Bourdieu - cultura, capital simbólico e reprodução, com ana maria almeida

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Marcus Motta
Video Transcript:
E aí [Aplausos] bom obrigada obrigada boa noite a todas e todos é claro que é um grande prazer para mim tá aqui hoje com vocês e eu gostaria de agradecer em especial ao José Alves de Freitas Neto e aos demais organizadores pelo convite para participar desse ciclo do Café Filosófico É uma honra fazer parte das comemorações dos 15 anos do café e me juntar gostaria de me juntar o couro de congratulações endereçado a todos e todas que estão aqui e que tiveram ou estão ainda envolvidos com esse projeto que eu considero tão central para vida
intelectual do Estado de São Paulo e para Campinas em especial Bom e-mail aos autores mobilizados nesse círculo como grandes intérpretes para questões do Século 21 nos detemos hoje sobre alguém cujo ângulo de ataque é a sociologia e tendo em conta o formato do projeto EA experiência acumulada que ela me perguntar por que caminhos um sociólogo chega ao Café filosófico com essa não é uma pergunta retórica na divisão do trabalho intelectual Filosofia e Sociologia costumam ser pensadas como opostos pelo menos em certas paragens o próprio bourdieu quando examina sua conversão a sociologia nos anos 60 depois
de uma bem-sucedida a formação em filosofia sublinha que na França daquele período do período em que ele faz a sua conversão a sociologia era vista como ele diz uma ciência uma ciência Plebeia Plebeia porque dedicada a estudar dimensões da existência humana normalmente percebidas como esferas de afirmação daquilo que o indivíduo tem de único e especial e que por isso a princípio estaria fadada ao inexplicável como o gosto musical o estilo da e a frequência ao museu a frequência é o Café Filosófico a escolha do filme A Escolha do par amoroso a escolha da residência da
escola dos filhos e assim por diante pelo olhar dos sociólogos essas escolhas se transformam em um universo de práticas comuns coletivas como tal elas podem ser objeto de análise inclusive análise estatística no processo que pode ser percebido como marcado por uma certa vulgarização materialista um pouco chocante para aqueles que talvez preferir sem pensar sua própria existência como a realização de um projecto pensado e implementado por um sujeito livre e autônomo desgarrado certamente a presença de gordura nesse ciclo de discussões do Café Filosófico se deve a um curador que não se pensa dessa maneira que provavelmente
não se pense talvez se Deva também o fato de que estamos diante de uma ó é muito linda os trabalhos de Pierre bourdieu não preciso dizer tiver uma forte penetração nos debates contemporâneos são conceitos como capital cultural e poder simbólico entre muitos outros tornaram-se ferramentas de Pensamento Muito Além da academia e do discurso especializado Além disso trata-se de uma obra que se debruça por um número de problemas cruciais para a nossa época sem se ater a fronteiras disciplinares e mesmo em vários casos subvertendo essas fronteiras propondo novos desenhos para elas O resultado é um arcabouço
teórico robusto que se tornou incontornável para alguns Campos de estudo mesmo quando não concordamos exatamente com suas hipóteses e com suas propostas analíticas de todo modo antes que adentramos aqui nessa nessa discussão importa avisar que a Sociologia inevitável e leva a um tipo de pensamento que pode soar sim como excessivamente concreto chegando aparecer às vezes como um tanto brutal para nos aproximar da vasta obra desse autor que se descreve como sociólogo o meu ponto de partida aqui hoje é uma interrogação sobre como ele pode nos ajudar a pensar esse grande problema do Século 21 que
são as desigualdades sociais para nós que vivemos um país que ostentam uma das maiores taxas de desigualdade de renda do planeta essa é uma questão que me parece especialmente relevante os números dos me perdoe vou tratar aqui um pouco de números os números publicados recentemente pelo IBGE confirma isso aqueles que são referentes a 2016 mostram que no Brasil os dez porcento que recebem maior renda recebem aproximadamente 16 vezes mais do que os quarenta por cento que o menor renda os um por cento e recebe maior renda recebem quase 40 vezes mais do que um 50
por cento de menor renda essa desigualdade é alta ela é muito alta mesmo quando comparada a desigualdade encontrada em outros países da América Latina região onde a desigualdade de renda é particularmente alta mas esses números não descrevem completamente a situação a extensão da desigualdade de renda no Brasil só pode ser compreendida quando levamos em conta o quanto ela é associada à desigualdades raciais e as desigualdades de gênero precisamos levar em conta por exemplo que entre esses dez porcento que recebiam os maiores rendimentos Os Pretos e os pardos representavam apenas um quarto três quatro eram compostos
por brancos em contraste entre os dez porcento com menores rendimentos os brancos é apenas um quarto três quartos do grupo eram formados por negros e pardos Além disso precisamos levar em conta que as mulheres ganhavam em média 75 por cento do que ganhavam os homens ocupavam cargos de gerência em muito menor proporção e dedicavam muito mais horas ao cuidado dos outros ao cuidado de outros crianças velhos do que os homens esses números Então se reproduzem também quando se mede a desigualdade de acesso a certos a certas condições de vida que consideramos acesso benefícios que consideramos
hoje como direito como saneamento básico saúde e escolarização entre todos os que te ensino superior em 2016 por exemplo 71 por cento eram brancos 29 por cento eram negros ou pardos Mas entre aqueles que declararam não ter qualquer instrução a proporção se inverte 29 por cento brancos ser a oitenta por cento pretos ou pardos nota-se também uma grande desigualdade entre mulheres segundo sua cor ou raça mais de vinte e três por cento das mulheres brancas concluir ensino superior completo em toda a população enquanto entre as pretas ou pardas que a se concluíram curso superior são
dez porcento esses números descrevem a situação encontrada em 2016 ela eles são portanto muito recentes no entanto eles não tratam de um problema no novo a desigualdade de renda brasileira foi medida pela primeira vez nos moldes que a gente reconhece hoje na década de 60 1960 do século 20 ou tanto que já naquela época ela era alta muito alta na comparação internacional de lá para cá atravessamos um regime autoritário um retorno à democracia crise econômica hiperinflação controle da inflação final de crise econômica nova crise econômica e os número 16 pouco são evidência de que pouca
coisa mudou com relação a desigualdade o Brasil convive com uma alta desigualdade de renda associada a alta desigualdade em outras dimensões da vida social trata-se de um país de desigualdade extrema essa situação de desigualdade extrema é aguçada ainda pela baixa mobilidade social medimos mobilidade social comparando a situação dos pais com a situação dos seus filhos quando chegam na vida adulta essa é uma medida importante em sociedades que se dizem democráticas porque uma das promessas da Democracia moderna é justamente que o destino dos filhos possa ser desvinculado da posição dos Pais quer dizer que o destino
social dos filhos não seja determinado pela posição social ocupada pelos pais e aí é por isso que se discute tanto hoje o problema da igualdade de oportunidades e o aprofundamento da experiência democrática passa a exigir condições para que todos os indivíduos tenham as mesmas oportunidades na vida independente da sua origem familiar assim embora não se espere igualdade de resultados espera que seja dado a todos e todas as condições de um Ah tá bom desculpa aí a letra da música afro tá bom tá bom tem uma blusa que tava me atrapalhando você ah ah mas eu
não vou conseguir evitar ler total A cirurgia correu para atender tá bom no Face não é E aí o bom é pode ir bom essa situação de desigualdade né que é aguçada pela mobilidade social extrema ela queria esse problema com relação a expectativa que temos né de aprofundamento da nossa experiência democrática e é por isso então que se discute tanto igualdade de oportunidades no nosso país no Brasil contemporâneo a renda dos filhos Depende muito da educação dos pais não é uma medida recente feita por um colega da USP naercio Menezes Filho quarenta por cento dos
filhos dos analfabetos recebiam até um salário mínimo ou menos no mercado de trabalho enquanto que os filhos dos pais que finalizaram algum em algum curso superior essa porcentagem era de apenas quatro porcento e enquanto apenas trinta e três por cento dos filhos de pais analfabetos ganhavam mais do que cinco salários mínimos 46 por cento dos filhos de pais que finalizaram algum em algum curso superior alcançavam essa renda e ainda que seja visível a mudança ocorrida nas percepções sobre o problema nos últimos anos isso ainda é a uma uma questão né que nos incomoda a todos
ainda que seja possível perceber que tenha ocorrido uma tomada uma espécie de tomada de consciência pública dos Altos níveis dos Altos níveis de Altos níveis de desigualdade presente na sociedade brasileira e ainda que seja visível a maior dificuldade ou a maior difusão Desculpa modo de fusão entre nós da percepção de que a desigualdade é um problema e de que ela pode estar associada a toda espécie de efeitos deletérios com o aumento da violência a problemas relacionados ao crescimento econômico empecilhos a democracia etc os números não mudaram é de maneira efetiva ou de maneira significativa o
suficiente o que a gente possa se sentir em uma outra numa outra fase do Nossa da nossa história Isso mostra que a questão das desigualdades sociais no caso brasileiro não não diz respeito apenas a a sua amplitude mas principalmente talvez diz respeito a sua durabilidade a sua resiliência frente às mudanças políticas as mudanças econômicas sociais que fazem parte da história recente do Brasil são tudo indica que apresentamos uma dificuldade grande a nossa sociedade é nós como como sociedade com o país como conterrâneos aqui parece parece que a gente apresenta uma dificuldade grande em compreender que
se os benefícios que nós desfrutamos e que nós tratamos como direito né como eu disse saneamento educação saúde etc ciências B o que nós tratamos como direito Eles não se generalizam para todos eles não são benefícios eles não são direito Eles são privilégio apenas claro que esse não é um problema exclusivamente brasileiro as desigualdades sociais podem ser encontradas em outras regiões do planeta nós sabemos disso ainda que raramente de forma tão extrema do mesmo modo a durabilidade EA resiliência da desigualdade ela também pode ser registrada e ela é registrada em outros lugares sua capacidade de
