E aí [Música] O olá boa noite sejam muito bem vindos a mais um Roda Viva para lá de especial não é exagero dizer que a nossa entrevistada desta noite é o maior nome do telejornalismo feminino brasileiro todas nós que viemos depois devemos a ela ter sido a primeira em muitas frentes da reportagem ao vivo EA cores a cobertura de uma guerra folha também ela a primeira mulher negra a apresentar não só um mas dois dos programas de maior audiência da principal emissora do país ela encarou de frente do preconceito racial a um tumor no cérebro
sem nunca deixar de fazer e dizer o que pensa nem se abater ela não gosta desse Clichê que ela fez histórias Ela prefere falar do que ela fez muitas vezes com medo mas sem nunca recuar e foi depois a água volta ao mundo várias vezes e rompido todas as barreiras possíveis no jornalismo que ela descobriu na maternidade a sua maior realização É uma honra receber pela primeira vez o centro do Roda Viva No mês da mulher decide não chamado Glória Maria e é uma das mais brilhantes carreiras do jornalismo no país ela foi repórter do
Jornal Nacional e do Fantástico além de apresentadora viajou por mais de 100 países cobrindo assuntos tão variados como a guerra das Malvinas a invasão da embaixada brasileira no Peru por um grupo terrorista os jogos olímpicos de Atlanta e a Copa do Mundo na França em 98 também entrevistou celebridades Como Michael Jackson Harrison Ford Nicole Kidman Leonardo DiCaprio e uma dona viajou com o escritor Paulo Coelho pela ferrovia transiberiana até Moscou mas poucas entrevistas a emocionar um tanto como aquelas feitas com Roberto Carlos em uma delas além das Revelações ainda ganhou um beijo tchau beijo eu
dou agora é hoje para entrevistar A Glória Maria nossa bancada hoje é composta por outras jornalistas admiráveis Laura Ancona diretora de redação da revista Marie Claire e Chris Guterres apresentadora do Estação livre na TV Cultura e colunista do universo do UOL Cláudia Lima pauteiro do programa saia justa do GNT e criadora do canal e Abas voltada mulheres negras 40 Mares Easy Virgílio repórter de beleza e sociedade da revista Elle Brasil e Cristina padiglione autora do site telepad e colunista na folha e no UOL A gente ainda vai ter a participação especial em vídeo com uma
pergunta da Patrícia Kogut colunista de TV do jornal O Globo tudo isso registrado pelo traço único do nosso Paulo Caruso glória boa noite que o Que honra ter você aqui e olha muitíssimo Boa noite e eu quero dizer assim que a honra EA emoção são minhas é eu está participando de um programa desse com mulheres feito por mulheres é com todas nós juntas eu quero dizer que eu tô assim Óbvio meio pensa que todo mundo acha que eu sou uma pessoa segura firme e bem resolvida mas eu não sou nada disso então eu tô meio
pane cada porque mulheres com mulheres né mas assim é o mesmo tempo muito feliz que eu sei que são mulheres que costumam da força e poder para as outras mulheres que são estamos aqui para gerar uma aberta de coração aberto para o que vocês quiserem e vier de vamos lá vamos eu queria começar a te perguntando o seguinte na última retrospectiva de 1 ano tão duro quanto foi dois meses se você confessou confessou ter medo e você disse que o homem não sabe o que fazer com o progresso desde então você teve com o vídeo
19 ficou internada enfrentou mais uma barra e o mundo agora resolveu conjugar uma guerra com uma pandemia você tá pessimista você tá realista depois de tudo que aconteceu na sua vida e no mundo nesses dois últimos anos Qual é o seu estado de espírito não Eu sempre sou pessimista senão não estaria agora viva depois de ter tido um tumor no cérebro Assis esquisito mas ao mesmo tempo eu sou realista E aí eu vejo que desses anos todos que eu vivo como ser humano é jornalista percorrendo o planeta eu tô vendo que todo mundo fala sobre
tudo vamos a Marte vamos lá o sol o homem é passou lá pela fogão é que lá não sei que lá do Sol e não descobre a cura do câncer não consegue Réus resolver de uma maneira definitiva um problema como meu que é um tumor no cérebro resolveu porque eu tenho médico excepcional que tem um instituto para criar cuidar de pessoas que também não tem recursos para cuidar porque eu tinha que tem gente que não tem então eu acho que o seguinte o mundo quanto mais a gente caminha mas ele fica esquisito olha só a
gente está à beira de uma guerra nuclear Então como é que a gente pode ser totalmente otimista a gente tem que ser mas sabendo para onde olhar a gente percorre o mundo eu subi duas vezes o Himalaia tô vendo lá as mulheres carregarem coisas nas costas e de repente a gente vive uma pandemia que não termina nunca porque dela vem variantes e variantes e invariantes variantes então se eu ao longo da minha vida Vera eu aprendi a ser real eu adoraria ser uma Poliana Mas a vida o mundo a história Não me permitem ser assim
tá certo Cláudia por favor essa pergunta glória boa noite eu tô super feliz de estar aqui com você pegando um pouco carona nessa pergunta da Vera a gente vê que você você embora diga que você tem o tá com medo tem certo medo você também diz que foi ensinada não tem medo pela sua avó né É como é que foi confrontar para você para você confrontar a possibilidade do fim quando você tava doente e como é que que foi essa experiência você teve medo e o que que mudou depois disso para você é ruim eu
tenho medo eu ia e também não pensei na possibilidade do fim nem por um segundo eu sei que assim eu estava viva com diagnóstico de um tumor no cérebro e muita gente achou que era um câncer mas não era um tumor terrível que se eu não tivesse descoberto naquele momento ele me mataria em 15 dias e se tomou criou um edema em volta dele e esse edema inflamou e fez ter uma convulsão e eu já vivia primeira benção porque essa convulsão não me deixou sequelas Então eu tinha a possibilidade de ser lá talvez trinta ou
quarenta por cento de sobreviver e vinte por cento de sobreviver sem sequelas mas eu não tive medo porque a vida é isso E você tá vivo para passar por todo tipo de experiência é que o ser humano ele tem a tendência de querer viver no mundinho cor-de-rosa todo mundo que a nuvem azul ai que mundo lindo mas a vida não é assim a vida é feita de nuvens rosas e de nuvens cinzas e eu aprendi ao longo da minha vida a conviver com nuvem rosa e nuvem cinza então quando pintou tumor eu falei bom eu
sou jornalista só entendo de Jornalismo e de escrever Quem entende de cérebro é o Dr Paulo Niemeyer filho então foi o Dr Paulo é o seguinte resolva esse problema é seu não é meu e aí nem suas Como assim ué você não quer saber o que que é não não quero saber não me interessa quando eu sair das a UTI a primeira coisa que eu fiz foi botar a mão na minha cabeça eu tava com turbante eu falei caramba tô careca né porque a britadeira para cortar o cérebro aí ele falou não eu falei então
arranca esse turbante ele tirou turbante o dia que eu não tava certa careca aí eu falei bom vou procurar alguém para botar o cabelo eu te dei um pedacinho assim eu vou achar alguém para repor esse cabelo e não acreditava e dez minutos depois que a gente teve essa conversa a vida é tão maravilhosa um pouco depois eu voltei para o quarto e aí eles Glória deu tudo certo tá tudo bem fiquei dois dias vendo se eu tinha sequelas ou não graças a Deus não tive e Vida que Segue eu sou realista eu não consigo
viver pensando no pior também não penso no melhor eu penso no que é a vida e a vida é assim para ser vivida e algumas vezes ela é bonita a Laura por favor agora boa noite fazer para que com você pegar esse gancho de você falando que não pensa no pior nem melhor para trazer um pouco do carro era trouxe no começo que é a guerra que a gente está vivendo hoje acho que amanhã não evitável não fazer um paralelo com o fato de que você foi a primeira jornalista mulher brasileira a cobrir uma guerra
nas Maldivas então foi um lugar tá no momento bem diferentes né Ali era uma guerra você mesma conta né uma guerra de minas terrestres não era uma guerra de tiro não era uma guerra nuclear eu queria que você fizesse por favor um paralelo entre aquele momento e esse do que você viveu ali e também queria entender se você em trepda depois de passar por 160 países e ter feito todas as aventuras que você fez cobrindo fatos históricos como esse se você voltaria a cobrir uma guerra oi olha aquela guerra das Malvinas foi um desafio para
mim eu quis eu pedi para o meu diretor na época O Armando Nogueira porque só eu homens o tempo inteiro desde que a Guerra Começou Ah e assim eu tava muito dividida eu queria ir mas eu estava com medo e é uma coisa que eu tenho exercitado ao longo da minha vida é Principalmente nesse momento depois do tumor que assim o medo não pode me paralisar aí todo dia eu ia na sala do Armando e desarmando deixa eu ir deixa eu ir para foram tantos homens em cá chega de me encher o saco então tá
