Tá cheio de gente muito, muito, muito rica e muito, muito, muito famosa que não vive uma boa vida. Como é que você sabe disso? pelo fato da pessoa ter desistido de viver e ninguém melhor do que ela para fazer essa avaliação. Relação do dinheiro com a vida boa, relação do dinheiro com a felicidade. Sim, na medida em que o dinheiro pode, por intermédio dele, trazer coisas que essas sim são alegradora. O que é que não precisa de dinheiro para ter? E segunda pergunta, isso que não precisa de dinheiro para ter pode ser aportador de uma
vida boa? Eu não tô aqui para atacar você tentando pôr uma solução universal de vida no lugar da sua. Eu só tô falando de mim. E no que me diz respeito, o seu rolocompressor não funciona. Você percebe que a felicidade ela é muito mais confiável na falta do que na presença. Se você tiver o que você não tem, você será feliz. E você não tem como dizer que não. Por quê? Porque como você não tem, a experiência falta. O dinheiro é responsável por trazer muitas coisas que de fato podem ser alegradoras, mas a pretensão de
assegurar a felicidade a qualquer um do seu portador é uma pretensão já desmentida por muitos ricos tristes. Não abra a mão tão fácil eh de definir você mesmo aquilo que vale para você. Você não tem que estar de joelhos submetido a um jeito de pensar que que é, digamos, aplaudido pelo maior número. Às vezes é muito mais fácil deixar a correnteza levar. Mas aí eu te pergunto, que vida você tá vivendo? a tua ou a que decidiram em seu nome. A gente passa aqui o dia inteiro pensando e falando sobre dinheiro, né? E tem uma
máxima que se fala muito, que dinheiro não traz felicidade. O que que é essa tal de felicidade? E se o dinheiro não traz, o que traz felicidade? [Música] Sim, sim, sim. Tá começando mais um Marketmaker. Seja bem-vindo ao podcast da família investidora brasileira. Sou Thiago Salomão. Hoje casa cheia, hein? Josué Guedes e Mateus Soares. Os dois estão aqui. Acho que é a primeira vez, hein? Primeira vez na história do episódio número 200 e tanto. Eu não falo mais o número do episódio que eu a gente sempre erra na hora de publicar. Eh, hoje um convidado
especial também, merece. Professor Cloves de Barros Filho tá aqui com a gente. Eh, dispensa apresentações. Acho que é um dos grandes nomes eh para quem gosta de filosofia, para quem consome conteúdo nas na no YouTube, enfim, até já deixo a dica. Quem quer uma pílula de conhecimento de área de filosofia, vai lá no Instagram do professor Cloves, tem lá o link na bio, clica lá e entra no na lista do WhatsApp do professor Cloves. Todo dia 6 da manhã você vai receber um um uma pílula de conhecimento. A de hoje, aliás, estava muito especial. E
tem o último livro dele aqui, Projeto de Vida, Caminhos para uma vida, que valeha a pena. Eh, vale muito a leitura também. Eh, foi a última recomendação, aliás, do nosso último episódio. O convidado indicou esse livro já o Alexandre Silvero indicou esse livro já sabendo que o professor Cloves vinha aqui. Eh, bom, então, Josué Guedes e Mateus Soares, os dois sócios do Marketmaker, junto aqui para ter esse papo. E quero já, primeiramente, professor, dar as boas-vindas para você que veio até aqui a Faria Lima para ter esse papo nosso público de investidores e hoje não
só investidores, muita gente que acompanha aqui o Marketmakers, seja bem-vindo ao nosso podcast. Muito obrigado. Obrigado pelo convite, pelo papo que teremos, pela oportunidade de conversar com todo mundo que te acompanha. Vai ser uma alegria, com certeza. Vamos ver se a gente é tão bom. podcaster quanto é motorista, né? Porque a gente foi buscar o professor lá em casa, né? Mateus Soares, parabéns aí pela condução. Cinco estrelas ali na no aplicativo vai ganhar. Eh, Josu, dá o pontapé inicial, porque quando a gente fez a reunião de pauta, que bom, pauta a gente não tem aqui
na mesa, mas a gente definiu a pergunta inicial e no final foi a sua pergunta. Acho que acho que foi uma reunião de desespero, né? Porque o que perguntar para Cloves de Barros, né? Eu acho que essa foi a nossa reflexão ali inicial, mas antes eu acho que aproveitando a oportunidade, eu acho que vai ter muita gente aqui assistindo e a maioria não é inscrita no canal. Acho que é bom a gente bem lembrado, né, pô? É tarefa obrigatória de quem tá andando aqui pelo YouTube. Se inscreve no canal. Marketmer já tá com mais de
450.000 inscritos. A gente quer crescer ainda mais. Então se inscreve. Se você já é inscrito, tem o botãozinho aqui de seja membro, que por menos de R$ 8 por mês você pode ver todos os nossos vídeos sem a propaganda do YouTube. E também tem prioridade para mandar perguntas quando a gente faz os nossos programas ao vivo. Então, e além do de que, pô, se inscrevendo ou virando membro, você dá aquele selo de qualidade que você gosta do nosso trabalho e quer que a gente continue fazendo isso, espalhando conhecimento para todos os brasileiros. A voz até
deu uma embargada aí emocionada. E você estando aonde você já está, é mais fácil se inscrever no canal do que entrar nesse prédio. Então, pô, não custa nada. Bora lá. Não é não, professor. A gente percebeu que a tecnologia criou uma nova profissão, porque é tão difícil entrar no prédio, que tem agora a pessoa que é a responsável por ensinar a entrar no prédio, né? Pois é, com certeza. fica ali embaixo ensinando como você faz para entrar no prédio. E teve comigo um desafio a mais, dada a minha inoperância absurda para essas coisas, a começar
por não ter o WhatsApp, o que praticamente inviabilizou minha presença aqui. É pessoal, para é dá o contexto, né? O para quem quer entrar no prédio, tem que receber no WhatsApp uma o QRcode e o professor falou: "Olha, talvez você não vai acreditar, mas eu não tenho WhatsApp". Então, mas ô aqui vai. Para entrar num prédio, você tem que receber no WhatsApp um QR code onde antes era só entrar. Onde tá o problema de entrar? Será que eu sou tão perigoso assim? E depois o fato de ter o WhatsApp me tornará uma pessoa melhor e
menos menos destrutiva, né? [ __ ] mas tudo bem, tá tudo certo. Vencemos, professor. Vemos. Vencemos. Vencemos. Vai lá, Josu. Acho que, professor, a gente ficou aqui refletindo, se a gente tivesse oportunidade de fazer uma única pergunta. Eh, acho que aqui todos nós consumimos conteúdo, eh, seu na internet, em algum lugar, já conhecemos e eu acho que a gente passa aqui o dia inteiro pensando e falando sobre dinheiro, né? E tem uma máxima que se fala muito que dinheiro não traz felicidade. Então acho que a grande reflexão que a gente queria trazer aqui paraa mesa
