente precisa de fato fazer valer a lei 10.639 11000 alterada para 11.645 no chão da escola e não ficar apenas em iniciativas individuais né só Aquele colega professor que é chamado para o 20 de novembro para fazer um trabalho que acaba sendo um trabalho pequeno transversal
quando na verdade a gente deveria ter um trabalho cotidiano de trazer para dentro da sala de de aula a discussão sobre o problema das Relações raciais em nosso país então é essa é a minha fala de contribuição Bira muito obrigada eu que te agradeço eu e todo mundo que tá acompanhando porque eu acho que a gente agora faz uma grande combinação pensando nesse 20 eh nesses 20 anos da lei a gente ter aqui vocês duas juntas trazendo análise olhando paraas potencialidades pros avanços mas também trazendo aí os pontos onde essa lei eh pode ganhar cada
vez mais força né os enfrentamentos que precisam também ser feitos acho que você fala bastante sobre isso né l em lugares onde a gente precisa de fato olhar realmente e se confrontar com a nossa próprio jeito de pensar como sociedade que tá sendo alterado que tá sendo movimentado e colocar em prática muito bom bom muito interessante esses pontos que vocês estão trazendo eh e toda essa conversa com certeza remete a gente a nossa pergunta disparadora eu quero relembrar a pergunta eh que a gente fez aqui que eu pedi para vocês responderem lá no chat a
A pergunta foi a seguinte Por que ser uma Educadora ou um educador antirracista a gente começou o encontro desse jeito e aliás para você que já respondeu pra gente aqui já deixou seu like aí V ali deixa a sua curtida nessa nossa Live nessa nossa conversa além da gente saber que você tá curtindo que você tá gostando isso vai ajudar a nossa transmissão também a ser impulsionada a atingir mais gente então vai ali pode curtir por favor amplia faz com que outras pessoas para que essa conversa possa para chegar cada vez mais pro maior número
de pessoas e mande também suas perguntas pelo chat para as nossas convidadas Porque elas estão aqui para interagir para responder tudo que a gente quiser agora então eu quero ler um pouco aqui os comentários do que surgiu do que que vocês mandaram pra gente eu vou ler aqui os comentários o rodrigu Júnior disse o seguinte educação antiracista é importante por vários motivos todos relacionados à promoção da Igualdade justiça social e ao combate ao racismo a Giovana Xavier disse porque somos educadores construtores de seres humanos dignos e valorosos e racismo não tem valor nenhum elizabe Moura
respondeu o seguinte para valorizar e apoiar Os estudantes passando informações antirracistas para o seu cotidiano O Jaílson Lacerda disse a educação antirracista é uma necessidade urgente para a nossa época Alessandra Romero disse essa é uma forma de valorizar a idade cultural e étnico-racial na construção do conhecimento da humanidade assim pode-se Ir rumo a um currículo menos etnocêntrico assum disse o seguinte como homem negro e parte dos 38% de pessoas que experienciam o racismo na escola tem a oportunidade de orientar e nossas crianças as nossas crianças a serem antirracistas e cada vez mais é radicar o
racismo na base miram disse o seguinte Todos precisamos ressignificar o que aprendemos na escola a cultura que crescemos e tudo que foi ocultado da época colonial para que Assim possamos através do conhecimento transformar a educação damires disse o seguinte acredito que o ser é uma totalidade que o que os que o ser em sua totalidade não possua uma visão de igualdade com o seu próximo João de Deus Silva Júnior disse o seguinte a ação antirracista é necessária para desconstruir os estereótipos e as discriminações que ainda são estruturais em nossa sociedade muitas outras chegando questões ainda
tem várias acho que a gente ressaltou aqui outras eu quero agradecer muito pela participação de todo mundo eh e acredito acho que aí já traz muitos elementos Então eu queria chamar agora você Lavine você também Gina vocês querem comentar um pouco dessas respostas aí que a gente recebeu como é que vocês ouviram aí esse esse conjunto de reflexões da nossa audiência Bira eu tô acompanhando aqui também o o chat né pelo meu celular e eu tô muito impressionada assim positivamente né Eu acredito que a qualidade das perguntas que estão chegando e já é um indicador
do quanto a lei 10.639 ela tem chegado ao chão da escola por exemplo quando os professores né relatam a resistência da comunidade algo que tem Aparecido na nos comentários e que você destacou também eh isso evidencia que as pessoas estão se esforçando para aplicar a lei então de caro eu já queria dizer o seguinte se aí no chão da sua escola você tá lidando com resistência é porque você tá fazendo do jeito certo a gente precisa lembrar que nós estamos rompendo com paradigma Educacional eh altamente assista então o novo a as estruturas de um modo
geral elas tendem a querer ficar exatamente como elas são e onde elas estão Então essa Resistência é parte da construção de um novo fazer pedagógico a gente não deve ficar eh engessado parado quando a resistência aparece ela é um sinal de que a mudança tá chegando vamos contigo lvin oi Bira oi Bira nossa assim é saber que a gente tem uma grande audiência aqui de profissionais de educação e que essas pessoas estão eh colocando a lei em prática é é o que a gente precisa a gente precisa de fato de profissionais que se reúnem possam
se reunir dentro da escola e que possam inspirar seus colegas professores sua direção sua gestão para que de fato possa se colocar a lei em prática a gente não pode só ficar numa ideia de que é a necessidade de uma ação sem a gente fazer ação e e eu sou eh do esperançar do Paulo Freire né eu tenho essa ideia de que não adianta só a gente idealizar uma nova perspectiva uma nova narrativo uma nova forma de conduzir a educação sem a gente já não ir praticando entendendo as tensões que vamos encontrar conforme a professora
Gina falou no meio do caminho porque a gente vai balançar essa estrutura aí e a gente só mexendo mesmo eh eh eh nas nossas ações no nosso comportamento nesse cotidiano das relações é que a gente vai poder fazer alguma alteração então de fato eu tô muito contente muito feliz com o fato de que muitos professores estão persistindo em colocar em prática a educação antirracista lembrando que quando a gente fala educação antirracista a gente não tá só falando eh de um conteúdo que fala exatamente sobre história dos afro-brasileiros indígenas africanos é disso também e com bastante