bom vai quando ele falou vai eu tremi na base mas eu não podia recuar Então é assim era uma guerra esse desarmava me desarmava minas terrestres e eu tinha que ir lá ver como é que era dublada você não quis segurar a onda bom então assim quando eu penso que pior do que essa guerra foi quando eu participei da cobertura da tomada daquela Embaixada peruana Embaixada japonesa no peru foi muito mais tenso porque ali eram os guerrilheiros querendo invadir a Embaixada é que assim eu faço e foi que eu já quero partir para outra eu
não gosto de me repetir eu cobri anos o Jornal Nacional e de repente eu não quis me repetir mais então a guerra é uma coisa que me deu muito medo mas eu não deixei que ela me paralisasse se eu tiver que hoje por uma guerra e hoje eu só não vou depois dessa Minha experiência de saúde se eu não tivesse passado por isso eu iria ele é com filha pequena ou isso também é uma coisa que te faz com ter um pouco não não sou enfermeira de saúde porque eu tô mais frágil eu não teria
tanta resistência para correr de um tido de uma bala de um canhão de um míssil as minhas filhas não me pediu elas nunca me impediram de trabalhar do que eu fui no que fosse Mas agora eu não tenho mais eu não posso mais subir um Himalaia ela também já subi duas vezes e deu né eu não posso mais fundar de Bang Jump não posso não eu não quero são coisas que a vida segue e você tem que mudando né Eu acho que e eu acho que a sabedoria de viver é você não estacionar e eu
nunca Estacionei ao longo da minha carreira eu comecei lá atrás que eu não vou dizer quanto tempo atrás mas eu fui mudando eu fui mudando eu nunca me repeti agora por exemplo eu no Fantástico eu viajava agora no Globo Repórter eu faço outro tipo de viagem então o que me deixa viva Eu acho que o que me dá energia o que me dá prazer é a mudança é o desafio certo e esses por favor Boa noite Glória Que honra tá aqui não vou disfarçar tô me sentindo um rádio em cima mesmo está aqui na sua
presença Mas vamos nessa uma Nobel falou e eu reforço aqui você faz parte do nosso Imaginário da construção do nosso Imaginário inimaginável pensar TV brasileira sem pensar em você assim e você fala muito há 13 que me chamou a atenção que você se sente um prazer enorme em escutar as pessoas você valoriza a história das pessoas você respeita a história das pessoas eu destaquei uma frase que você disse que foi a seguinte eu me anulo em função do entrevistado a estrela é você e aí eu gostaria que você comentasse um pouco a respeito dessa sensibilidade
também dessa escuta ativa se algo que você sempre teve desde a sua infância ou foi algo que foi se moldando olha e na minha vida inteira eu aprendi a ouvir eu demorei muito abrir a conhecer história Cultura através de livros eu venho de uma família extremamente pobre sem cultura mas que a cultura foi passada de pai para filho através das histórias contadas EA minha avó contava muita história Então eu tinha que sentar e ouvir e vai que alguém interrompesse aquela Senhora de da época sei lá desde 80 90 100 anos desde que eu comecei a
ouvir ela botava os netos sentados Vamos ouvir eu era a única que ficava até o final os outros vão saindo e ele é sempre Larinha você não tá cansada de ouvir de meu amor vamos ouvindo então a minha avó me ensinou a escutar e quando eu fui trabalhar e na televisão isso é uma coisa tão normal né porque você não tinha o recurso do vídeo repórter não aparecer no vídeo não tinha esse glamour de hoje todo mundo bonito maquiado para não você ia fazer entrevista e eu tava sua mão eu sabia que era minha porque
a única a mãozinha preta que aparecer no vídeo e Aí acabava aquilo eu chegue para redação escrever a matéria e botar no ar então se eu não ouvi se muito bem eu não sabia o que que escreveu não saberia o que falar então essa esse dom de ouvir é uma coisa que eu sempre tive Agora não dá para ouvir aquela coisa que não faz você crescer eu também aprendi a selecionar o que eu escuto não dá para você ficar ouvindo aquilo que você sabe que não vai te levar a lugar nenhum então isso é uma
coisa que eu aprendi na vida é a não perder tempo ouvindo o que não vale a pena e o que não interessa aí fazer vai dizer assim mas como é que você sabe o que que eu não interessa se a vida te ensina a vida te mostra as lições que eu aprendi da minha avó e fizeram conhecer o que vale a pena e o que não vale a pena então ouvir para mim é a coisa mais importante da vida perder tempo não dar certo eu queria Guterres Glória impossível esconder a minha emoção e não te
reverenciar neste lugar porque pela imensidão que é Glória Maria e porque provavelmente se eu não tivesse visto você na televisão hoje talvez eu não seria jornalista eu devo a você essa escolha da profissão que me faz tão feliz e que me completa se você é muito Pioneiro né pula de bungee jump se jogou de biquíni no mar ali gelado com frio abaixo de zero fumou maconha na televisão colocou câmera na cabeça bolo de asa-delta glória da onde vem todo esse pioneirismo há a necessidade de viver e experimentar eu dificilmente planejus o penso quando a gente
vai fazer uma reportagem Aí eu digo a senhora vamos fazer esse país mas quando eu falo vou fazer esse país é é a minha preocupação é uma coisa que poucos entendi eu não vou para filmar paisagem pontos turísticos é claro que se você vai para França você tem a Torre Eifel Você tem o trocar de roupa mas isso para mim É um cenário da matéria o que me interessa sempre Me interessou é gente cultura história eu acho que é por isso as minhas matérias são consideradas bem diferentes porque elas são feitas à base do sentimento
do ser humano é só você pegar cada uma delas e você vai ver que não é ah eu vou para o lado Riozinho não isso teve por exemplo eu cruzei o Rio Colorado fazendo Grand Canyon mas eu não sei nada então não vou atrás de uma aventura inútil não eu quero conhecer almas eu me preocupo com emoções isso aí para mim é coisa me na frente do mundo então quando eu vou fazer um país eu tento entender a alma daquele país por isso que bom que a gente sabe eu não vou e volto eu vou
e fico às vezes 20 dias um mês para poder saber o que que tá acontecendo ali eu vou para o interior a gente faz uma passada na capital não sei que daí a gente se mete eu conheci na Sérvia para se ter uma ideia uma senhora de quase 100 anos ela nunca tinha visto um preto na vida dela eu fui a primeira nenhum Michael Jackson Michael Jackson ela já tinha visto ela me viu ela passava a mão no meu rosto e dizer assim não vai embora eu vi essa reportagem você viu né fica aqui comigo
isso é que me interessa o mundo para mim é uma fonte de conhecimento e experiência quando eu fui para Jamaica todo mundo sabe que dá trabalho que a tem Ganja e tem canja na Jamaica aí a gente fez um levantamento uma produção para entrar numa comunidade Rastafari há mais radical de todas foram três meses de negociação para entrar lá aí eu mando um dos regulamentos dera na entrada fazia uma oração agrola a gente assinou um monte de papel e na saída tinha outra oração só que a gente não leu tudo e tava lá tem que
fumar a grande é Sagrada ganja Sagrada vou me chamar só que eu não sabia o que que era aquela ganja Sagrada e o cara de lá o Rei Gelado a comunidade ele achou quando ele passou aquele negócio e eu não ia aguentar é porque ele foi malandro Ele queria me ver cair ali dura só que não ia cair eu tava com Glória Maria não é uma quando ele me deu ele dá para apertar um negócio assim bateu porque ele se batendo assim ela não vai aguentar Pois é eu postei duas vezes e aguentei então eu
tava falando no outro dia agora todo mundo esses bilionários né estão indo para NASA para Marte né daquele foguete dele para eu fui 15 anos atrás eu já tava indo fazendo aquela gravidade zero essa experiência sem gastar um centavo tava indo trabalhar então isso é que eu acho que é fascinante no tipo de jornalismo que eu faço olho uma pessoa que ninguém lembra quando eu cobrei a posse do Jimmy Carter eu fiz isso tudo mas aí deu eu tenho que mudar tem que mudar se não tiver experiências novas não sou eu Cristina glória também vou
repetir as minhas colegas e dizer que é uma honra de verdade tá aqui muito obrigado por essa oportunidade eu queria falar de outro pioneirismo sei o que é divertido assim as pessoas que têm 20 25 anos hoje talvez não percebam isso não saibam mas houve um tempo em que era meio que proibido jornalista ter as emoções e se sentindo lugar do espectador então assim eu vivenciei e houve muita em redação Ah mas essa Glória Maria fica deslumbrada com a Ferrari do Ronaldo e essa agora Maria se joga nos braços do Julio Iglesias e chora por
Roberto Carlos e na verdade hoje é uma coisa que é é uma atitude que é muito pedido ao jornalista né porque a gente percebe que o espectador você se sente vocês se coloca no lugar dele e ele não vai olhar Ferrari do Ronaldo de uma maneira Blaser e é o que você fazia eu queria saber se você enfrentam resistência para trazer essa emoção para o vídeo no momento em que todo mundo era realmente blazei muito e aqui não quero - proibido você é entre "né sentir emoções esse se colocar ali daquela forma Então como é
