Um bom dia a todos! Sejam bem-vindos. Vamos pedir a Deus a sua bênção para o nosso dia, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós, dentre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.
Amém. O Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
Amém. No dia de hoje, vamos começar aqui o próximo capítulo: Capítulo 17 do livro "Caminho de Perfeição". Como título, Santa Teresa coloca aqui o seguinte: discorre sobre o fato de nem todas as almas serem destinadas à contemplação e de algumas chegarem a ela tarde.
Afirma que o verdadeiro humilde deve seguir contente o caminho pelo qual o Senhor o conduzir. Começa Santa Teresa dizendo: "Parece que finalmente começo a tratar da oração, mas falta dizer algo que muito importa, pois se refere à humildade, e é necessário nesta casa. " Falo do exercício principal da oração, e, como eu disse, é fundamental que se entenda como praticar muito a humildade.
Aquilo de que vou falar está intrinsecamente ligado a ela, sendo vital para todos quantos pratiquem a oração. Como poderá o verdadeiro humilde julgar-se tão bom quanto os que chegam à contemplação? Sem dúvida, Deus pode nos levar a isso por sua bondade e misericórdia, mas, a meu ver, devemos sempre colocar-nos no lugar mais baixo, pois assim nos disse o Senhor que fizéssemos, tendo-nos ensinado por obras.
Disponhamos a seguir esse caminho, se de por ele nos quiser levar. Se não for este o caso, recorramos à humildade e tenhamos-nos por felizes em servir as servas do Senhor, louvando, porque, embora mereçamos ser escravas dos demônios do inferno, Sua Majestade nos permitiu ficar entre elas. Não digo isso sem base, porque, como afirmei, muito importa compreender que Deus não leva a todos pelo mesmo caminho, sendo possível que quem tiver a impressão de estar muito mais baixo esteja, aos olhos do Senhor, mais elevado.
Assim, não é porque nesta casa todas estão voltadas para a oração que todas haverão de ser contemplativas; é impossível. O fato de não se compreender o que é ser contemplativo causa grande desassossego na pessoa que não está destinada a isso. Esse dom não é necessário à salvação, nem é exigido de nós.
Não pensemos que haveremos de prestar contas por isso, pois ninguém deixará de ser muito perfeito por não ser contemplativo, se fizer o que foi dito. Na realidade, alguém assim poderá até ter muito mais mérito por ter de alcançar tudo com seus próprios esforços. O Senhor o conduzirá, na outra vida, ao lugar onde há de fluir com intensidade tudo aquilo que não goza aqui.
Nem por isso deve essa pessoa desanimar, e nem deixar a oração e os exercícios comuns a todos. Às vezes, o Senhor vem muito tarde, mas paga tão bem quanto paga em muitos anos a outras almas. Passei mais de 14 anos sem conseguir nem mesmo a meditação, a não ser recorrendo a alguma leitura.
Haverá muitas pessoas assim e outras que, mesmo com a leitura, não podem ter meditação, restringindo-se a rezar vocalmente, nisto se detendo mais em pensamentos tão ondulantes que não conseguem fixar-se numa coisa e que estão sempre desassossegados, e a tal ponto que, se se quiser, faz-los deter-se em pensar em Deus, se deixam levar por mil disparates, escrúpulos e dúvidas. Conheço uma pessoa, bem velha, de vida muito edificante, penitente e boa serva de Deus, que passa muitas horas, já há vários anos, em oração vocal, não podendo, contudo, fazer oração mental. O máximo que consegue, e não é muito, é deter-se um pouco mais nas orações vocais.
Há muitas outras pessoas nessas condições. Pessoas que, se tiverem humildade, não creio que no final sejam menos favorecidas, mas sim igualadas àqueles que receberam muitas consolações e, em parte, com muito mais segurança, visto que não sabemos se as consolações vêm de Deus ou são postas pelo demônio. Se não forem de Deus, o perigo é ainda maior, porque o inimigo se empenha aqui em torná-las soberbas.
Quando são de Deus, não há o que temer, pois trazem consigo a humildade. Como falei extensamente no outro livro, o livro da vida, estas outras têm humildade, suspeitam que são assim por sua culpa e, sempre cuidadosas de progredir, não podem ver as pessoas chorar, em uma lágrima que elas não tenham chorado, sem pensar que estão muito atrás daquelas no serviço de Deus, embora talvez estejam muito mais adiante, porque as lágrimas, embora sempre sejam boas, não são todas perfeitas. Sempre há mais segurança na humildade, na mortificação, no desapego e em outras virtudes.
