Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual; somos, sim, seres espirituais tendo uma experiência humana. Estamos passando um tempo aqui na Terra para adquirir uma experiência humana. Temos momentos agradáveis e momentos desagradáveis; não é à toa que nós nascemos chorando, pois sabemos o que vamos enfrentar na vida.
Aqui é planeta Terra, aqui não é Paraíso. Se você quiser ser feliz 24 horas por dia, 365 dias por ano, você está no lugar errado. Aqui nós temos momentos felizes e momentos não tão felizes; faz parte da vida.
Tem momentos que estamos muito bem, tem momentos que não estamos tão bem, e você já sabe que, se não estiver muito bem, não vai durar muito: vai melhorar. E, se estiver muito bom, também não vai durar muito: vai piorar. O bolo da vida necessita de vários ingredientes.
O primeiro ingrediente, eu diria, é o respeito que você tem para consigo mesmo, é a sua autoimagem, é o quanto você gosta de você. Ninguém pode ofertar o que não tem; você não pode ofertar amor ao próximo se você não tem amor por si mesmo. Você não pode ofertar inteligência ao próximo se você não tem inteligência para você mesmo.
Você não pode ofertar comunicação ao próximo se você não tem comunicação consigo mesmo. Então, a primeira coisa que Deus quer da gente é que tenhamos amor próprio, que nos respeitemos. No mundo, isso chama-se autoestima; isso chama-se autoimagem.
E eu tenho uma boa notícia para você: autoestima e autoimagem não são feitos de cimento, não são feitos de aço; são feitos de linguagem. Ninguém está condenado a ser quem sempre foi. Nós somos os únicos animais no planeta Terra que temos a habilidade de transcender.
Transcender significa começar de novo. Não interessa o que aconteceu na sua infância, não interessa o sofrimento que você teve até hoje. O seu passado foi uma necessidade para você chegar até aqui, e o seu futuro é uma possibilidade para você ir onde você quiser ir.
Mas, se você não se conscientizar disso, o seu futuro vai ser nada mais, nada menos do que uma repetição dos padrões do seu passado. Quais são os padrões existentes na sua família que você gostaria de se livrar? Porque a sua família, como a de qualquer outro, não é perfeita.
O indivíduo, para ser médico, precisa fazer medicina; para ser advogado, precisa fazer direito e fazer o exame da OAB. O indivíduo, para ser jornalista, precisa fazer jornalismo; para você ser pai e mãe, você só tem que fazer uma coisa: copular, ter relação sexual, e os filhos nascem. Então, os pais, 99,99% não estão preparados para ser pai e mãe e vão aprendendo com os erros dos filhos.
Os seus pais erraram com você, os pais deles erraram com eles, você errou com seus filhos, seus filhos vão errar com seus netos. Isso faz parte da vida. Não precisa ficar com sentimento de culpa disso não, porque é assim que é, é assim que a vida funciona.
A gente vai aprendendo com os erros. No segundo filho, você já erra menos; no terceiro, você erra menos, se você parar e pensar aquilo que está fazendo de errado. O segundo ingrediente do bolo da vida é a comunicação.
Na era da Agricultura, quem mandava no mundo era quem tinha Terra, eram os coronéis, e era vitalício, valia para a vida inteira. Na era Industrial, quem passou a mandar no mundo foi quem tinha capital, quem tinha dinheiro. Meus amigos, a moeda mudou, e muita gente não se deu conta disso ainda.
A moeda hoje chama-se conhecimento. Você é rico ou você é pobre em conhecimento, mas conhecimento só tem validade quando aplicado, quando passado de um cérebro para outro, e a passagem do conhecimento de um cérebro para outro se faz através do diálogo, se faz através da comunicação. Portanto, comunicação se tornou essencial, tanto no sucesso pessoal quanto no sucesso profissional, e faz parte da natureza do espírito humano evoluir.
Você nunca vai encontrar uma pessoa que vai dizer assim: “Eu vim aqui pedir uma graça para piorar um pouco a minha vida, porque está boa demais. ” Faz parte do espírito humano crescer, evoluir. Você vai atingir as suas metas.