excelência e letramento mas a gente também tá falando de empatia do cuidado do acolhimento né dessa de fato de colocar em prática uma educação democrática que todos os nossos alunos e alunas se sintam protagonistas se sintam pertencentes aquelas histórias contadas aquelas culturas que são divulgadas dentro do chão da escola Obrigada Eu que agradeço vocês duas de novo mais uma vez bom e além dos comentários do público que a gente teve aí começaram também como você mesmo já comentou aí Gina chegar aqui pergunta sobre o tema eh e eu quero trazer essas perguntas para vocês vocês
sabem que a gente também já recebeu perguntas Antes quando as pessoas estavam se inscrevendo já foram mandando perguntas e uma pergunta enviada por muita muita gente foi como trabalhar o antirracismo na educação infantil com as pequenininhas com os pequenininhos até o momento a gente recebeu mais de 20 questões nesse sentido então eu quero começar também trazendo questões do público por aí pedindo para você Gina falar pra gente sobre Esse aspecto pode ser pode ser combinadíssimo um prazer imenso como eu tô acompanhando aqui um chat eu vou só responder pra jand Dinara que ela não conseguiu
acompanhar todas as dimensões eu vou repetir para ela tá jand Dinara a dimensão número três é a dimensão ética tá e vou recapitular todas se você não tiver anotado A primeira é a pedagógica a segunda a política a terceira a ética a quarta a estética e a quinta é a dimensão da memória essa pergunta sobre como trabalhar educação antiracista e educação para as relações étnico-raciais na educação infantil ela é muito preciosa porque a gente deve lembrar que seja qual for a intervenção que a gente for fazer voltada paraa educação das relações étnico-raciais ela deve respeitar
profundamente cada etapa do desenvolvimento humano e quando a gente tá falando da infância a gente tá falando de um um terreno muito precioso terreno do brincar do lúdico do estímulo a imaginação então eu jamais vou poder trabalhar educação para as relações etnicorraciais com crianças da Educação Infantil como eu trabalharia com os adolescentes com os anos finais eu acredito que eh a gente precisa pensar sobre tudo em três eixos acho que o primeiro eixo que a gente tem que destacar é o eixo das relações educação é antes de tudo um processo relacional interacional então promover uma
educação antiracista passa por necessariamente Estar atento a como as relações se dão dentro da escola eu trabalhei nas séries iniciais na educação infantil e era recorrente que eu visse por exemplo eh que havia uma situação de racismo e muitas vezes a gente fica sem saber como responder então está atento a como eu incido quando eu testemunho uma situação de racismo é fundamental ela vai acontecer na educação infantil também os professores da Educação Infantil estão aqui comentando né que muito cedo as crianças já apresentam comportamentos racistas porque elas vão reproduzir e repercutir o que acontece no
entorno dela então para citar um exemplo nunca jamais em tempo algum quando uma criança reporta uma situação de racismo a uma professora ou a um professor Jamais Dizer olha não liga para isso não não né Ah tia falou do meu cabelo não liga para isso você é linda essa é uma resposta péssima porque ali eu já começo a educar a criança negra para ela ficar em dúvida em relação ao que ela sente ela tá relatando uma situação que a incomodou que a deixou desconfortável que a fez sentir-se ofendida e às vezes a gente na melhor
das intenções fala assim deixa para lá deixa para lá é uma péssima resposta então pensar em como é que as relações se dão na educação infantil entre as crianças e com o professor para com a criança e aí como apareceram muitas perguntas de profissionais da Educação Infantil eu achei apropriado eh sugerir a leitura desse livro do Silêncio do lá o silêncio escolar racismo preconceito e discriminação na educação infantil esse livro é uma Preciosidade ele é um clássico né leitura obrigatória para todo mundo que trabalha na educação infantil A autora é a professora Eliane Cavaleiro e
ela fez uma etnografia educação infantil justamente para discordar como é que o racismo se apresenta nas relações nas práticas sociais e na organização do trabalho pedagógico na educação infantil um outro eixo importante é falar das práticas pedagógicas com foco nessa fase do desenvolvimento eu queria sugerir também porque que o nosso objetivo é também repertoriar vocês a educação infantil é uma etapa muito importante paraa contação de histórias pro contato com o livro de Literatura Infantil é importante levar paraa nossa prática pedagógica brincadeiras jogos de origem africana e de origem indígena isso amplia o repertório cultural das
crianças e as coloca em contato com a diversidade e outras visões de mundo também acho importante citar o material que eu tive o prazer de acompanhar a criação foi produzido pelo Unicef chama deixa que eu conto afras brasileiro a Unicef Convidou contadoras e contadores de história do Brasil inteiro tá tem uma diversidade Regional e linguística belíssima para contar histórias que foram gravadas e estão disponíveis nas plataformas que vocês eh queiram ouvir se chama deixa que eu conto afro brasileiro é uma uma coletânea de histórias para o profissional da educação ouvir e colocar as crianças para
ouvirem também e um outro ponto fundamental é pensar na no material didático que é trabalhado Na escola quando eu falo material didático eu tô falando inclusive dos murais dos trabalhos que vão para as paredes das imagens que eu coloco para decorar a escola é muito recorrente que as escolas usem personagens então é importante a escola prestar atenção em que personagens aparecem se há equilíbrio eh na representação de criança negras e de crianças brancas por exemplo é muito comum que a gente não se dê conta que haja uma prevalência uma hegemonia de personagens e de crianças