pra gente te escutar e saber suas reflexões sobre isso, o que que é essa tal de felicidade e se o dinheiro não traz, o que traz felicidade? Pois é, pergunta complicada mesmo, não é? Ela não é simples, né? Então eu vou até tirar a carteira do bolso para ela não me incomodar. Bom, ah, eu, opa, eu começaria sugerindo, né, que eh se você fizer assim uma pesquisa de senso comum a [Música] respeito do que é a vida boa, vamos evitar a palavra felicidade, pelo menos no começo, né? do que é uma vida boa. É muito
possível que de modos diferentes, né, através de recursos discursivos diferentes, as pessoas se refiram muito recorrentemente a dois elementos. Um primeiro elemento é de natureza econômica, financeira, patrimonial e de conforto material. E a segunda é de capital simbólico, celebridade, reconhecimento, fama, notoriedade, etc. Em outras palavras, para você não me olhar com essa cara incrédula, eh, um cara que é rico e famoso se deu bem na vida. em última instância. É isso. Isso tá por trás, né, do que as pessoas consideram como êxito existencial. E isso então tá por trás também das estratégias e dos esforços,
dos empenhos, dos caminhos escolhidos, etc. para que esses dois elementos sejam alcançados de algum jeito. Bom, então qual é o primeiro trabalho? É você tentar se perguntar se é isso mesmo, não é? Problematizar. E você pode problematizar por dois caminhos. O primeiro deles é se perguntando, toda pessoa com alto capital econômico e alto capital simbólico vive uma vida boa e gosta de viver a vida que vive? Primeira pergunta. Segunda pergunta, nenhuma pessoa que não vive eh, ou seja, que não dispõe do mesmo capital econômico e simbólico, vive bem sem eles? Então, são duas perguntas a
responder e as duas perguntas têm resposta muito fácil. Eh, tá cheio de gente muito, muito, muito rica e muito, muito, muito famosa que não vive uma boa vida. Como é que você sabe disso? Não através de critérios objetivos definidos pela ONU ou por Harvard, mas pelo fato da pessoa ter desistido de viver. e ninguém melhor do que ela para para fazer essa avaliação. Quando você desiste de viver, seja num golpe só, seja de maneira estendida no tempo, é muito indicativo de um desagrado. Você concordará comigo? Tristezas todos nós temos, mas para chegar ao ponto de
desistir, de viver, é preciso uma certeza inequívoca de que tá muito errado. E tá muito errado com muito dinheiro e muito aplauso, né? Então eu não tenho a deselegância de citar nomes, mas imaginemos um ator de Hollywood. Imaginemos um ator conhecido no mundo inteiro. Imaginemos um um ator com um sucesso estrondoso do ponto de vista artístico. Imaginemos um autor, um ator galardonado com prêmios como o Oscar. Tipo, acima não tem nada. Imaginemos um ator que ganhou o que um cara desse nível ganha. E esse autor desiste, esse ator desiste de viver. Pô, isso nos deve
fazer pensar que no mínimo esse senso comum não é universal, ele não é universalizável. Tem gente que preencheu os dois requisitos e não gostou de ter preenchido e não gostou de maneira indiscutível. Bom, agora vamos pelo outro caminho. Vamos procurar gente que é anônima, o que os franceses chamam de monsieur todo mundo, o senhor todo mundo, o senhor qualquer um, vai melhor tradução, o senhor qualquer um e que tem condições econômicas um pouco acima das necessárias para continuar vivo. né? Eh, temos, será exemplos para dar de gente com vida muito exuberante, muito boa, muito contente,
muito alegre, muito generosa, muito coisa nessas condições, certamente teremos. E isso já nos permite refletir sobre a indiscutibilidade desses dois critérios, o da notoriedade e o da patrimonialidade, né? eh capital simbólico e capital econômico. Bem, eh, eu acho que agora indo mais diretamente à tua pergunta, se não são universais, certamente haverá zilhões de casos de gente que avançou economicamente e simbolicamente e que ficou muito contente com isso. Então vamos tentar investigar do lado do dinheiro, que é o que motivou a pergunta, eh, como é que a coisa acontece? E eu começaria com o tio Patinhas,
né? Porque o tio Patinhas é um caso interessante. Eh, é o caso do dinheiro como fim e não como instrumento. Ele desfruta do banho nas moedas, certo? É o dinheiro pelo dinheiro. Eu gosto de do papel moeda. Eu gosto do da cifra na conta. Eu gosto do dinheiro. O dinheiro já é ele mesmo o aportador de alegria para mim enquanto tal. Bom, vamos eh depois poderíamos discutir sobre eh a beleza de uma vida com essas características, aonde o papel moeda é o elemento mais alegrador. Mas vamos agora pegar um caso, digamos, menos eh extremo, que
é o dinheiro como instrumento. E aí, então, claro, a discussão é relação do dinheiro com a vida boa, relação do dinheiro com a felicidade. Sim, na medida em que o dinheiro pode, por intermédio dele, por instrumento dele, por meio dele, trazer coisas que essas sim são alegradoras, essas sim são eh satisfatórias, são eh bacanas na vida. Bom, eh, então aí naturalmente você terá um milhão de coisas que o dinheiro pode e só ele pode permitir a posse e que podem eventualmente ser alegradoras, no nível patrimonial mais estendido. Agora, claro, cabe a pergunta, e isso é
o mais interessante, é o que é que não precisa de dinheiro para ter? E segunda pergunta, isso que não precisa de dinheiro para ter pode ser aportador de uma vida boa? Entendeu? você vai filosofando por hipóteses. Então, a título de exemplo, eh, imaginemos alguém que tenha um enorme contentamento genuíno, verdadeiro, em aprender através da leitura ou aprender através de uma conferência, de uma aula, etc. E naturalmente nos dias de hoje, boa parte do que se pode ler já é alcançável gratuitamente. Não precisa de dinheiro nenhum. No que diz respeito a pessoas que têm o que
dizer, muitas delas já dizem o que tem de melhor a dizer gratuitamente, né? Então, nesse sentido, eh, se nós propuséssemos que para algumas pessoas a vida boa pressupõe a possibilidade de ir atrás, de aprender e conhecer mais e mais e mais e mais, e quem sabe com isso pensar melhor em busca da lucidez e no final de tudo em busca da sabedoria, não é? Essa pessoa nos dias de hoje, de maneira muito concreta, pode conseguir isso sem dinheiro algum ou sem uma riqueza exagerada. O que que então a gente deduz daí? que o dinheiro tá