Quem assim for, não há de temer deixar de chegar à perfeição que os muito contemplativos alcançam. Santa era Marta e não dizem que fosse contemplativa. Logo, que mais desejais do que poder chegar a ser como essa bem-aventurada que mereceu ter Cristo, nosso Senhor, tantas vezes em sua casa, dando-lhe de comer, servindo-o e comendo com ele à sua mesa?
Se todos ficassem como Maria, não haveria quem desse de comer a esse Divino Hóspede. Pensai, pois, que esta congregação é a casa de Santa Marta, devendo nela haver de tudo, e quem for levada pela vida ativa não fique murmurando. Contas que muitos se absorvem na contemplação.
Pois sabe que, mesmo que elas se calem, o Senhor sai em sua defesa, já que, na maior parte do tempo, Ele as faz deú dar de si e de tudo. Então, paramos aqui no capítulo 17, neste ponto, né? Então, Santa Teresa, aqui, ela já começa a tratar dos tipos de oração, das modalidades de oração, e ela diz algo interessante: Nem todas as almas serão elevadas à contemplação.
A contemplação, eu já comentei aqui com vocês, é aquela forma de oração onde tudo que é exterior se apaga; é uma forma de oração onde só Deus basta, onde olhamos para Deus e Deus olha para nós, onde aproveitamos desta presença de Deus, e isso nos satisfaz, nos preenche. Agora, é claro, a oração contemplativa não se consegue, não se conquista da noite para o dia. É necessário conquistar diversas virtudes, é necessário chegar à contemplação por uma graça de Deus.
Na verdade, Deus é quem nos torna almas contemplativas; Ele prepara a nossa alma e, para isso, a porta de entrada é o quê? A oração mental, né? Ou o que nós chamamos de meditação.
Então, essa oração mental, é claro, ela consiste nesse trato com Deus, né? Nessa fala familiar com Deus. E Santa Teresa, na leitura de hoje, ela fala algo interessante: ela diz assim que, durante 14 anos, ela procurou a oração de meditação.
O que seria meditação? Oração mental. Só que a oração mental é onde não simplesmente a pessoa fica ali falando com Deus, pedindo o que precisa, agradecendo o que precisa.
Isso é oração mental. Se você se sentar, fechar os seus olhos, se colocar na presença de Deus e começar a falar com Deus, contando para Deus os seus problemas, suas necessidades, pedindo as graças que precisa, agradecendo o que você já recebeu, é oração mental. Então, a porta de entrada para a vida de oração é a oração mental.
Só que, junto com a oração mental, é necessário que a gente faça também a oração vocal. Por quê? Porque nós somos seres físicos, nós estamos, né, neste corpo que faz parte da nossa natureza; Deus assim nos quis.
E, neste corpo, nós devemos louvar a Deus, amar a Deus com os nossos cinco sentidos. Um deles, né, é a nossa audição. Então, nós podemos rezar usando aquilo que nós ouvimos.
Por exemplo, pela música, nós podemos louvar a Deus; por aquilo que nós vemos, contemplando um crucifixo, contemplando uma imagem de Jesus, uma imagem de Nossa Senhora, louvamos a Deus. E podemos beijar um crucifixo. Então, são modos de rezar usando, né, toda a nossa capacidade humana para louvar, para amar a Deus.
Então, muito bem, isso tudo é possível. É possível, então, nós entrarmos na vida espiritual fazendo isso, né? Fazendo a nossa oração mental, mas também a nossa oração vocal.
É necessário louvar a Deus com o nosso corpo, com os nossos cinco sentidos, ordenando tudo para Deus, mas também, eh, falando, pronunciando algumas orações em voz alta. Então, por exemplo, podemos rezar o terço, podemos rezar uma coroa das lágrimas, que é rápida, um outro tipo de terço devocional. Existem vários terços, né, vários jeitos: o terço de São José, a coroa de Nossa Senhora das Dores.
. . enfim, existem várias coisas que nós podemos rezar, podemos pronunciar algumas orações vocais ao longo do nosso dia, né?
Então, nós temos a oração mental, nós temos a oração vocal. E aí, da oração mental, nós podemos partir para a meditação. O que é a meditação?
É um exercício onde nós vamos tentando fixar a nossa mente em Deus. Santa Teresa falou que buscou a meditação por 14 anos, 14 anos. Então, não é uma coisa, eh, rápida.