eh brancas nos muros nos murais E aí as crianças negras não se sentem representadas um outro aspecto importantíssimo da educação infantil é afirmação dessa corporeidade Negra essa é uma etapa em que é muito recorrente crianças relatarem que sofrem violência em função da textura do cabelo da cor da pele e é importante o professor e a professora da Educação Infantil construir um trabalho que dialogue com a especificidade da sua turma Eu acredito muito naquilo que é sinalizado pelo professor Demerval saviani na pedagogia histórico-crítica que a gente só vai construir uma proposta pedagógica um projeto político pedagógico
adequado se a gente olhar olhar para aquilo que incide na comunidade no território na escola e na sala de aula então também é fundamental que o professor e a professora da Educação Infantil presta atenção naquilo que acontece na comunidade naquilo que acontece no território e traga para dentro da escola então eu vou citar aqui uma experiência que eu achei muito interessante de uma escola que levou as mulheres negras que eram bordadeiras para as crianças conhecerem o trabalho dela ou levar personagens da comunidade que tem uma atuação importante e que muitas vezes ficam invisibilizados outra característica
importante é pensar a a própria escola pensar em Como é que os profissionais que atuam na educação Estão dispostos né e tentar quebrar a hegemonia Branca a criança constrói muito a sua identidade a partir dos adultos que estão no entorno dela então seu eu tenho uma escola onde as pessoas negras só realizam tarefas subalternas relacionadas à limpeza por exemplo Qual é a mensagem que eu tô passando paraas crianças da Educação Infantil eu tô dizendo para elas que as pessoas que mandam as pessoas que ocupam posição de prestígio de poder são branca e as pessoas que
realizam trabalho subalterno são pessoas negras então também é importante que a escola preste atenção na maneira como as relações se organizam num sentido mais amplo não só na sala de aula mas em relação a toda a comunidade escolar Maravilha muitos elementos muitas questões sendo trazidas aí já com dicas práticas já com indicações aí para as pessoas poderem aprofundar um pouco mais muito obrigado Gina eh e eu acho que bem nessa direção do que você tava trazendo aí pra gente outra questão que chegou em peso aí pelo nosso chat pelo nosso público que foi se inscrevendo
foi como trabalhar a questão antiracista nos mais diversos componentes curriculares eh desde a escolha dos materiais e referências até desenvolver projetos específicos indo além do mês da conscientização né Para Além do 20 de novembro até agora já chegaram mais de 30 questões exatamente aí um pouco nessa linha entendendo um pouco aí como trabalhar a questão antirracista nos mais diversos componentes curriculares então Lavine por favor passo aí para você para falar sobre esse aspecto por favor oi Bira eh eu aqui eh o quanto a gente tem colocado uma responsabilidade nos professores de história eu sou professora
de história e eu tô falando da dessa minha prática né de quando batem no meu ombro na escola e falam o que que você tá preparando aí para novembro e aí eu digo para esses meus colegas que eu já estou preparada desde sempre e que de forma cotidiana eh eu faço uma militância pedagógica dentro da minha sala de aula com os meus alunos Então sempre que eu posso atuar eu sobre a questão racial pensando num conteúdo que possa ser associado trazendo um questionamento sobre questões raciais eu tô fazendo mas isso não pode ficar somente a
cargo de professores de história literatura nós precisamos de outros profissionais da Educação de outros componentes curriculares atuando né e não só a educação infantil em todas as séries e até pensando numa formação Universitária então assim eh eu fazendo algumas pesquisas né e conversando com alguns colegas que já fazem esse trabalho né que não são só da literatura da Língua Portuguesa ou da área de história ou mesmo sociologia né pensar por exemplo dentro de do componente curricular Artes né a produção artística como pensar né nas aulas de artes como poderia ser feito um trabalho sobre a
questão racial eh eu fiz uma pesquisa e vi que teve uma professora que eh trabalhou a questão da subjetividade do conceito de beleza e pediu para que cada aluno então fizesse um seu autorretrato né na educação infantil eh tem a questão do desenho do autorretrato mas tem tem também a questão da cor né para representar a sua pele Então a professora ela precisou né Eh entrar em contato com a direção pedagógica com coordenador pedagógico porque no na escola dela não tinha material adequado para que pudesse fazer essa representatividade dos tons das cores de pele que
existem porque as crianças só tinham acesso àquela cor Rosada né dos lápis de cor né E hoje a gente tem esse material e que bom Por isso a divulgação do material o acesso material importante e na aula de biologia e ciências por exemplo o que que poderia ser feito né Poderia se falar sobre eh a Biologia do século XIX isso já pro Ensino Médio né e as descobertas da genética atual pensando Então os valores raciais o o como que surgiram essas teorias raciais e o quanto isso eh eh eh causou né uma uma história de
uma pseudociência do século XIX que atribuiu aí ideia de superioridade e inferioridade das raças e que tem muita gente que Continua pensando isso até os dias de hoje então levar isso para dentro da sala de aula dentro do de uma turma de Ensino Médio é importante eh pensando aula de ciências para a educação do Ensino Fundamental a gente pode trabalhar a ideia do valor do corpo e ver as diferentes características estéticas atributos físicos do corpo e pensar a valorização desse corpo para que tenha esse autocuidado do corpo dessas crianças negras é importante também levar essa
pauta não só uma pauta muito científica não mas também uma pauta de um reconhecimento de valor sobre a existência daqueles corpos e quando a gente pensa por exemplo a matemática é muito importante que o professor entenda o lugar da Matemática dentro das Relações raciais dentro das questões raciais ele deve ele pode e deve atuar então o professor ele pode trabalhar gráficos ele pode trabalhar criação né de tabelas pensando a questão eh desses dados trazidos e é muito interessante que quando a gente leva os dados para dentro da sala de aula a gente não tá colocando