ressurgir de retomar a trajetórias ascendentes importantes mesmo naquelas regiões que lograram é controlada por bastante tempo e principalmente em função de de contarem com uma maior profundidade da experiência democrática né com meu caso da Europa ocidental é testemunho né da dificuldade que temos enfrentado né como talvez como espécie de e esse tipo de ideal mais igualitário que parecia tão ao alcance da mão alguns anos atrás bom como entender isso essa é a questão que eu gostaria pensei que seria interessante para nós discutir hoje a sabemos também a respostas de todo tipo para essa para essa
questão Uns vão aquele dizer que essa forte desigualdade é inerente ao sistema capitalista outros vão mobilizar um argumento de tipo mais culturalista em geral insuficientemente especificado para explicar que clivagens sociais separações sociais processo de diferenciação separação agrupamento são decorrentes de uma de uma cultura é de algo que paira entre nós que nós herdamos etc então no Brasil isso é bastante é comum quando a gente vê no Oi Andreza do discurso jornalístico no discurso comum Associação que é feita entre uma suposta herança escravocrata e as práticas e práticas racistas que são encontradas hoje em dia nem
tanto né como argumento diversos autores um dos limites dessa explicação culturalista encontra-se na sua tendência a associar amplas configurações sociais a estrutura social tratada de forma genérica ou mesmo generalizante sem que mediações mais mais específicas sejam mobilizados então por exemplo a por quais mediações e as herança escravocrata pode orientar a ativação dos Tais comportamentos racistas hoje tanto tempo depois pela educação das pessoas o suas crenças como como essas crianças são adquiridas e assim não é que a associação não faça propriamente sentido ela apenas não parece ser suficiente ou não nos permite compreender as dinâmicas concretas
que a tornam possível tão bom dia pode contribuir para pensar esse problema a partir da sua preocupação com a realidade empírica da reprodução das desigualdades de poder e de Privilégio entre as classes sociais ao longo do tempo Então essa é uma preocupação que atravessa e unifica a sua obra o e toda sua produção em um texto da dos anos 1990 ele apresenta o problema nos seguintes termos como compreender EA ordem estabelecida com suas relações de dominação com seus direitos e seus tratamentos de exceção seus privilégios suas injustiças consiga perpetuasse tão facilmente com exceção de alguns
acidentes históricos e como compreender que as mais intoleráveis condições de vida possam aparecer com frequência como aceitáveis e até mesmo naturais uma das respostas clássicas a essa questão realça o papel da força física e No Poder Das Armas empregados pelos grupos dominantes contra as tentativas de insurgência o Max Weber dizia que o estado é uma comunidade humana e reivindica com sucesso o monopólio da violência Oi desculpa o monopólio do uso legítimo da violência da força física em um território determinado outra resposta a essa questão atribui a perpetuação da ordem a ordem estabelecida ao uso da
coerção Econômica pelos dominantes Isto é a capacidade desses dominantes de controlar os meios de suprir as necessidades de todos nós experimentamos E no entanto Burger vai dizer que é inevitável constatar que se na maioria dos casos na maior parte dos casos os dominados não se revoltam contra a dominação que o sub julga não é ou não é somente o recheio consciente da repressão seja ela policial seja ela militar vem a ela dos Pais vem a ela de outro outro grupo que domina por força das nossas das nossas crianças da nossa organização social da mesma forma
não se revoltam contra a exploração de que são vítimas não é ou não é sempre porque se encontram presos a ela por uma relação de necessidade mas também e o também aqui é muito importante o que tendem a aceitar sua situação como inevitável inscrita na ordem das coisas Bugio não foi o único a tentar para a participação dos dois a reprodução da desigualdade o ou na reprodução da dominação como sabemos uma vasta literatura sociológica se desenvolveu a partir da tentativa de compreender essa questão porque ao longo da história a revolta A insubmissão a insurgência dos
dominados são menos uma regra do que uma exceção autores como Marx lembram na ideologia alemã ver em economia e sociedade e o time moço e nas formas primitivas de classificação propuseram respostas a essa questão o rapaz resposta que por dia da dialoga com essas teorias clássicas e dialoga com teorias contemporâneas sobre a ação e sobre o poder e a no entanto e Alma novidade nesse argumento que ele constrói nesse diálogo tô para burro de a reprodução social refere-se a reprodução das relações entre as classes ou mais precisamente a reprodução das relações de força entre as
classes sociais que devem ser compreendidas também como uma luta pela capacidade de impor o sentido do mundo Isto é como uma luta pela capacidade de impor a todos ou a maior parte do grupo A maneira legítima de enxergar o mundo e de se enxergar nesse mundo a reprodução depende assim não apenas mas também do reconhecimento pelos dominados da legitimidade dessa dominação Isso é do desconhecimento pelos dominados das relações de força que fundam a percepção de que a dominar e ainda mais é do que legítima e esse modo de pensar o problema é operacionalizado na noção
que ficou bastante conhecida e a noção de violência simbólica o que como mostra alguns comentadores entre eles um colaborador de Pierre bourdieu que se chama derramou G é uma noção que embaralha as fronteiras entre o material e intelectual entre a força e o direito entre o corpo EA mente e permite conceituar todas as formas brancas de dominação as formas doces de dominação seria a tradução literal que obtém a Adesão dos dominados bom essas formas brandas ou mansas de dominação se opõe as formas brutais baseadas na força exercida sobre os corpos no entanto e ainda trocas
comentadores aqui ainda que sejam formas brandas ou mansas essas formas de dominação exercem uma violência real porque elas geram vergonha desse vergonha dos seus geram auto-desvalorização geram autocensura G a exclusão nós tratamos dessa violência como violência simbólica porque ela atua na Esfera das significações isso é na Esfera do sentido que os dominados conferem ao mundo social Isto é da maneira como compreendem esse mundo e do mundo e da pedido lugar como Verde a partir do qual veio esse mundo E aí Tá bom então trata-se aqui de significações a partir das quais construímos a realidade Isto
é a partir das quais construímos o sentido Imediato do mundo ela supõe Como dizia de um time uma concepção homogênea da do tempo do espaço do número que torna possível a concordância entre as as inteligências que torna possível a comunicação nós nos entendemos porque nós Compartilhamos essa essas categorias nosso nós temos um entendimento sobre o seu significado e como Compartilhamos e significados podemos nos comunicar tu é nesse sentido que a gente que nós podemos dizer Como diria o combo Di que a cultura que une Isto é a cultura que nos fornece os instrumentos de comunicação
e de compreensão é também a cultura que separa Isto é a cultura que embute na significações que permitem a comunicação as divisões e em especial as hierarquias bom Como a cultura define o modo de ver o mundo e de se vê no mundo cada um evidentemente ver o mundo EA si mesmo por meio da sua cultura Como a cultura fornece significado aos diferentes comportamentos cada um interpreta os comportamentos a partir de sua cultura mobiliza categorias o apreciações como bom ou ruim certo errado bonito feio útil é nojento agradável moral imoral e assim por diante embora
essas apreciações E essas atribuições e sentido ela seja o resultado de uma construção coletiva embora esse significado sejam compartilhados ninguém participa da mesma das mesma forma de todas as dimensões da sua cultura então ao contrário ao construir diferenças e hierarquias a culturas atribui lugares sociais diferentes assimétricos a dominantes e dominados Tais diferenças de lugar estão geralmente associadas a diferenças de poder que podem ser diferenças de autoridade diferenças de influência e podem corresponder com maior ou menor exatidão a diferenças no acesso à riqueza material ou simbólica e simbólica produzida naquela sociedade determinada assim um dos indivíduos
de uma determinada sociedade em um momento dado mobilizam categorias como homem e mulher criança e velho pobre pobre rico pretos e pardos e brancos altos e baixos feios e bonitos aceitável ou inaceitável desejável ou indesejável e assim por diante isso é feito como resultado de um pressuposto de que nós nos entendemos e de que essa comunicação é possível no entanto ao mesmo tempo está sendo mobilizado ali a maneira como naquele momento é legítimo representar cada um desses grupos a maneira como eles podem ser vistos apreciados e compreendidos então como quando falamos de mulher por exemplo
nós nos colocamos de acordo sobre algo Nossa vem uma imagem vem a nossa a nossa mente e nós podemos conversar sobre isso ao mesmo tempo no e está sendo mobilizada também ali a representação legítima sobre o que é ser mulher uma imagem de mulher uma imagem de indivíduo vem a nossa cabeça e dependendo do tempo do lugar em que estamos né atribui a esse indivíduo certas qualidades a desenvolve certas expectativas com relação ao comportamento com relação a maneira começa a pessoa vai funcionar no grupo ou no alguma esfera né de ação social e é essa
representação Então ela atribuir qualidades e atribui limites ao indivíduo que está sendo nomeado inexorável essa representação tende a ser imobilizada inclusive pelas próprias mulheres né continuar com esse exemplo mesmo quando ela contribui para reforçar uma eventual oposição dominada isso então no pensamento de burro de diria isso vale para todas as categorias que usamos para pensar o mundo isso é dessa maneira de pensar o mundo que a gente organiza o mundo e se e se encaixa né numa numa numa forma de diferenciação e de atribuição de qualidades e limites e defeitos também a a essas a
essas esses indivíduos essas categorias de indivíduos aos quais a gente se bom então isso vale para mulher isso vale para mulher negra isso vale para mulher branca isso vale para homem branco o homem negro vale para pobre por Oposição a rico isso vale também para mau aluno né quando falamos um bom aluno por oposição ao aluno e assim por diante essas representações então elas são usadas para dar sentido à experiência vivida para orientar a nossa As Nossas ações Isso é para justificar para definir regras e para definir e justificar a maneira como a gente se