que foi essa abrir essa fronteira e se houve resistência dentro da do jornalismo da Globo para isso inclusive assim que já foi também muito mais rigoroso nesse sentido né olha comigo nunca aconteceu porque eu me jogava mesmo por exemplo no caso da Ferrari do Ronaldo coitado eu tenho até pena dele porque ele veio com aquele carro que é para andar nas estradas da Europa e eu infernizei a vida dele eu nunca tinha entrado numa Ferrari eu falei o Ronaldo você deixa eu entrar meu vamos dar uma volta para o Fantástico não sei que depois eu
insisti muito ele foi e quebrou o carro todo por baixo porque a gente saiu do não sei de ônibus para ir para Barra Nossa uma Ferrari não pode andar numa mostrar no arroz buracado é da Barra e aí todo mundo começou a encher o saco dele porque ele tinha uma Ferrari eu como eu Ronaldo isso país de fome pode ter uma Ferrari aí todo dia ele me ligar agora vamos dar a Ferrari para sua garagem o que que eu faço agora sim furo Iglesias virou um amigo meu por exemplo toda vez que eu viajava ele
ele me mandou duas vezes o avião dele para me buscar para fazer reportagem são coisas que você vai conquistando por exemplo todo mundo fala que eu já dancei com o rei Roberto Carlos é que a gente já cantou juntos agora ninguém sabe por exemplo que quando eu Eu tirei meu tumor que eu fiz a minha cirurgia Depois de dois dias no CTI CTI incomunicável e eu tava saindo da marca para ir para o quarto tocou o telefone a minha comadre e ficava com telefone o meu telefone que eu não podia ficar E aí ela disse
olhar aqui ó rc1 O que é ai alguma lá tem uma pessoa aqui cheiro Roberto Carlos e o Roberto e foi a primeira pessoa que eu falei e ele só dizer assim Glorinha eu tô orando por você você vai sair dessa não se preocupe não vai ser uma não vai ser uma coisa assim um problema você vai sair eu fui eu não consigo saber o que falar eu não sabia o que falar eu devo Roberto Ele fica tranquilo e aí eu não conseguia falar com ele o telefone Verônica pegou o telefone e quando chegou no
quarto ele me ligou de novo e disse o quê que você precisa o que que você quer eu falei não preciso de nada você já me deu o que eu precisava carinho amor que a única coisa que eu preciso no momento como esse Então quando você tem isso e eu acho que você não precisa de mais nada na sua vida porque você não cria laços ó profissionais com algumas pessoas você cria laços de vida que vão Muito Além muito além do que qualquer pessoa pode imaginar então se você pensar que são mais do que 40
anos de jornalismo e eu tenho isso ainda na minha alma quer dizer as coisas que eu conquistei permanecem até hoje eu acho que são poucas pessoas que podem se orgulhar disso e uma pessoa como eu né que no vídeo uma história de uma família de intelectuais uma família aqui eu não sou herdeira eu não sou rica eu demorei muito para me informar para estudar Oi e me orgulho disso porque hoje as minhas filhas tem tudo aquilo que eu não tive que a minha família não me pode dar mas que eu conquistei porque não tinha mesa
aquilo que a gente viu até hoje eu não tenho não deixo medo me paralisar mas também não tenho como é dizer assim eu não tenho medo eu tenho né mas eu nunca sei se até onde eu posso ir eu conheço a gente fecha o nosso primeiro bloco do Roda Viva com a Glória Maria vai para um rápido intervalo e volta já já com mais entrevista [Música] estamos de volta com o Roda Viva da Glória Maria e eu vou abrir esse segundo bloco com a pergunta da Patrícia Kogut colunista do Globo e Valeu tiver a boa
noite colegas Boa noite glória eu queria saber de você o seguinte nós temos colegas jornalistas brilhantes mas que jamais se adaptam a linguagem televisiva você o contrário parece que nasceu para isso e estabelece logo uma comunicação muito fácil na televisão eu queria saber de vocês Quais são os ingredientes necessários a pessoa ser vocacionada para a linguagem televisiva lá dentro da Kogut do olha para você responder o que a Cris perguntou se você enfrentou Barreiras para o seu ISP para impor o seu estilo ou se foi natural Olha eu acho que é uma coisa muito simples
é porque eu comecei com o crescimento da televisão então eu não tive que aprender e eu como eu disse eu comecei sei que o o repórter aparecesse no vídeo eu não tinha nenhuma referência eu não tinha para quem olhar que eu vou fazer que nem aquele não tinha então eu fui criando o meu jeito como outros foram criando também aí por exemplo a Sandra passarinho criou o jeito dela depois veio a vieram alguns Alguns ver a Leilane liberando ver um monte depois mais assim nós que foram os fomos do núcleo inicial cada um teve a
capacidade EA condição que a liberdade de criar o seu próprio estilo aí depois hoje todo mundo tem mais ou menos em cima disso mas antes então aí assim tinha 10 Lucas Mendes que era de Nova York tio Hélio Costa e tomaram todos eles cada um nasceu o Hélio que aquela em paz é daquele jeito então todo mundo e eu como fazia tudo é que as pessoas esquecem eu fazia desde o polícia eu ia para Baixada Fluminense para cobrir aquele negócio não branca esteve aqui era um cara que era para você ir lá polícia que matava
todo mundo e aí deixava os corpos E aí olha o mundo veja bilhetes Mão Branca esteve aqui então eu tive que criar um estilo também para o Mão Branca Aí tinha uma hora eu comecei a trabalhar e durante a ditadura militar Então eu tinha que ir para o ministério da Guerra entrevistar os Generais Então eu tinha que saber como é que eu tinha que me movimentar dentro daquilo do Mão Branca ao General Figueiredo como é que faz último Jogo de Cintura ou eu achei tinha que me ver como diz hoje é se literalmente e tinha
que me virar nos 30 vez se virando frente glória porque é e para outra dentro disso né Essa sua história que o general Figueiredo ela tem um peso importante porque você já contou Em algumas ocasiões que em um dado momento ele disse que não queria mais perto dele "a [ __ ] da Globo Então você muito antes de todas nós jornalistas enfrentou o autoritarismo e também essa esse direcionamento do ódio voltado a uma jornalista mulher isso é algo que se repete hoje como você vê isso é essa preferência do Poder por ser duro com mulheres
e como você encarou quando for com você Olha é preciso falar uma coisa não eram todos por exemplo que eu tive uma experiência horrível com o general Figueiredo foi horrível mas eu cobrei o ministério da Guerra sempre na época da ditadura porque assim quero final final final do governo Médici Oi e aí o continuei lá então eu conseguia porque essa coisa e se eu não sabia que não podia eu ia eu era muito menina eu não sabia que é ainda que eu não podia ser daquele jeito dentro de uma ditadura militar Então eu ia lá
perguntar porque eu queria eles olhava para minha cara assim então essa maluca saiu e era assim que eu conseguia fazer as minhas coisas eu ia quase sempre ali no nome do Ministério da Guerra entrevistar Cláudio e bicos que a gente chamado todos eles milicos e pronto mas eu me chamava de general eu sou Iva hoje é dia que me ligo pronto e assim eu fui seguindo eu não tinha aquela preocupação e esse episódio do Figueiredo era uma coisa horrorosa mas eu não tinha essa preocupação tem nem me mandar prender de fazer nada comigo porque eu
sempre achava assim se ele mandar fazer alguma coisa eu mando ele para outra coisa e essa talvez ainda ingenuidade não é talvez ainda esse descompromisso porque eu sempre tive essa visão de que tudo podia dentro do daquele trabalho que eu tava fazendo e dentro dessa visão eu ia em frente Por exemplo quando o gás e saiu ele deu a última entrevista ele recebeu na casa dele lá em Petrópolis aí o Figueiredo a vez dele quando eu fui querer que ele não recebeu que tentar pular o muro foi uma poder imagina pular o muro da casa
do Figueiredo ele botou tudo quanto ela me ligo para mim botar para correr mas eu não conheço não queria Laura a Laura tá boa Olha já que a gente está falando de ditadura militar e você tá contando essas experiências com Generais eu queria saber se em algum momento a gente sabe da crise institucional que o jornalismo passou durante a limpeza de estado da minha linda a censura então eu quero saber se você em algum momento já foi censurada na ditadura ou fora dela por algum chefe em alguma ocasião e para Além disso assim Acho que
a gente está no momento que a gente também tem falado muito sobre ditadura e a gente tem visto gente gente jovem sentar com desejos de ditadura hoje em dia você que cobriu a ditadura Por que que você pensa sobre isso não primeira ditadura é um horror né Vamos deixar bem claro começar a partir daí que ditadura é uma coisa que não deveria existir em um país do planeta isso número um censurada Eu nunca fui eu nunca dei tempo para censura vou contar uma coisa para vocês eu fui fazer uma matéria para o Fantástico era uma