como forma de opinião a gente tá trazendo como forma de uma realidade uma existência isso aqui existe isso aqui foi feito uma pesquisa isso existe então em cima dessa pesquisa e desses dados o que poderemos atuar o professor de matemática ele não vai ficar restrito apenas aos dados ele vai trazer uma conversa sobre as questões raciais então tem muita coisa boa que a gente pode fazer que a gente pode trabalhar dentro dos componentes curriculares ressaltando sempre né o valor histórico valor cultural desses povos que formam a sociedade brasileira muito bom maravilha Obrigado Lavine aí por
compartilhar Por trazer muitas ideias quero ver o chat ali pegando fogo sobre tudo isso mas isso também me faz querer destacar Estamos chegando na metade da nossa conversa mas isso me faz querer muito destacar um dos grandes motivos da gente ter organizado essa Live hoje que é divulgar o curso estratégia para uma educação antiracista que a nova escola Tá abrindo hoje em seu em seu site aqui né Eh A ideia é que esse curso também possa ampliar o horizonte dos professores contemplando professores aí da educação infantil até o ensino médio e todos os componentes curriculares
tá esse é um curso muito especial para nós que contou com a Lavine Nossa convidada que tá aqui como autora a né a Lavine aí foi a autora que construiu todas essas estratégias para uma educação antirracista ele é voltado para educadores de todas as etapas de ensino e os conhecimentos do percurso foram organizados de maneira simples e direta traduzindo conceitos científicos para uma linguagem cotidiana que atende as demandas da sala de aula unindo teoria e prática o percurso garante possibilidade de reflexão paraa educação das elações étnico-raciais esperando que você se inspirem em se tornar uma
Educadora se tornar um educador antiracista Além disso eu já disse isso no começo e Eu repito com muita alegria esse curso ele é gratuito Aliás você sabe que que Desde o ano passado todos os cursos da plataforma da nova escola são totalmente completamente gratuitos e com certificação para você professora para você Professor poder se manter sempre atualizado em sua carreira Beleza então aproveita minha gente tem muita coisa interessante no site da nova escola e hoje especificamente a gente tá aí convidando você para poder mergulhar nesse curso Educação antiracista dá uma olhada na tela para ver
o certificado que você vai ganhar neste curso por exemplo se você for lá se você fizer essa trilha formativa você vai receber esse certificado esse certificado aí além da nova escola ele também é assinado pela cátedra da Sérgio Henrique Ferreira Instituto de estudos avançados da Universidade de São Paulo da USP este curso que a gente tá lançando hoje por exemplo conta com a certificação de 10 horas e é um curso Auto instrucional Isso significa que você pode fazer ele no seu tempo do seu celular ou do seu computador e você vai aprender recursos e estratégias
para levar a perspectiva antiracista para suas aulas desde o momento do planejamento até a avaliação então é um curso muito completo que pega aí todas as etapas da construção da sua atuação pedagógica eu vou te mostrar agora como faz para você acessar o curso porque a gente aqui já convida e já mostra como chegar lá quando você acessar o site da nova escola na página de curso você já vai estar vendo aí quando você acessar o site da nova escola já vai tá aí vermelho ali lançamento sobre curso Educação antirracista começar agora já CCA ali
se você Verê essa Live depois e você for no site da nova escola e isso não tiver aparecendo você vai ali onde tem eh na na página de cursos e você digita o nome do curso estratégias para uma educação antiracista aí você vai chegar clicando aí nessa nessa parte aí que tá vermelho você vai chegar nessa página de descrição e inscrição no curso que você tá vendo aqui na tela junto comigo aí essa tela aí agora pronto tá vendo aí Ó começar agora é nessa tela basta clicar em começar fazer um breve cadastro se você
ainda não for cadastrada cadastrado no site da nova escola e abrir o seu percurso e Não se preocupem em perder o link esse link vai ficar disponível na descrição Desse nosso vídeo para você acessar assim que acabar a nossa Live Então você já sabe quando terminar a nossa Live quando esver chegando no final a gente vai colocar aqui no chat o link clica lá e já já começa a se inscrever já começa a fazer essa trilha bom Lavine você que é autora desse conteúdo dessa produção Tão rica e da qual a gente se orgulha muito
então primeiro parabéns parabéns todo mundo no chat Vibra aí para ela vir por essa grande construção então você que a altura desse conteúdo tão rico conte pra gente como ele foi estruturado por favor porque eu e todo mundo tá muito curioso oi Bira Então esse curso Ele foi organizado em duas unidades e aí a gente tem em cada unidade você pode ver aí na tela agora ó a unidade um ela é composta por uma introdução onde a gente faz um parecer Geral do que a gente vai trabalhar depois a gente tem o módulo um que
vai trabalhar com essa temática dos educadores antirracistas somos nós aqui a gente quer refletir com esses profissionais da educação essa interação no conhecimento o módulo dois traz a prática da educação né antirracista com intencionalidade pedagógica Então nesse módulo a gente vai pensar que não é só ter acesso ao conteúdo Mas também se projetar se posicionar ter uma intenção em trabalhar sobre essa sobre esse conteúdo E também temos aí nessa unidade um o módulo TRS o módulo TR Ele trabalha sobre com a questão do planejamento de aulas antirracistas Então a gente tem aí um conhecimento sendo
eh embasado um letramento sendo feito e depois a gente tem a parte de um planejamento de aulas aqui a gente vai ter vários exemplos a gente tem estudos de casos reais né coisas que aconteceram comigo em sala de aula que eu compartilho com vocês dentro desse curso entrevistas que eu dei que eu que eu que foram concedidas a mim por outros colegas professores sobre também as suas estratégias de como colocar um planejamento de mala antirracista em prática e por último a gente tem aí uma sistematização onde você pode encontrar né um resumo de toda essa
unidade e eh mapas mentais para facilitar ainda mais o seu acesso ao conhecimento e além da unidade um temos a unidade dois tem essa estrutura tem a introdução que a gente faz um apanhado Geral do que que vai ser trabalhado dentro dessa unidade E aí a gente começa com o módulo 4 na unidade dois que é um um pensamento que a gente teve de colocar o estudante como centro dessa prática antiracista para quem a gente tá promovendo essa educação antirracista Então a gente tem que colocar o nosso estudante no centro A gente tem que desenvolver