refere o agente se comporta a gente se relaciona com essas com essas pessoas com esses indivíduos etc então definir as próprias a a interação social e as relações sociais Como já disse de outros corpos sem sentido não a experiência e sem processo de significação não há sentido tão nos textos em que ele se dedica a essa questão dir Oi sobrinha dois aspectos relativos a noção de violência simbólica por um lado ele acentua o fato de que a violência simbólica é uma violência oculta que opera principalmente por meio da linguagem na linguagem nessa perspectiva o reconhecimento
atribuído pelos dominados aos dominantes deriva da aceitação pelos primeiros das grandes narrativas que justificam as assimetrias de poder as assimetrias de Privilégio pensa por exemplo narrativas religiosas mas também naquelas narrativas que apostam numa suposta naturalização das coisas né aquele argumento de que aquilo é na pista natural ou isso parece natural isso só pode ser natural isso tá na natureza então é natural tem a ver com a natureza humana nunca vi um ser humano funcionando de outro jeito então é a natureza humana né então em geral a narrativa sobre a natureza são baseadas numa percepção a
idealizada né do conhecimento sobre essa natureza baseada em conclusões oriundas de observações em geral de um número muito pequeno de casos e que leva a afirmações grandiosas né que todos nós já ouvimos na natureza é assim então deve ser assim também nessa perspectiva a gente a também o exemplo das narrativas para o seu dono ditas né construídas a partir da mobilização seletiva de eventos passados que não são nunca verificados né nem examinados nem confirmados Ou pelo menos não suficientemente não totalmente em todos esses casos trata-se de narrativas que como lembrava Bud em um texto de
1998 são produtos de mecanismos históricos de desistoricização mecanismos históricos de desistoricização processo é de desistoricização que combinam na eternização da tentativa de eternização das hierarquias sociais com aquilo que aparece como eterno nada mais é do que o produto do Trabalho de eternização que compete às instituições o que fica reservado à instituições interligadas como é como é por exemplo o caso da família da igreja da escola mas também podemos citar outras como jornalismo entre outros né Então nesse sentido a noção de violência simbólica ela engloba o pressuposto de que aqueles que a sofrem não a reconhecem
como tal mas que reconhecem e aceitam os seus princípios e por outro lado aparece nos seus preços também uma segunda formulação que sublinha um outro aspecto da violência simbólica que é a cor são que se institui unicamente por intermédio da Adesão do dominado que não pode deixar de dar ao dominante e portanto a dominação visto que Para pensá-lo para pensar o dominante e para pensar essa relação com dominante o dominado dispõe apenas dos instrumentos de conhecimento que tem em comum com o dominante só se a primeira a primeira acepção ela leva a privilegiar a pedagogia
explícita e o aprendizado consciente os ensinamentos as narrativas a que me referi há pouco aquilo que é visivelmente ensinado por alguém que detêm a legitimidade de ensinar a segunda acepção enfatiza a pedagogia implícita os processos de incorporação e os processos de incorporação das disposições e nessa segunda acepção a violência simbólica se torna mais insidiosa ela se torna mais se torna mais difícil de lutar contra ela a dominação pode ser exercida é a partir dessa visão e independentemente das consciências e das vontades não basta tomar consciência para se livrar dessa dominação bom essa maneira de conceituar
A Dominação essa proeminência dada a violência simbólica coloca todo um conjunto de questões primeiro questões sobre a origem dessas representações como explicar a sua existência como elas são gestados em segundo lugar questões sobre os processos de inculcação dessas representações como elas são transmitidas e terceiro e muito importante elas podem ser transformadas Há Uma Saída é isso aí ou estamos preso sempre no círculo eterno a reprodução e da dominação da reprodução da dominação em suma que espaço esse sistema analítico reserva para a mudança então a segunda parte aqui da minha sala vai se dedicar a maneira
como essas questões são respondidas na obra de Pierre bourdieu por meio da discussão da apresentação né de alguns dos conceitos que ele mobiliza para isso os hábitos o hábitos hábitos o hábitos é uma noção é a noção que nos permite pensar Como se dá a formação das percepções E além disso é uma palavra é uma noção que nos permite pensar a no engajamento dessas disposições na contribuição que essas Exposições dão na relação que essas disposições tem com a orientação das nossas ações com as nossas escolhas com as nossas decisões então é um pedaço da sociologia
diz Encantada que eu tava que eu tava me referindo no começo da nossa da noite né temos de saída uma concepção de estrutura social marcada pelo conflito entre as classes sociais no qual está em disputa a prerrogativa de impor para todos a sua visão de mundo isso é a visão de mundo que coloca o grupo em condições de é a melhor o maior porção dos benefícios coletivamente construídos a noção de habitus pretende captar o modo como o estado das relações de força no momento dado é interiorizado propondo que essa interiorização se dá pela construção de
disposições duráveis e transponíveis que integrando todas as experiências passadas funciona em cada momento como uma matriz de decepções uma matriz de depreciações uma matriz de ações que torna-se possível pensar agir julgar quer dizer retoma a citação cumprir tarefas infinitamente diferenciadas em situações novas graças a transferência analógica de esquemas interiorizadas previamente quer dizer ações que a prescrição na verdade soluções criativas aos problemas com e os indivíduos se confrontam na vida contigo cotidiana ainda que tais soluções Tragam sempre a marca da estrutura social internacionalizar internet internalizada e momentos passados nessa perspectiva a prática é Nossa prática cotidiana
as nossas escolhas das nossas ações as nossas apreciações não são ela não é né a tradução se a tradução Desculpa todos são mecânica da força das estruturas nem o resultado das ações intencionais de organizadas a partir de objetivos definidos a priori pelos indivíduos na visão de Bud essa noção de habitus ela permite designar uma competência prática e como sublinha um dos comentadores né aqui é o Luiz vacan ela designa uma competência prática que é adquirida na ação e para a ação que opera abaixo do nível da consciência é a história individual é a história do
grupo que se transforma em corpo que se transforma e nas práticas é a história individual é a história do grupo que se transforma que se transforma em corpo uma estrutura social que se torna uma estrutura mental o hábitos varia no tempo e varia no espaço varia no entanto sobretudo na em função da distribuição de Poder Em uma sociedade dada que vai definir as experiências a que serão submetidos os indivíduos em função do seu pertencimento a um grupo determinado trata-se aí de experiência de experiências de privação experiências de convivência com abundância experiências de estabilidade experiências de
instabilidade e também da maneira como Tais experiências são processadas e são percebidas pelos indivíduos envolvidos ao basta pensar portanto por exemplo o quanto a privação de uns ou de alguém quando confrontada a privação do outro a bebida como uma não privação relativa ou com uma abundância ou mesmo como uma abundância relativa mas trata se também nesse caso né do maior ou menor contato com os bens materiais e simbólicos que a nossa sociedade produz e distribui tão desigualmente o hábitos é transferível entre os vários domínios da prática o que implica uma certa coerência entre as escolhas
como Burger pode documentar no estudo que deu origem ao livro a distinção E além disso hábitos é durável ainda que não seja eterno gordinho como vários autores do século 20 vai se valendo as teorias vigentes de socialização sobre a socialização naquele momento que naquele período atribuíam um peso muito grande a socialização primária e a rigidez e durabilidade dos esquemas mentais produzidos nessa fase da vida ainda que estudos mais recentes têm desafiado Essa visão toda a construção dessa noção de habitus Tá amarrada por essa perspectiva E ainda sim a noção de habitus supõe que as disposições
podem ser a baladas modificadas pela exposição a novas forças como bourdieu mostra nos seus estudos sobre a imigração o peso dos esquemas incorporados na infância eram entanto muito forte principalmente porque funcionam como esquema interpretativo das experiências posteriores tá contribuindo portanto para constituir um espaço do possível para as modificações que possa acontecer depois então por fim por fim como suponha um hiato entre as determinações passadas de que ele é produto e as determinações atuais que o ativam o hábitos é Como disse Burger aquilo que confere as práticas a sua relativa autonomia No que diz respeito às
determinações dadas pelo presente imediato assim a teoria que sustenta a noção de habitus propõe que os indivíduos constroem ativamente o mundo social ao mobilizarem seus instrumentos cognitivos no entanto propõe também que esses instrumentos cognitivos são construídos pelo mundo e social por meio do processo de interiorização de incorporação do Estado particular das relações de força entre os grupos no momento em que os indivíduos estão crescendo momento inclusive de passam por essas experiências são seus estudos sobre a mudança Econômica na sociedade camponesa realizados na França na Argélia em especial A análise das condições sociais que levam a
produção da racionalidade Econômica permitiu permitem compreender primeiro que o hábitos não é para ser pensado como a réplica de uma estrutura social mas como um conjunto dinâmico de disposições sobrepostas como que em camadas que correspondem a interiorização ao armazenamento ao prolongamento da influência de diversos ambientes sucessivamente encontrados na vida de uma pessoa segundo ainda tô com vacan aqui o hábitos não é necessariamente coerente e Unificado universos irregulares a produzir sistemas de disposições divididos às vezes e às vezes mesmo antagônicos que geram comportamentos e regulares e às vezes incoerentes em terceiro lugar o conceito de habitus
está aparelhado para lidar com a continuidade mas também está aparelhado para lidar com a crise com a mudança posto que não está necessariamente de acordo com o mundo no qual ele evolui como sustenta hambúrguer o fato de que o hábitos pode possa falhar e possa conduzir a momento de perplexidade EA discrepância quando é incapaz de gerar práticas conformes ao meio constitui um dos principais impulsionadores da mudança Econômica ou da Inovação social e o Finn tá bem importante lembrar que a prática não pode ser totalmente explicada pelo hábitos o hábitos diz um dos comentadores numa frase
