O CIDADÃO DE BEM E A BANALIZAÇÃO DO MAL | Suze Piza

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Casa do Saber
Suze Piza explica o conceito do mal banal no decorrer dos séculos e como, ainda hoje, o dito "cidadã...
Video Transcript:
É nesse momento que a gente tava vendo no Brasil agora em 2021 vou dar mas a gente poderia falar principalmente aí na última década e não sabemos Por quanto tempo ainda viveremos isso a gente tem sentido uma sensação de anestesiamento como se a gente tivesse uma constante sensação de impotência e de ter sido anestesiado de alguma forma a Há muitos cursos Correios uma palavra uma expressão tem vindo à tona que é a banalização a banalização da violência a banalização da Injustiça a banalização da Injustiça social o fato de que a cada dia a gente vai
se acostumando na com aquilo que a gente não deveria se acostumar essa terminologia que a gente começa a usar inclusive no cotidiano no senso comum ela tem uma raiz muito interessante e e eu queria falar um pouquinho para vocês dos meandros dessa dessa Raiz e para gente tentar entender um pouco Como que o que aconteceu algumas metamorfoses né algumas algumas mudanças em relação a ela e ao mesmo tempo para a gente tentar entender um pouquinho uma das facetas do que que tá acontecendo com a gente hoje 1961 Canario e ela vai e o julgamento do
John nazista ritmo que era já não toriamente conhecido por alguém que era responsável pela deportação e morte de centenas de milhares de judeus assim como tantos outros criminosos nazistas e ele é levado para Jerusalém para o julgamento a Ranário de judia e já uma filosofa conhecida acaba conseguindo participar desse julgamento ela vai testemunhar ela vai no jornal fazer a cobertura desse Episódio e além de acompanhar descontar essa esse julgamento ela vai ter acesso a mais de 3 mil páginas de documentos e fim dos depoimentos mas ela vai como um filósofo para escutar esse julgamento ele
se incomodou muita gente nesse nesse momento ainda incomoda na verdade ainda tem bastante incomodadas com o seu até hoje ela vai como filósofo e ela na contramão do que já era consenso naquele momento era um monstro sendo julgado era o um homem perverso e o julgamento na verdade era apenas um momento de reconhecimento de um crime cometido e de uma possibilidade de publicizar uma reparação mínima reparação discursiva já que não era possível fazer outra e criar algum precedente né Para que crimes como ele Talvez não acontecessem mais praticamente era isso já era sabido qual era
o destino do Astro né não à toa o julgamento foi em Jerusalém mas a Anna a gente vai como filósofa ela vai como uma fenomenólogo Eu costumo dizer né a tradução de ar influenciou e que ela que ela faz via parte ela vai perceber o que está acontecendo ali naquele ambiente e quando ela encontra aquela figura por trás de uma cá o vidro ela literalmente Em alguns momentos é lá descreve no texto nesse acima Jerusalém outros e ela havia ali um palhaço não preciso dizer para vocês o o incômodo que os causou né não consigo
nem imaginar como é que ser isso hoje nesse causam incômodo como esse naquele momento qual seria um bolo causar ia hoje mas eu quero chamar atenção de vocês para alguma algumas coisas deixando de lado as as querelas Canario de quando ela vai olhar para essa figura eu acho ela ver algumas características nele que chamam bastante a atenção dela ela vê um homem primeiro que entende que não fez nada além do que deveria fazer ele cumpriu ordens e portanto ele apenas realizou seu trabalho ela ver o burocrata ela vê um homem com bastante dificuldade com a
linguagem ela chega dizer que ele tem sérias dificuldades a língua alemão derruba em vários momentos ele é alemão né ela gosta de a funcionar isso ela vai dizer que ele a linguagem dele é repleta de clichês e frases e sentenças profundamente vazias das quer daquelas que vem visivelmente de fora tá fica bem avidez que não foi a pessoa que a elaborou né ela ela vem de fora como se a pessoa fosse só um lugar de passagem dessas frases ela me conhece isso imediatamente ela vê uma pessoa que não consegue se colocar no lugar do outro
mas ela não está necessariamente fazendo ali nessa descrição tanto uma avaliação moral ela realmente o veem capaz de se colocar no lugar do de ver o ponto de vista do outro tá do uma perspectiva racional né de fazer esse processo de não ter possibilidade de julgar algumas coisas pela forma como ele como ele vai enunciando e falando do mais e isso faz ela pensar que ela está diante de um é diferente do que é até então ela já tinha percebido ela já vinha estudando o nazismo algum tempo EA partir dali com aquele processo todo ela
vai dizer que o novo tipo de mal se anunciava na ali havia alguma outra coisa por isso que eu digo que ela vai para aquele julgamento como filósofa né filósofos criam conceitos e ela que ela vai fazer ali naquele naquele momento e aí ela vai dizer que o mal cometido ali é o Malba Não essa expressão gente ela cria uma série de dificuldades né parece que ela está justificando o parece que ela está transformando esse mal no mal menor e não é isso ela fala em diversos fala diversas vezes que o mal banal é mal