um olhar a gente tem que desenvolver uma narrativa uma sensibilidade no nosso planejamento focando nesse estudante enquanto centro dessa prática e aí quando a gente pensa o estudante a gente pensa em todo estudante brasileiro mas com um olhar eh bem cuidadoso em relação aos estudantes que sofrem essas discriminações raciais na no módulo cinco que também compõe a unidade dois a gente vai falar sobre metodologias mais atuais que que ajudam a potencializar as nossas práticas antirracistas aí a gente vai ter exemplos dejas pedagógicas que promovem o nosso olhar para que a gente possa entender como eu
posso promover esse tipo de de debate ou como eu posso desenvolver esse tipo de conteúdo para que eu possa de fato inserir o estudante como centro dessa atividade e que metodologia então eu posso utilizar e a gente vai desenvolvendo Então essa nossa prática antirracista com mais segurança e por último fechando aqui a unidade dois nós temos o módulo seis que ele vai falar sobre avaliação e autoavaliação então a gente tá pensando aqui Como avaliar a partir de uma perspectiva antirracista né como a gente pode promover esse tipo de avaliação Para que de fato a gente
possa colocar todos aqueles envolvidos nessa educação an racista como responsáveis de dar um passo para combater o racismo em sala de aula e por isso a gente pensou também numa autoavaliação enquanto profissionais de educação e da nossa aula é muito importante a gente então pensar essa avaliação e essa autoavaliação na formação dos Estudantes e na nossa própria no nosso próprio desenvolvimento pedagógico então a gente tá convidando vocês aqui para refletir sobre essas práticas avali as e por último na unidade dois também temos uma sistematização onde a gente faz um resumo e a gente também coloca
ali mapas mentais para facilitar o seu acesso a determinados trechos que destacamos como muito importante para sempre voltarmos aquele pensamento sempre voltarmos aquela aquela forma de atuar e o nosso curso então ele tem vídeos podcast estudos de casos reflexões mobilizadoras desse conhecimento modelos de planejamento para todas as etapas de Formação também tem um módulo que é eh de uma avaliação final para que a gente possa aí ó tá aí ó a gente tem uma autoavaliação uma avaliação que tá ligada a emissão de o certificado referências bibliográficas completas Olha isso aí gente foi assim tá incrível
toda hora que eu volto para olhar esse curso e eu volto para para ver o quanto ele ficou organizado quando qu quanto ele ficou eh eh pensado para o meu colega professor de chão da escola de sala de aula eu fico muito feliz de ter participado desse processo e a gente também tem acesso a esse vídeo da Live para rever quando a gente quiser e é preciso dizer que eu contei com a o apoio de consulta da professora Gina que foi a primeira professora a fazer todo esse percurso formativo para dar o seu parecer e
contemplar esse curso e esse curso tá assim fechadinho para vocês é só acessar o nosso site fazer a inscrição e começar a estudar assim que terminar a Live eu vou correr para me inscrever porque eu tô muito muito curioso Parabéns pela produção aí de excelência de grande qualidade e de grande importância aí pros nossos educadores Obrigado Lavine Gina como Lavine disse você já viu esse curso em primeira mão Então conte aí pra gente os seus comentários sobre esse percurso formativo Olha eu prometo que eu não vou dar spoiler para não estragar a surpresa que vocês
terão eh a Lavine pontuou muito muito bem e como é que o curso foi organizado eu tive o prazer de fazer todo o percurso no processo de elaboração e depois quando ele foi concluído e eu acredito que a maior potência desse curso é que ele articula saber científico e saber experiencial foi um curso elaborado por uma profissional que é uma grande pesquisadora do tema mas é professora também né gente isso traz uma riqueza enorme pro que tá sendo proposto porque a Lavine consegue aterrar as teorias as reflexões teóricas acadêmicas no chão da escola que é
um dos grandes Desafios que a gente tem e ela faz isso usando uma série de estratégias né então eu queria destacar além do que ela já falou queria destacar alguns pontos o primeiro é que ela teve o cuidado de fazer um percurso em que o professor não está diante de uma proposta eh ada ele é provocado a participar o tempo todo existem questionários reflexivos existem espaços de sistematização o tempo todo o professor e a professora é provocada a reportar a sua prática e confrontar a sua prática com aquilo que ele tá aprendendo Então esse é
um aspecto fundamental porque ele ele parte do pressuposto de que a aprendizagem precisa ser ativa o professor não é um mero espectador e leitor do do curso ele é chamado o tempo todo a participar também preciso destacar o fato do projeto visual do curso tá muito bonito gente eh quem fez o desenho instrucional né quem fez o desenho da da proposta teve o cuidado de deixar muito atrativo prazeroso de ver inclusive usando recursos como infográficos que ajudam a gente a entender melhor algumas das informações também acho importante dizer que existem alguns termos que são muito
caros pro processo de letramento racial e pedagógico porque não é qualquer letramento racial é o letramento racial até porque nenhum letramento racial é qualquer mas esse é muito especial porque ele é muito específico ele tá falando vários com as palavras que podem vir a provocar algum estranhamento pros profissionais que estão fazendo o curso relatos reflexivos e eu achei muito interessante que a Lavine teve o cuidado também de privilegiar o pensamento negro Então quem fizer o percurso formativo vai ser repertori dentro do percurso eh com as categorias teóricas e metodologias que estão sendo propostas mas vai
sair desse percurso formativo também com outras indicações para ampliar o seu repertório em relação a esse tema então eu sou suspeitíssima para falar porque eu sou fã do trabalho da Lavine com conheç e acompanha a rede de educadores antirracistas eh sobre o qual e diante da qual ela atua tão brilhantemente Mas eu posso falar para vocês certamente vocês Não sairão desse percurso formativo os mesmos façam a formação e eu queria sugerir mais eu gosto muito de Formação em grupo então queria sugerir que os professores e professoras que estão nos acompanhando se você se inscrever provoca