Você quer passar no vestibular, passou no vestibular. Quer se formar, quer arrumar um emprego, quer ser promovido, quer montar sua própria empresa, e você vai galgando as coisas na vida. Isso faz parte.
Eu vou apresentar para você um modelo de diálogo que desenvolvi. A comunicação tem três níveis: o primeiro nível chamo de boca-ouvido, o segundo nível chamo de cérebro-cérebro, e o terceiro nível chamo de coração. Boca-ouvido: deixe-me primeiro fazer uma distinção.
Para você ouvir e escutar não são sinônimos. Você ouve com o ouvido; você escuta com o cérebro. Você já foi alguma vez a um restaurante e pediu ao garçom para lhe trazer uma água com gás, e ele trouxe uma água sem gás?
Ou você fez uma solicitação e ele trouxe outra? Aquele garçom, naquele momento, que ele recebeu o seu pedido, ele estava operando no nível um. No nível um, ninguém é promovido, você não conquista as pessoas, você não vai para a frente na vida.
Não interessa a nota que você tirou na escola; isso não faz diferença, porque a escola passa informações, a vida lhe exige competência de ação. O que cai na prova não cai na vida. Se você observar na sua cidade, você vai encontrar indivíduos que eram CDFs e hoje são pessoas que estão perdidas na vida, e você vai encontrar também pessoas que eram estudantes medíocres e hoje são excelentes empresários.
Por quê? Porque esses segundos sabem dialogar com o mundo. Eles aprenderam, talvez até intuitivamente, o poder da comunicação.
Então, se você me permite, eu vou começar a trabalhar nesse modelo, modelo do nível um, boca-ouvido, nível dois, cérebro-cérebro. Cérebro, nível três, coração, coração. Deixa eu primeiro fazer uma afirmação: nós só chegamos ao coração das pessoas passando pelo cérebro.
Quando você está operando no diálogo nível um, não acontece nada; é o pai que está dando um sermão para o filho, e entra em um ouvido e sai no outro. E o pai não percebe que ele vem falando isso há cinco anos; não funcionou nada, pelo contrário, o filho até ficou rebelde de escutar o pai falar aquilo. E o pai não se dá conta de que aquilo não é diálogo, que é um monólogo, que ele está falando para o vento, porque está entrando em um ouvido e saindo no outro.
Um pai de 45, uma mãe de 45 que conversa com o filho de 15, ela tem que entender que o filho de 15 nunca teve 45, e uma mãe de 45 já teve 15 anos. Então, é a função do pai e da mãe descer ao nível do adolescente para poder haver uma comunicação. O caminho: você tem que entender a pessoa, entender a problemática dela, entender de onde ela está vindo, por que ela atua daquele jeito.
Aí, finalmente, você aceita a pessoa e chega ao coração. Eu só posso me comunicar com vocês se nós fizermos uma conversa que interesse a vocês; não tem outro jeito. Eu tenho que ver o interesse de vocês e começar a fazer um assunto que interesse a vocês.
Então, eu tenho que fazer de acordo com o seu interesse, não de acordo com o meu interesse. Eu vou fazer a vitrine da minha loja, não de acordo com o meu gosto, e sim de acordo com o gosto do cliente que eu quero atrair. "Ah, mas eu tenho uma loja.
Eu tenho uma cunhada que é decoradora interna; ela fez uma decoração muito sofisticada. Que produto que você vende? " "Eu vendo produto popular.
" Então, você agora está com um problema sério: quem gosta da vitrine entra, mas não encontra o produto que quer comprar, porque quem gostou da vitrine sofisticada quer comprar produto sofisticado, e quem compraria o seu produto olha na vitrine e não tem coragem de entrar. Pronto, aquela vitrine tão bem organizada que a sua cunhada fez, porque é decoradora interna, está atrapalhando seu negócio. No diálogo, na comunicação, nós temos que modificar um pouquinho aquela frase que você conhece, que não é da Bíblia.
Está quando eu falar, você vai dizer: "Está na Bíblia! " Não está! A frase é assim: "Faça aos outros o que você gostaria que fosse feito a você.
