Por que os médicos se preocupam tanto com quem tem diabetes? Será que a diabetes é uma doença tão grave assim? No vídeo de hoje, eu vou revelar os 3 principais efeitos destrutivos da diabetes no corpo e explicar por que ela é uma doença tão séria.
A diabetes é muito mais do que um simples problema de glicose alta e você vai descobrir de uma vez por todas porque ela é chamada de comorbidade, colocando quem tem diabetes direto nos grupos prioritários de vacinação e de cuidados, independente da idade. Bem-vindos ao quarto episódio da série DIABETES EXPLICADA, a série mais completa sobre diabetes que o YouTube já viu. Me conta aqui nos comentários se você conhece alguém que além de ter diabetes ainda sofre com outras doenças.
A verdade é que as outras doenças podem não estar lá por acaso. Elas podem ser uma consequência da própria diabetes. E o Lucrécio sentiu isso na pele.
Lucrécio tem diabetes tipo 2 e mesmo já tendo sido orientado sobre o tratamento, vive passando mal. Um dia ele teve fraqueza e ficou com as vistas embaçadas… na semana seguinte, surgiu um resfriado, depois, uma intoxicação alimentar sem explicação. E assim o tempo foi passando, entre dores de cabeça intensas, mal-estar, ganho de peso e viroses que surgiam misteriosamente.
Talvez Lucrécio não estivesse cuidando tão bem de si mesmo como imaginava. Foram meses negando as aparências e disfarçando as evidências para não atrapalhar a rotina corrida entre trabalho e estudos. Mas não teve jeito, Lucrécio finalmente foi ao médico e descobriu que seu diabetes estava descontrolado.
Uma condição em que os níveis de glicose continuam elevados, seja porque o tratamento não está sendo feito da forma correta ou porque o caso do paciente é mais complexo do que parece. Depois de uma bateria de exames, veio outra bomba: triglicerídeos altos, colesterol alto e até a pressão arterial do Lucrécio estava alta. Mas o que aconteceu com ele?
De onde veio tanta alteração de uma vez só? A resposta está na diabetes que o Lucrécio tanto subestimou. Ele descobriu da pior forma possível que a diabetes pode destruir lentamente a sua saúde.
O problema central da diabetes é que as células não conseguem captar normalmente um nutriente essencial, a glicose. A glicose fica trancada para fora das células e se acumula no sangue ao invés de virar energia. Quando não controlado, o excesso de glicose passa a ser tóxico, causando danos por toda a parte.
E esse é o primeiro dominó da fileira que cai, disparando uma série de problemas de saúde, como eu já falei nos episódios anteriores da série. Mas eu não expliquei como isso acontece. Como a glicose, uma substância tão essencial pode se tornar tóxica?
Uma das características químicas da glicose é que, se ela entra em contato direto com alguma proteína, as duas se fundem, gerando uma nova molécula em um processo chamado glicação. Isso acontece naturalmente, o tempo todo no corpo. Mas como na diabetes nós temos glicose em excesso circulando o que acontece é uma glicação em massa.
É um desastre que transforma cada proteína das células em uma peça defeituosa que não cumpre suas funções como deveria. A glicação tem o potencial de bagunçar tudo. Mas o mais preocupante é quando ela atrapalha proteínas que ficam o tempo todo captando sinais químicos de fora da célula e proteínas que eliminam radicais livres e moléculas tóxicas.
É como se a glicose tirasse o sistema do ar. As células que sofreram glicação vão captar sinais que não existem ou se basear em mensagens falsas para trabalhar. E muitas células morrem pelo acúmulo de radicais livres.
É um desastre. Quanto mais glicose, mais glicação e células descoordenadas a pessoa acumula. A longo prazo, a diabetes gera danos cada vez maiores no organismo, deixando ele debilitado, o que aumenta o risco de aparecerem outras doenças.