que eu gosto particularmente na imagem que eu gosto particularmente o hábitos para Week vá Campo poderia ser pensado como uma mola que depende de um gatilho externo para que possa exercer sua ação e então ele não não pode ser pensado isolado do mundo dos Mundos sociais porque é desses mundos sociais que vem esse gatilho que impulsiona essa mola e que dá origem a essas práticas então numa análise uma análise completa completa das práticas ela requer a elucidação das Gênese Oi e da estrutura social do hábitos assim como da Gênese e da estrutura do espaço social
específico onde esse hábitos deve atuar e por fim ele também exige né que seja elucidada a dialética desse encontro que não texto intitulado O Morto se apodera do Vivo por dia vai tratar como sendo o encontro de duas histórias a história incorporada no individu epi que a história das suas experiências a história incorporada ao longo da sua trajetória e a história incorporada nas instituições é que é a história que levou aquela instituição existir na nossa sociedade daquela maneira no momento dado e a outra questão que vale a pena enfrentar com relação ao pensamento do Bud
diz respeito à maneira como essas representações E essas visões de mundo são transmitidas e é uma questão central na Em vários pontos da sua obra e ela que oferece os instrumentos para examinar o problema da transmissão intergeracional da cultura que atribuída a processo de socialização e aprendizagem na antropologia clássica foi apenas raramente retomada né nos é como objeto de Estudos em si no na no contemporâneo no período contemporâneo então na obra de Pierre bourdieu essa a transmissão se constitui como um dos organizadores né do programa de pesquisa que ele desenvolveu encarregado de pensar as condições
que presidem a permanência EA mudança social mobilizar noção de herança cultural representou uma ruptura em diferentes níveis com modos tradicionais de pensar a transmissão e sua relação com a organização social e essa noção é apresentada de maneira Inicial num livro que se chama intitulado os herdeiros ela é apresentada de maneira bastante brutal inclusive no título porque o que ele está propondo nessa análise é analisar transmissão um dos privilégios a transmissão dos bens não apenas em termos da transmissão dos bens materiais mas levando em consideração uma outra categoria de bens que são os bens simbólicos é
é e ao explicitar esse ponto de vista de que os de que todos nós estamos submetidos aos processos de transmissão sejamos nós grupos contemporâneos né que eu tô Urbano grupos sociais urbanizados vivendo numa numa cidade avançada como Campinas é tão estão submetidos a isso quanto os Camponeses no sul da França no nordeste do Brasil ou os estudantes das Universidades mais prestigiosas os Escritores né que participam aí dá dos grandes dos grandes debates intelectuais Bugio esposa as contradições e tensões que definem esses processos de transmissão nas sociedades diferenciadas nas quais verdade significa em boa parte se
distingue dos pais e às vezes ultrapassadas bom então discutidas a luz de 200 anos de debate sobre o controle da herança dos bens materiais que atreladas à lutas por igualdade e pela neutralidade do estado com relação aos interesses privados avião essas discussões haviam produzido na França da década de 60 uma das legislações mais restritivas com relação a herança dos bens das propriamente materiais ao revelar ao revelar que o controle da herança dos bens materiais não era suficiente para garantir o controle da herança ou da transmissão dos privilégios Bom dia e provoca uma renovação do debate
sobre a justiça social que vai ter um efeito extremamente importante sobre a maneira como como nós percebemos a escola como nosso percebemos a própria noção de igualdade de oportunidade tão sério tão seriamente tratada hoje em dia e a unidade de análise dos processos de transmissão é antes de tudo a família seu estudo exige portanto em primeiro lugar uma definição precisa dos patrimônios a serem transmitidos né Em cada situação particular significa identificar a estrutura o volume dos capitais que cada família reuniu e que é capaz nesse momento que está em processo né está engajada no trabalho
de transmitir em segundo lugar os essa análise desses processos de transmissão exige também um exame bastante circunstanciado das micro interações entre os membros do grupo né preferencialmente é uma uma micro A análise das relações entre os representantes das Gerações mais velhas e os representantes das Gerações mais novas geralmente são pais e filhos ou indivíduo significativos né pais e filhos no sentido que estabelece o que podem não ser baseada na Biologia mas simbolicamente constituídas como tal e mude vai ser um dos autores que vai dizer nós não compreendemos os processos de transmissão da herança se deixarmos
de levar em consideração abandonar vamos uma sociologia dos afetos que estabelece que é capaz de estabelecer Quem são os escolhidos para herdar Tais e Tais elementos do patrimônio constituído pelas famílias é bom o Finn essa análise da transmissão exige também situar essa família no espaço social né na qual ela está inserida identificando os princípios que estruturam a percepção que os membros que os seus membros tem sobre si mesmos e sobre os outros os bons processos né de transmissão passaram por uma uma transformação muito importante com o advento da escolarização obrigatória até ali né até o
momento em que as famílias não eram não é não eram obrigadas a enviar os seus filhos para essa instituição que elas não controlam a socialização das Gerações mais novas nas novas podia ser completamente controlada pelas famílias qual obrigatoriedade escolar isso não é possível mais as famílias passam a dividir com o estado essa prerrogativa umas mais do que outras são forçadas a dividir convicções ou abdicar melhor dizendo né abdicar de convicções abdicar até um certo. Valores de todo tipo em prol de uma educação que é percebida e que é apresentada como sendo a Universal à educação
do cidadão para uma sociedade é específica bom essas famílias quando são forçadas a se submeter a medida escolar Isto é ao veredito escolar ao veredito da escola elas trazem ela elas elas são elas estão ali à mercê dos patrimônios que elas puderam transmitir para os seus filhos Então os filhos são submetidos a esse veredito escolar a partir de Itanhaém julgamento uma uma determinada composição do patrimônio que essa família conseguiu alcançou transmitir naquele momento é por meio de um processo mais ou menos longo etc o que faz com que né a aquilo que a família transmitir
que são os seus modos de ver o mundo modos de avaliar o mundo modo de perceber e disse orientar nesse mundo quando contraposto aquilo que Acontece aquilo que a criança ver na escola aquilo que escola e para que a criança apresente né como é como propriamente seu ou como sua contribuição para o processo de ensino-aprendizado há evidentemente não vai ser valorizado os nem todo o patrimônio vai ser valorizado igualmente as características desse patrimônio vão ser valorizadas de uma vou ter uma rentabilidade escolar como diz budir bastante desigual né algumas características vão ser extremamente valorizadas enquanto
outras não embora sejam características que nos igualmente possa ser importantes né para os diferentes para cada uma das famílias que a gente está considerando aqui essa transformação do Capital incorporado em um capital incorporado né porque vem da da socialização das crianças e que a que combina né num processo em que ela se torna a ela se torna se torna com é natural ele ativado de maneira abaixo né do que a gente falou baixo da consciência né quando ele se torna para ele se tornar a capital escolar o capital cultural é exigido né Ela é necessário
que haja um trabalho especial por parte das famílias se não for parte da escola e esse trabalho vai ser tanto mais explícito quanto as famílias não tiverem interiorizado nas suas práticas cotidianas as disposições mais rentáveis no espaço escolar Como por exemplo o domínio do corpo é a capacidade de ficar sentado várias horas ou a relação controlada com o tempo né que permite às crianças e os jovens se planejarem se organizarem para atender as diferenças as diferentes as diferenças demandas da escola e depois de todo esse espaço né de todos os espaços dedicados a obra do
e na discussão sobre a obra do Bonde sobre a noção de violência simbólica então talvez nem seja preciso explicitar que apesar de uma de uma compreensão Geral de que é essa é uma obra que privilegia a questão da reprodução Na verdade o que está sendo privilegiado nessa obra é a luta é a disputa é a competição é mas como que a gente pode conciliar essa ideia com acusação tantas vezes né levantada contra o trabalho do bourdier de que seria um trabalho seria uma obra determinista alguns autores vão te falar mesmo é uma obra hiper determinista
né O que que essa leitura né da obra suscita esse tipo de avaliação Então esse é o meu último. Aqui da noite eu vou tentar responder essa questão a partir de uma reflexão Proposta o José desafio à parte Justamente a respeito da noção de determinismo né então nessa essas leituras que são feitas do autor né a uma primeira uma pequena eu acho que é pequena e um pequeno deslizamento de sentido porque na obra nessa obra né que é Decididamente sociológica que se apresenta como o seu sociológico e mais do que isso uma coisa que tá
né às vezes é um pouco excessivo nos tempos atuais é uma obra que se é que se quer e quem ambiciona se científica nesse sentido determinismo é um ponto de partida inescapável né é uma postura metodológica né no livro único livro que podia dedicou a pedagogia da pesquisa que se chama intitulado o Ofício de sociólogo ele e seus co-autores vão mobilizar uma frase de um médico fisiologista francês segundo o qual na ele vai esse médico vai falar da Ciência da seguinte forma a admissão de um fato sem causa ou seja de um fato indeterminado em
suas condições de existência é nem mais nem menos A negação da existência então a obra debugger mobiliza esse tipo de determinismo é que ela mobiliza esse tipo de determinismo é inegável e é é algo que não tem o que não tem o que se discutir a esse tipo de determinismo O que é mobilizado na obra do cá me Anna por meio daquela ideia é de que os fatos sociais estão ligados entre si mas de acordo com certas relações Então esse determinismo Ok mas vamos pensar então na outra acusação de determinismo na ideia de que haja