relacionado com a felicidade muito em função daquilo que é genuinamente o motor de alegria da pessoa em questão. Então, nesse sentido, nós poderíamos sugerir que possa haver campanhas socializatórias no sentido de vincular a felicidade, a tal da felicidade, a aqueles elementos de realidade que só o dinheiro pode aportar, né? Naturalmente, né? E sei lá, vestiário de clube de elite. Professor, o senhor vai a Dubai esse ano? me perguntou o sujeito. Eu falei: "Não, ah, não, não." Falei: "Aliás, um adendo, nem esse ano, como também nunca fui em nenhum outro ano, nunca estive, né?" Ah, não,
não, não, não. E, e não tô dizendo com isso que não, não possa ser interessante. Apenas é na hora de, como a vida é uma e exclui zilhões, o Dubai ficou nos nos zilhões excluído e acabei optando por outras coisas. Eh, coisas que dizem respeito à minha vida, dizem respeito a mim. Portanto, não tô aqui a criticar quem possa ir a Dubai todo ano. Estou aqui apenas a dizer que eh entre os critérios que eu uso para definir a vida boa, a minha vida boa, esse não entrou ainda, digamos. Então, o que que você conclui
que possa haver uma campanha no sentido de vincular a vida boa a aquilo que o dinheiro só e só o dinheiro pode aportar? E, portanto, uma deslegitimação crônica das vidas econômicas, né? Ou seja, das vidas eh gratuitas, das vidas que não custam muito, né? Então, eh, a partir daí já tentaram para mim me vincular a vida feliz a um apartamento em Miami, né? Então, tá aí um outro lugar que eu nunca fui. Então, essa pessoa parece que não tá acertando muito comigo, né? Mas eh de qualquer maneira, você percebe que a sociedade é um espaço
que legitima certos protocolos existenciais no sentido de torná-los obviamente bem vividos, bem-sucedidos, eh felizes. E com isso, por exclusão, a sociedade também é um espaço de deslegitimação de vidas que são consequentemente entendidas por vidas empobrecidas, fracassadas, vidas acanhadas, vidas eh, enfim, de menor valor. Nesse momento que você aprende que a felicidade é um troféu cujas vias de acesso estão em disputa, entende? Se eu sou dono de uma igreja, tentarei vincular a felicidade à elevação espiritual. Se eu sou dono de uma livraria, tentarei vincular a felicidade à elevação espiritual via intelectual. Se eu sou dono de
uma academia, tentarei vincular a felicidade a os gomos abdominais ou a Se eu sou dono de um restaurante, tentarei vincular a felicidade à gastronomia. Se eu sou dono de uma rede de hotéis, tentarei vincular a felicidade ao turismo e se eu sou dono de uma companhia aérea, tentarei vincular a felicidade. Portanto, é claro que a felicidade é um troféu e os meios de conquista desse troféu estão em disputa. Estão em disputa. Eu não sou diferente porque o que eu tenho para vender são essas pataquadas que eu falo. E e claro, eu tento convencer dois ou
três que é do [ __ ] pensar sobre isso e alguns até caem na minha. Entendeu? Alguns até caem na minha, mas é claro, contra mim tem, né, um um um dinossauro, né, contra mim tem zilhões de interesses econômicos com um poder de fogo, de convencimento avaçalador, que dirão filosofia, o [ __ ] É isso aí é coisa de gente que não não não deu para nada. Eh, o negócio é ter é ter grana para ir de primeira classe para Dubai justamente, é onde tem ducha na aeronave, ducha na aeronave que é do [ __
] Aí você pega e fala: "Mas, ô, tudo bem que eu possa ser um ressentido, um professor pobre da USP que tenta legitimar a vida com a falta de dinheiro, que é a minha, mas tem uma coisa que eu tô sendo verdadeiro com você. Eu não gosto de tomar banho e não gosto de andar de avião. Portanto, banho no avião é a reunião do demônio. Não queira me convencer que para ser feliz tem que tomar banho na aeronave. Por quê? Porque tão duas coisas reunidas que eu detesto. Então assim, aí você montou num porco porque
comigo não vai funcionar. Então você percebe que existe uma possibilidade de resistência. a sociedade impõe as suas obviedades, porque o jeito de viver é uma ideologia, aquilo que deve ser, né, uma representação da vida ideal é uma ideologia. E a sociedade ela impõe, como toda dominação ideológica, ela funciona na base da evidência, da indiscutibilidade, do da obviedade e você tem o direito de denunciar a falácia da obviedade. De óbvio, não tem nada, malandro. de óbvio, não tem nada. Eh, e por quê? Porque eu não tô aqui para atacar você tentando pôr uma solução universal de
vida no lugar da sua. Eu eu sou muito mais modesto. Eu só tô falando de mim. E no que me diz respeito, o seu rolocompressor não funciona. Ou seja, se para ser feliz tem que ir para Dubai, tem que ter apartamento em Miami, tem que comprar o carro que não sei quê, tem que andar de helicóptero ou eventualmente de jato ou e tal, porque isso aí, claro, é é muito dinâmico, porque é um saco sem fundo. É o na hora que você e eh espreme, você percebe que a felicidade ela é muito mais confiável na
falta do que na presença, né? Ela é muito mais confiável. Assim, se você tiver o que você não tem, você será feliz. E você não tem como dizer que não. Por quê? Porque como você não tem, a experiência falta. Agora, pro cara que tem, aí é que fica mais fácil dizer: "Malandro, eu fiz tudo que você mandou. Enrijeci o abdômen, rezei, comi camarão, fui para Dubai, comprei o apartamento em Miami, ando de helicóptero, comprei um jatinho, tem uma coisa e continua uma bosta a minha vida, né? Não, aí é que tá. E aí, qual é
o E por que que esse cara eh o outro dirá, o seu caso é patológico, excepcional? Com todo mundo tá funcionando bem, o problema é só você. Então veja, para você se posicionar como problematizador, você tem que ter a coragem de um enfrentamento aonde a chance de você se dar mal é muito grande. Quando todo mundo acha que uma coisa é obviamente verdadeira e você levanta a mão e diz, ainda mais você que é um [ __ ] pé de chinelo, etc, tal, e diz, para mim não funciona, precisa os ou tá com parafuso solto