época de mudança de cenário aí eu sugeri porque eu sempre sinto surgiram as birutices vamos lá que é para mudar cenário tudo novo então vamos fazer as praias de nudismo no Brasil e aí lá fomos fazer praias de nudismo aí o meu diretor que é o Luizinho Luis Nascimento eles e glória mas em praia de nudistas só entra no O Precinho E aí como que você vai filmar E aí piores câmeras que controle de longe do lado de fora e eu dou um jeito ficar atrás de uma árvore né Bota uma folha se tipo Eva
ele ficasse na boa da cabeça não que nós fizemos eu conseguir eu posso perua pesquisa você nua mas não apareceu uma imagem minha nua na televisão o que nós somos bons e filmar eu tenho câmeras maravilhosos então a gente é tudo uma jogada em que não aparecer Então são coisas que você vai aprender e quando você tem 45 anos de televisão Se você não souber como se o filma como é que você dá uns truques para você fazer uma imagem mais delicada você tem que aprender mais um pouco e como realmente eu tenho que aprender
muito mais ainda e eu nunca fui censurado nunca ninguém me falou nunca é isso você não pode assim tem umas coisas que eles acham completa falta de juízo e coisa assim mais coisas perigosas eu tô querendo que tomara que eu consiga tipo Meu Canto dos Cisnes eu tô implorando De Joelhos que eu queria ir a Marte numa dessas dessas máquinas aí desse foguetes aí agora aparece negócio da minha cirurgia não não pode mandar tem nada a ver uma coisa com a outra eu acho que seria um grande o presente da Globo Depois desses anos todos
Tomara que tem algum poderoso Ouvindo ah certamente estão todas as marcas que têm algum poder ouvindo por favor que gisana despedida delas que deixa eu ir nesse com desses beijos para o grau alô alô mas ser não é deixa eu ir numa viagem dentro que fosse foi o ator se foi velhinho lá então vai lá atriz Então acho que se tiver alguém aí Alô Alô Marciano deixa eu ir seria minha grande matéria final eu nunca foi censurada e Tomara que não seja até hoje oh glória já que você tá falando aí você é muito de
Marte cidadã do mundo e agora em breve de Marte então precisar de Marte e assim Definitivamente você tem o que eu acredito ser um dos empregos mais legais que possam existir para alguém essa coisa de viajar e conhecer lugares pessoas histórias e de graça né quando você falou aqui não ganhar um centavo por isso né além de todas essas experiências que você traz Qual é a que mais se transformou e olha primeiro que não é assim como todo mundo pensa é muito difícil viajar todo mundo acha que entrar no tapete voador ir embora não são
quilos e quilos de equipamentos a minha equipe somos eu câmera o técnico e uma produtora deu mas ninguém não tem mais ninguém e a gente sai carregando só nós aquilo tudo são sei lá cento e tantos quilos a gente sai daqui vai para um lugar chega lá dorme às vezes 15 minutos meia hora uma hora duas e sai para gravar o que a gente precisa ganhar tempo então não é assim como as pessoas pensam essa não e a gente grava de sete horas da manhã às sete horas da noite não é ainda que eu quero
ainda era aí assim você não tem horário para comer fazer um prazer que a nossa vida a alma entendeu quando você ama você faz mais de todas as experiências talvez a minha para mim é mais transformadora foi quando eu já eu tinha ido a vários países da África mas quando eu fui a Nigéria fazer um festival que chama festival de argo e Socorro uma parte que hoje é uma parte muçulmana da uma saiu o boko haram Oi e esse futebol que você se festival é um negócio absurdo são tipo quinze mil homens 20 que saiu
de dentro de um rio pantanoso é para procurar peixes gigantes que eles acreditam ser restos os seus ancestrais bom então você ver aquela vindo aquela Nuvem de um homens mulher não pode estar lá eu era a única mulher durante sei lá dez dias aquela região e foi a coisa mais transformadora que eu já vivi mesmo conhecendo a África muito bem eu virei outra pessoa porque eu conheci uma parte da minha história eu vi crianças estudando embaixo de baobás não tinha escola não tinha construção então para mim a Nigéria foi aliás quem quiser ver tem uma
no meu Instagram tem um pedacinho lá desse trecho da Nigéria da Nigéria que eu botei lá agora eu acho que foi realmente o que mais me transformou Oi Cláudia glória eu queria voltar um pouquinho a resposta que você deu para Laura né sobre os 45 anos de TV essa experiência mas tem números mas é ter uma equipe é extremamente competente de filmagem e eu queria trazer por contemporânea né Você é uma mulher da TV uma referência absoluta Mas é isso Você acabou de falar Olha lá no meu Instagram que tem um videozinho lá e como
que essas transformações tecnológicas né o Instagram e Twitter agora mesmo intervalo a gente tava comentando de como as pessoas já estão comentando sobre a sua participação aqui naquela rede enfim queria saber como que as transformações tecnológicas mudou a sua relação com o telespectador e também com a forma que você produz reportagem ah ah não a forma que o produto no produto não mudou nada eu continuo fazendo igualzinho eu não sou muito tecnológica eu tenho ajuda das minhas filhas da minha filha da Maria que me ajuda eu como ela diz né Mamãe você ainda é muito
antiga ela disse para mim quando eu não sei fazer nada e nas minhas redes por exemplo sou eu a que eu gosto mesmo é o Instagram só eu cuido dele eu que boto lá não tem ninguém para cuidar de nada para mim Twitter eu não tenho não usa eu sou meio maluca mesmo sou meio antiga e qual é a outra que tem que eu nem sei se eu não é só é como que mudou a sua relação com o telespectador porque você em algumas entrevistas cita a questão da carta por exemplo né que um determinado
momento mas aí não é bem não é só o Instagram é tudo por exemplo sem no passado né quando eu sofria racismo essas coisas Muitas vezes vim até por carta porque ela não tinha isso o do Pará hoje não hoje é verde que nem fechar André de tudo quanto é lado mas eu já aprendi a me defender Hoje a minha preocupação é defender minhas filhas né hoje eu tô forte com relação a isso elas estão começando a se preparar Teve até um episódio muito legal ele tava contando para vocês ali que a Ingrid Silva né
foi na minha casa com a família dela toda aí como a gente vive no mundo Branco aí é minha filha olhou para mim e falou uma mãe é mas onde só tem preto aqui porque era nossa família e toda a família da Ingrid para você ver como é que as coisas mudam então assim a minha relação com rede social é igualzinho eu tinha antigamente com carta e telefone às vezes eu posso uma coisinha que quando eu quero me sentir bonitinho aí eu vou e forte uma coisa eu não tenho água de filtro no outro dia
postei uma foto que o meu maquiador postou Aí disseram sabe o que para mim por isso que eu tenho medo que eu tinha feito como é que se chama esse negócio que eu não sei nem falar o nome atualizar o celular algumas essa harmonização facial e corrigido os dentes eu corrigi o meu dente uma vez na minha vida inteira porque hora da dentuça e que o dente até aberto até 40 anos a taxa Fiz e acabou aí botaram lá fazendo o que resulta uma harmonização facial uma coisa então assim é tudo tão louco é tudo
tão perfeito dentro dessas redes então o tempo né eu sou eu sou uma mulher contemporânea mais eu não aguento isso a verdade é que assim para mim não dá entendeu Pode ser que eu quero ir amar que eu quero entrar no foguete mas ainda negócio dela utilidade é demais a organização eu passaria Cláudio sexual seria legal não é Cláudio o glória numa entrevista você disse que fez anos de terapia para não se incomodar mais com o racismo é hoje a gente tem visto uma mudança né nesse cenário acho que dá para dizer que nós negros
Estamos muito mais orgulhosos e a gente consegue falar mais sobre o racismo e sobre a Negritude é você acha que a fama te blinda do racismo de alguma maneira é a mais ou isso ainda acontece com você não nada brinda Preto E nada e ainda de mulher preta é pior ainda porque nós somos mais como é que vai dizer abandonadas mais discriminadas por que o homem preto não quer a mulher preta então assim nada abrindo a gente você tem que aprender a se blindar da dor eu acho que isso é importante pois se você for
esperar um blindamento Universal você tá perdida Então você tem que fazer o que A vida te faça aprender a se blindar isso é que eu vim aprendendo ao longo da minha história um foge Nada me faz sofrer porque eu aprendi a me alto blindar Ah e eu tô ensinando as minhas filhas a ter a mesma coisa porque as duas estuda na escola em colégio diferente as escolas Lilith então eu sou conhecida mas não são todos os amigos que sabem que elas são filhas de mulher de uma mulher conhecida então tem ensinando para ela de cada