E veja bem, aqui nós estamos falando de Santa Teresa, não estamos falando de, né, qualquer pessoa; não estamos falando de pessoas cheias de pecados e defeitos, como nós, estamos falando de Santa Teresa. Então, ela demorou 14 anos para alcançar a meditação. O que isso, eh, significa?
Que Deus, Ele pode favorecer algumas pessoas e dar uma graça extraordinária. Pode ser que uma pessoa comece a fazer a meditação, a fixar o seu pensamento em Deus através de um exercício constante em muito menos tempo. E, da meditação, nós chegamos à contemplação, né?
A contemplação é aquela oração de quietude onde nós nos colocamos na presença de Deus e não precisamos falar muito, né? Então, eh, é uma oração que flui. Então, para conseguir chegar nisso, nós precisamos ordenar a nossa virtude, precisamos silenciar a nossa mente.
Não é, eh, coisa da noite para o dia. Só que Santa Teresa vai dizer: nem todo mundo tem essa vocação, entendeu? Nem todo mundo tem essa vocação.
Muita gente se aflige pensando: "Como que eu vou chegar nisso? Eu sou tão distraído, eu penso em tanta coisa, eu vou rezar e os pensamentos parecem que roubam a minha oração; parece que é uma bagunça. " Muito bem.
Mas, se você tiver o esforço, tiver uma decisão, tiver uma busca de Deus, mesmo que você passe a vida inteira e não chegue na oração contemplativa, isso, né, o que Santa Teresa vai dizer: não é algo necessário para a salvação. Necessário para a salvação é rezar, é falar com Deus. Atingir a contemplação.
. . bom, se Deus quiser, se nós nos esforçarmos em colaborar com a Sua graça, pode ser que Ele nos dê essa graça, mas pode ser que não, né?
E Santa Teresa, aqui, fala de uma religiosa bem velha que ela conhece que não conseguia meditar. E Santa, vê, fala: "É uma pessoa de vida reta, é uma pessoa de vida edificante, é uma pessoa de vida santa. " Mas o que ela consegue fazer?
Orações vocais. E ela consegue, nas orações vocais, com muito esforço, prestar atenção nas orações vocais. Então, quer dizer, o que Deus quer de nós?
Que rezemos. Isso é fato. É o que Santo Afonso dizia: quem reza.
. . Se salva quem não reza; se condena.
Agora, se vamos avançar mais ou menos, isso vai depender da nossa correspondência à graça de Deus e vai depender das graças que Deus nos der. Então, pode ser que sim, pode ser que não. Então, a oração de meditação, né?
Como que ela é feita? Ela é feita exatamente como nós estamos fazendo aqui. Nós pegamos um livro, é o conselho de Santa Teresa para quem está começando a meditar.
O conselho é esse: que a gente pegue um livro e que a gente pense sobre aquilo que lemos neste livro de tema espiritual. Pode ser a vida de um santo, pode ser o escrito de algum santo, pode ser uma obra edificante. Então, eu leio, eu tento absorver aquele conteúdo e, depois, eu paro ali uns minutinhos para pensar em Deus a partir daquilo que este livro fez para me ajudar, né?
Por isso que eu dou o nome de "meditações diárias" para esse nosso encontro. Por quê? É para nos ajudar a entrar na meditação.
Então, nós temos a oração vocal, a oração mental e a meditação. Nós temos de buscar essas três formas de oração: a oração vocal porque ela nos mantém atentos ali. Então, por exemplo, o terço, eu posso rezar o terço até andando, né?
Na minha casa, no meu quintal, vou rezando a oração vocal, eu mantenho ali a minha atenção no que estou rezando. Depois, eu posso fazer a minha oração mental, falando com Deus, me colocando diante dele. E, depois, eu posso utilizar um livro como base, pensar sobre aquilo que o livro me diz e pensar em Deus a partir disso, para tirar um fruto disso.
Então, fazendo essas três formas de oração, mesmo que curtinhas, pouco a pouco, nós vamos avançando nesse conhecimento de Deus, nessa busca de Deus. E Deus se dá e dá muitas graças àqueles que se colocam no caminho. Coloquemos a nossa vida no trilho, nos coloquemos a caminho para conhecer e amar a Deus.
Que Nossa Senhora, nossa mãe, nos ajude nessa busca. À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos. Ó Virgem gloriosa e bendita!
Amém. O Senhor nos abençoe e nos guarde, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
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Um ótimo dia e até amanhã, se Deus quiser.