Meus queridos irmãos e irmãs, esse Evangelho do quinto domingo do Tempo Comum nos descreve com detalhes a vocação dos primeiros discípulos. É interessante notar que, no Evangelho de Lucas, até agora nós estamos no início do quinto capítulo. Jesus agiu sozinho; Jesus iniciou a sua pregação, proclamou a Boa Nova na sinagoga de Nazaré, mas agora começa verdadeiramente aquela comunidade, aquele fenômeno espiritual e místico, aquele fenômeno de mudança interior do homem que nós chamamos de igreja.
[Música] Vejam, Jesus já tinha tido contato com Pedro. O Evangelho de São João nos diz que Jesus foi apresentado para Pedro através de André, que era discípulo de São João Batista. Encontramos o Messias, e então Pedro já tinha tido algum contato com Jesus.
Mas o Evangelho de Marcos, que é o Evangelho de Pedro, ou seja, o Evangelho que o próprio Pedro contou, e João Marcos colocou por escrito, apresenta muito sumariamente a vocação de São Pedro. Jesus, um belo dia, passando na margem do lago, foi lá e disse: "Segue-me, eu disparei pescador de homens". Pronto, acabou!
Talvez por modestia, Pedro não queria falar tanto de si, mas São [Música] aqui coloca detalhes importantes que nos fazem mergulhar naquele encontro, naquele encontro decisivo daquele primeiro e fundamental vocacionado que foi São Pedro. São Pedro passou a noite trabalhando e aqui é importante nós enxergarmos no original grego: São Pedro diz "nós trabalhamos a noite inteira", e a palavra "trabalho" é "trabalhosa". Ou seja, a palavra "trabalho" que está aqui no original talvez seria melhor traduzida para pegar toda essa expressão de que não é simplesmente fazer uma obra, mas é um trabalho sofrido.
Talvez poderíamos traduzir melhor como "labuta": "nós labutamos a noite inteira". Nós nos afiguramos a noite inteira; ali tem uma ponta de cansaço. Qualquer um que já trabalhou a noite inteira sabe que, depois de uma noite, ele trabalha, está cansado, mas ao mesmo tempo de frustração.
São Pedro, frustrado, lavando lá suas redes, querendo encerrar aquele capítulo e a sua vida de pescador, talvez desejando voltar para casa e deitar, é interrompido. Aquela multidão que se aperta e se comprime ao redor de Jesus faz com que Jesus precise usar uma técnica acústica para falar com aquele povo todo. Vocês sabem muito bem que, se um monte de gente se acumula ao redor de uma pessoa, aquilo abafa o som; só os primeiros aqui vão ouvir.
Quem está lá no fundo não vai ouvir nada. Então Jesus, que pode dar aula a qualquer engenheiro acústico, então vê as barcas, pega uma barca, a barca de Pedro, sobe nela, se afasta um pouco da margem. Com a distância dos seus ouvintes, ele usa aquilo que é um fenômeno acústico que pode se testemunhar ainda hoje no Lago da Galileia.
Os pescadores, enquanto estão lá no lago, dentro do barco, falam entre si, e aquilo serve como uma espécie de concha acústica que joga o som para a margem e quem está à margem ouve perfeitamente o que eles estão falando dentro do barco. Jesus, então, usa um sistema de microfone de amplificação natural. Ele começa a falar e qual foi a atitude de Pedro ao ouvir Jesus que falava?
São Pedro algum contato já tinha com Jesus, mas ele ainda não sabia profundamente quem era Jesus, tanto que depois que Jesus terminou de falar, aquelas palavras que São Pedro não mudaram. São Pedro, importante isso, porque aqui você já pode colocar uma coisa na sua vida: você pode ouvir uma pregação, achar interessante, curiosa, pitoresca, bonita até, mas você não se joga naquela pregação. Você não diz: "Não, isso é para mim, ele está falando comigo.
" Não, nossa, que pessoa culta! Que bonito como ele fala! Olha que beleza!
Você mira, olha assim. . .
uma coisa é você ouvir uma pregação e achá-la interessante; outra coisa é você ouvir uma pregação e ser desmascarado por ela e ver que aquilo está falando com você de dentro [Música] como se você fosse a única pessoa no meio daquela multidão com a qual Jesus estava [Música] falando. Isso pode acontecer, mas não aconteceu com Pedro. Pedro ouviu Jesus, simplesmente ouviu.
Respeitou, viu que Jesus era um mestre. Quando Jesus chega e diz: "Está bom, chega de pregação; agora, vocês, ao invés de voltar pra margem, vamos pro alto-mar, vamos lançar as redes, vamos pescar. " Ao ouvir aquilo, Pedro já tem respeito por Jesus [Música], mas ainda não sabe quem é Jesus.