" A verdade não é bem essa; a verdade é: "Faça aos outros o que os outros gostariam que fosse feito a eles. " Se eu convidar você para jantar na minha casa, eu não vou lhe servir o meu prato favorito; pode ser que você nem coma. Eu vou perguntar o que você gosta.
Se eu quero agradar alguém, num processo de diálogo, eu tenho que ver o que a outra pessoa quer ouvir; eu vou começar por ali e não o que eu quero passar. Quero que você entenda isso: faça aos outros o que os outros gostariam que fosse feito a eles. Isso exemplifica o que está acontecendo com a gente.
Eu quero mostrar o meu ponto de vista para você, mas eu não me preocupo com como você vai receber esse ponto de vista. Aí, sabe o que acontece? A natureza colocou um ouvido no mesmo nível do outro; entra em um ouvido e sai no outro!
Aí, deixa de ser diálogo e passa a ser monólogo. Para esse diálogo ocorrer, primeiro eu tenho que ter uma mensagem forte; você só vai continuar me escutando se você estiver gostando da mensagem. Eu tenho que ter algo para poder passar para você.
A mensagem, segundo, nós temos que conversar de uma forma metafórica. Como é que Jesus ensinava? Jesus ensinava contando histórias.
Como é que Jesus ia ensinar como é o mundo espiritual para quem está na Terra? Sabe o que ele fazia? Ele fazia de uma forma metafórica; ele contava parábolas, ele contava histórias.
Quando eu lhe conto uma história, você não pode dizer que não concorda com ela. Estou lhe contando uma história, e dentro da história eu coloco a ideia que eu quero passar para você. Era uma vez um navio de alta prioridade porque carregava ouro, e de repente o motor desse navio enguiçou.
O dono do navio disse: "Para, para, para! Traga aqui o melhor mecânico da região. " Eles trouxeram.
Ele trabalhou um dia inteiro e não conseguiu consertar o motor. Então, ele disse: "Para, para, para! Traga aqui o melhor engenheiro mecânico do país mais próximo.
" Eles trouxeram, ele trabalhou dois dias e não conseguiu consertar o navio. Ele disse: "Para, para, para! Traga aqui, de onde estiver, de helicóptero, quem montou essa máquina desse navio.
" Eles procuraram, encontraram e trouxeram, ele e um assistente. Eles desceram no navio de helicóptero, foram até a casa de máquinas, escutaram o barulho da tubulação, tocaram nos tubos e havia uma válvula vermelha num canto. Ele perguntou para o assistente dele: "Você tem um martelo?
Me empresta. " Ele foi lá e pimb! Desligaram tudo, funcionou às mil maravilhas.
Os três indivíduos que trabalharam: o primeiro que trabalhou um dia mandou uma conta de R$ 100; quem trabalhou dois dias mandou uma conta de R$ 200,00 (R$ 100 por dia, porque ele havia trabalhado dois dias e era mais sofisticado que o outro), e quem deu a martelada mandou uma conta de R$ 10. O dono do navio falou: "Vou pagar porque ele consertou o meu navio, mas eu só pago com uma condição: que ele mostre como é que ele chegou à conclusão de me cobrar R$ 10. 000.
" E ele mandou um bilhete pro dono do navio: "Para saber onde bater com o martelo. " Olha que interessante: você imagina que eu estou com. .
. nós estamos almoçando e eu conto essa história para você. Aí nós estamos em um diálogo enquanto almoçamos.
Então, você vai para o seu escritório comigo e está pensando em me contratar para ser seu consultor na sua empresa. Você pergunta assim: "D. Lair, qual é a sua remuneração?
" E eu falo um preço elevado. Ao invés de você falar "é caro", você vai pensar assim: "Esse cara sabe onde bater com o martelo. " Eu preparei seu cérebro para escutar o meu diálogo com você, porque, quando você está contando uma história, a mente crítica baixa.
Você conta a história e leva o que você quer levar junto da mensagem, e a mensagem entra na estrutura psicológica. Terceira coisa importante no diálogo é uma linguagem apropriada. Você já foi a um médico e ele começa a usar aquela terminologia médica que só ele entende?
Aí você volta e sua família te pergunta: "E aí, o que você tem? O que o médico falou? " E você responde: "Ah, não entendi o que o médico falou.