é de que a nessa obra um determinismo estruturalistas bastante forte né a construção de uma causalidade estruturalista que transforma os agentes sociais e meros e meros suportes da estrutura social Toda obra de bom dia a gente pode dizer com certa tranquilidade ela foi construída contra essa ideia né e o conceito que ele constrói para discutir metodicamente e debater demais praticamente com essa com essa visão é o conceito de estratégia que suponha um agente social motivado com relação ao com relação a fins específicos então um agente social É voltado para a o interesse em atingir um
determinado fim ainda que esse a gente social tenha a sua ação restrita restringida por determinações sociais que ele não controla o que muitas vezes ele não tem consciência de uma estratégia diz respeito a um acabar uma capacidade de improvisação regulada no espaço de possíveis que é delimitado pela disposição a ação ao modo de pensar ao julgamento constituído ao longo do processo de socialização Isto é pelo hábitos essas disposições não é que a outra palavra que a gente usa para falar de hábitos ela orientam as práticas por meio de um processo contínuo de ajustamento das expectativas
subjetivas as chances objetivas que o indivíduo é capaz de calcular ao se movimentar no espaço social E aí e no limite esse processo de ajuste de ajustamento é o que leva o indivíduo a investir sua energia em determinados objetos e a renunciar a outros é o que está em jogo naquelas situações em que pensamos a isso não é para mim melhor desistir aquele não é o meu lugar é melhor sair ou é melhor nem tentar entrar e essa causalidade ela está bem clara no desenvolvimento do argumento sobre a desigualdade Educacional abordada por exemplo nesse livro
que Eu mencionei Os Herdeiros as possibilidades de acesso à universidade estão distribuídas de maneira desigual entre os estudantes em função da sua origem social e se manifestam em termos de chance de tendência a menos chance de um grupo chegar ao ensino superior há mais chance de outro grupo chegar ao ensino superior ao peso né dentro dessa situação a esse peso da estrutura social está concretizada nas formas de organização do sistema de ensino Isto é as coisas mais banais que nós tomamos como um dado que a distribuição das escolas por um certo território na diferenciação das
escolas num determinado território pelo currículo pela pedagogia pela forma como são organizadas as provas entre outros e essa Neve até o Instituto a história da instituição concretizada ali nas suas práticas né mas também pela organização da estrutura produtiva ou também pelo Estado de bem-estar social que permite com que uns possam né é Renan possam dedicar todo o seu tempo a escolarização enquanto que outros tem que influenciar muito cedo no trabalho então não podem né almejar o têm mais dificuldade de se organizar para construir trajetórias escolares de longa duração a esse peso dessas dessa dessa estrutura
é incorporada nas instituições vai se acrescentar o peso das expectativas subjetivas Os estudantes que tendem a se desviar das trajetórias escolares mais propensas ao insucesso no entanto o ajuste entre disposições estrutura pressupõe que o indivíduo funciona em um espaço estabilizado quer dizer Suponho o que ele internacional internalizou internalizou durante a socialização sejam as mesmas ou sejam semelhantes àquelas que ele se depara com as quais ele se der para quando se encontra em condições de fazer Tais ou quais escolhas o que é apenas uma das possibilidades entre as muitas possibilidades possíveis ao longo das vidas da
vida das pessoas mudanças estruturais não são raras e são raramente são particularmente frequentes quando ocorrem crises econômicas e políticas ou processos por exemplo processo de urbanização rápida industrialização rápida etc ainda que não resultem em mudanças na estrutura social isso é nas relações entre as classes sociais esse tipo de mudança abre possibilidades então o acesso ao ensino superior ou concluir com essa ideia deve ser visto assim como o resultado não apenas das disposições que o estudante determinado interiorizou ao longo de sua trajetória há mais de outras dinâmicas sociais entre elas do estado dos processos de admissão
ao ensino superior no momento dado que é construído pela luta pela luta essencialmente política né adoção generalizada das ações afirmativas para ingresso no ensino superior público por exemplo é uma mudança social de grandes proporções na sociedade brasileira que provocam alteração grande nessas chances e nessa e essa alteração afeta a maneira como alguns estudantes se se relacionam ou se veem inseridos a possibilidade de que eles vêm de se inserir no ensino superior a questão final né porque que alguns estudantes são mais afetados e outros menos né porque que essas mudanças ela chegam ela se sensibilizam mais
alguns do que a outros estão no livro meditações pascalianas e entrevistas coletadas naquele livro que se chama com é uma sociologia reflexiva bourdieu apresenta uma solução para esse problema ao propor estender as condutas humanas uma proposição de um um autor que se chama Gilberto Freyre que diz o seguinte não devemos dizer que o vidro quebrou porque porque foi atingido por uma pedra mas que se quebrou quando a pedra o atingiu porque era quebrável né bom dia disso tampouco se deve dizer que um acontecimento histórico determinou uma conduta mas que esse acontecimento histórico teve um efeito
porque um conjunto de disposições suscetível de ser afetado por esse acontecimento lhe conferiu essa eficácia conferiu essa eficácia a esse acontecimento assim o acesso de um estudante oriundo de grupos historicamente pouco representados no ensino e vai depender entre outras coisas da sua disposição aderir a crença de que será capaz de superar os obstáculos a esse acesso o que o levará a mobilizar os recursos necessários para necessários para se inscrever nos processos seletivos para prestar as provas para se matricular e se aprovada e uma vez frequentando a universidade para enfrentar as dificuldades inerentes ao processo de
aproximação com a cultura acadêmica Sem o qual o acesso propriamente dito não tem lugar essa relação causal é acessível aos indivíduos serão eles capazes de identificar os determinantes da conduta que eles adotam das escolhas que fazem pude acredita que sim mas Pondera que ainda que os indivíduos participem da construção da situação que o determina ele não escolheu o princípio de sua escolha isso é as disposições interiorizadas que o levam a escolher Isto ou Aquilo foram constituídas o meio da sua história então deriva daí uma função política para a sociologia 30 anos atrás por dia diz
Foi necessário mostrar no meu livro a reprodução que a escola é uma força conservadora para tentar transformá-la na força Libertadora que ela pode ser Nas condições sociais específicas que a Sociologia pode contribuir para especificar ou quando ele diz nas meditações pascalianas que sendo determinado que a sua miséria o homem pode conhecer as determinações que é a sua grandeza e assim trabalhar para superá-las bom obrigada [Aplausos] e é depois desse quadro geral apresentado por Ana Maria Almeida sobre desigualdade social Vista produzir passamos Então as perguntas da plateia por favor levante a mão e preferivelmente faz umas
perguntas por escrito entregue essas perguntas nossas colaboradoras e sejam objetivos por favor de maneira tal que a maior parte das pessoas possa participar Então vamos passar para a primeira pergunta do nosso curador José Alves Oi Luana queria parabenizar a sua exposição brilhante eu gostaria de parabenizar a todos que e agradecer a todos que vieram até aqui encerrando esse módulo que foi muito rico e muito importante para todos nós então ao pessoa que nos acompanha pela internet também e acho que o tempo inteiro nós estamos aqui instigados com várias questões eu tenho aqui uma lista de
questões para fazer para você mas eu vou obedecer logia e tentar ser objetivo gostaria muito de falar sobre a questão das escolas eu gostaria de você desce um pouco mais de concretude à essa relato final como sobretudo momento que o Brasil vive com políticas de cotas e o quê que isso poderia significar em relação a uma transformação desses referenciais simbólicos e estruturais de uma sociedade escravocrata como essa que você mencionou no início e vou provocar um pouco mais e tentar numa parte inicial da sua fala que me ama eu sou muito muito muita reflexão eu
queria pensar um pouco se princípios como democracia e representatividade são pura e simplesmente e princípios e mecanismos de dominação simbólica e sim toda a revolta é legítima e aí continuando o século 21 tem saída hahaha olha só coisa simples né Zé hahaha bom então eu começando pela pela primeira parte né da pergunta eu considero Não sei talvez vocês concordem comigo que nós estamos vivendo não nos momentos no momento de uma riqueza e de uma é um privilégio na verdade a gente tá eu acredito a gente tá testemunhando as transformações que estão acontecendo na sociedade brasileira
e em especial testemunhar a velocidade na qual essas transformações estão ocorrendo a o caso né da das lutas pela institucionalização dos processos de das ações afirmativas né que são as mundial a representação a legalização né de de formas de ingresso já conhecem a distribuição desigual dos direitos na sociedade ela essa a institucionalização disso por meio de da lei de cotas e depois da prova do própria próprio julgamento da de constitucionalidade né dessa dessa lei é que vai que come que é o é como a culminação de um processo muito longo né de luta não é
para o reconhecimento de uma de uma da situação particular de uma de alguns grupos é e eu acho que isso é coloca uma coloca uma pênis a gente colocar uma lente sobre a escola né examinar As Nossas ações e as nossas práticas né como professores e como é formadores de professores numa proporção jamais vista né eu digo que é um privilégio testemunhar isso porque a por muito tempo a gente apenas analisou né analisou e vivenciou a esperança de que a escola pudesse ocupar um outro lugar que ela pudesse ser organizada de outra forma que ela
pudesse pensar no outro futuro em uma outra forma de relação com as crianças Principalmente as crianças que são oriundas dos meios menos escolarizados não é daqueles que a que chegam na escola com a um conjunto extremamente rico né de ferramentas de pensar de maneiras de o olhar o mundo que são extremamente podem ser extremamente produtivas né Para nossa sociedade e que às vezes são submetidas sem muita reflexão a um pensamento único Então eu não sei exatamente assim o tipo de se eu tô respondendo ao que você tava pensando quando você fez a perguntas é mas