Por quê? Porque Pedro diz "mestre". Olha, essa palavra "mestre" no final do Evangelho São Pedro não vai chamar Jesus de mestre, vai chamar Jesus de Senhor [Música].
Krios aqui, São Pedro chama Jesus no primeiro contato de mestre; "epistate" em grego é uma palavra que só Lucas é quem usa no Novo Testamento. Lucas usa sete vezes uma palavra típica de Lucas, chama Jesus de "epistat". Talvez a tradução de Rabi é alguém que está acima.
"Istemi" é estar de pé; "epi acima", eu estou em pé acima de você. Quer dizer, eu tenho autoridade sobre você. Então, muito bem, São Pedro está chamando Jesus de doutor.
Sim, senhor doutor, é isso mesmo, doutor! Pois não, doutor! Aquele respeito de quem sabe que é inferior.
O senhor é muito inteligente, você é muito sábio, não quero desrespeitar o senhor. Não é assim? A gente pescou a noite inteira [Música] e, portanto, no tempo humanamente oportuno para pescar.
. . Também os pescadores do Mato Grosso do Sul sabem que se você sai para pescar à noite, você pesca mais, porque à noite, pela ausência do sol, os peixes vêm para a superfície.
Tem menos barulho, os peixes se sentem menos agredidos, menos atacados por aves que podem ver com a luz. Então, de noite, é mais fácil de pescar. Não vai ser agora, durante o dia, com essa multidão fazendo barulho e confusão na beira da praia, que vai aparecer peixe.
São Pedro está sendo razoável, não quer desrespeitar o doutor, né? Então, São Pedro diz assim: "Trabalha a noite inteira, respeitando a tua palavra. " A palavra aqui não é Logos; a palavra é Rema.
O que quer dizer Rema em grego? Rema em grego quer dizer uma palavra para ser obedecida, é uma fala, é uma palavra de ordem. Olha aqui, eu sou o seu diretor espiritual; eu te dou esse Rema, essa palavra que é para você seguir.
Vai e faz. Pois bem, por causa dessa Rema de Jesus, dessa palavra de ordem, então vamos lá, vamos obedecer ao mestre. E aí acontece o toque da [Música] Graça!
Ao ver aquela pesca [Música] milagrosa, São Pedro é tocado por Deus. Aquilo que as palavras antes só prepararam, mas não fizeram, agora o gesto de Jesus faz. Também aqui é importante você notar isso na sua vida: se você está ouvindo pregações e as coisas não estão acontecendo, se você está ouvindo pregação e a sua vida não está mudando, não pense que isso é em vão.
A pregação que Jesus fez antes preparou o caminho para a conversão de Pedro. Você que tem uma vida espiritual e está ouvindo pregações, não pense que está sendo tudo em vão. Você está ouvindo a Palavra, você está com um pé atrás, com certo ceticismo; ainda não está pegando para você.
Mas aquilo lá vai causando uma das coisas mais curiosas da vida de um diretor espiritual: é o seguinte, você, durante anos, anos, repete uma coisa para uma pessoa e como São Pedro na barca, ele ouve a pessoa, ouve. Beleza, ela está entendendo, mas não pegou para ela. Um belo dia, você atende a pessoa em direção espiritual e a pessoa diz: "Padre, eu li num livro.
Padre, eu ouvi uma pregação na televisão. Padre, eu estava falando com uma pessoa. Padre, o senhor não sabe o que eu descobri.
" E ela repete para você aquilo que você vem tentando dizer há anos, como se tivesse ouvido aquilo pela primeira vez. E você diz: "Glória a Deus! " [Música] Né?
Uns vão plantando e chorando, outros vêm colhendo e sorrindo. O que eu plantei durante anos, um outro colheu. Que [Música] bom!
Que bom que a Palavra fez efeito! Que bom que finalmente caiu a ficha! Porque eu quero que vocês notem isso; isso aqui é importante: nesse evangelho de hoje, você precisa levar isso para casa.
Você está ouvindo a Palavra de Deus, você está tendo fé, você está sendo verdadeiramente atingido pela Palavra, mas alguma coisa impede de você dizer: "É comigo! " A pesca milagrosa faz com que São Pedro diga: "Tudo aquilo que ele disse é comigo. " E então acontece essa cena que você pode aqui imaginar, você pode ver essa cena porque ela é bem pitoresca.
Ao ver aquilo, quando Pedro puxou a rede e viu as redes cheias de tantos peixes, ele foi tomado por um pavor, por um sentimento de algo [Música] tremendo. Algo tremendo! Então, São Pedro diz no evangelho, atirou-se aos pés de Jesus.
Diz a tradução: "Eu fui procurar todas as traduções modernas, inclusive até antigas. Todo mundo traduz: Pedro se jogou aos pés de Jesus. " Pedro se jogou aos pés de Jesus, Pedro se jogou aos pés de Jesus, somente a Vulgata traduz corretamente, do jeitinho que está no grego: Pedro se jogou nos joelhos de Jesus.