uma na escola só uma é a única Negra a outra também então você tem que uma estuda na Escola Americana outra estuda na escola vão ser o que então assim e hoje para mim não dói porque eu aprendi E continuo me protegendo que se você imaginar que nessa altura da minha vida eu ainda vou sentir dor pelo racismo do outro aí eu tô maluca né porque não é racismo meu é do outro então ele que resolva o racismo dele ele que fique com a dor dele com amargura dele porque uma questão de amargura uma questão
de horror que ele se resolva sozinho ou glória que aproveitar de ter mostra te pedir desculpa eu preciso encerrar esse bloco e para o intervalo eu vou voltar com a outra que eles e a gente volta já já para mais Glória Maria estamos de volta com roda vive quem vai perguntar agora Boa tarde Leoni queria pegar carona na resposta da Cláudia porque essa pergunta se a fama te blinda aí não linda porque tudo pode acontecer na verdade eu me lembrei do ela tenha que falou que ele parou de sofrer racismo ou ele teve isso reduzido
a partir do momento que ele começou a ficar conhecido mas que teve até o Episódio quando estava começando ainda ganhar dinheiro com os cassetas que vem um policial em cima dele com um carro bonito e tal que tava na zona sul e depois de muito tempo tendo arrefecido isso ele viu isso com um filho porque o filho não era conhecido então aí você citou que ia se preocupa com as meninas e tal como é que essa queria saber se ela já você já sentiu que elas foram em algum momento vítimas de racismo como é que
essa relação numa escola de Elite que eu sei como é que é né que são pouquíssimos negros que estudam entre vários brancos e tal como é que essa relação as escolas tentam fazem a gente tem aqui pelo menos em São Paulo tem até um movimento escolas anti-racista entre as escolas de listas mas Tu é muito é muito devagar é melhor do que já foi mas é devagar ainda né Muito muito vamos fazer todas as duas já passaram por momentos de racismo a Laura de 13 anos teve uma vez que ela chegou em casa dizendo que
o amiguinho tinha dito que a cor dela era feia Oi e aí ela chegou em casa muito tocada e a gente sentou e conversou e aí eu fiz um movimento sem grupo aquele grupo de mães que não serve para nada né E aí eu usei esse grupo demais para dizer o que que tinha acontecido e que elas orientassem os filhos e eu falei com serviço de Psicologia Pedagogia da escola e ele realmente interferiram Oi e aquele negócio melhorou mas não é uma questão de melhorar porque quando você tem uma que isso não vem da criança
né isso vem da família EA família não vai mudar o racismo é uma coisa que você começa a ver é o motorista o empregado né aí a funcionária então a criança ver o subalterno sempre numa situação inferior e sempre Preto a maioria das vezes a minha outra filha também que toda na escola Elite Elite Elite ela tem uma briguinha com amiguinho era uma bobagem as coisas discussão aquelas coisas menina menino todo mundo discutindo a hoje a gente não vai no clube da Piscina amanhã a gente vai dar a aí a Maria falou alguma coisa e
esse assim e a você só macaca não fala nada é mas a Maria é uma guerreira Oi e aí ela imediatamente ela foi no Office da escola o e colocou isso E aí foi uma confusão Eu fui no dia seguinte na escola falei com principal e a coisa ele tomar o realmente uma atitude o menino ficou suspenso E o pior é que o menino você que é o mais grave triste é que amiguinho dela bom então ele quando falou ele falou porque ele queria machucar e a maneira que ele tinha para machucar era ofender racialmente
e isso é que eu acho assim uma coisa trágica porque se ele sabe chamar de uma caca é uma ofensa racial é porque ele foi ensinado a fazer isso e não é só nos estádios de futebol que a gente vê toda hora isso em algum momento ele ver alguém da família fala isso O que as coisas se transferem então só aqui como elas que uma pessoa forte como eu ela já chegam às vezes qualquer coisa de Maria olha só vamos ver se isso é racismo mesmo porque toda vez que ela quer que eu brigue com
alguém ou que ela não quer ela quer se livrar de um compromisso de uma coisa ela vem ele Maria é mesmo isso Você tem certeza que é aí ela é mamãe pode ser que não seja dia então vem carvão vamos devagar porque isso é que eu acho que a gente tem que saber existe não adianta a gente querer a não tpi é lá vai continuar as crianças aprendem desde Muito pequenas a serem racistas e nós pais nós cidadãos temos que ensiná-los a se cuidar porque eu não tô ali o tempo todo com ela e eu
não estou 24 horas por dia com a minha filha do lado dela para defender para proteger Então o que faço ensinar ela a se proteger sozinha a elas que é o que eu tô fazendo crise glória a queria voltar lá na harmonização a Surgiu uma harmonização sexual aqui Max Brincadeiras à parte você trouxe um tema importante quando você respondeu a Cláudia foi a solidão da mulher negra Quando você diz ali que a mulher negra é rejeitada pelo homem negro né é ao longo da sua vida você muitas vezes se sentiu nesse lugar da rejeição Olha
você foi eu não falei em solidão hein Porque eu não tenho solidão eu aprendi E continuo aprendendo a conviver com a minha liberdade então assim eu não falo de solidão não tem essa palavra alguém é solidão é uma base de não se relacionado né não é como rejeição e também não seria porque só se alguém me quiser eu quisesse alguém e esse alguém não me quisesse então eu também até hoje eu não fui rejeitada porque assim e eu não perco tempo como eu falei no início eu jogo a minha flecha com se colar colou eu
não fico lá perdendo o tema meu Deus do céu será que eu sou rápida no gatilho eu sempre digo Olha eu hoje não tem nem estilo eu tenho pressa pelo tempo é isso é não não vou ficar perdendo tempo então assim não é uma questão de preto branco porque eu passei do tempo de dividir as pessoas por há muito tempo É porque quando você passa por todo tipo de os prints periência não dá mais para você classificar preto no Miguel branco no Excel chinês não me quer o australiano não me quer não eu quero uma
paixão Um amor ou sexo vamos falar o português Claro porque não dá para ficar brincando que eu sou Clara as coisas então hoje e eu não tô com tempo para pensar no ou não amor nem quero talvez vai ter um ano é minha próxima viagem quem sabe quero viajar que ele sabe que eu gosto muito mais quando eu tô fora do Brasil Flávia Martins Você conhece alguém que você conhece alguém mas aí macho Tá longe liberar vão tentar o na terra se/longinho mas não é eu não quero viajar porque quando eu tô fora daqui eu
tenho a noite aqui Eu não tenho a liberdade uma quando eu tô fora é muito mais agradável porque primeiro que eu tô trabalhando Ninguém me conhece então assim quis quis não quis um queijo entendeu de dá para você fazer um jogo de sedução e dá para você brincar tipo não vou mais encontrar mesmo então vem aqui é chato para caramba coisa mas esse slimes não posso falar isso vai dar confusão que glória a pode falar eu para que os homens aqui é tão chato para caramba desculpa não você o leitinho agora vou fazer agora você
tá dizendo que você não tá de tempo quando outro lado você já disse que você não teve tempo de construir uma família de casar de ter até há pouco tempo atrás e aí eu que entender um pouco o porquê que isso aconteceu você já disse que você tava usando o seu tempo para construir outras coisas né a sua estabilidade na carreira a sua vida talvez coisas que você almejasse mais naquele momento queria saber se você se arrepende de ter feito alguma dessas escolhas e se você pode ter sido a primeira de muitas de nós Abrir
portas não teve tempo de fazer coisas que talvez a gente tenta as próximas gerações tenham conseguido fazer depois não eu nunca fiquei não falei isso não as pessoas interpretam errado eu fiz tudo que eu queria ter feito e Isso é pessoas não sabem eu vivi amores maravilhosos e até casei no papel e tudo mais a minha vida quando eu quero é discretíssima eu não vivo de rede social e quando eu casei Não tinha rede social e eu também não vive na mesma casa que eu nunca divido casa com homem nenhum e eu fiz tudo o
que eu queria fazer e continuo fazendo e a maternidade entrou na minha vida por um acaso mas assim não nessa paredão me atrapalhou em nada tudo que eu quis fazer eu fiz um e eu queria viajar o que eu mais queria era percorrer o mundo e percorri e percorro isso para mim é a coisa eu lembro que quando eu era menina e eu não tinha muita coisa mas eu tinha dois ou três álbuns de figurinhas que tinha os países e As Bonequinhas não é do seu tempo se os países e As Bonequinhas com a roupinha
típica do país eu lembro tinha tailandesa com aquele chapeuzinho tailandesa e eu colecionava esses álbuns e ficava marcando esse eu quero primeiro esse eu quero ir e eu fui a todos que estavam nos alvos isso é uma coisa que meu Deus do céu quando eu dei olhando como se fosse agora eu olhando aqueles alguns desse tamanho se você aí uma criança eu lembro como se fosse hoje olhando aqui e ela fica eles iam ficando velhinho de tanto que eu passava a dobrinha dele Onde você passa eu começando a ficar toda enroladinha mas eu não jogava