eu penso que a gente tá vivendo um momento de muita promessa né um momento de muita que gera uma esperança e uma confiança né de que nós conseguiremos transformar de uma maneira significativa as nossas relações nesse espaço no espaço dessa instituição que afinal não é tão antiga assim né A escola é uma instituição do século 19 tá mais na hora do que na hora que a gente possa exercer alguma influência para transformá-la e com relação à a democracia não é o e eu eu penso que o que a gente pode dizer agora né nesse nesse
ponto né da história do Brasil e principalmente a tendo em vista né o o vão dizer o arranjo geral né o atmosfera geral né que não é só brasileira é de recrudescimento de certas polarizações de retorno né de certos discursos de certas práticas e de certas propostas políticas que a gente pensava que nunca mais ia ver o que eu acho que tá colocado para nós né entre as várias outras é basicamente eu penso uma um investimento ainda nessa nessa forma nessa forma política eu penso que e a promessa democrática né A Promessa da Democracia moderna
ela se realizou mesmo que ela se realizou em alguns lugares do planeta e o que nós vimos né nessa realização ela é uma e é uma realização que bastante tempo a nossa sociedade almejou alcançar né E hoje o que está em discussão é uma discussão sobre a impossibilidade de chegarmos nesse lugar né Eu acho que essa seria uma resposta que se responder positivamente a isso né é esqueceu o que é tratar eles conhecer a história né Eu pensava que a história tá da história tá feita é pensar que a democracia possível é a democracia idealizada
é a democracia abstrata a democracia e eu acho que o regime que a ideia de democracia Ela É principalmente uma uma visão uma promessa uma proposta né E que a medida em que lutamos para chegar nela a gente vai construindo os nossos modos concretos de nos relacionarmos né de organismo e socialmente de construirmos um modo ou uma modelo particular de justiça social eu consigo Boa noite a gente tá transmitindo ao vivo agora pelo site do Instituto pelo aplicativo pelo Facebook também pelo YouTube é um alcance de sete mil pessoas mais ou menos tiveram acesso a
esse conteúdo de hoje né Tem alguma cidade só que passaram por aqui citar algumas mas é Maceió nos acompanha Joinville Sorocaba é Fortaleza Roraima Belém Manaus Chicago nos Estados Unidos Viena na Áustria também nos acompanha e como de praxe já não nesse módulo Instituto de estudo do Xingu da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará também nos acompanham e a pergunta que veio a navegação duas a gente vai juntar aqui a do Ruan Castaneda que te pergunta se a desigualdade é mais um problema social um reflexo dos erros do sistema econômico eu e o
Christian pergunta se você poderia retomar: o que é o bem simbólico e o que é desapropriação desses bens e obrigado pelas perguntas elas são muito oportunas porque me permitem é voltar em dois aspectos aí da discussão de hoje a em primeiro lugar a o que que são os erros econômicos que não é resultado o que não desenrolares das nossas relações sociais né O que são erros que erros econômicos aqui né nossa entendendo erros na política econômica então políticas econômicas que não deram certo políticas econômicas que tiveram efeitos efeitos não esperados ou às vezes né até
esperados mas é feitos com os pais é objectivamente Ou pelo menos explicitamente não contávamos o que o pensamento do dia vai nos ajudar a compreender o que a política EA política social a política a política econômica política social ela é gestado também Na luta né Então essa esse pensar o pensamento desse autor a contribuição fundamental desse autor para pensar a política de estado a política de governo é a reservar ela é uma uma uma análise particular e especial que é que permite a recuperar a todos os processos o que permite o que incita melhor dizendo
a recuperar todos os processos pelos quais uma determinada política engessada né então a política dizer que a política econômica Foi um erro é um erro É provavelmente o que o dia iria pensar assim erro para quem né erro é de vista de quem porque provavelmente a política que foi possível ela foi é isso que o estudo vai nos vai nos mostrar provavelmente ela foi a política possível tendo em vista o estado das relações de força entre os grupos que estavam envolvidos na produção dessa política na produção de uma política alternativa que não foi considerada não
foi implementada na produção de uma política idealizada e depois na sua implementação que também sofre uma série de de reveze uma série de adaptações etc então a desigualdade ela é assim resultado ou ela é alimentada por uma série de políticas econômicas sociais educacionais né dentre as sociais aí de vários tipos e a análise das políticas que nos permitem chegar em 2018 nesse estado de nesse estado de organização social é uma e é uma análise que pede por uma compreensão das relações de força nas quais foram gestados as políticas que foram de fato implementadas e aquelas
que caíram no esquecimento né da história a segunda pergunta né sobre os bens simbólicos ela diz respeito a tudo a tudo aquilo que uma sociedade valoriza né e que não tá materializado em alguma em alguma em algum suporte né então nós nós apreciamos a música a música pode estar materializada num suporte a música Pode ser apreciada né naquele instante fugaz o que a gente ouvir o nosso autor preferido etc é quando a gente fala dos bens simbólicos quando a gente fala essencialmente não é para simplificar um pouco talvez é quando a gente fala de dos
bens simbólicos e por oposição aos bens materiais a gente tá se referindo talvez bem concretamente a oposição entre aquilo que uma sociedade valoriza em termos materiais e aquilo que ela valoriza em termos não materiais em tempo na nossa sociedade para usar alto né nosso caso como exemplo e a valorização em termos materiais e do capital e que a gente considera hoje o capital econômico né capital econômico a riqueza né a capacidade de comprar de consumir as propriedades etc e o que que seriam aí os bens simbólicos não materiais que a nossa sociedade valoriza seria a
honra social que a gente atribui alguns entre nós o prestígio né a autoridade que a gente consegue alguns e não há outros esses seriam exemplo acho que bastante apropriado dessa dessa dessa divisão Oi de novo essa 12 perguntas que vieram do público é a primeira diz assim se é a primeira diz assim se é possível é possível dizer que a internet desestabiliza a lógica do Capital simbólico Oi e a outra pergunta é se ninguém participa dos mesmos códigos o mundo é inabitável ou apenas devemos encarar a desigualdade como o princípio natural e a pergunta Obrigado
de novo né É eu vou começar pela participação nos códigos né A bom então é o que é Então essa esse é um tema Essa é um tema de caminhando por Excelência né e a ideia é fundamentalmente é essa que tem que haver algum tipo de algum tipo de compartilhamento né algum tipo de encontro que permita nessa comunicação entre as inteligências como carne vai dizer sem esses solo comum né que que faz com que nós possamos minimamente é a falar das mesmas coisas né prosseguir numa numa conversa entre nós nos referimos a coisas aproximadamente iguais
a vida social se torna é né Eu acho que mais difícil senão inexistente a E aí o que que acontece na situação de comunicação extrema né que é trazida e na por essa questão sobre a internet o que que essa comunicação aguçada essa essa comunicação frenética né que a qual a gente está envolvido hoje e que ela que aqui nos arremata a todos né Assim que nos envolve a todos e que que faz assim mudar completamente ou mudar de maneira significativa a nossa percepção de tempo a nossa opção percepção de espaço né que nós estamos
em contato de uma maneira muito mais é Estreita e intensa Apesar né das distâncias então ver aí né pessoal lá no Xingu né tá conectado com Café Filosófico de Campinas em tempo real é acompanh e que espécie de comunicação é nós estamos desenvolvendo aqui né Essa é uma pergunta super interessante eu acho porque ela ela ela ela levanta justamente essa essa essa esse problema que é assim o que que permite a comunicação afinal de contas estão tudo bem a comunicação é algo necessário e importante sem isso a gente né não vai ter dificuldade para estabelecer
uma interação social mas o que que torna essa comunicação possível essa comunicação que permite o que a hoje o Café Filosófico esteja ligado ao Xingu né A e o que que permite em primeiro lugar é o compartilhamento de uma língua comum e de onde vem por que que essa língua comum é pode ser compartilhado E então em homenagem ao zé né ele vai falar essa comunicação essa relação que a internet torna possível ela só é possível por causa da história ela só é explicável desculpa por causa da história porque a uma história no Brasil de
um sistema da implantação de um sistema de ensino que vai contribuir de uma maneira muito importante para uma unificação linguística no país para uma unificação também de hierarquias de valores né de percepções que façam com que em diferentes regiões do mundo nas diferentes regiões do país nós possamos está agora Unidos na apreciação Unidos Pela na e pela apreciação né de uma atividade que não é nada comum que não é nada nada corriqueira né que é atividade difícil às vezes dolorosa de trabalhosa certamente de nos debruçarmos sobre um autor né bom Então veja é a existência
das a instituição que só existência dessa instituição é a sua difusão pelo Brasil é a a implementação desse princípio da escolaridade obrigatória que fez com que todos nós pudéssemos construir a ideia de que a falar sobre um determinado autor né é algo a ser cultivado é algo interessante é algo que ter por pelo é uma atividade pela qual vale a pena desistir da cerveja tomada né com os amigos em um boteco em algum outro lugar né Ah quer dizer a presença da internet eu acho que respondendo Mais especificamente a questão ela é a a presença
da internet explícita isso né ela deixa claro que nós estamos integrados alguma maneira né ainda que separados ainda que diferentes ainda que desiguais nós estamos integrados e em alguns momentos podemos almejar né participar conjuntamente dessa conversa de uma mesma conversa a outra pergunta aqui do público da Angelina e Angelina faz a seguinte pergunta ou faço de sabermos Quem são os 11 ministros do STF e não usou 11 jogadores da seleção de futebol mostra mudanças na reprodução da violência simbólica que pergunta ótima haha como é que eu te responderia isso né quem é que não sabe