ou ter muito culhão. Então, nesse sentido, é, nós poderíamos dizer que o dinheiro ele aportará itens de felicidade entendidos como tal pelo senso comum. O dinheiro é responsável por trazer muitas coisas que de fato podem ser alegradoras, mas a pretensão de assegurar a felicidade a qualquer um do seu portador é uma pretensão já desmentida por muitos ricos tristes. Então aqui o modo como eu tenho para responder a sua pergunta é sempre um modo que a filosofia cai muito bem, que é sim e não. Claro que eh o dinheiro pode me permitir uma visita ao Luvre,
aonde eu me alegrarei na contemplação de obras que durante muito tempo foram apenas foto de livro para mim. Eh, o dinheiro poderá me permitir uma visita ao Egito, por exemplo, e a conhecer coisas da história que também foram aprendidas só através de fotos de livro. o direito ou direito, o dinheiro poderá me permitir [Música] eh a frequência a um curso sobre a literatura de essa de Queiroz dada na Universidade do Porto pelo maior especialista eh em essa de Queroz, presencialmente, tirando dúvidas, etc. e tal. E veja que nesse caso, eh, nós estamos falando de alguém
que aposta, que vincula a felicidade a pensar cada vez melhor, a saber cada vez mais, a uma busca de uma certa sabedoria. E o dinheiro pode colaborar com isso, não cabe a menor dúvida. Não que os mesmos resultados não possam ser obtidos por outras vias mais baratas, quem sabe mais indiretas, quem sabe mais demoradas, etc. Agora, o dinheiro costuma ser aportador da tal da felicidade para aqueles que vinculam a felicidade a certo tipo de conforto, que é o conforto da vez, né? Você não pode imaginar Pedro Álvares Cabral chegando no Brasil e gritando por um
iPhone novo que o dele caiu no mar, na caravela. Eh, Pedro Álvares Cabral não vinculava a sua felicidade a ter o WhatsApp, por exemplo, né? Nem ele, nem eu. Ele é mais justificável, porque, como é óbvio, nada disso havia no seu tempo. E no meu caso, enfim, apenas uma questão de soberania existencial. Se eu pudesse dizer, né, se alguém dissesse morreu o professor Cloves, né, qual é a sua ideia fundamental, né? Como é que você resumiria o que ele quis dizer numa atacada só? Eh, não abra a mão tão fácil da sua soberania existencial. Não
abra a mão tão fácil eh de definir você mesmo aquilo que vale para você. Eh, você não tem que estar de joelhos submetido a um jeito de pensar que que é, digamos, aplaudido pelo maior número. Se o maior número tivesse razão, nossas sociedades não seriam assim em grande medida, fracassadas como elas são. Não há por ser um mero imitador da vida do outro. Não há por ser um mero seguidor de um protocolo genérico. Não há por acreditar que alguém que mora em Massachusetts possa ter soluções existenciais para você, que você que vive com você há
décadas não se tocou ainda, porque é disso que se trata, né? Antigamente o pessoal relacionava autoajuda com livros, mas os livros, coitadinhos, numa sociedade como a nossa, você dizer: "Ah, manipulação pelos livros, ninguém ler nesse lugar, não seja bobo." A autoajuda é no YouTube que você encontra, já, né? Abre aí. E eh outro dia eu vi sete erros a não cometer cozinhando o quiabo. V consegue errar em sete coisas só cozinhando quiabo. Você imagina se você for ler cante quantos erros você poderá cometer. Então, é claro, você não precisa se submeter e com mais óbvio
por o valor imposto pelo senso comum, maior o seu direito de levantar a mão e dizer: "Eu não sei se eu concordo. Eu não sei se eu concordo". E você pode manifestar a tua resistência de muitos modos, até mesmo correndo o risco de não entrar no prédio aqui, porque não dispunha técnica necessária para, né? É mais porque a sociedade ela não brinca em serviço, ela tipo ganha sempre, entendeu? A sociedade ganha sempre. Se a sociedade não ganhar sempre, vira uma zona. Então quer dizer, ah, é, não vai ter o WhatsApp. Então, o seguinte, deixa eu
te explicar. Se você não tiver o WhatsApp, você não terá isso. Não, não entra no hospital, não entra no coiso, não terá serviço de saúde, não entra no goov. Não terá o benefício tal, não. E aí vai continuar macho ou vai arriar as causas? E aí você, meio sem perceber, vai entrando na combi onde todo mundo tá e vai vivendo como todo mundo vive. Agora, ainda assim existirá sempre a possibilidade de você levar para casa na manga o protocolo da vez e dizer, viu? Para não ser chato, eu vou pensar em casa, amanhã eu volto
e te digo se eu vou mudar de ideia ou se eu vou continuar pensando do jeito que eu penso. Porque como eu sou uma pessoa tolerante, eh, não é assim, eu posso estar completamente equivocado, mas enquanto eu achar que eu tô certo, pode acreditar, eu viverei de acordo com o meu entendimento. E o que é bacana dessa história é que você tem a leveza de espírito suficiente para não querer que ninguém, viu? Vai na tua agora. Me deixa, me deixa. Não é fácil, não é simples, porque a cada segundo você encontrará pontos de conflito, pontos
de desentendimento. Às vezes é muito mais fácil deixar a correnteza levar. Mas aí eu te pergunto, que vida você tá vivendo? A tua ou a que decidiram em seu nome, né? E eu ainda acho que se é para viver mal, já que a vida terá dificuldades de qualquer jeito, é melhor vivê-la com com o teu estilo, com a tua marca, com a tua autenticidade, com o teu jeito de pensar. Eu sempre digo que quantas e quantas vezes eu vi o aluno colando na prova e colando do cara que errou. Pô, é muito triste você colar
do cara que errou, porque além de errar, você ainda comete um ato moralmente reprovável que te diminui. Quando você cola, é como se você tivesse assinando embaixo um assim um atestado de répti de, né, de uma figura, porque aquilo é uma avaliação para ver o quanto você aprendeu. Se você fralda a avaliação que tá a teu serviço, é claro que você não entendeu nada, né? Mas o cara copia errado. Então eu sempre dizia isso, pô, se é para errar, erra experimentando, erra tentando, erra jogando o jogo do teu jeito. E é o que eu acho
pra vida também. Haverá fracassos, haverá dificuldades, haverá luto, haverá devastação, haverá tristeza, haverá decepção, haverá, haverá, mas haverá anyway. Haverá de qualquer jeito. Então, já que é assim, pois que seja do meu jeito. Ah, vão te chamar de esquisito. Pois é, é um ônus, né? É um problema. Mas ainda assim, se você não for tão suscetível ao que o outro pensa de você, você terá mais casca para bancar a tua própria existência. Na hora que você começa a calcular a vida para agradar e obter o aplauso de quem tá observando, você se tornou escravo. Hum.