É porque pode parecer estranho a pessoa se jogar nos joelhos, mas você pensa bem, dentro da barca, Jesus não estava de pé; Jesus estava sentado. E dentro da barca não tem muito espaço, e quando você se joga, se jogou nos joelhos. A cena que me veio foi na aparição de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.
Nossa Senhora aparece e Santa Catarina Labouré cai com as mãos no colo dela, de joelhos. São Pedro dizendo uma coisa e fazendo o contrário do que ele estava dizendo. É importante isso, gente: "Afasta-te de mim!
" Mas São Pedro vai lá, se joga no joelho de Jesus. Se aproximando de Jesus, ele se aproxima de Jesus e diz: "Afasta-te de mim. " Mas que loucura é essa?
Que contradição é essa? Mas é exatamente esse o sentimento do [Música] pecador: "Afasta-te de mim porque sou pecador. " Ou seja, São Pedro foi tomado por um sentimento de santidade de Jesus [Música].
Uma santidade tremenda, uma santidade que faz tremer. Como a liturgia, tem gente que não gosta de algumas coisas da reforma litúrgica do Vaticano. Uma das coisas mais extraordinárias é o lecionário, que foi feito com uma sabedoria especial, uma sabedoria iluminada.
Como as primeiras leituras são chave de lei. Leia para o evangelho! A cena da primeira leitura, da vocação de Isaías, aquele sentimento de terror, de temor e de tremor de Isaías ao ver a majestade de Deus: "Santo, santo, santo, Senhor Deus dos exércitos!
" Tremor! "Eu sou de lábios impuros! " O tremor diante da majestade foi isso que Pedro sentiu naquela barca.
Que mudança! Que experiência de mudança tremenda! Pedro estava tratando Jesus como o Rabi.
"Tá bom! Doutor, o senhor tá mandando, né? O senhor é classe superior, eu sou classe subalterna.
Pois não, doutor! Mas doutor, não sabe, não entende de pesca. Doutor não está sabendo o que está falando.
Mas tudo bem, vamos respeitar o doutor. " Que mudança tremenda! Pedro tinha ouvido aquela palavra e aquela palavra tinha passado por Pedro como a água passa por sobre uma pedra.
Pedras estão em riachos há milhares de anos e aquela água não entra. Aquela água toca somente a superfície, molha, mas molha por fora. Corrói, com erosão, as pedras vão ficando roliças, mas não entra.
Se você partir uma pedra que está há milhões de anos num [Música] rio, ela está tão seca como no primeiro dia! As palavras de Jesus podem ser assim conosco: fazer mudanças só superficiais, mudanças que não tocam de dentro. E como não nos sentirmos atingidos por essa verdade!
Eu, que sou padre há 32 anos, tenho 57 anos de idade e comungo desde os. . .
7 anos de idade que comungo há 50 anos. Há 50 anos [Música]. Anos parecem ser os milhares de anos da água que passa pela pedra e não penetra profundamente, porque se eu realmente me abrisse para Jesus, eu já seria um grande santo.
Mas existe alguém que pede algo que atrapalha. E o que é que atrapalha você? O que é que impede você de se encontrar com Ele de verdade?
Por que é que nós estamos há tantos anos em contato com o Cristo e olhando para aquele sujeito curioso, com aquela palavra interessante, com aquela em levada, mas nós não dizemos: "É comigo"? Aquela pesca milagrosa fez isso com Pedro. Fez com que tudo aquilo, aquela água toda que tinha passado sobre ele ao longo da pregação, finalmente entrasse, finalmente penetrasse, finalmente fizesse seu efeito.
E Pedro, que se sentiu aberto no meio como uma pedra que é lascada, no meio, Pedro, invadido pelo temor e pelo tremor, sabe que ali está a pessoa para a qual ele nasceu. Sim, é isso. "Fizeste-nos para vós, ó Senhor.
Eu nasci para Jesus, eu nasci para Jesus. " Ele que está comigo o tempo todo, mas eu não estou com Ele o tempo todo. Jesus é para mim, mas eu sou para Jesus.
Nós vamos professar aquilo que a Igreja [Música] professa: que, por mim, por nós, homens, pela nossa salvação, Jesus veio viver esta vida aqui. Por mim, Jesus veio aqui. Por mim, e por que é que eu não vivo por Ele?
Jesus pensava o tempo todo em mim. [Música] Recorda-te, eu sou a causa do teu caminho, Jesus, nesse mundo. Recorda-te, Jesus piedoso, eu sou a causa de tuas fadigas nesse mundo.
Foi por mim que Ele veio. Meus irmãos, precisamos mergulhar nesse evangelho deste domingo para que Jesus possa se encontrar conosco. Sim, ao nos encontrarmos com Ele, nós seremos desmascarados.