quem são os 11 jogadores de futebol da seleção não é verdade a questão justamente é essa quem sabe o que não é a Evidente né então não é vamos lá tem várias várias camadas aqui nessa nessa questão né em primeiro lugar né Nós temos o problema de Fato né é que a por mais que a gente possa sofrer a tentação né de nos pensar a comunidade homogênea nós estamos longe de ser uma comunidade homogênea né então é fato que existem grupos que estão concentrados nos 11 ministros do STF mas existem muitos outros grupos que estão
concentrados na escalação da Seleção Brasileira e que estão né engajadas aí numa uma paixão grande também por essa questão Então esse é o primeiro problema a primeira questão é em segundo lugar não é uma dúvida que em alguns momentos da história as sociedades passam né Por um momento de totalização assim muito fortes em que todas as atenções né então voltadas para uma determinada uma determinada situação eu acho que a Angelina tá dizendo o seguinte Olha era mais comum a gente ver né esses momentos em que todos estão que você vê um grupo grande de pessoas
articulados a um a um se lembra mais comum a gente ver isso com a Copa né talvez com o carnaval né E que hoje a gente tá vendo isso com relação a uma discussão política né que tá nos arrebatando a todos talvez é interesse é um como ideia né como hipótese é interessante mas eu também tenho minhas dúvidas de que é possível generalizar né Eu acho que a uma visão tanto que bastante comum e bastante difundida uma visão um tanto estereotipada também né do Brasil o país do Samba do carnaval do futebol mas esse esse
país do Samba do carnaval do futebol é também o país né que a no meio disso tudo né tá construindo aí a a sua democracia está construindo formas de justiça social que passam por um modelo absolutamente inédito né de ação afirmativa é que nunca tinha sido tentado nessas proporções ou dela né e turísticos em nenhum outro lugar do planeta é é um país então que tem apresentado em inovações e sociais mas também novo ações econômicas de grande calibre de grande importância na é que nós todos sabemos aí Lemos nos jornais e também faz a gente
duvidar né dessa imagem do país como o país do concentrado apenas no em algumas atividades né algumas algumas atividades que são aliás muito importantes né então o futebol é E aí essa é a pergunta que eu do público da Carolina Alves Silva e ela disse que em um momento quando você falou sobre a transmissão intergeracional da cultura você usou o termo sociologia dos afetos ela pede para você explicar um pouco sobre esse conceito Ah tá obrigada também pela pergunta que esse é um tema aqui ele é particularmente caro quando se pensa nos processos de transmissão
e alguns colaboradores do dia e vão estudar isso de uma maneira bastante fina bastante metódica também em geral a toda uma literatura né que que trata bastante esquematicamente do processo Então você tem lá os indivíduos que são parte da geração mais velha dos indivíduos que são parte da geração mais nova como se E aí se estuda né a relação entre eles e os processos de transmissão tanto dos bens materiais quanto dos bens dos bens simbólicos né de uma maneira de uma maneira um tanto esquemática como se essas indivíduos aqui fosse insubstituíveis assim como aqueles vocês
substituídos também e alguns estudos então né é produzido por esses é É por esses colaboradores que se interessam a ver em ver como como que dentro das famílias né ou dentro dos grupos de parentesco se escolhe aquele ou aquela que vai ser agraciado que vai ter o direito de herdar né então nós sabemos que existem aí no passado que existiram no passado leis de herança que definiam por exemplo que só os homens podiam herdar a terra né as mulheres não podiam em alguns lugares né do planeta mas e a gente presta atenção nisso mas a
gente a partir do momento né em que a essa uma certa equalização dos direitos tudo se passa como se a a transmissão ela fosse desvinculada das individualidades e das subjetividades hora todos esses estudos mostram que nada mais longe nada está mais longe da verdade do que isso né então é desde os processos de afiliação eu vou falar especificamente aqui de uma de uma de uma questão particular que diz respeito à aquilo que a gente conhece como essa coisa um pouco misteriosa que faz com que ainda terminado as famílias um estudante ou uma um filho né
que se torna estudante ele seja extremamente bem sucedido na escola enquanto que o outro não tem nada a ver com a escola ele investe em outros outras em outras aventuras outras enfeitadas etc e geralmente a uma questionamento da sociologia né quando essa situação e são é só identificada fazer Mais veja só se essa essa Esquadrão explicativo que fala da transmissão dos patrimônios principalmente no caso né da do Sucesso escolar do patrimônio que a gente denominou copo capital cultural como que dentro de uma família a gente pode encontrar um irmão ou uma uma menina é super
bem na escola e um irmão uma irmã que não gosta de escola e que quer ser fazer outra coisa na vida como é como é que te explica isso né E aí esses estudos mas é mais finos e que vão mobilizar justamente essa sociologia dos afectos à que eu me referia ela vai eles vão mostrar que é que os filhos não são não são percebidos da mesma maneira pelos pais eles podem ser amados igualmente né então não tô querendo desestabilizar ninguém aqui mas eles eles não são percebidos igualmente pelos pais e essa e essa diferenciação
né dos afetos essa várias Essa maneira como os pais percebem os filhos ela interfere ou ela orienta a maneira Como são feitos os investimentos na transmissão Ah é então por exemplo no estudo que eu que eu gosto particularmente a se você acompanha né os processos de a trajetória escolar de duas de duas crianças de uma mesma família e aí nessa descrição né da trajetória nessa análise da trajetória Vai se vendo que por exemplo é o menino no caso o menino mais novo ele era um menino que ele teve alguns problemas de saúde quando era pequeno
e nada muito grave mas ele tinha ele ficava gripado mas vezes sei lá e aí por conta dessas dessas dessa desse pequeno dessa pequena você pequeno característica né da sua infância a família se voltou a fazer um investimento muito maior nessa criança com relação às questões escolares porque ela visual e não pode brincar muito na rua é melhor ficar mais em casa eu não pode ir passear muito fora e te proteja essa criança então a gente dá um livro para ler a gente ler a história junto a gente é a gente acompanha mais de perto
Essas atividades entre a casa enquanto que o outro irmão pode ir para Rua pode jogar bola então não se desenvolve tanto né a transmissão ela é menos efetiva a pesados né da família patrimônio tá ali para ser transmitido a transmissão ela se dá de forma menos efetivas então a mobilização da ideia é a mobilização de uma sociologia dos afetos ela permite que a gente não trate como iguais ou como intercambiáveis indivíduos que trazem justamente né A Marca de uma individualidade ou que as famílias contribui para que as famílias contribuem para marcar essa individualidade e uma
das ações da família justamente também diferenciar os filhos né e é muito cedo não sei se vocês tiver a oportunidade de testemunhar isso as vezes no berço o segundo dia de que a criança está em casa depois do Nascimento a criança chora e alguém visse tá vendo é o temperamento da Vó olha olha olha como chora forte não é essa isso né É É o que é uma sociologia dos afetos permite compreender problematizaram e é o time se explicar e E aí Oi boa noite Ana aqui meu nome é Fábio é agradeço muito muito interessante
o assunto a forma que você colocou também é fantástica né me esqueceu até tô falando de viva voz porque para ver se eu fosse me ficar claro aqui o assunto mesmo é a ideia o que que é eu sou pai solteiro né atualmente né e tem um filho único eles esse filho eu queria transmitir essa contestação análise crítica dessa sociedade dos caminhos que são traçados pela sociedade né então esse 20 anos estudando em Santa Catarina a engenharia trocar neném né teve escolas muito boas tá caras também me sinto uma escola pública e o esforço meu
é para Rodrigo romper o ver pelo menos essa situação de um caminho já traçado O que é meu complicado né e pé diferença de gerações minha pergunta ela meu o fato é eu pressiono bom então é complicado minha dúvida e eu posso catalisar eventualmente até uma pressão e extremada né vão dizer como uma raiva dele né ou eu posso bloquear definitivamente essa que o meu objetivo né Essa é minha dúvida é quase uma consulta psiquiátrica hahaha e obrigado obrigado a você a dilemas dos pais e das Mães né então a minha pergunta é essa Olha
vou aproveitar para a partir dessa pergunta mobilizar uma coisa que foi pouco digita aqui hoje né que é essa a dizer essa o esforço realizado para o dever para mostrar os limites do intelectualismo sabe que é uma postura Nossa de professores de pessoas que estudam muito pessoas que vão dizer que se apega muito ao livro né que leia os manuais né de criação de filho que ouvem as pessoas quer dizer a gente esse nosso grupo social ele tem uma uma uma tendência o a All a enxergar de Fora aquilo que tá acontecendo né vou tentar
formular vou tentar conceituar o a tentar compreender de Fora aquilo que tá acontecendo numa determinada interação O problema é que a interação acontece apesar do Olhar de quem tá de fora né E mesmo que a gente possa se colocar de Fora a gente pode né usando aqui essa última essa última ideia que que eu tô da fala de hoje né que compreender as relações de força nos ajuda a tomar uma certa distância com relação a elas eventualmente a escapar delas né o Como disse também o é muito difícil isso acontecer porque nós estamos geralmente inteiros
na relação e não é e ir embora então vou dizer o que o dilema da o dilema da da paternidade e da Maternidade contemporânea é é o dilema de oxigênio é dos pais a mesma ao mesmo tempo uma uma atitude diretiva responsável né sobre o destino do outro é que a criança mas também se Exige uma disponibilidade para o diálogo né uma disponibilidade para ouvir o outro para deixar aqui as experiências do outro também tem um lugar nessa nessa definição do Futuro né então eu acho que o que o que uma uma leitura do mundo
e pode ajudar a pensar a respeito ajudar a pensar numa situação como essa não é São de duas ordens primeiro é eu acho que ajuda a reconhecer o limite dessa posição intelectual lista é que acha que a realmente tomar uma distância e uma posição e e que todas as opções estão abertas o x ou Y né uma ideia mais ou menos a seguinte né Nós somos seres com história essa história ta embutir está incorporada e nós né ela tá interiorizada ela se tornou o nosso corpo também então é muito difícil a gente dar um passo
