Bem vindos ao nosso canal no youtube com o Falando Nisso de hoje e a pergunta de Iune Rosa "queria ver você explicando o complexo de édipo na psicopatologia clínica" então é uma pergunta que pede pra gente ligar a forma de produção dos sintomas, do mal estar, do sofrimento nos sujeitos e a partir dessa encruzilhada estrutural da constituição do sujeito que é o complexo de édipo, complexo de édipo descrito pelo Freud não é apenas um drama infantil um momento em que existe uma hostilidade da criança com o parental oposto mas é um momento de socialização de
humanização de entrada no simbólico de apropriação da criança em relação ao seu desejo e portanto em relação seu inconsciente, poderia dizer que esse processo do complexo de édipo ele implica em três tempos, três tempos que de certa forma vão decidir a maneira como o sujeito vai responder a falta, como ele vai responder à castração, como ele vai ler o desejo do outro então num primeiro momento ele está identificado com o falo, o falo não é uma parte do corpo mas é um significante é o seguinte que representa tudo o que que os pais desejaram para
ele né, tudo aquilo que os pais desejaram para ele a partir daquilo que ficou sobrando dos desejos que os antecederam bom esse momento ele de ligação com a o narcisismo primário ele é rompido né ele é interrompido pela intrusão primeiro desmame e depois a descoberta de que de que há irmãos e finalmente a descoberta de que não somos o objeto máximo do desejo do outro do grande outro, então a gente poderia discernir nesse processo que envolve então identificações e escolhas de objeto orientações de desejo 3 respostas né uma primeira resposta que estaria baseada na negação
da falta, da castração, da diferença sexual dito daquilo que compõem a alteridade nesse processo de socialização que que é o complexo de édipo a negação disso pode ser feita de forma simbólica, pode ser feita como a retenção de certos significantes que passam a partir de então a representar a diferença e a falta uma localização vamos dizer assim do falo num certo lugar no inconsciente, essa negação simbólica ela produz então um retorno no simbólico, o retorno daquilo que eu que eu não quis saber o retorno daquilo que eu neguei ou freudianamente falando que o recalquei vai
se dar então nos sintomas neuróticos e isso vai definir a estrutura clínica da neurose né a negação simbólica e o retorno no simbólico pode ocorrer no entanto que essa esse encontro com a falta no outro esse encontro com a diferença ele não seja primariamente afirmado para poder então ser negado isso que não encontrou então uma afirmação uma inscrição no simbólico vai reaparecer não no simbólico mas no real ou seja no real das alucinações, no real do delírio, no real que compõem os sintomas no sentido mais amplo da psicose então psicose não é apenas uma perda
da realidade a psicose não é apenas um estravio em relação a norma, ao senso comum mas ela é uma experiência própria, uma experiência de como enfrentar essa falta produzindo essa castração então produzindo efeitos que têm que ver com o real e o sofrimento que o real cria quando ele incide diretamente sobre o sujeito. A terceira estrutura clínica corresponderia a uma negação simbólica mas com o retorno que está assim entre o imaginário e o simbólico que é o fetiche, então é a atitude do perverso diante da castração que diz assim olha este outro, este que pode
ser o pai ou representante da lei ou qualquer um que seja equivalente né nisso que o Lacan chama de função paterna que não é exatamente a pessoa do pai mas é tudo aquilo que representa a falta e a diferença o perverso pode dizer assim olha eu desafio essa lei porque eu na verdade vou me manter ainda como falo da mãe, eu vou me manter como o senhor e autor da lei, então a partir disso ele se coloca numa posição diante do outro definida por esse pequeno objeto nesse fetiche pode ser assim calcinha, meia, o olhar
pode ser enfim objeto empírico que ele usa para se defender da castração e então a partir disso se fazer senhor da lei e empor a sua lei aos outros muitas vezes gerando o infortúnios de toda sorte, então o início da clínica tava baseado em diferentes formas de produção de sintomas, sintomas neuróticos propriamente ditos fobias, ideias obcessivas, conversões histéricas né sintomas neuróticos, sintomas psicóticos, alucinação, delírio, idéias intrusivas e sintomas perversos, fetiche, sadismo, masoquismo e assim por diante então complexo de édipo ele exerce uma função muito importante no entendimento da psicopatologia não um processo assim natural não
exatamente como uma doença no sentido estrito mas como modos de ser na linguagem e com o outro. Pra quem quiser se aprofundar nessa temática eu vou recomendar o seminário 5 de Jacces Lacan "As formações do inconsciente" onde ele descreve com bastante vagar os três tempos do complexo de édipo e portanto a lógica da produção dos sintomas neuróticos, psicóticos e perverso quem quiser uma introdução mais palatável a essa problemática eu recomendo o texto de Michelle Roman Faria minha querida amiga "constituição do sujeito estrutura familiar o complexo de édipo em Freud e Lacan" então ele apresenta uma
comparação muito interessante entre a forma como Freud a forma como Lacan lia o complexo de édipo e o seu núcleo que é o complexo de cassação, é da Cabral editora e vocês encontram isso na nossa descrição desse vídeo aqui embaixo. Pra receber o nosso Falando Nisso em primeira mão basta se inscrever no canal youtube que está aqui embaixo descrito.