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Um bom dia a todos vocês, meus caros! Sejam bem-vindos à nossa meditação. Peçamos a Deus a sua bênção, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém. Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.

Amém. O Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Seguimos aqui pelo Capítulo 28 do livro "Caminho de Perfeição. " Santa Teresa diz: "Entenda-se bem isso que falei, porque embora pareça obscuro, será entendido por quem o quiser. Em prática, assim as almas caminham pelo mar.

" Ela fala no mar da oração e como há muito interesse em não caminhar vagarosamente. Falemos um pouco de como vamos nos acostumar a tão bom modo de proceder. As almas estão mais salvas de muitas ocasiões, pois a chama do amor divino acende-se com mais rapidez nelas, já que, como está mais perto do fogo, bastam alguns sopros do intelecto e uma simples centelha que a toque, incendiando tudo.

Como não há ímpios exteriores, encontrando-se a alma sozinha com seu Deus, há nela grandes disposições para se entender. Façamos de conta que há dentro de nós um palácio de grandíssima riqueza, todo feito de ouro e de pedras preciosas; enfim, algo digno de tão grande Senhor. Imaginemos que depende de nós a magnificência desse palácio, o que é verdade, pois não existe palácio tão formoso quanto uma alma limpa e plena de virtudes.

Quanto maiores forem elas, tanto mais resplandecerão as pedras. E imaginemos que nesse palácio está o grande Rei, que desejou ser o nosso Pai, e que ele está num trono de enorme valor, que é o nosso coração. No início, isso vai parecer impertinente, digo, criar esta ficção para dar a entender o que penso, mas pode ser que muito beneficie, principalmente a vós, porque como nós, mulheres, não temos instrução, tudo isso é preciso para que compreendamos, de verdade, que há outra coisa mais preciosa, sem comparação, dentro de nós do que o que vemos aqui fora.

Não nos imaginemos ocas por dentro, e queira Deus que sejam apenas as mulheres que assim se descuidam! Porque considero impossível que, se tivéssemos o cuidado de perceber que temos tal hóspede dentro de nós, nos entregássemos tanto às coisas do mundo. Já que, nesse caso, veríamos quão inferiores são diante das que possuímos no íntimo.

Que mais faz um animal ao ver o que contenta-se, senão precipitar-se sobre a presa para matar a fome? Sim, há de haver diferença entre os animais e nós. Talvez reais de mim, dizendo que isso está muito claro, e tereis razão, mas para mim foi obscuro por algum tempo.

Eu bem entendia que tinha alma, mas não o que essa alma merecia e nem quem estava dentro dela, pois eu mesma tapava os olhos com as vaidades da vida para não vê-lo. Tenho a impressão de que, se não entendesse que nesse palácio da minha alma cabe Rei tão grande, eu não o teria deixado tantas vezes só. De vez em quando, estaria com ele e teria me empenhado mais em não ser tão imperfeita.

Que motivo de tanta admiração, aquele que poderia encher mil mundos e muito mais com a sua grandeza, encerrar-se numa coisa tão pequena! Na verdade, como é Senhor, ele traz consigo a liberdade, e como nos ama, adapta-se à nossa medida. Quando a alma começa, o Senhor, que para ela, não fique alvoroçada vendo-se tão íntima para conter em si tanta grandeza.

Não se dá a conhecer enquanto não a for aumentando pouco a pouco nos termos que compreende ser necessário para conter o que quer pôr nela. Por isso eu digo: ele traz consigo a liberdade, já que tem o poder de tornar grande esse palácio. Tudo reside em entregar a ele, com toda a determinação, deixando o palácio à sua vontade, para que ele ponha e tire as coisas dele como se fossem propriedades suas.

E Sua Majestade tem razão; não lhe neguemos nada do que nos pede. E como não pretende forçar a nossa vontade, ele recebe o que lhe damos, mas não se entrega de todo enquanto não nos damos a ele por inteiro. Isso é uma coisa certa; por importar, eu a recordo muitas vezes.

O Senhor não opera na alma enquanto ela não se entrega a ele, sem hesitações, e nem sei como haveria de ser, se assim não fosse. É amigo de toda harmonia. Ora, se encondemos palácios de gente, vai e de vagas; como pode o Senhor e sua corte já fazerem muito ao se deixar ficar um pouco no meio de tanta confusão?

E pensais, filha, que ele vem sozinho? Não vedes que seu Filho diz que estáis no céu? A tal Rei, os cortesãos não se atreveriam a deixar só; eles estão com ele, rogando-lhe por nós todos, em benefício, pois estão cheios de caridade.

Não penseis que é como aqui, onde, se um Senhor ou um prelado favorecer alguém por motivos particulares ou predileção, logo será invejado e malquisto pelos outros, sem que nada lhes tenha feito. Muito bem, então encerramos aqui o Capítulo 28. Começamos o 29 amanhã.

Aqui, Santa Teresa fala, né? Eu não vou no dia de hoje trazer assim muitas ideias, mas apenas colocar aqui alguns pontos que Santa Teresa coloca, que são fundamentais. Primeiro deles, o esforço para se recolher, tentar manter.

. . e isso é um exercício de vários dias e de muito tempo: tentar manter os nossos sentidos apaziguados.

Os pensamentos vão vir, eh, as preocupações vão vir, mas, na medida em que vamos tentando manter, vamos nos acostumando, vamos treinando o nosso intelecto para que ele consiga eh receber a Deus, falar com Deus. O segundo ponto é a consciência de que Deus habita em nós. Na medida em que desenvolvemos essa consciência de que Deus habita em nós, que Deus está em nós, de que o nosso coração é o lugar de Deus, então vamos percebendo esse Deus próximo e não distante de nós.

Pela graça do batismo, o Espírito Santo habita em nós; onde está o Espírito Santo, também está o Pai, também está o Filho. Onde estão o Pai, o Filho e o Espírito Santo, estão os anjos e todos os santos; ou seja, o céu, que às vezes nós, né, sempre pensamos, meditamos e vemos o céu como algo tão distante, quando nós tomamos consciência de que o céu está dentro de nós, que Deus está dentro de nós, e nós podemos aprender a ouvi-lo dentro de nós, isso muda tudo. E então entendamos isso: Deus está conosco, caminha conosco, fala conosco, mas nós também precisamos caminhar com Deus, falar com Deus, buscar a Deus.

Que no dia de hoje façamos esse exercício, né, de pensar nisso, um exercício de pensar mesmo, de refletir mesmo, seriamente. Deus habita em mim. Nós sabemos isso, mas, às vezes, como algo conceitual, algo da boca para fora.

Mas precisamos pedir a Deus esta graça, né? Esta graça, e esta graça parece simples, mas ela é algo grande. Sem ela, nós não podemos avançar na vida espiritual.

Que Deus nos dê a graça de reconhecê-lo em nós, dentro de nós; na medida em que nós vamos rezando, vamos entendendo essa presença de Deus em nós, Ele também vai trabalhando o nosso interior e dispondo o nosso interior para a medida que Ele quer, como Ele quer, do jeito que Ele quer. Assim, podemos cumprir bem a nossa vocação e atingir bem a medida que Deus tem para nós. Que Nossa Senhora, nossa Mãe, nos ajude: a vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

Amém. O Senhor nos abençoe: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ótimo dia para todos nós! Reconheçamos Deus em nós. Até amanhã, se Deus quiser!