para trás falar partida aqui eu não vou agir mais assim eu fui um pai assim durante 20 anos é daqui agora a partir de agora você de outro jeito sabe é quase como um pedido é quase como uma é uma situação meio impossível né é uma luta é uma é uma agonia uma luta agoniada aí e em segundo lugar eu acho que a a interação ela não é dada é só pelo pai não é então eu também vou dizer a verdade da onde a verdade da interação não está na Uni potência do pai né Então
umas a roda questões interessantes quando a gente discute o a gente discutia a nossa relação com o outro é que em alguns casos a gente tende a pensar que a nossa posição é onipotente que a nossa a nossa postura que vai determinar o destino do outro e na verdade nós estamos imersos né numa numa num conjunto de relações sociais no conjunto extremamente complexo de relações sociais e principalmente depois que as crianças se autonomização né porque se dá Ali pela pela adolescência né os pais são né vão dizer outros significativos eles são importantes mas eles são
uma né uma uma das influências que as crianças é sofrem e que as crianças é as quais as crianças reagem quem sabe então no fundo eu tô fazendo uma Sei lá só dando uma resposta um pouco desesperançada e oi oi e é mais uma pergunta e ver do público da Alexandra é ela diz assim que uma das pautas centrais dos novos movimentos conservadores é a desescolarização alegando querer proteger seus filhos um suposto ensino enviesado é como movimentos como esses podem ser pensados a luz do conceito de destinação e essa pergunta ótima né entre as várias
perguntas ótimas Essa realmente é e olha a pauta da desescolarização ela não é nova eu acho que aí volta outra vez essa a importância da história para a gente compreender os dilemas e as tensões nas quais a gente está envolvido é muito importante isso é é muito interessante a gente tá vivendo isso aqui hoje outra vez eu volto a fazer essa essa afirmação Por quê por algum tempo eu não sei porque espécie de milagre ou espécie de sei lá de contorno aí da nossa história recente a gente tendeu achar né aqui várias várias situações eram
imutáveis e eram e eram os vão dizer assim elas quase que estavam quase que imobilizados só possível digo isso porque as próprio a própria implantação da escola obrigatória a escolarização obrigatória ela se deu com muita luta é muita luta com muita disputa com muita mais assim com disputas disputas no nível absolutamente no nível de violência absolutamente às vezes inacreditável inenarrável etc a ceder o controle sobre as suas crianças sobre a educação das suas crianças para uma instituição que a gente não controla é algo que a gente vive hoje como natural certo a gente trata aí
da escola como um direito o que representa uma mudança absolutamente radical Com relação ao ponto inicial em que a gente estava quando as a escolarização obrigatória foi instituída a escolarização obrigatória Foi instituída por um grupo de reformadores sociais que tinha objetivos específicos de construção a novos indivíduos um tipo particular de indivíduos que apresentassem um tipo de um tipo de sensibilidade um tipo de competência um tipo de habilidade que era habilidade a competência sensibilidade necessária para funcionar numa democracia eu era é por isso que a gente diz hoje a função da escola é construir o cidadão
são ecos desse debate do século 19 é o cidadão que é um cidadão que está sendo construído lá naquela época pela escola é o cidadão que a deposita a sua aliança que faz a sua aliança fundamental com o estado e não com a sua família e não posso igreja é o cidadão que se pensa como indivíduo separado por tanto do seu Clã Da sua família né do seu grupo religioso esse essa personagem ou esse personagem é um personagem absolutamente novo uma personagem é o personagem que se constrói por meio da escola e essa e esse
processo de construção desse personagem ele foi extremamente bem-sucedido ele demandou muito tempo muita energia social muita luta muita disputa né e fica sumiu essa disputa nunca desapareceu sabe o fato de que ela tá esteja podendo A Flor agora que as pessoas estejam podendo falar disso que as pessoas estejam podendo reivindicar e dizer não a escola não é um direito eu quero direito de eu educar meu filho na minha casa não é Ou qualquer coisa do tipo uma das formas de escolares de escolarização é essa nada mais é do que a ressurreição né porque a ressurgência
melhor dizendo a ressurgência desse desse debate né que nunca tinha desaparecido mas que tava subterrâneo e que ele que poderia podia ser percebido toda vez que uma mãe vai na escola ou ia na escola questionar uma ação da professora um ação da escola com relação ao seu filho a escola não tá tratando bem o meu filho que quer dizer isso a escola não tá tratando meu filho como eu trataria se fosse eu que estivesse educando o meu filho em casa né então ah ah eu acho que é um momento fascinante na história do nosso país
porque todas essas tensões que eram muito difíceis de ser a de ser nomeadas ou de ser estudadas de ser percebidas e que formam o solo a partir do qual a gente constrói a nossa democracia elas estão aparecendo de novo e aparecendo de uma maneira muito concreta aparecendo como se fosse coisa nova né aparecendo como algo é que às vezes horrores de alguns né eu particulamente eu sinto essa essa eu sinto isso como algo que não é de todo negativo Sabe por que é importante eu acho que a gente possa de cinco questionar as nossas instituições
inclusive para que a gente possa construí-las de uma Olá seja mais adequada o mais interessante aos nossos objetivos como é de construir uma sociedade mais justa de construir uma sociedade que seja mais integrada mais inclusiva etc não tem dúvida é de que as a luta pela desescolarização é a luta para implantar né para fazer valer princípios particulares né de que orientem a a educação das crianças por Oposição a esses princípios que a escola é a delegada o nosso a delegação faz aparecer como sendo os princípios universais Então é assim uma tensão entre o particular eo
geral entre o particular eo Universal que está em jogo né E cabe a nós é verificar nesse momento da nossa história como que nós queremos resolver essa essa atenção né que espaço que a gente gostaria de dar a cada uma dessas desses polos o que nunca desaparece Ben 10 é uma pergunta que veio da internet do Renato de Oliveira de Jundiaí Ele pergunta se o zelo metodológico de Bordieri O impediu de tomar partido em alguma controvérsia da sua época ele era engajado na luta de classes é uma pergunta que pedir provocação vou pergunta também né
o então é uma muito muito muita coisa tem sido escrita né A partir a respeito do ativismo social do por dia é porque houve um houve momentos né em que a sua participação política era vista como foi vista como insuficiente e isso marcou bastante as a trajetória de Principalmente eu acho que eu acho que também a a a literatura que tem sido produzido a respeito vai a ponta também isso é e a sua recusa em Tomar partido junto a Sartre na nos movimentos 68 entre e naquele momento de acusado de reacionário né de alguém que
só quer pensar na sua ciência etc e isso colou né é por conta também como né recuperando Então esse esse elemento tão fundamental da obra do Bom dia que é a luta é o que que faço colar uma reputação né que que faz colar uma ideia de que uma pessoa é está alinhada com a esquerda tá alinhada para direita está alinhada é reacionária não é reacionária e o que que faz colar e Que efeitos tem isso né sobre a recepção da obra desse autor Então eu acho que aí eu conduziria todos a assistir né e
nosso e o Renato de Oliveira talvez principalmente assistir um vídeo que se chama a é um esporte de combate que eu acho que dá bem a medida né do envolvimento do Bom Dia com as questões do seu tempo e também é um vídeo em que ele dá uma longa entrevista Andrea Loyola uma professora uma professora da UERJ Se não me engano de que André está hoje e ela não precisa do Rio de Janeiro e ela e desse vídeo ele vai Justamente a Andreia ela pergunta conta para ele que na década de 70 ela dava aula
na PUC de São Paulo e ela propôs aos alunos ler alguns textos do Bud E aí os alunos se recusaram que eles falaram esse cara de direita não vou ler esse cara esse cara reacionário qualquer coisa do tipo e ele então faz é uma nessa daí respondendo essa pergunta eu reagindo a essa história que ela conta ele faz uma bela discussão sobre o que que significa você essa E essas rotulações né essas rotulações que são são que tem o efeito de xingamentos né no espaço intelectual então eu não leio o determinado autor porque ele é
de direito ou eu leio porque ele é de esquerda Eu leio porque ele é de direito isso aí é vão dizer faz parte né das das disputas por legitimidade por afirmação no espaço social e evidentemente tem elas podem ter um efeito muito grande porque o espaço de produção intelectual nas Ciências Sociais na na sociologia é um espaço muito heterônomo né ele é possível você adquirir um a estatura de grande intelectual pela sua sem você realmente oferecer uma contribuição específica a prova do conhecimento nessa nessa área mas porque você toma posição eu não consegui são consideradas
interessantes por um determinado grupo porque você aparece né como sendo o especialista no discurso jornalístico na mídia etc imagina vão fazer uma experiência a outros espaços da de produção intelectual que são muito mais herméticos é muito mais autónomos por exemplo vão pensar é possível por um físico para um para um para um biólogo se reconhecido como com químico melhor o matemático ainda melhor né como um grande matemático por causa das suas posições políticas porque ele se manifesta corretamente o de maneira errada num determinado a polêmica né então a essa essa discussão sobre o alinhamento político
do autor ele é uma discussão que é que ela mais revela né ela que ela diz de concreto mesmo é que ela faz de concreto meses e é revelar o estado de organização deste campo do conhecimento né a relação que ela que esse campo conhecimento estabelece com a sua disciplina né com os processos de produção do conhecimento e com as lutas políticas as lutas simbólicas também que são problemas intelectuais que estão acontecendo ali do qual né O Campo Tem com Qual campo tem uma intercessão é bem chegamos ao fim então desse debate tão animado e
agradecemos Ana Maria Almeida por essa a condução do debate e também pela palestra Inicial lembrando a todos que sexta-feira que vem nós iniciamos um novo módulo do mês de maio que se chama as metamorfoses da banalidade do mal com curadoria do crítico literário Flávio Ricardo vassoler no dia quatro de maio teremos o próprio curador e com o tema fiodor dostoievski crime sem castigo imagine a energia da banalidade do mal para o qual nós guardamos todos vocês presentes uma boa noite a todos e vamos terminar com um aplauso de agradecimento a nossa palestrante de hoje é
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