fora glória quando você olha para esse papel que você conseguiu marcar todos os países ou muitos países eu queria eu tenho uma curiosidade Acho que desde quando eles a terceira curiosidade que me bateu assim se perguntado como fã mas também com profissional se ter tido esses vários encontros esses diversos encontros ter bebido dessa de várias riquezas culturais em torno do mundo assim é mudou em alguma coisa na maneira que você encara a vida mudou tudo mudou tudo tudo tudo tudo tudo porque é você consegue ver o ser humano exatamente como ele é você aprende a
ver almas e não moldura eu acho que essa coisa de eu ir pelo mundo como eu falei antes que eu não fui para ver paisagem eu fui para conhecer gente e me fez descobrir almas e alma é uma coisa que te faz crescer que te faz aprender te faz aprender a não julgar o que eu acho que a coisa mais importante do mundo quando você sai pelo mundo você aprende aqui gente é gente ser humano é ser humano e isso é que me interessa como agora né quando eu passei por isso e eu vi o
ser humano também de um outro uma outra maneira porque muita gente que achava que era amiga de repente eu vi que não era E era uma coisa incrível que a gente que chegava na minha casa e assim esperando me ver lá toda para quando viu que eu tava bem você tá ótimo Ah tá chegando não tá bom eu volto aqui para isso mil e eu fiquei tão chocada gente que você imaginava né também falou que percebeu um certo o interesse financeiro na sua vida é não sente isso não nasce de um pouco na minha família
né foi uma coisa que me deu um susto que de repente Só falta nós vamos dividir a herança a herança que não existir Só faltaram é porque as pessoas mais dizer isso mas essa coisa da Esse é um negócio esquisito do ser humano que você olha e você não acredita quando eu comecei a receber as pessoas em casa que demorou a cirurgia foi em novembro lá para abrir o Junior eu demorei muito né porque eu era Risco Total eu a pandemia aí as primeiras pessoas chegar eu tava muito inchada e achei muito de tomar o
corticoide eu fiquei Nossa fiquei bem e deformada meu rosto agradeço tamanho agora você também descobre amigos maravilhosos o que você sempre teve e que de repente ele se revelam como ninguém é o Pedro Bial a gente sempre foi amigo dizendo que a gente brigava Não nós somos apaixonados um pelo outro a gente briga para caramba vão brigar vida inteira mas o Pedro é um fantasma da então ele só acorda acorda 5 horas da manhã 4:30 eu não tinha com quem falar aí era pessoa que ligava e me atende o telefone toda a noite aí até
que dizer sim pera aí não dá para você ligar daqui a meia hora o 15 minutos a foi a pessoa que segurou a minha onda nas madrugadas de solidão porque o corticoide incha e te deixa desligada Você fica muito agitada glória eu a gente precisa sair para outra assim e eu descobri pessoas maravilhosas maravilhosas desse processo que te envia assim muitos Encontros com a realidade desculpa a glória com esse então a gente encerra o nosso terceiro bloco vai ter mais um breve intervalo e volta já é nós estamos de volta com Roda Viva que hoje
recebe a Glória Maria Glória uma das muitas coisas muito interessantes do seu papo com o Mano Brown no podcast dele foi a troca que vocês fizeram a respeito dessas questões que permeiam a discussão sobre raça com as quais algumas Você não concorda né É você falou em escravos e humano corrigiu para escravizadas e você mesma falou porque escravizadas não escravos se eles foram escravizados e permaneceram como escravos por muito tempo como você vê essas discussões e também nesse assunto temas que não pode falar disso não pode falar aquilo e você como desbravadora não concordando muito
com alguns desses nas interdições e o mercado não é porque é assim todo mundo fala eu acho que isso um pouco sem conhecimento né as coisas vão mudando a terminologia sem profundidade isso realmente para mim é uma coisa bem complicada porque para você falar claro os escravos foram escravizados E aí por exemplo desse nesse vídeo que eu boto no meu Instagram na Nigéria que eu fui para a região de que era de onde saíram os escravos para vir para o Brasil foi quando o mano falou escravizadas Eles foram escravizadas depois eles vieram como escravos e
eu acho que o que menos importa aí é o termo é o que importa é a gente mudar o estado das coisas não é dá nomes aos bois e não vai mudar mudar nada é claro por exemplo ele é não pode chamar negro ou preto e nos Estados Unidos você não pode falar negro niver tá é uma Ofensa e aqui você fala Preto o negro que antes sempre se falou eu falo Preto às vezes às vezes eu falo negro não sei só que para mim isso não muda nada o que muda é minha alma O
que muda para mim é o sentimento do outro o sentido com que ele está falando aquilo não adianta você usar o termo certo e vocês e racista por dentro e essa é a minha grande pergunta quem tem essa preocupação que usar a palavra certa tá usando o sentimento certo a glória tem uma pergunta da Tatiana e botosso para tirar o botão fica uma jornalista aqui de São Paulo ela pergunta se você se sente cobrada pelos grupos da atualidade a se posicionar com relação ao racismo e até mesmo com relação ao firmou caramba se cobrar vai
para me posicionar uma coisa que vem fazendo a minha vida inteira só que ser quem eu sou não tem posicionamento maior do que esses Eu fui a primeira e única pessoa nesse país a usar uma lei que existia a força contra o racismo que ela Lei Afonso Arinos quando ninguém sabia nem que essa lei existia então e quem não tem história quem não tem cultura quem não sabe o que é o que é não pode perguntar nada não pode falar nada primeiro tem que se informar primeiro tem que saber se muita gente hoje tá aí
continua conseguindo realmente se manifestar com relação ao racismo é porque a titia Glória tá aqui porque eu tenho uma coisa ainda além eu não sou mulata que não pode usar esse termo né não sou uma mistura não ter a gente quando fala meu colorismo eu não tenho a pele mais clara que eu sou preta mesmo então sua enquadrada nas ela categoria preta não sou a mais clarinha não vai dizer assim ar ela ter isso que ele é mais clara não então eu acho que as pessoas primeiros tem que aprender e tem que entender de alma
o racismo está aí existe não vai acabar nem na geração 5 vezes depois das minhas filhas não vai acabar Então a gente tem que aprender a usar a nossa alma a nossa inteligência a nossa cultura para tentar acabar com ele da maneira que cada um de nós conseguir e puder porque se ficar lutando um contra o outro não vai chegou não chegar a lugar nenhum então é muito bom muito fácil você apontar o dedo né você assim olha aqui ela tem que se posicionar aqui quer que eu saio na rua com uma bandeira Olha aqui
eu sou contra o racismo Então birutas as pessoas in low que serão para sempre é a vida não é assim que a banda toca vamos ver a história vamos ver tudo que é feito não teve ninguém antes de mim que usasse uma lei e na Então o que é que o que é que é se posicionar contra o racismo sair uma passeata numa manifestação ah me poupe né Cláudia depois que agora eu queria saber se você acompanha essa nova geração falando de negros de repórteres escritores artistas eu queria saber se tem de intelectuais também eu
queria saber se tem alguém dessa geração que te inspira E como é que você ver toda essa essa gente que tá chegando agora a tem um monte né hum embora eu tenho conversado lá na época do Everton incrível não sei se vocês conhecem ele é aí da anterior a Angela Davis porque de repente todo mundo descobriu aí eu fui educada com 15 e 16 anos lendo os livros dela E aí de repente todo mundo descobre me dá um Pânico e do caramba É ele é Deivison Olha que novidade bom tem uma geração a fazer uma
geração que fala mais de poesia é como Aquela menina que falou que eu não lembro o nome dela e falou na posse do Raiden isso hoje é o que me interessa porque os males que se manifestaram a todos eles Como Michael Jackson se acumula The King todos eles eu acompanhei ele então disso aí eu já conheço do Avesso agora eu quero ver em termos de racismo eu quero ver a sentimento por isso eu tô agora numa fase de me concentrar em poetas de jovens negros Isso é o que eu tenho feito e tomara que tem
passado isso as minhas filhas Tomara que eu consiga transferir alguma coisinha para ela você falou Oi desculpe se você falou que você teve com a Ingrid A Bailarina esses dias na sua casa você então acompanha o trabalho dessas dessa nova geração Claro é a mesma coisa que olhar lá no meu Insta aliás meu Insta a gente pode falar pode falar o meu Isto é Glória Maria Real Tá@Glória Maria Real então assim a Ingrid ir é uma Eu sempre tive uma inspiração para minha filha que fazer balé do balé clássico também e aquela coisa da sapatilha