É justamente por isso que em 90% dos casos, a diabetes não vem sozinha. Ela vem acompanhada de 2 ou mais doenças, tornando a diabetes uma comorbidade. Os médicos chamam de comorbidade quando o paciente tem várias doenças ao mesmo tempo, independente de serem relacionadas entre si, mas todas com potencial de prejudicar a qualidade de vida.
E aí entram doenças cardiovasculares, asma, problemas de tireoide, osteoporose… Vira um ciclo vicioso em que uma doença pode até agravar a outra. Todas as células do corpo podem sofrer os efeitos danosos da glicose. Mas quem sofre mais com isso são os vasos sanguíneos, que estão literalmente em contato com a glicose do sangue.
E aqui entra o primeiro dos 3 principais efeitos da diabetes no organismo que eu vou te contar hoje. Efeito 1: diabetes danifica os vasos sanguíneos. Muita glicose circulando no sangue faz ela se fundir e danificar várias proteínas das células que formam os vasos sanguíneos.
Essa interferência da glicose diminui a elasticidade dos vasos, o que significa que eles param de contrair e relaxar de acordo com o fluxo sanguíneo. Sem a elasticidade adequada, os vasos maiores do corpo não conseguem controlar a pressão do sangue como deveriam. E resultado: a pessoa entra em risco de desenvolver hipertensão.
Justamente o que aconteceu com o Lucrécio depois de meses sem ligar para o controle da diabetes. Todo mundo conhece um Lucrécio da vida real que não segue o tratamento direito, né? Então já manda esse vídeo para essa pessoa.
Quem sabe o alerta não estimula ela a se cuidar mais e evitar o que vem a partir daqui. A própria pressão com que o sangue flui dentro dos vasos sanguíneos causa microlesões, como se fosse um rio turbulento arrancando as pedras das margens. Isso é normal.
O problema é que com a pressão elevada, os danos aparecem com mais frequência. Agora, as células que já estão descoordenadas por causa da glicação e sofrendo mais danos que o normal, têm que se virar para resolver tudo. Cada nova lesão dispara primeiro a coagulação e depois um foco de inflamação naquele local.
O que era uma microlesão fácil de resolver vira uma placa endurecida cheia de coágulos e células de defesa. E parte do espaço onde deveria passar só sangue, agora fica ocupado, o que só aumenta a pressão do sangue ainda mais e a quantidade de microlesões. A cada novo ciclo de lesão, coagulação e inflamação, a placa endurecida fica ainda maior.
Esse é um processo que nós chamamos de aterosclerose, que aumenta o risco de entupimento ou até rompimento do vaso sanguíneo afetado. Ou seja, pessoal, infarto ou derrame. Complicações gravíssimas que podem levar a pessoa à morte….
tudo por conta da glicose, gente, que tava em excesso no sangue. Mas essa é só uma parte do problema. A glicose não afeta apenas os vasos sanguíneos.
As células do sistema imune também sofrem com isso, o que nos leva ao efeito número 2 da diabetes: ela afeta o sistema imune. Assim como os vasos sanguíneos, as células de defesa da pessoa diabética estão nadando em glicose na maior parte do tempo. Adivinha o que acontece?
Elas sofrem glicação, o que vai interferir também na função dessas células. Quem tem diabetes descontrolada, com a glicose lá em cima, fica com um sistema imune descoordenado. As células de defesa liberam substâncias inflamatórias na hora e na quantidade errada.
O que não poderia acontecer de jeito nenhum, já que o organismo depende do ataque certeiro do sistema imune para se proteger de uma ameaça. As células de defesa das pessoas com diabetes também ficam menos eficientes em perceber que estão frente a frente com um inimigo. Elas ficam meio cegas, sabe?
Na prática, a pessoa fica mais vulnerável a qualquer infecção. É isso que a diabetes, como uma comorbidade faz, abre as portas para outras doenças aparecerem. Justamente por que você fica com o sistema imune fragilizado.