Porque a tua vida tá condicionada por variáveis que você não controla. Você presume que o outro espere isso de espera isso de você. Que que você faz? Você oferece isso a ele e com isso você viveu de acordo com essa presunção. Então, primeiro que você pode estar equivocado e segundo se você tiver certo, você tá vivendo de acordo com uma expectativa que não é a sua. Em algum momento da vida, é preciso assumir as rédeas, bancar a própria autonomia. desde que você, claro, não atue de maneira a atrapalhar os outros, prejudicar os outros, seja respeitado
o direito e a ética, o resto faça segundo a o teu discernimento, né? E e é por isso que, hum, assim, acreditando muito nisso que eu tô dizendo, foi possível apostar numa vida onde nem tudo que tinha valor exigia riqueza para alcançar. E, portanto, a definição de um propósito de vida onde o dinheiro interfere periféricamente, marginalmente, né? Eu fico imaginando que num podcast com essas características, com canecas do market makers e domicílio na Faria Lima. Talvez a resposta não fosse na medula do que se poderia esperar, mas ainda assim, se me chamaram, eu tenho a
impressão que é porque já poderiam supor que você tá diante de alguém que que ao pensar sobre a vida identificou o seu maior propósito. Qual é o meu maior propósito? É agir de modo a contribuir com a lucidez dos meus concidadãos, intercedendo na educação dos jovens, por exemplo, contribuindo com a sua lucidez nos limites estreitos da minha competência. Bom, então se é esse o meu propósito e e naturalmente você perguntará propósito esquisito de vida esse? Bom, naturalmente para o seu olhar é possível que seja, mas como eu não não peço para você viver a minha
vida, fique na sua sem nenhum problema, mas me deêu o direito de ter esse propósito. Mas por que o seu propósito é esse? Porque isso para mim é o mais importante. Aí talvez você me pergunte, mas como o seu propósito, que é o que há de mais importante na sua vida, não tem a ver com nenhum benefício próprio. Né? Vou contribuir com a lucidez dos meus concidadãos. vou agir para que o outro possa não sei que e tal. E aí eu te respondo, é porque o propósito pode não ter a ver com eh os próprios
acúmulos. Isso é uma possibilidade entre outras que eu respeito. Você pode ter como propósito ficar rico e você contará com a minha amizade eterna. Não vejo problema nenhum nisso. A única coisa que eu não tolero é que você considere isso uma espécie de propósito universal irretorquível e que deva se impor a qualquer um. A única coisa que eu gostaria é que você permitisse, por exemplo, que o seu filho não tivesse o mesmo propósito. Tava dando uma palestra, vocês falaram que era para eu tenho minha pergunta aqui, mas vai falando. Bom, vamos lá. Era uma palestra
do agronegócio e terminou a palestra, falei tudo que eu tinha para falar e aí então veio o meu anfitrião. Falou: "Eu sou fulano de tal, rapaz, eu estudei agronomia e pá, eu criei uma empresa de sementes e não sei que pá e eu prosperei. Hoje eu sou terceiro maior, não sei o que disso. Eu tenho bilhões de lucro anual, eu exporto pro mundo inteiro, eu feita essa apresentação, ele disse: "O meu filho tá em idade de vestibular e quer estudar história". Aí eu disse para ele, viu? Não, né? Eu não, eu não paguei escola cara
para você depois ir estudar história. Falei: "É mesmo?" Eu olhei assim, o que que você tem contra a história? Não, não é isso. É que quem vai estudar a história vai ser professor de um jeito assim um pouco delicado na sua, porque né? É, eu falei: "Bom, mas então o que que você tem contra ser, professor?" Aí ele disse: "Professor, não é uma questão de ter contra professor, mas a gente sabe o quanto o professor vale na nossa sociedade?" Eu falei: "É mesmo? É, eh, vale quanto?" Pô, mas só vai ser professor quem não conseguiu
nada melhor. Eu fico feliz que as pessoas digam o que elas pensam, até porque é o que eu faço também, né? E fico feliz porque pelo menos não tem aquela hipocrisia de que o professor é a coisa mais importante do mundo. Se é verdade que a sociedade não dá dinheiro nenhum para ele, mas não importa, ele é muito importante. É verdade que a sociedade bate nele, mas e bate nele e não é assim uma vez por ano. É tipo 10 casos de violência física contra professor por semana, segundo a Secretaria de Educação do Estado de
São Paulo, né? Tipo, é recorrente. Sociedade bate, agride, diminui, desprestigia, não paga, né? Antigamente o professor era pobre, mas respeitado. Hoje ele é pobre, mas ele é aviultado e agredido. Então, claro, o sujeito disse meio que é o que todo mundo pensa mesmo, né? Então, eu comecei perguntando a ele se ele tinha escolhido ser estudar agronomia. Ele falou: "Sim, eu escolhi". Mas por que o seu filho não tem o mesmo direito de escolha? Ah, porque eu comecei do zero. Mas que culpa tem o seu filho eh de ter nascido alionde nasceu? Por que que ele
tem que ser continuador de uma vida que no final das contas não é a dele? Ele não bancou. Por que que ele não pode começar do zero como você começou? A conversa foi indo, foi indo, foi indo de maneira muito cordial, hein? E aí eu dei a estocada final porque falei: "Você já supôs a hipótese do seu filho não precisar de tantas piscinas ou quadras de tênis em casa para viver a vida boa dele e que talvez se bobear mais uns quatro ou cinco livros ele curtiria mais?" Você já parou para pensar que aquilo que
você considera relevante não tem valor universal? Porque as pessoas simplesmente são diferentes umas das outras? Você, né? E e fui dizendo isso. Você já parou a pensar que se bobear, se ele for professor de história de uma universidade pública, ele possa ter um salário compatível com o tipo de vida que vai deixá-lo feliz, além de ser feliz? no seu ofício, ao invés de simplesmente trabalhar para ganhar dinheiro depois. E terminei dizendo: "Quanto a questão de prestígio social também não é universal? Eu conheço um professor de história que é muito meu amigo, chama Leandro Carnal. Ah,
eu conheço tal. Já o senhor como chama mesmo ali? Ele ele sentiu que eu realmente dei-lhe um joanete, sabe assim, né? Sim. Porque eu ataquei na base de valores dele. Não é que eu contrapus a mina na dele. O cara gosta de aprender, o cara gosta de estudar, o cara é feliz estudando, deixa ele quieto. Não. Eu disse, o professor de história é muito mais conhecido, reconhecido e aplaudido do que [Música] você. Eu acho que esse cara acabou deixando o filho estudar história, porque ele saiu um pouco desagradado, mas ele saiu porque não é burro.