Clarinha sempre me incomodou aí quando eu vi quando uma matéria do Globo enorme ela falando sobre aquilo que ela tinha pintado a sapatilha eu fiquei encantada e comecei a seguir aquela menina tudo que ela fazia E aí começou a nos comunicar Ela tem uma filha que a Laura como a minha e ficamos amigas primeiro pelo Instagram depois pelo Direct depois pelo telefone e depois começamos a nos frequentar E aí quando ela vai correr aquela coisa de ela quando vai lá em casa ela vai ela a mãe o pai o irmão ou a cunhada então se
a gente junta e é uma confraternização que só nós Preto sabemos fazer e ela tem ido E aí assim para as minhas filhas é uma inspiração que horas que foi enfrentada é aquela bailarina mamãe é e ela bailarina então é para mim é uma referência acompanho tudo com relação a ela e ela acompanha tudo com relação a linha então eu sou uma fonte de inspiração para ela e é isso eu acho que a gente precisa na nossa vida inspiração como a Ingrid Silva por quê e se não se você não tiver a arte como um
condutor de União também não vale a pena gente a gente não pode ficar só com a raiva com a amargura a arte é uma forma de União racial eu acho que a gente tem que usar isso de uma maneira mais como você falou essas novas gerações Eu acho que eu quero aproximar mais as minhas filhas disso Cristina Glória é eu queria saber se você você conhecer o Doutor Roberto Marinho e de alguma forma também enfrentavam um pouco essa questão uma alta sociedade tal isso foi assunto de vocês em algum momento você você tiver oportunidade algum
homem de falar sobre isso digo racismo ou essa essa presença de duas pessoas no lugar que era majoritariamente branco né Olha eu vou dizer uma coisa a gente nunca conversou diretamente fala sobre racismo mas ele sempre me deu demonstrações de que isso não poderia impedir o progresso eo talento de ninguém primeiro permitindo que cada vez eu me desenvolvesse mais dentro da emissora dele isso é uma coisa que as pessoas não falam e não percebem é no momento que não tinha Preto ele deixa eu crescer cada vez mais por causa do meu talento que Ele olhou
e acreditou e ele tinha o hábito assim de sempre tem um como é que eu vou te dizer que ele sempre demonstrou um carinho muito grande é ele chegava com e o carro dele tinha aqueles carros lá eu tinha uma bicicleta toda a velha é uma Monark que foi a diléia frate que me deu Olha era toda quebrada bicicleta ela me deu a bicicleta eu sempre quis ter uma bicicleta e eu trabalhar na época do Bom dia Rio E parava a bicicleta do lado do que daquele carro maravilhoso do Dr Roberto aí um dia veio
lá um daqueles caras né que cuida da da do estacionamento e disse olha você tem que tirar sua bicicleta daqui eu falei mas quem falou foi o Doutor Roberto Ele falou não mas você não pode botar essa bicicleta do Olha o carro dele aí eu fiquei pelo amor dele pergunta para ele o Doutor Roberto tava chegando para sair aí eu falei não tô Roberto eu posso estacionar minha bicicleta aqui do lado do seu carro Claro minha filha qual é o problema entrada ficou olhando assim E aí quer dizer ele era uma pessoa pelo menos assim
a gente tem que ir imaginar uma coisa era uma época em que a televisão era uma coisa muito pequena todo mundo entrava e saía pelo mesmo lugar não era essa coisa grandiosa que ela hoje todo mundo se encontrava todo mundo se via todo mundo cruzava então você tinha a condição de encontrar e conviver com as pessoas não é hoje que é uma coisa mais distante então assim ó e eu tenho certeza absoluta assim com todo meu coração com todos os sentimentos ele não tá mais aí está morto que é se eu sou o que eu
sou hoje eu devo muito ao Doutor Roberto Porque Ele acreditou não preciso falar isso porque ele está morto eu já daqui a pouco paro de trabalhar já entendeu Não claro ele não trajetória mostra Deus a sua meta não foi eu fiz o meu caminho sozinho mas se eu tô aqui até hoje talvez se não se fosse uma outra pessoa outro tipo de pessoa até pela história dele até pela história pessoal dele de vida até pela história e racial dele não sei se eu tô aqui hoje eu devo muito muito muito a ele clareando eu queria
falar um pouco sobre religiosidade é você foi batata na igreja católica sua família sua avó da Umbanda eu sei que você é uma estudiosa de outras o judaísmo islamismo Campos enfim você é depois de Mas por outro lado eu já ouvi você falar também conheci uma pessoa cética eu quero entender se você é uma pessoa que você em fé no que que você tem fé e principalmente depois do que você passou não só do tumor acho que você veio do tumor você perdeu a sua mãe um mês antes de começar a pandemia e veio aprender
minha logo na sequência O que que você se agarrou nesse mundo eu tenho fé eu não sou cética né eu tenho sei É como diz o DIU né a arte de viver com o confesso a você sabe disso fé em que eu tenho fé em tudo ia de cada um aprende alguma coisa eu tenho um momento só quase milagrosos eu com a primeira vez que eu fui fazer os caminhos de Cristo entre Israel e Egito e tinha que está na manjedoura e tava fechado era um horário que não podia milagrosamente alguém abriu para a gente
entra hoje e sempre visível momentos de grande espiritualidade isso me fez a ter fé em tudo a minha família era da Umbanda minha avó morreu mas é e eu tinha aqui assistir pequenininha que era sessões fui batizada fui crismada tem um amigos árabes tem um amigo os muçulmanos maravilhosos tem um amigo judeus maravilhosos então eu sou o resultado de tudo eu como eu acho que todo ser humano deveria ser por quê Por quê que a gente vai separar a fé eu acho que hoje se eu tô aqui conversando com vocês é por causa da minha
fé que eu não perdi nem 1 minuto eu dizia assim eu vou sair dessa porque porque tem uma coisa que eu vou dizer para vocês a gente passa a vida inteira e se fazendo perguntas ai Será que você feliz Será que eu vou casar Será que eu vou isso Será que eu vou vencer na carreira da mas só é uma pessoa tem a resposta é um ser que a gente não sabe você é Deus e energia seu quê que é eu quem sabe tudo é nisso que eu confio o que eu te confesso que eu
não sei o que é não tem mais uma forma para mim tenho uma espiritualidade quando eu subiu Himalaia duas vezes a segunda vez a gente eu não conseguiria chegar lá se não se fosse confere porque pelo horário pelo tempo todo mundo tá acabado a gente não foi até o a última parte a gente nos calou foi o Everest a gente foi até o acampamento-base duas vezes mas foi pela fé que a gente chegou lá aí se disserem que não sei certo e isso é uma coisa que me traz aqui até hoje maravilhoso com isso a
gente fecha o nosso quarto bloco vai para mais uma rápida e interrupção e volta para o encerramento dessa entrevista histórica com a Glória Maria e nós estamos de volta com Roda Viva a gente tem sol mas esse Block muitas perguntas aí nem deu vou fazer uma curtinha e depois passar a palavra vocês meninas Glória você disse que não gosta muito de data que não se liga muito nessa cronologia mas a sua vida tem todas essas aventuras que a gente viu aqui você pensou em algum momento e escrever uma biografia ou algum registro dessa sua vida
maravilhosa tem ainda pensa seu nome a vida e biografado alguns não dá agora eu tô começando a escrever um livro na verdade aqui é a arte de aprender a viver sem ter medo de ter medo de sentir medo ó por quê Porque eu estou vindo de um tempo de medo né então eu tenho que aprender a viver sem entender é muito medo agora Toda hora ele me cerca né então eu tenho que aprender isso mas biografia amor e nem pensar Já pensou escrever minha biografia é esses acontecimentos todos que você viveu do janaynna Vence não
vai lá no aluno memória de vou ver aqui e aí junta tudo e faz um pé do Pedro O Pedro O Pedro vai fazer a sua biografia isso podemos faltar luz então eu acho assim você tem que viver e eu acho que cada vida é a única e intransferível então eu vou deixar uma briga biografia e para que eu não sou exemplo de nada eu não sou exemplo de ninguém eu vou ensinar as pessoas que eu era rainha do frescobol com biquíni desse tamanhozinho na praia entendeu eu acho eu acho assim que tudo que é
meu que pode ser escrito o dito tá aí o que eu não quero que seja dito não vai ser então eu não quero uma biografia para contar coisas que eu nunca quis contar e que se eu nunca quis eu não vou contar nunca e depois de morta muito menos ainda entendeu depois de um modo vou querer fazer o que fizeram na minha vida Deus me livre não não beijo eu queria voltar um pouquinho no final do último bloco que foi muito emocionante você falando da sua fé sobre milagre que foi os episódios da sua vida
e eu vi algumas entrevistas que você concedeu que você se vê ou falou em alguns momentos como a Fênix que Renasce bom né e a Fênix necessariamente precisa queimar para Renascer e vocês pôs em alguns momentos algumas fragilidades relacionadas a sua família aqui sobre esse episódio esse período do tumor de ter perdido a mãe da pandemia em seu queria que você falasse o seguinte quem é a glória após o renascimento Olha é assim eu encontrei em mim uma força o que eu sempre soube que eu tinha mais que eu nunca tinha tido a necessidade de