extremo ele é mau atroz ou seja de maneira nenhuma ela quer justificar na ação do do asma O que é que esse mal ele é menor em relação a outros mas ela quer dizer que ele é um mal sem motivação que ele é um mal sem raiz que ele é um mal e ele foi feito por por alguém que na verdade não tinha convicções ideológicas ou alguma causa que motivasse ele a fazer dente o que causou na época incômodo muito grande porque as pessoas pensavam Nossa mas então você tá querendo dizer que ele não há
um monstro que ele não é um perverso para ela era basicamente o seguinte isso eu estou dizendo isso e qual isso eu estou dizendo uma coisa muito pior prestem atenção eu estou dizendo que não é normal e esse é o grave aí essa é a gravidade porque se ele fosse o monstro ou o perverso enfim a gente pode pensar de várias maneiras nessa os estereótipos que a gente tem para essas duas figuras quantitativamente e a gente pensar numa sociedade a gente tem bem menos pessoas se encaixam nessas nesses estereótipos da monstruosidade da perversidade do que
a pessoa normal e aí ela chama atenção de uma maneira bastante Sutil para algo que é o que que as pessoas normais são capazes de fazer os últimos tempos a gente tem um visto no nosso cotidiano e claro que isso não é restrito ao nosso país mas vamos falar de nós aqui eu acho que a filosofia ela tem o papel né diagnosticar o nosso presente de intervir nos passo a gente tem visto isso crescer de maneira assustadora as pessoas elas fazem pessoas normais né E se consideram cidadãos e cidadãs de bem como o as mãos
considerável ele desiste nação cidadão respeitador das leis portanto que respeitam as leis utilizando-se Inclusive das regras da sociedade democrática e como por exemplo a liberdade de expressão cometem atos atrozes dizem coisas a respeito dos outros e fazem coisas para o outro e dizem coisas a respeito de si mesmos inacreditáveis que até pouco tempo atrás a gente só via na ficção e hoje a gente tá vendo espalhado por todos os lugares eu nem sei gente se o termo banalidade da conta eu vi um artigo um dia desses da Eliane Brum que ela já está falando em
boçalidade do mal e não em banalidade do mal também a gravidade do que a gente tá dizendo mas esse conceito ele é muito eu acho que ele ainda continua muito relevante para entender um pouco do que que tá acontecendo com a gente pensar com muito cuidado no que é que a normalidade ou e que essas pessoas normais podem fazer o último gol do jeito pra destacar é o seguinte o conceito de uma banal ele está diretamente ligado à ausência de pensamento para e o pensamento que tem um conteúdo ético intrínseco pensar não é simplesmente raciocinar
ohagiman raciocinava condições de raciocinar quando ela fala que ele não pensava ela não tá fazendo querendo dizer que não raciocinar se ele não raciocinar se ele não ocuparia o cargo que ele ocupava no estado nazista claro que racional mas ela entende o pensamento é a nossa capacidade de julgar tem a ver com ele e ela vai dizer que quando você não tem a capacidade de julgar é porque você renuncia mas então é uma discussão muito interessante que nos coloca diante de conceitos como responsabilidade como compromisso com o mundo eu acho que nesse momento que a
gente está vivendo agora é muito importante que a gente possa a pensar porque são teses que os alto implicam e esse é o é o Ponto Central para trazer essa discussão agora essa maneira como o Ranário de comprei o pensamento que que eu apresentei aqui como tendo conteúdo ético quando eu falo que o pensamento tem conteúdo ético ele implica em empatia Então veja ela não disse que o a irmã não consegue se colocar no lugar do outro ou seja ele tem uma saliência Edna ele não tem essa relação com a alteridade ontem ele não pensa
Então vamos pensar no inverso o pensamento na concepção dela tem conteúdo ético e portanto implica nessa empatia e ele é relacional isso também vem muito da fenomenologia não há separação entre sujeito e objeto sempre há uma intencionalidade reparem bem que essa concepção ela já é uma concepção que vai muito ela tá muito distante de uma tradução mais fechada mais Ortodoxa né da tradição moderna da filosofia e separa o e sensibilidade tradução essa que vincula ética Inclusive a racionalidade Ronaldo está indo por um caminho completamente diferente então esse também é um recurso interessante de usar essas
idéias e só para fazer uma ponderação gente usar as ideias né não usar as pessoas né porque nós temos cérebro e a gente usa algumas ideias e pensa por conta própria quando a gente recorre a uma filosofia ou filósofo filósofo a gente não precisa recorrer a pessoa né buscar ela né segui-la é um termo comum hoje em dia basta a gente mobilizar algumas ideias né que estão disponíveis aí para ir ajudando a gente até se gostou desse vídeo Então aproveite porque tem muita coisa boa te esperando aqui inscreva-se e E aí [Música] E aí [Música]
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