É claro que não é burro. É claro que de burro não tem uma célula e entendeu os meus argumentos. Eu acho que esse filho desse agrônomo, empresário, eh, me deve essa. Bom, se se ele tiver assistindo, comenta aí. Aí fica aí porque ele me deve essa. Porque se você gosta de história, trabalhar exportando semente deve ser realmente tenebroso. Condenar alguém a isso é de uma crueldade. A dizer: "Ah, o senhor é contra o agro?" Nunca. Eu sou [Aplausos] supervoro, entendeu? Como é? Óbvio, isso não é alegrador de todo mundo, como a filosofia não é, a
história não é e nem o whisky que é, né? Tem gente que odeia, como é o meu caso, eu me sinto mal com o álcool, que eu fazer aí me sinto mal, né, pô, professor, uma cervejinha gelada, viu? Não gosto do gosto, né? E e nossa, uma mera cervejinha gelada você recusa, você gera um mal-estar. desag, né? Aquela coisa fala: "Porra, o cara além de tudo também não gosta de violância, né? Você é mesmo cara chato." Quer dizer, não há aquele fair play, aquela tolerância de dizer, "Pô, do mesmo jeito que eu gosto, o cara
não gosta, o cara gosta de iogurte". Isso me faz lembrar de uma história maravilhosa. Eu tenho um grande amigo na academia, Juremir Machado da Silva, um homem que comandou a pós-graduação da PUC do Rio Grande do [Música] Sul décadas, né, cara genial no que faz. E durante muito tempo ele comandou Fronteiras do Pensamento, uma grande iniciativa de cultura no Brasil. E nós fomos os dois participar de uma de um evento da CAPS francesa que chama CNRS, Centro Nacional de la Recherche Científica, onde nós apresentamos um trabalho e fomos lá apresentar o trabalho. Negócio legal de
fazer. Fomos eu, o Juremir e o Renato Janini, que depois foi ministro da educação e bom. Aí terminou o negócio, o Juremir falou: "Cara, posso te propor um convite daqueles que pode ser entendido por um lado como uma [ __ ] oportunidade, por outro lado, como um programa de índio espetacular." Falei, propõe, né? Aí eu vejo se é uma [ __ ] oportunidade ou ou não, né? falou: "É o seguinte, o Fronteiras quer trazer o Humberto Eco e eu vou até Milão só para convidar o Humberto Eco que ele tá meio relutante. Aí eu vou
sozinho, chato, tal, você não quer ir comigo para me fazer companhia?" né? Então ele falou: "Me fazer companhia é a parte do programa ruim e conhecer o Humberto Eco é a parte fascinante da proposta. Não quer?" Eu falo: "Nossa, vamos embora". Aí não sei por que não dava para ir de avião, Paris, Milão, não sei o que aconteceu. Tivemos que ir de trem, o que tornou a parte procedimental da coisa difícil e, né? Vamos de trem longe para [ __ ] Chegamos lá em Milão, chegamos cedo na casa do cara, sujeito abre a porta e
realmente é uma coisa muito impactante, né? Humberto Eco é um dos maiores nomes do século XX, cara, né? Esse cara é o cara que escreveu o nome da Rosa, [ __ ] Humberto Eco, Nobel de literatura. Humberto Eco. E o cara abre a porta da casa dele e eu lá com dedo na campainha. Nossa, entrão aquele jeito, brasilian e tal, tentamos. E ele começou dizendo assim: "Se vocês vieram me convidar para ir pro Brasil, né? Então eu já vou dizer desde já que não vou por dinheiro nenhum". Ponto. Agora, se foi só isso, nossa conversa
acabou. Ora, se quiserem continuar conversando, teria muito gosto em continuar conversando com vocês, né? aquela [ __ ] ducha de água fria. Eu falei, desculpa a curiosidade, por que não? Aí ele contou um episódio muito, muito, muito desagradável vivido no Rio de Janeiro. A mulher ficou doente e um, ele disse na recepção do hotel que o médico ia chegar e que só o médico devia subir. O jornalista ouviu, se fez passar pelo médico para poder um negócio escabroso. Ele ficou possesso, a mulher passou muito mal no Brasil e tal. E ele, bom, a gente entendeu
e sobre o assunto não falou mais nada. E olha que o Juremir tinha ali bala, no meu caso, para resolver três gerações, mas como ele disse que era por dinheiro nenhum, a gente respeitou, até porque quem escreveu o nome da Rosa não tá propriamente passando fome, né? Aí ele pegou e falou: "Posso servir alguma coisa? Vocês almoçam comigo?" A gente falou: "Pô, legal". Por que não, né? Posso servir alguma coisa antes? Eu não tinha nem jantado, nem tomado café da manhã. E na cabeça dele, claro, era um aperitivo. Eu falei: "Eh, o senhor tá me
oferecendo alguma coisa? Eu posso?" Claro, peço o que quiser. Falei: "Ah, eu queria um iogurte batido com leite". Aí ele olhou, ele levou um certo tempo e depois ele começou a rir. E eu me atrevo a dizer porque ele morreu menos de um ano depois. Foi a melhor gargalhada do fim da vida. Mas ele ria com gosto. Ele chamou as pessoas. Ele me pediu iogurte. Iogurte. Ele quer. Ah, ele disse batido com leite, quer fruta. Se tiver uma banana ou duas. Ele quer iogurte batido com leite e banana. E ele ria, ria, ria. E aí?
E ele ria e dizia: "Olha, não leve a mão, é que você, a sua proposta me surpreendeu tanto que eu só posso me encantar com ela e por isso que eu tô rindo aqui e tal, muito bacana e tal." Arrumou o iogurte para mim, eu tava com uma fome do [ __ ] Imagina se sem jantar e sem tomar café da manhã, se eu meto um vinho do Porto, eu desmaio, não bebo nunca. Aí tomei aquele iogurte, nossa, aquilo espetacular, né? Ele dizia: "Quer mais iogurte?" Eu falei: "Ó, não ofereça que eu depois nem almoço".
Não, mas vai acompanha o almoço com iogurte também. Eu falei: "Não, não, não ofereça duas vezes e tal". Eu sei que a gente ficou ali das 10 da manhã a umas 4 da tarde e aí ele falou: "Eu não quero mandá-los embora, mas eu tenho a inauguração de uma pequena livraria de um amigo meu e para deixar claro que eu realmente não quero mandá-los embora, gostaria que viessem comigo. É tão perto que nós vamos a pé". E aí então foi incrível por Milão, ele na frente, o indivíduo corpulento, andando rápido e eu e o Juremir
atrás, indo atrás da Aí tinha, era uma pequena livraria mesmo e tava abarrotada de gente porque Humberto Eco ia falar. Humberto Eco toma a palavra e diz: "Eu vim acompanhado de dois amigos brasileiros do Amite Brasiliar. Aí ele falou: "E um deles é muito especial". Aí todo mundo olhou Humberto Eco dizendo, imagine você foi chegando na hora do almoço e eu ofereci se queria um bebê, alguma coisa. E o que foi que ele me pediu? O que foi? Ele parou iogurte batido com leite. Aí qu aquilo quase veio abaixo da p e ele eu percebi
o encantamento dele com aquilo. E a fala dele foi sobre a possibilidade da resistência às convenções sociais. Um pouco do que eu falei até aqui. De repente vem alguém do nada, tipo, né? do Brasil fazer um convite fracassado por antecipação, um cara que, né, nunca vi mais magro, nem mais gordo, sei lá quem é esse [ __ ] junto de um outro e o cara me dá uma chave de braço dessa que é me surpreender naquilo que porque eu percebi que o Kil curtiu foi a riqueza da diversidade, a riqueza da surpresa, a riqueza do
inusitado, a riqueza de alguém que não se incomodou em momento algum em sugerir uma coisa que é uma heresia assim a mais radical no lugar de um aperitivo, um iogurte batido com leite na cabeça dele era assim o que há de mais esdrúchulo possível. E ele então celebrou aquilo e e fez daquilo o objeto da sua fala que durou lá uns 15, 20 minutos. Aí de lá nós nos despedimos. Infelizmente, logo depois ele veio a falecer e eu guardo na minha memória vívida esse encontro inesquecível com esse gigante da história da literatura, esse monstro do
pensamento que foi Humberto Eco. Que maravilhoso. Mate, eu sei que você tem uma pergunta muito mais interessante que a minha e como o professor tem horário, vou pedir para você fazer a sua. Aí se der tempo eu faço a minha. Sim, porque a minha até tá dentro do livro dele. Se ele não falar pelo menos já fica a dica para ler o livro do professor Claud. Professor, primeiro, espetacular toda essa história que você contou. Eh, a gente lida aqui no nosso podcast com pessoas. A gente tá falando aqui as perguntas do Josué sobre dinheiro. No
final são as pessoas que querem dinheiro ou que não querem dinheiro, que são que tem inveja, que tem ciúmes. E parte relevante de uma empresa, quando a gente vai comprar uma empresa, são as pessoas que fazem dela. E quando eu tava um dia conversando com um investidor que a gente admira muito, ele falou assim: "Você quer fazer um bom investimento? O mais importante não é saber os números, é conhecer as pessoas". Ele me passou uma lista de livros para ler que incluía Ilíseia, Aristóteles e Platão. Então, por que que ao ler esses livros a gente
aprende sobre pessoas? Nossa, a tua pergunta é quase tão quase tão gigante quanto o meu iogurte no Humberto Eco, né? Eh, primeiro eu queria dizer que o meu último livro foi Cloves Explica a Ilída e a Odisseia. Eh, então se é de pra fazer divulgação, tá feita, até porque eu tenho uma simpatia tão grande pelo meu editor que é um empreendedor, que é um homem que é um homem que tá na tangência da cultura e do empreendimento e faz da sua editora a que mais cresce no país hoje, 100% nacional. canal e é um cara
que vai com os livros na mochila e vai de peito aberto. Você tem que me ouvir. Uma admiração infinita por alguém que leva os livros hum no braço, né? Eu me refiro ao editor Marcial, dono, sócio, fundador da Citadel, eh, editora. Por que razão então o pensamento clássico ajuda a entender as pessoas, né? Olha, quando se fala sobre Sócrates, e eu digo isso desse jeito, porque Sócrates, ele mesmo não deixou registro, não escreveu nada e não tinha vídeo nem áudio, não sabemos exatamente, mas outros disseram que ele disse E a gente acredita entre eles Platão.