" Esse médico não tem nada de inteligente; ele precisa conversar numa linguagem que o paciente entenda. A própria Bíblia tem uma citação dizendo que, se você não falar a linguagem de quem está lhe escutando, você está falando aos ares. Outra coisa importante é a percepção.
Uma coisa é o que você está passando; outra é o que o outro está captando. Ah, você é um vendedor? Sou!
Você é um bom vendedor? Ótimo vendedor! E você tem vendido bem?
Não, tem vendido muito mal. Então, você não é um bom vendedor. Talvez a sua linguagem não esteja sendo apropriada, talvez a sua mensagem não esteja sendo forte o bastante, ou talvez você não esteja fazendo uso dos recursos da metáfora, das histórias.
Quando você trabalha esse fenômeno do diálogo desse jeito, ao terminar, a pessoa se sente convidada a participar das suas ideias. Ela se sente como um filho quando um pai sabe dialogar com ele. Quando o diálogo termina, o filho se sente convidado a experimentar o que o pai está falando para ver se dá certo.
Na vida, somos julgados por quatro coisas. Quatro coisas nas quais somos julgados: por aquilo que fazemos. Você pode marcar no seu relógio.
Se você encontra um estranho na festa, nos próximos 5 minutos, ele vai perguntar para você: "O que você faz na vida? A que você se dedica? " Eu posso ter dois pedreiros trabalhando ao lado do outro; eu chego perto do primeiro pedreiro e pergunto: "O que você faz da vida?
" Ele fala: "Eu sou pedreiro; eu coloco um tijolo em cima do outro. " Eu chego perto do segundo pedreiro que está ao lado dele e pergunto: "E você, o que faz da vida? " Ele responde: "Eu sou pedreiro.
Eu estou construindo o Maracanã, o maior estádio de futebol do mundo, que vai ficar aqui para posteridade. " Quero que você saiba que os dois fazem a mesma coisa. Só que esse segundo pedreiro não vai ser pedreiro por muito tempo; logo logo ele vai ser Conor, porque ele não está apenas colocando um tijolo em cima do outro; ele está construindo o Maracanã.
Então, escute com carinho: quando alguém lhe pergunta o que você faz na vida, você tem que responder de um modo que agregue valor à sua contribuição para o mundo. Então, se você quer melhorar seu poder de diálogo, tem que definir a sua contribuição no universo de uma forma que agregue valor. Segundo, você é julgado pela sua aparência.
Não é só estar bem vestido, mas estar adequadamente vestido para a ocasião. Você não quer ir a um médico que está de camiseta; você quer ir a um médico que esteja de branco, de preferência com estetoscópio no pescoço. Quando você chega lá e ele está todo de branco, você já começa a melhorar antes dele receitar qualquer coisa, antes dele examinar você.
Terceiro, você é julgado pelo que você diz. Enquanto você não disse nada, ninguém sabe se você é inteligente ou deixa de ser. No momento em que você fala e diz besteira, não tem jeito de voltar atrás.
Muitas vezes, você tem que morder a língua, porque uma vez que você falou algo inadequado, não tem jeito de trazê-la de volta. E, finalmente, você é julgado não só pelo que você diz, mas como você diz o que você diz. Eu poderia trazer alguém aqui que falasse exatamente o que eu estou falando; a apresentação poderia ser muito melhor ou muito pior, porque não é só o que eu estou falando que conta; é como eu estou falando o que eu estou falando.
Eu não sei se você conhece a frase que diz: "O cantor é mais importante do que a canção. " Se você tem um cantor favorito e ele canta uma música que toca seu coração, aquela mesma canção cantada por um cantor que você não gosta terá um impacto diferente. Então, nós somos julgados pelo que fazemos, somos julgados pela nossa aparência, somos julgados pelo que dizemos e somos julgados por como dizemos o que dizemos.
E nessa parte do diálogo de como dizemos o que dizemos vem o modelo que eu estou discutindo com você. Eu disse para você que o bolo da vida tem vários ingredientes; nós começamos falando da autoestima e agora estamos falando da comunicação e do diálogo. Deixe-me tocar um pouquinho nos outros.