um grupo de colegas quatro cinco professores a também se inscreverem porque o curso provoca a gente a ter vontade de comentar com alguém o que a gente tá aprendendo Então se inscreve e chama mais gente para se inscrever também vale muito a pena que lindeza que maravilha viva Ola Vini viva a sua inteligência sua genialidade luz a cheia aí pro seu ori por ter criado e colocado isto no mundo Porque de fato eu sei que isso vai chegar nas escolas vai chegar na mão de muita gente e Isso pode impactar de fato o modo como
a gente tá olhando como a gente tá pensando a lente que a gente tá usando na sala de aula né então Obrigado por isso bom é muito bom ter aí a explicação da Lavine e ter os comentários da Gina porque dá esse desejo mais pra gente de lá e ver e é importante também citar que este curso faz parte do movimento escola de respeito da nova escola que tem uma seleção especial de Materiais paraa sala de aula sobre relações étnico-raciais para educadores de todas as etapas de ensino é isso mesmo esse movimento contou com a
participação de muitos educadoras e muitos educadores em sua criação incluindo Aqui as nossas convidadas de hoje a Lavine e a Gina a gente tá mostrando aqui por exemplo a página do movimento para vocês terem ideias então por exemplo agora planos de aula sobre consciência negra tá aparecendo aqui enfim tem muito material aí todo voltado para essa temática e você pode ver nessa página que a gente tá mostrando na tela que é um espaço que tá cheio de recursos tem planos de aulas e de referências para você e e eu quero aproveitar então também para mostrar
um vídeo curtinho de divulgação do nosso movimento escola de respeito dá uma olhada ser o exemplo ser a valorização ser o pertencimento ser a identidade ser a Equidade ser um espaço de todos escola de respeito Juntos por uma educação antiracista [Música] participe participe venha junto com a gente construir uma educação uma escola cada vez mais antiracista agora vamos avançar em nosso debate aqui pessoal porque enquanto a gente estava aqui mostrando os detalhes do curso foram chegando perguntas aqui pelo chat eu sei que quem tá acompanhando da gente tá interessada tá interessado em aproveitar das trocas
aqui que a Gim que a professora lavini também estão trazendo então eu vou aqui algumas perguntas que foram chegando eu vou compartilhar mais algumas perguntas aqui que chegaram para vocês tá perguntas que apareceram bastante aqui Lavine vou começar contigo tá como trabalhar com as famílias eh pensando aí recusa dos pais quando a escola aborda o tema as barreiras religiosas enfim como trabalhar aí nesses contextos Pois é Bira a gente tem uma dificuldade que é o pensamento ainda fundamentalista né que acaba eh contaminando um pouco a o nosso espaço de educação que precisa ser diverso democrático
precisa ter aí eh a a a atuação de vários grupos as suas existências suas histórias de contrib i ição e a gente acaba tendo um pouco esse entrave de que um pensamento fundamentalista religioso eh que ignora que não aceita essa diversidade acaba prejudicando eh uma certa vez eu eu tive uma dificuldade em sala de aula eu tava trabalhando com a história e cultura dos povos e oruba era material de livro didático e eu tava trabalhando isso com as turmas e um aluno sai de sala pede para o banheiro não volta mais e ele depois falou
com a diretora que ele se recusava a assistir as minhas aulas enquanto eu falasse sobre macumba então ele não reconhece potencial cultural potencial criativo e é e era um aluno negro Então esse aluno negro ele ele não reconhece potencial criativo ele não reconhece potencial eh cultural a na história do seu do seu grupo de pertencimento racial Ah quando a gente trabalha com com essa dificuldade em sala de aula eu acredito que eu tenho que entender aquele aluno como um pensamento legítimo seu mas eu preciso eh fazer com que ele entenda que aquela maneira de pensar
ela exclui aquela maneira de pensar ela prejudica a a o a convivência entre pessoas tão diferentes que vão transitar na vida desse aluno dessa criança então a gente ainda tem muita dificuldade com famílias né alunos que não podem participar de aula de música quando tem tambor né alunos que não podem assistir uma palestra porque o convidado ou a convidada é de pertencimento de religiões afro de Matriz afro-brasileira Então Ainda existe essa dificuldade eu acho que o caminho que a gente pode eh tentar construir um di áo e tentar ali eh fazer uma mexida nesse olhar
nesse pensamento fundamentalista para que deixe de ser um pensamento tão conservador e fundamentalista eh conversar dialogar Logo no início do ano numa reunião de pais já dizer para que que você veio à escola dizer eh falar da Lei falar da importância da diversidade já deixar um acordo com aquelas famílias de que ali não vai se trabalhar religiosidade Ali vai se trabalhar a diversidade cultural e aí você tenta dar esse caminho mais no campo da cultura e e tenta não falar tanto da questão religiosa num primeiro momento se você vê muita atenção para você ir ganhando
espaço ganhando confiança porque eu na prática Eu percebo que é assim que a gente tem conseguido atuar dentro do chão da escola para ao invés da gente ter só uma tensão entre os grupos e as pessoas saírem da aula e não quererem nem te ouvir Eu acho que o caminho é o diálogo o caminho é um acordo Olha a gente tá aqui para para dar essa essa essa esse ensino de de qualidade ensino de diversidade que é a realidade dessa humanidade que seu filho não vai ficar numa redoma de vidro vai ficar numa bolha que
ele vai conviver com o mundo e que precisa Então e respeitar os valores dessa humanidade os diversos valores que existem Então acho que é por aí massa muito bom agora outra pergunta que apareceu bastante vou Direcionar para você Gina ess também dá muita conversa qual lugar de fala ou seja o papel das pessoas brancas no debate sobre antirracismo tá contigo pessoas brancas T um papel fundamental né Eh eu vou aproveitar essa pergunta para trazer outras reflexões e dizer que é impossível a gente falar de educação antirracista SEMAL falar de educação para as Relações raciais eh