Quem tem diabetes descontrolada também tem menos defesas contra doenças frequentes na população. Aumenta o risco de ir para o hospital ou morrer por uma gripe, pneumonia ou tuberculose. Isso também explica porque o Lucrécio vivia doente, pulando de uma infecção para outra.
E outra coisa que me lembra é das milhares de pessoas com diabetes pessoal, que tiveram COVID grave e até morreram durante a pandemia. Eles simplesmente tinham um risco maior por causa da diabetes e, até por isso, estavam entre os primeiros a vacinar, lembra disso? E antes de eu te falar sobre o terceiro efeito da diabetes, que também tem a ver com essa ação descoordenada do sistema imune, olha quanto conhecimento eu já te entreguei até aqui.
Eu sei que a diabetes é uma doença complexa, mas ter informações sobre ela não precisa ser. Eu acredito que o conhecimento científico é para todos, principalmente quando o assunto é cuidar da saúde. Vamos comigo nessa missão?
É só clicar no SEJA MEMBRO aí embaixo e apoiar com o valor que você acha que esse trabalho de qualidade merece. Bora falar do terceiro efeito da diabetes: ela gera uma inflamação generalizada no corpo. Falar que algo causa inflamação no corpo virou moda né.
Mas aqui eu não estou falando de um alimento ou de algo que você faz na rotina, estou falando de uma doença grave que causa uma inflamação constante e persistente, que vai além da descoordenação do sistema imune. A diabetes tipo 2, que atinge 90% das pessoas com diabetes, como eu falei no episódio 3, vem de uma resistência à insulina, pessoal, o hormônio que faz as células captarem a glicose. As células simplesmente não respondem à ação da insulina e a glicose se acumula no sangue.
Mas a insulina faz muito mais. Nas células que estocam gordura, ela sinaliza que o organismo já tem energia suficiente, então elas não precisam liberar os seus estoques. Mas quando o corpo está resistente à insulina, essa informação não chega para as células de gordura.
As células de gordura entendem que não tem energia suficiente, e que são elas que precisam agir para resolver esse problema. Elas quebram a gordura estocada e liberam ela no sangue. Olha.
. . Quebrar gordura pode até parecer uma coisa boa para quem quer emagrecer.
O que acontece é um aumento na quantidade de gorduras fora da célula, no sangue, incluindo ácido graxos, triglicerídeos, que você já deve ter medido alguma vez em exame de sangue, e até o colesterol. Outro problema que também apareceu nos exames do Lucrécio. Todas essas gorduras geram um sinal de alerta que faz as células liberarem pequenas quantidades de moléculas inflamatórias de forma constante pelo corpo.
Totalmente diferente de quando temos um vírus ou bactéria invadindo né. No caso de infecções, existe uma grande inflamação concentrada no local da invasão e durando só alguns dias ou semanas. Na diabetes, não.
Você tem uma inflamação de longo prazo. É como se o corpo estivesse lutando contra si mesmo, já que as moléculas inflamatórias liberadas geram danos imperceptíveis em um primeiro momento, mas em todo o corpo. Isso agrava o estado de saúde e aumenta o risco de qualquer complicação, desde perda de sensibilidade de partes do corpo até cegueira e doenças cardiovasculares.
E o pior, tudo isso, junto com os problemas que o próprio excesso de gorduras como o colesterol já causa na saúde. É por isso, pessoal, que diabetes é uma comorbidade e uma doença tão grave que precisa ser tratada com muito cuidado. E é sobre tratamentos que eu vou falar no próximo episódio da Série Diabetes Explicada.
Mas por falar em tratamentos, será que o seu próprio sangue pode ser usado para curar doenças? Essa é a auto-hemoterapia que eu discuti se funciona ou não nesse vídeo aqui. Um grande abraço, diabetes é perigosa mas pode ser evitada e diga Olá, Ciência!