Outra coisa importante para você, jovem que está nos assistindo - e é jovem de qualquer idade: juventude é uma coisa que você decide. O que você vai fazer na vida? Está para frente ainda, já fiz muita coisa.
Mas o que eu vou fazer? Muito mais está pela frente. Quando mantenho esse foco no que eu vou fazer, o meu organismo não envelhece; ele mantém a energia da juventude.
Então, é estabelecer metas. Todos vocês conhecem o conceito de uma ampulheta, não conhecem? Aquele reloginho de areia: a areia que ainda não caiu é o futuro, a areia que está caindo é o presente e a areia que já caiu é o passado.
Deixa eu focar um pouquinho no presente. Sabe por que o presente se chama "presente"? Você já parou para pensar por que o presente se chama "presente"?
Porque é um presente de Deus. Eterno. Não interessa onde você estiver; é aqui.
Não interessa que hora for; é agora. Você já viu que a sua vida é um eterno "aqui e agora"? É aqui.
Não interessa que hora for; é agora. A vida é um eterno "aqui e agora". .
. aqui, agora, aqui, agora, aqui, agora. Esse "aqui e agora" é o nosso presente.
É nesse momento que você vive a vida. Se você não consegue ficar no "aqui e agora", é como um gato que passa por um telhado de zinco quente: só sente o calorzinho da vida. E tem gente que está assim: dominada pela tecnologia.
É relógio, é o celular tocando. . .
a pessoa não vive mais o momento e depois reclama que está ficando doente, que está esgotada, que não dorme direito. Ela não consegue viver mais um momento, não consegue viver mais o "aqui e agora". Mas vamos voltar na nossa ampulheta: a areia que ainda não caiu é o futuro, a areia que está caindo é o presente, a areia que já caiu é o passado.
Você aprendeu, e a verdade é que o passado cria o presente e o presente cria o futuro. Isso é verdadeiro. Mas Einstein provou a não linearidade do tempo; o tempo não é linear.
Então eu vou provar para você agora que o futuro cria o presente também e o presente recria o passado. Então, vamos lá. Se você comprar, na segunda-feira, uma viagem de volta ao mundo para daqui um mês, eu lhe garanto que a segunda-feira já começa a ficar mais interessante.
Faltam 30 dias, 29, 28, 27, 26, 25. . .
PR viagem! Você já escutou um ditado que diz assim: "muitas vezes a antecipação da festa é melhor do que a festa propriamente dita"? Lembra daquela ceia de Natal que você preparou na sua casa com todo o carinho, que você levou meses preparando, e na hora da ceia os dois cunhados começaram a discutir e estragaram a noite?
A antecipação daquela ceia foi muito melhor do que a ceia. O que acontece? Se eu tenho metas para o futuro, o seu presente fica mais interessante porque você vai viajar daqui a 30 dias, daqui a 29, daqui a 28.
Se você não tem perspectiva de futuro, aí a droga te domina. Todo drogado que eu conheci, que eu tratei, perdeu a perspectiva do futuro. Ele não tem noção do amanhã; ele acha que só existe hoje.
Quem só acha que existe hoje não vai se preocupar com o que a cocaína, a maconha, a heroína vão fazer no corpo; perdeu perspectiva de futuro. Então, espero que você entenda que o futuro cria o presente. Eu vou provar para você agora que o presente recria o passado.
Eu dou um curso de treinamento final de semana em um hotel fazenda, e vem gente do Brasil todo. Chegou uma senhora que disse assim: "D. Laí, eu estou aqui porque estou num processo de divórcio e fiquei sabendo que seu curso fortalece o emocional.
Eu vim aqui para fazê-lo. " "Deixa eu lhe contar minha história. Eu sou casada há mais de 25 anos.
Eu e meu marido decidimos, por opção, não ter filhos. Ele trabalha numa multinacional, eu trabalho à noite. Ele sai de segunda a sexta para viajar pela multinacional; eu saio de segunda a sexta para viajar pela minha multinacional.