são coisas sinônimas né então quando a gente fala de racismo não dá para falar de racismo sem falar de branquitude que é esse sistema eh que foi organizado para conceder todo tipo de privilégios para pessoas brancas sem o reconhecimento disso a gente não faz um trabalho antirracista de verdade o primeiro ponto que as pessoas brancas precisam refletir É sobre o fato de que isso Começa dentro de mim a gente tem uma cultura muito marcada pela percepção do racismo como algo entre ser alguém Mau ou ser alguém bom e essa é uma visão muito limitada é
óbvio que se uma pessoa é deliberadamente racista ela é sim uma pessoa má mas a gente precisa entender que nós somos sujeitos socio-históricos e a maneira como nós fomos subjetiv ados na cultura foi para que nós nos tornássemos pessoas racistas aquilo que a gente compreende como Santo e profano como bonito e feio como confiável ou não confiável é atravessado pelas questões raciais todos nós que estamos aqui fomos educados para associar tudo que é bom a pessoas brancas e tudo que é ruim para pessoas negras se eu não reconheço que o racismo habita o meu inconsciente
eu pessoa branca ou eu pessoa negra eu não vou conseguir modificar quem eu sou as minhas percepções me desconstruir e levar isso paraa minha prática pedagógica se eu pudesse falar sobre qual é o maior desafio que eu tenho sentido como professora e formadora de professores é que ainda aparece muito e eu tô mencionando inclusive porque eu vi muitas pessoas mencionando aqui no chat aparece muito na escola o mito da democracia racial somos todos iguais aqui a gente não vê a cor das crianças são só crianças quando pessoas brancas repetem esse tipo de discurso elas promovem
um diss serviço a educação antirracista Porque sim ainda que você não saiba ainda que você não tenha consciência disso você Professor você professora foi programado condicionado pela cultura a olhar para crianças negras e brancas de maneira diferente então se eu pudesse dizer assim primeiro é necessário derrubar essa história do mito da democracia racial contestar essa história segundo é importante a gente se desconstruir cada pessoa precisa questionar Qual é o seu lugar e pessoas brancas precisam compreender pessoas brancas e negras né não é possível promover educação antirracista sem qualificação técnico-pedagógica é por isso que a gente
tá propondo esse percurso formativo aqui como parte do racismo estrutural ainda no imaginário de algumas pessoas a ideia de que promover uma educação antirracista é fazer caridade para os estudantes negros a gente tá falando de garantia de direitos então o lugar da pessoa branca na luta antirracista é também se posicionar em relação à situações de racismo e compreender que eu só vou modificar a prática pedagógica Se eu colocar o foco na maneira como eu eu incido no comportamento dos alunos e como eu organizo o meu trabalho pedagógico outro passo importante é dizer que a gente
precisa estudar permanentemente e o a própria escola que provavelmente tem uma hegemonia Branca tem uma maioria de professores brancos precisa trabalhar para que essa hegemonia seja quebrada se a gente puder contribuir para que haja pessoas negras à frente da coordenação pedag agógica à frente da direção da escola pessoas negras qualificadas pedagogicamente para trabalhar a temática isso pode colaborar para que a temática chegue com mais força no projeto político pedagógico da escola não dá para falar Eh eu tenho ouvido também alguns professores falando assim olha eu não vou trabalhar educação antirracista Porque eu sou uma pessoa
branca eh você não precisa necessariamente ser uma pessoa negra para promover educação antirracista porque Esse é um direito de todos os alunos da Escola seja você um professor negro seja você um professor Branco você precisa garantir esse direito e esse não é um direito só de estudantes negros é um direito de crianças brancas assim como crianças negras são educadas para desenvolver um sentimento de auto ódio eu vi algumas perguntas aqui também relacionadas a as pessoas dizeram assim mas os próprios alunos negros não se reconhecem como negros o os próprios alunos negros não se aceitam Ora
se eles estão dentro de uma cultura que os ensina a se odiarem e associar tudo que eles são ao que é ruim obviamente eles vão se odiar a educação antirracista tem esse papel de colaborar para que esse estudante negro ressignifique a Sua percepção de si mesma e das questões raciais então pessoas brancas T um papel fundamental também porque eu preciso dizer para vocês Infelizmente há pessoas brancas que só ouvem outras pessoas brancas então é fundamental que os profissionais de educação dialoguem com seus pais aqueles que já construíram esse processo de tomada de consciência racial de
autod desconstrução de compreensão das questões raciais eles têm um papel fundamental em relação a dialogar com a comunidade e com seus pares porque o seu lugar de pessoa branca que é um lugar de Privilégio vai fazer com que você consiga conversar com pessoas que talvez um outro profissional negro não conseguiria conversar muito obrigado Gina Muito obrigado Lavinha acho que essa conversa toda traz muitas reflexões acho que o o próprio fato das pessoas Neste País Não não se reconhecerem não se verem como pretas é o grande sinal de Como o racismo está impregnado na nossa sociedade
né impede a gente de reconhecer aquilo que somos então sim eh inquestionavelmente necessário importante a gente fazer esse movimento eh e olhar de fato para como a sociedade funciona ou tem funcionado no sentido de movimentarmos pra gente gerar mudanças nela ó minha gente eu quero enfatizar que chegaram mais de 1000 perguntas eh entre as inscrições e as nossas conversas aqui é impossível responder todas as perguntas que foram feitas mas eu entendo que elas apontam e reconhecem que é uma necessidade de falar bastante sobre o tema e o o que eu tenho então para dizer para
quem tá acompanhando a gente é que muito boas pares boa parte de todas essas questões podem ser respondidas ali enquanto você tá fazendo o curso fazendo a trilha e que a lavini preparou aí também com todo o apoio da Gina Então acho que é isso acho que vão lá porque vocês vão encontrar muitos lugares de aprendizado muitos insumos Gina lavini queridas quero pedir então vocês para fazerem umas Breves considerações porque o nosso tempo já tá bem passado bem estorado por favor Lavine começamos com você querida obrigada gente mais uma vez eu quero agradecer eh essa