usar e você só sabe a força que você tem na hora que você precisa usá-la né e eu sou uma fênix sim porque nesses últimos dois anos e meio e vem queimando e venho renascendo mas queimando mesmo e eu mesmo a não ser da onde tá vindo o fogo para fazer essas cinzas Renascer em então eu até esse ano eu botei uma árvore de natal na minha casa era uma fêmea você eu achei uma amiga minha fazer faz uma feira que segue para tu não dá mais né você sai do negócio aí a minha mãe
morre lá lá e vamos que vamos então assim eu acho que essa é a minha vida essa é minha história mas o que eu sou uma fênix Olá eu sou a Lauri ao você contou ali no comecinho numa pergunta da Cris como uma experiência na Nigéria transformou sua vida entre todas as grandes aventuras que você passou por outro lado você também foi para a Nigéria realizar um trabalho voluntário você foi para passar um período para trabalhar com jovens certo que não com crianças crianças é e você acabou passando menos tempo do que você tinha prevista
fazendo trabalho voluntário logo depois que você saiu do Fantástico do Fantástico não foi ali em 2008 eu queria saber o que que aconteceu ali porque você sinta o boko haram e que depois veio com tudo né com a questão do sequestro de meninas que que aconteceu na Nigéria que fez com que você se decepcionar se depois de uma experiência tão emblemática não porque Nigéria é um país muito difícil né E para mulheres é um país que quando a gente tava lá trabalhando tá vamos eu e o Guilherme Elizane meu câmera e a gente já teve
Muitas dificuldades né É eles são muito é complicado em termos femininos conviver lá eles são machistas bem guerreiros E aí quando eu fui fazer sozinha para fazer esse trabalho voluntário aí foi punk né porque eu ficava no hotel que eu não dormia ficou com medo de Deus arrombada EA minha porta e sei lá se é agredida e botava armário da porta era para ficar eu fiquei da Índia três meses era para ficar na Nigéria entre um mês e meio dois acabei ficando 20 dias eu falei a deu eu quero dormir não sei que eu não
consegui ficar mais então foi uma experiência a primeira vez foi uma experiência que me fez crescer muito como ser humano como uma pessoa preta como como uma mulher porque eu aprendi muita coisa no lugar em que sono não tinha mulher tipo 10 fazer alguma coisa para ter os homens que comandavam que na segunda vez foi uma coisa bem/pesada que eu vivia do Medo crer Glória aqui atrás crer não queria falar de maternidade um pouco assim como você eu também escolhi como via de palancar não para me engasguei aqui vou falar de querer ficar até emocionada
parentalidade é uma vez que não fosse a biológica né você tem a Maria tem a Laura meu filho tá saindo da adolescência assustam entrando como é que têm sido os desafios desse momento ai da adolescência mapa de Mia é minha é minha vida tem como escuro em tem um estudante poderia eu era feliz e não sabia o que ela estava em casa para lá para quando acabou poderia era férias saindo das aulas usando essas coisas então Olha gente a Laura de 13 não a Laura é sobre meu controle ela é toda docinha pagar a Maria
também faz a Maria massagens Ariana que ela acha agora que ela sabe tudo então ela disse mamãe era que você é muito antiga você não sabe nada o mundo mudou Paraná e 14 anos eu sei que mudou Tô vendo que mudou você principalmente mudou então assim é que a minha sorte é que eu preparei elas para voltar depois da pandemia porque a gente ficou juntas um tempo que não era normal porque tá eu viajava 20 dias 25 e ficava em casa um mês um mês e meio então ela fica tá mal acostumados a ficar aí
no final eu já tava assim mamãe nós tão assim né Mamãe você não tá na hora de você viagem voltar a viajar não Ninguém queria te mandar para outro país eu falei Maria você tá querendo que eu viajo então assim é difícil é muito difícil você conseguir administrar porque foi muito rápido a pandemia a volta à normalidade para essa garotada eles ficaram presos muito tempo e essa volta que não foi rápido a volta mas essa readaptação nas escolas e os pais eu acho que está sendo uma tortura para todos na escola da minha filha da
Maria em toda semana tem problemas de comportamento os pais são chamados no Office toda semana tem criança que é suspensa tem criança que vai sair da escola porque ele viraram realmente pré-adolescentes e não sabem para onde ir e essa coisa de rede social viu uma tortura eles vivem focados naquilo criam problemas por causa daquilo porque ele enquanto estavam em casa eu tinha o controle do telefone agora na escola eu não tenho mais e vai que eu diga para não ir para escola com telefone sem o telefone então eu tô vivendo como diz o rei um
momento lindo e não é só que não Adolescente em Cláudia eu queria falar com você sobre maturidade hoje a gente tem visto o movimento das mulheres de 50 e tenta mais não cheguei lá então a gente não tem dúvidas de que estão reivindicando mudar de carreira usar roupa que bem entender terminar casamentos transar com quem quiser eu queria saber de você como é que foi a sua chegada à maturidade e a chegada da menopausa e esse saber se você entrou em crise nesse momento da vida e eu queria também saber se vou para você o
tempo é um vilão ou é um aliado Olha primeiro eu não tive nenhuma preocupação com o menopausa Porque ela foi bacana comigo ela veio suave eu nem senti quando eu vi já era não me preocupei eu sou uma abençoada entendeu Não eu as coisas comigo vem vem bem legal o tempo para mim eu sou como como diz o Caetano Tempo Tempo Tempo Tempo Seja bonzinho comigo eu não tenho problema com é realmente não tem eu não sei a maturidade e vem para todo mundo eu não sei o que que as pessoas entendem como maturidade eu
sempre fui madura desde que eu tinha 12 anos 13 14 11 porque como eu tinha que cuidar de mim da minha irmã e eu já tinha maturidade dessa idade então a maturidade eu não chegou com 50 nem você sempre eu também tenho uma coisa ao que parece que ela mas ela toda bem resolvida não pô quando você vem desde os 12 anos tenho que resolver sua própria vida eu não me preocupo nem um pouco de como eu devo me vestir de como eu devo me comportar eu vou e que vou porque quem tem que estar
bem comigo sou eu gente porque a vida é minha e Ninguém paga as minhas contas ninguém cuida dos meus problemas Quando eu deito na cama ninguém sabe o que que eu tô vivendo o que eu tô sentindo então se eu quero usar uma roupa curta eu uso se eu quero usar comprida eu uso aí você será mas você é muito bem resolvido não sou eu sou uma pessoa que quero estar bem comigo só porque eu vou morrer e ninguém vai morrer por mim quem vai me julgar hoje não vai deitar lá no no caixão no
meu lugar Oi e aí o que que você quer que eu faça que eu vou a viver segunda opinião das pessoas não tem como eu vou vivendo do meu jeito vou levando se agradar era os problemas delas caramba o que que você quer que eu faça me fala a vida é Mia como é que eu posso querer viver a sua vida então isso é uma coisa que pelo menos a vida vem me ensinando é a minha vida é única e intransferível a sua também é difícil amar quando você começa desde muito pequena como eu a
ser responsável por você mesma e eu com 12 anos eu tinha que cuidar de mim 10 9 de mim não quer nem tão lá atrás assim e da minha irmã aí agora eu vou me preocupar das pessoas acharem a maturizar e não um biquíni desse tamanho Mas desse tamanho da cabeça de mim não masha tá certo eu vou diminuindo mais fazer o quê aí depois agora levaria aparecer de biquíni agora [ __ ] eu vou esperar o século se eu já cheguei passeio do século vídeo então no século 21 Tomara que eu chego do 22
estou rezando para isso tomara a gente também Glória é isso seriam necessários muitos programas para passar em revista a trajetória da Glória mas o nosso tempo chegou ao fim Glória querida muito obrigada por essa entrevista Renata eu que digo obrigada por abrir meu coração e minha alma para mulheres são maravilhosas tava com medo mas vocês me deram momentos de felicidade lá muito obrigada eu agradeço também O Conan a querido Guterres a Cláudia Lima raízes vermelho a Cristina para dileone a Patrícia Kogut é o nosso Paulo Caruso obrigada obrigada sobretudo a vocês mulheres e homens que
semanalmente tem esse encontro com a gente deve ter sido muito difícil para a Glória desbravar tantos caminhos quando eu tiver brasileiro ainda dava os primeiros passos o Brasil vivia uma ditadura e as mulheres sobretudo as mulheres negras enfrentavam ainda mais preconceito e discriminação do que hoje para que as conquistas sempre em se consolidem é sempre importante que nós mulheres e homens estejamos dispostos a ouvir EA aprender com quem vem veio antes de tanto tempo depois continuei enxergando de correndo lá na frente Vocês ficam agora que o senhor Brasil O Roda Viva volta na semana que
vem com outra entrevista inédita a gente vai receber ao vivo técnico multicampeão do Palmeiras Abel Ferreira mais eu perdi viu até lá a E aí E aí E aí [Música] E aí E aí