E Sócrates falava de um tal de Diamond. Diamond de fato deu origem à palavra demônio. Lembrando que o cristianismo vem quatro séculos depois e, portanto, esse diamond nada tem a ver com chifrudos, nem com labaridas. Esse diamond é o que nós poderíamos entender como o que há de mais essencial em cada um de nós. É o eu mais profundo, é o eu mais raiz, é o eu mais genuíno, é o eu mais essencial, é o diamond. E bom, e qual é a ideia? A ideia é de que para que a vida possa ser boa, é
preciso que essa vida seja vivida em harmonia com o próprio diamond, com a própria essência. Ora, como que eu faço esse alinhamento? O primeiro passo é saber qual é o diamond. Hã, por isso a filosofia começa lá no templo de Apolo em Delfos com conhece-te a ti mesmo. Isso vai dizer: "E a filosofia termina quando?" Não terminou ainda, mas no ano passado Harvard lançou campanha que envolvia toda a universidade sobre o autoconhecimento. Pô, conhece-te a ti mesmo. Autoconhecimento deve ter alguma importância, porque de Sócrates a Harvard, né, a gente tem aí eh 25 séculos. Acho
que deve ter alguma relevância a isso, né? Então, quando Sócrates foi condenado, ele mesmo se defendeu e foi condenado a si mesmo. E aqueles que o condenaram devem ter se dado conta que exageraram na mão. Então, né, Sócrates tinha, sei lá, 3, 4 milhões de seguidores no Insta, ia pegar mal, né? Então vieram e disseram para um discípulo, viu? Diz lá pro cara que se ele prometer que vai parar de encher o saco com essa filosofia dele, a gente deixa a porta aberta de noite, ele sai e fica o dito pelo não dito. A gente
dá um jeito de maquiar a coisa, a galera esquece e ele continua. Então, o cara, mestre, mestre, vão abrir a porta. E por que razão tomaram essa decisão? Ah, é só você parar de filosofar, né? E Sócrates transform. Veja bem, se o meu diamond interior é a minha essência, o meu eu profundo, é esse, como é que você me propõe agora aos 80 anos que eu passe a viver em desharmonia com quem eu sou? Quer dizer que para continuar vivo, eu tenho que viver uma vida que não é a minha. Muito obrigado. Eu continuarei aqui,
até porque em respeito às leis de Atenas, eu não tenho por fugir. Ora, isso nos remete a uma sugestão. Hum. Não abra a mão de viver a vida segundo o seu diamond. Ah, mas por que alguém não viveria segundo o seu diamond? Não é uma boa pergunta, porque o seu diamond também se traduz em talentos, habilidades. Então, e é claro que é dentro do teu diamond que você vai encontrar aquilo que você executa de melhor. E eu vejo duas respostas. A primeira delas é ignorância de si mesmo. Quer dizer, não sei qual é. Quantas e
quantas pessoas me procuram dizendo: "Professor, como é que eu descubro qual é a minha praia? até gente madura. E o único caminho é autoanálise, né? É você viver as experiências, não só por viver, mas submetendo-as à investigação, à análise. [ __ ] isso aqui foi do [ __ ] Isso aqui foi uma bosta. É sinal que o meu diamond tá mais para cá do que para lá. Mas existe uma segunda razão, é você saber qual é a tua praia. E ainda assim, e por quê? Porque a sociedade não distribui as coisas com equidade, não é?
Isso significa que você tem a maneira como a sociedade trata o professor, tipo diamond de explicador, não é? e a maneira como a sociedade trata alguém do mercado financeiro, que é uma maneira de cutucar vocês também. Z, vocês trabalham no filé minhão, o professor trabalha, né, na subcostela e e é assim que é. Então, por que que o cara vai abrir mão tão fácil? [ __ ] o cara chega e fala: "Viu, eu quero ser professor". Professor, o [ __ ] professor, nem [ __ ] Vai fazer outra coisa? Isso não enche a barriga de
ninguém. Não, eu quero ser flautista de jeito nenhum. Ah, eu quero ser atriz. Não, senhora. Ah, eu quero, eu quero estudar história. Não, de jeito nenhum e tal. Quer dizer, mesmo as pessoas que te amam vão querer alocar você nas vidas cujo valor é definido é o de fora, não pelo Diamond, mas pelo market makers, né? É o é o mercado que define o quanto vale cada ofício. Então eu [ __ ] cara, eu tive gente muito talentosa. Eu estudei no colégio São Luís, que era na Paulista ali com a Doc Lobo, Mela Cintra, agora
não é mais, agora é lá no perto do Detran lá. E eu tive colegas talentosíssimos, olha, gente que desenhava maravilhosamente, que cantava maravilhosamente. Eu tive poeta, poeta, cara. escrevi um poema por por intervalo, poeta e nenhum deles abraçou o seu diamond na hora de viver. Nenhum deles. E se você perguntar por todos darão a mesma resposta. É que naquela época me disseram que isso não enchia a barriga de ninguém. E era verdade. Quando você diz para ganhar a vida tocando flauta, tem que ser flautista bom para [ __ ] porque senão vai morrer de fome.