Sexta-feira à noite nós nos reuníamos, íamos para um sítio onde nós passávamos sexta à noite, sábado e domingo, e voltávamos na segunda de manhã. A minha tia, que me criou e morava na Europa, veio nos visitar no Brasil. Eu a levei para passar o final de semana no sítio.
Ela teve uma parada cardíaca e morreu no sítio, e eu nunca mais tive coragem de ir lá. O meu marido não abre mão; ele viaja durante a semana e, na sexta-feira, ele vai pro sítio. Eu não vejo ele durante a semana, não vejo ele no final de semana; estamos nos distanciando, distanciando, e estamos num processo de divórcio.
" Eu perguntei para ela assim: "Mas por que a senhora não vai ao sítio? " Ela falou: "Porque a minha tia morreu lá. " Falei: "Mas justamente por isso!
A sua tia saiu lá da Europa para te dar esse presente, para morrer no sítio, para mostrar para você o quanto ela gostava de você. Isso tem uma simbologia; ela fez questão de vir morrer do seu lado. " Ela foi escutando, e não conseguia parar de olhar para o relógio.
E o que ela queria? Ir pro sítio. Qual é o final da história?
Ela voltou a ir pro sítio e está casada com o marido até hoje. Eu não consigo mudar o fato da tia dela ter morrido no sítio. Eu mudei no diálogo a interpretação da morte da tia dela no sítio.
Eu não consigo mudar o passado de ninguém, mas eu quero que você saiba que tudo o que aconteceu com você aconteceu por uma necessidade; talvez espiritual, talvez tenha trazido você até aqui, a esse santuário. O seu passado foi, é, é uma necessidade que aconteceu para você chegar aqui. Ele é conhecido, você sabe o que aconteceu.
O seu futuro é uma possibilidade, e ele é desconhecido até que você decida qual será, porque você pode criar o seu futuro. Nós somos os únicos animais no planetar Terra que temos habilidade de pensar em futuro, e eu sugiro que você se concentre lá. No futuro, porque é lá que você vai passar o resto da sua vida.
Você não vai passar sua vida no passado. Perdão, antes de ser um ato de amor, é um ato de inteligência. Só não perdoa quem é burro.
Eu não vou perdoar o meu pai pelo que ele me fez. Onde é que tá seu pai? Ah, ele já morreu.
Aí ele vai ficar muito sem dormir hoje à noite por causa disso. O fato de você não perdoar o seu pai é mais ou menos assim: eu vou tomar o veneno para matar aquele cara, mas eu tomo o veneno. Isso não é tão ridículo?
Não é? O cara vai tomar o veneno para querer envenenar o outro. Quando eu tenho ressentimento do meu pai, quando eu tenho ressentimento da minha mãe, primeiro eu vou ter ressentimento de todos os homens e todas as mulheres no mundo.
Isso vai repercutir. Cada vez que eu encontrar um homem, vai lembrar do meu pai; eu vou ter problema. Cada vez que eu encontrar uma mulher, eu vou lembrar da minha mãe; vai ter problema.
Então, se você perdoar o seu pai e perdoar a sua mãe incondicionalmente, só pelo fato dele ser seu pai e pelo fato dela ser sua mãe, não é a pessoa em si. Não estou querendo que você perdoe a pessoa. Eu estou querendo que você perdoe o arquétipo pai.
Eu estou querendo que você perdoe o arquétipo mãe. Não é que agora você perdoa sua mãe e tem que trazer ela para morar com você. Não!
Você que tem que terminar dizendo: "Ó, o que você fez foi feio. " Eu lhe garanto que os seus pais fizeram o melhor que eles sabiam fazer. Não fizeram melhor porque não sabiam.
Eles não sabiam o que eles não sabiam. No momento que você perdoa isso, muda tudo. Isso muda sua energia, muda sua capacidade de ganhar dinheiro.
Se você tem ressentimento do passado, você cancela o seu futuro. Você não tem perspectiva de futuro. O ressentimento do passado não deixa você ter perspectiva de futuro.
Não interessa o que eles fizeram ou deixaram de fazer. No momento que você fizer isso, seu coração vai se abrir e essa renovação de esperança vai encher o seu coração. A sua viagem aqui vai ficar inesquecível; vai ficar um antes e vai ficar um depois.