E então, diante da majestade da santidade — Santo, Santo, Santo — seremos invadidos por um terror, mas, ao mesmo tempo que somos invadidos pelo terror e pelo tremor, somos invadidos também por esta confiança de Pedro, que se joga nos joelhos de Jesus, como uma criança que se joga nos joelhos de uma mãe querida, que sabe que não irá rejeitá-lo. Como o filho pródigo, que diz: "Não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um escravo, como um empregado. " E, no entanto, confiante, ele volta para casa.
Na sua atitude de confiança, nas suas palavras de rebaixamento, se jogue, deixe-se desmascarar por Jesus. Essa palavra é para você. Você nasceu para ouvir a homilia de hoje, você nasceu para ouvir esse evangelho.
Você veio a este mundo para ouvir isto, que Ele quer entrar com a sua palavra no seu coração. É para você. O evangelho foi escrito para você.
O evangelho não é uma curiosidade, o evangelho não é pitoresco, o evangelho não é algo que não lhe diz respeito. O evangelho é quase sua biografia, sua própria vida. É a chave de leitura que dá sentido para a sua vida.
Tudo o que você é, tudo o que você viveu até agora, não importa que idade você tenha, tudo o que você viveu até hoje tem sua chave no evangelho. É com você. Foi para você que esse evangelho foi escrito.
Seja assaltado por esse sentimento de tremor e de profunda confiança. Se lance nos joelhos de Jesus, se lance nos joelhos de Jesus com aquela confiança de uma criança que não tem medo de tocar no colo de sua mãe, que sabe que ali está seguro, que sabe que ali é o seu lugar. Foi para isso que nós nascemos, meus irmãos.
Aprofundemos isso. Vivamos isso. Vivamos essa palavra.
Deixem essa palavra entrar, fazer o trabalho dela dentro de nós, ir mudando essa vida. Chega de ouvir o evangelho de fora. Deixe o evangelho entrar.
Deixe o encontro acontecer. Foi para Jesus que você nasceu. E, deixando tudo, o seguiram.
Sim, a pesca milagrosa não foi dos peixes. Foi a pescaria que Jesus fez daqueles homens. O peixe deixa tudo.
O peixe deixa o lago. O peixe deixa a vida quando é [Música] pescado. Jesus nos pesca, nos arrebata, nos leva a tal ponto que nós começamos a nos portar como estrangeiros.
Esse mesmo São Pedro, do evangelho, quando escreveu sua primeira carta, um tema recorrente, Martel da sua primeira carta, é que nós somos peregrinos e estrangeiros. Nós somos peregrinos e estrangeiros. Peregrinos e estrangeiros, peregrinos e estrangeiros.
Por quê? Essa é a forma que São Pedro tem de dizer o que é quando uma pessoa foi pescada. Uma vez que eu encontrei Jesus e que Ele deixou que sua palavra tocasse meu eu, ando nesse mundo sabendo que aqui não é o meu lugar.
Nada me contenta, o meu lugar é o céu. O cristão vive daquela sensação estranha de saudade em um lugar onde nunca estivemos. Nunca estivemos lá, mas temos uma profunda saudade porque fomos feitos para estar lá.
Fomos pescados por Jesus e, porque fomos pescados por Jesus, precisamos agora sair e ser pescadores de homens. Fazer com que os outros também sejam pescados, e que então os 7 bilhões de pessoas desse planeta andem por esta Terra, pisem neste chão, caminhem por essas estradas, tendo saudades do céu, sabendo que somos aqui peregrinos e estrangeiros. Essa é a Igreja.
Estamos aqui somente como um acampamento de peregrinos, viandantes, sem lugar definitivo. Mas nós temos um lugar, nossa pátria, nosso lugar. Foi para lá que nós nascemos.
Foi para Jesus, por Cristo, com Cristo e em Cristo, para Ele nós nascemos. Meus irmãos, renovemos essa nossa fé. Abramos os nossos corações para essa palavra.
Deixemo-nos atingir por ela. Chega desta vida de pedra. Sejamos esponja.
Chega desta vida que não se deixa atingir. Sejamos, sim, brutalmente atingidos por Cristo. E então nós iremos viver aquilo que São Paulo diz na sua carta aos Filipenses.
São Paulo, fazendo a comparação com a corrida, diz: "Já que eu já fui alcançado. " Por Cristo, ele me atingiu. Eu estava, ele correu mais e me atingiu.
Agora Jesus me atingiu. Me tocou. Agora ele me ultrapassou.
Então, São Paulo diz: "Deixando o que está para trás, eu me lanço para ver se eu alcanço. " Deixa o que está para trás, deixa essa vida, se lance. [Música] Coragem!
Que apego é esse? Vamos! Ele nos pescou, sejamos também nós pescadores de homens.