importante experiência na minha vida que foi fazer parte dessa desse da criação não não mas da autoria desse curso sabe E aí eu me inspirei bastante ali fazendo escrevendo estudando e eu queria compar compartilhar pensamento aqui e dar uns obrig aí para todo mundo que tá aqui porque é uma emoção muito grande sabe saber que uma professora chão de escola eh pode contribuir dessa maneira com seus colegas professores então Eh o meu pensamento inspirador é esse aqui precisamos defender a educação precisamos defender a escola como locos de resistência às diferentes propostas políticas e ideológicas hegemônicas
para lhe confiar como um espaço decisivo em busca de sentidos mais diversos para todos os grupos que compõem a sociedade e por querer ver assim tal diversidade é necessário utilizar vários olhares precisamos dos olhares de todos os professores de novas narrativas da respons habilidade de todos de todos nós para colocar em prática a educação antirracista agradeço a bira agradeço muito a Gina esse toda essa ajuda essa contribuição nessa Live né A Gina principalmente com os comentários lá no curso me fizeram crescer bastante em todo esse processo de autoria desse curso muito obrigada obrigada a você
muito muito uma a honra ter compartilhado essa hora junto com você aqui Lavine querida Gina vamos contigo Olha eu também quero agradecer muito pela oportunidade pela confiança da nova escola e me D essa esse espaço tão honroso de estar aqui dialogando com professores e professoras do Brasil inteiro parabenizar a Lavine pelo trabalho primoroso e cuidadoso que ela fez a gente percebe eh ao longo do curso inteiro o cuidado da conexão da teoria com a prática Como Eu mencionei eh uma característica de professoras que estão no chão da escola agradecer a equipe técnica que tá fazendo
a mágica acontecer aqui a equipe com quem eu tive a interlocução que foi uma interlocução orgânica amorosa respeitosa para construir esse momento com vocês agradecer a albira pela excelente mediação né mediação brilhante o Bira sempre arrasa e eu quero agradecer em especial aos professores e professoras que nos acompanhar até aqui a gente sabe que os professores têm uma rotina muito pesada de trabalho né gente e eu fico encantada com o quanto vocês ficaram aqui até agora e nos ajudaram a qualificar esse momento eu tenho que dizer que o chat também foi um momento formativo eu
acompanhei aqui as dicas as pessoas compartilhando o que já fazem na sua prática as suas questões então fiquei muito Encantada de ver os profissionais da educação tão envolvidos tão dedicados nessa agenda que é tão importante e eu queria encerrar trazendo o pensamento que o Bira trouxe no início que é tão importante assim eu professora adora passar d de casa né eu queria eh encerrar sugerindo a leitura de um livro da autora que o Bira citou no início da Live a grande Bell hooks que nos deixou em 2022 aos 69 anos a Bell hooks tem um
livro que é leitura obrigatória para todo educador preocupado com a educação para as relações étnico-raciais é o livro ensinando a transgredir a educação como prática da Liberdade nesse livro ele estabelece um diálogo muito bonito com Paulo Freire com a obra desse autor e Paulo Freire assim como Bel hooks eles falam sobre a importância de ser um intelectual que não tem medo de ser amoroso então espero que a gente saia daqui dessa Live determinado a fazer o curso que certamente vai nos ajudar a qualificar a nossa prática pedagógica como profissionais comprometidos engajados e amorosos com o
nosso fazer Muitíssimo obrigada que lindeza viva muito obrigado muito obrigado Quem tá assistindo aplauda Por favor essa conversa aplaudam elas duas aplaudam Esse próprio chat para quem tá aqui participando esse é um aplauso para todas e para todos nós educadoras e educadores que estão se movimentando na direção de construir uma educação antirracista então muito obrigado Gina Muito obrigado Lavine valeu valeu valeu muito por essa conversa e para complementar ainda não terminando eu quero dizer que o curso Já está aberto no site da nova escola então ó para brindar essa noite não tem nada melhor do
que daqui a pouco correr lá e se inscrever e dar uma olhadinha e já começar ali a sua trilha formativa lembra aquela dica que maravilhosa que a Gina deu chama outros pares outras pessoas mobiliza a escola para se cajar para entrar também nesse processo formativo bom entra aqui no link da descrição desse vídeo para iniciar os seus estudos a gente tá mandando também o link no chat para facilitar para todo mundo conseguir novaescola.org.br essa é a direção que você vai acessar para conseguir achar esse curso e muitas outras oportunidades por lá Lembrando que quem fizer
o curso vai ganhar um certificado de 10 horas válido como horas complementares em cursos de ensino superior e eu quero mais uma vez assim como a Gina fez Obrigado pela sua participação toda a audiência que ficou com a gente até agora esta sala de aula gigante do tamanho do Brasil Ali mostrando também o quanto está engajada no tema participando ali pelo pelo chat conversando trazendo ideias trazendo sugestões viva viva viva muito obrigado por cada uma por cada um de vocês que ficou até agora e que tá construindo esta conversa fundamental de uma educação antiracista e
você que ficou até agora deve estar se perguntando Bira Cadê meu atestado sim você vai poder também receber um atestado de presença aqui nessa Live isso mesmo e a nossa maneira é é o nosso jeito de poder agradecer a sua presença a sua audiência até agora aqui com a gente então para você pegar o seu atestado você vai acessar o link que está aparecendo no chat ou você vai apontar agora a câmera do seu celular para o CRR code que tá aqui na tela nesse momento e emitir o seu atestado de participação ele vai ficar
disponível por uma hora após o término desse encontro Então corre lá você vai ser direcionada aí para essa página você responde rapidamente essas perguntas desse questionário e você vai receber o certificado muito bem tudo dito tudo feito aprendizados construídos minha gente acho que é isso obrigado obrigado seguimos firmes seguimos fortes construindo esta educação Obrigado nova escola novamente para esse convite pra gente est aqui nesta grande sala de aula e por hoje é só pessoal um abraço forte e até a próxima tchau tchau valeu minha gente [Música] tchau [Música] k