Não é mentira, é verdade. Agora, o que estamos tentando mostrar é que se tem alguma chance da vida ser legal, é quando você abraça na hora de viver a essência de quem você é. Tem uma frase da filosofia que é absolutamente maravilhosa e a frase é: "Torna-te quem tu és. Aparentemente é uma frase esquisita, porque se tu já és, como assim torna-te? O normal seria você se tornar quem não é ainda. Se já é como torna-te. Então a explicação é, de fato, eu já sou enquanto diamond, enquanto possibilidade, enquanto essência e agora na hora de
viver eu poderei atualizar essa essência ou não. Eu poderei me tornar como vivente aquilo que o meu diamond indica ou não. Torna-te quem tu és. Ser já é. Agora é uma questão de viver de acordo com o que é. Percebeu por que que no final das contas esse pensamento antigo nos ajuda demais a refletir sobre as pessoas? Quando na Odisseia Ulisses leva 10 anos para voltar para casa e essa é a odisseia, porque Ulisses é odisseu, né? Ele se depara com situações altamente favoráveis. Parece de uma atualidade absurda. Ele cai na ilha de uma deusa
chamada Calipso. Ilha grega, Marde, rissorte, lagosta, churrasco, lagosta, Paquita. São ninfas, né? Paquita, as coisas. E a a a deusa deusa Calipso espetacular assim, Isis Valverde com Paulo Oliveira e louca por ele, louca por sexo, louca não sei o quê, dando o que ele quisesse e tal e pá e pá. Ulíes do [ __ ] um herói com as ninfas e velho, por que que esse cara saiu daí? Por quê? Porque o lugar dele, o dion dele era governar Ittaca e não comer calipso. É o que é. E você, não sei se me me entende,
dizer, o cara chorava todo dia e não que ele não gostasse do negócio, não, ele tinha a mulher dele lá, ele tinha. Não é isso não. Aparentemente ele devia resolver bem o problema, porque Calipso prendeu ele por 7 anos. 7 anos. O que que simboliza a ilha de Calipso, né? Senão Cancum e coisa, né? Cancum, sei lá, pousada em búzios e todos os paraísos que a gente conhece aí. E de repente você vira e fala: "Porra, professor, por que que o senhor não se aposenta, eh, eh, né, e vai, né, tirar umas férias e passar
um um tempo em Cancuns lá, porque não quero." Qual é o problema de Cancum? Nenhum problema de Cancum. O Cancum deve ser um espetáculo. O problema é que o meu propósito tá alinhado ao meu diamond, que é educar. Então, eu quero educar. Não, mas isso o senhor já fez, agora o senhor vai aposentar. Então, querido, aposentar vem de aposento, né? Aposentado é aquele que foi atrancafiado no seu aposento. Não quero, eu quero continuar aí e quero viver como sempre vivi e como foi fazendo aquilo que faz sentido paraa minha vida, que é educar, que é
explicar. Até quando? Até morrer. Não, mas eh é bacana a gente trabalhar até um certo ponto. Depois a gente vai gozar a vida. Você tá sugerindo então que o meu trabalho e gozar a vida são coisas diferentes? Pois acredite, não funciona para mim. Eu já estou gozando a vida desde que decidi ser professor. E o que é pior? Gozando a vida naquilo que a vida para mim tem de melhor e pode ter de melhor, porque essa é a minha vida. Porque eu abriria a mão da minha vida para viver a vida de outro, que é
aquele que acha que está em Cancum é o máximo? Entenda isso. Não se trata de rebaixar as alternativas, mas de saber qual é a sua especificidade e respeitar perfeitamente outras escolhas. Nenhum problema, desde que me deixem aonde eu estou. Curtiu muito. Ah, que bom. Excelente. Professor. Eu vou eu vou inverter as perguntas porque como a gente tem o tempo reduzido. Isso aí, eu ia perguntar um pouco sobre o estoicismo, que você até fala aqui no livro, mas eu vou fazer o contrário. A gente sempre faz um pingpong aqui no final. Sim, eu vou fazer o
ping-pong com você e se der tempo, a gente entra nessa outra pergunta, porque o ping-pong geralmente a gente ensaia com deixa só falar uma coisinha do estoicismo, você não ficar sem nada. Ah, então por favor. O historicismo tem o lance do ser históico que é aguentar o tranco sem reclamar muito. E eu entendo que o mundo do capital curta isso. Quer dizer, né, para de reclamar e tal, afinal de contas, é claro que o, enfim, o conselho de administração e o dono do capital, ele precisa aumentar o seu coiso e tal e, enfim, e um
pouco você precisa aguentar o tranco e não tá fácil para ninguém. Então, bora lá, sangue no olho e tal. Eu entendo que tem a ver, mas é preciso lembrar que o mesmo pensador histórico, tipo CECA, Epicteto e Marco Aurélio, que eh fala disso também diz que o passado e o futuro são os dois piores males da vida e que a vida tem que ser vivida na imediatidade do presente. Ora, pense bem, o que é a meta senão o futuro? O que é o resultado senão o futuro? A meta não é o presente. A meta não
está aqui. Meta é alcançar. Portanto, se o estoicismo tem uma parte que tem a ver, também tem uma parte que não tem nada a ver. E se você lê as primeiras páginas das meditações de Marco Aurélio, verá que ele é bem pouco simpático à diversidade. Tem coisas do tipo, a melhor coisa que me fizeram foi me darem os professores dentro de casa para eu não precisar ir para uma escola pública e ter que conviver com as outras crianças. Tá escrito lá. Ô, por mais que pensem assim, fica chato. Vai soltar uma dessa como CEO no
negócio aí. e vê o que o compliance tem a dizer, entendeu? Lei lá, [ __ ] [ __ ] Lei lá. Não sou eu. Compra as meditações de Mar. Lê a primeira página. Não é a página 384, é a primeira página. Me deram professores em casa, eu não precisei me misturar com os outros. Não pega bem, não. É, não é tudo que combina. Dá uma lida lá. Vai, ping pong. Vamos lá, professora. A gente geralmente ensaia com o convidado. A gente não ensaiu com você até para pegar um pouco do seu momento. A gente sempre
pergunta livro, convidado e uma música. Eh, para recomendar pros nossos nossos ouvintes, nossos espectadores. Primeiro, um livro. A gente sempre pede livro de mercado, mas como você não é do mercado financeiro, você pode recomendar qualquer livro para os nossos ouvintes, um livro ligado ao seu assunto, enfim, pode ser um livro seu. Ah, eu eu eh tenho tanta coisa, né? Mas eu queria hoje eh destacar a leitura eh de um livro do meu amigo Cortela A sorte segue a coragem, que é um livro de grande inspiração. Música. Só antes da música, a gente tem uma pergunta
um pouco mais complicada. Um livro para não ler. Você tem alguma recomendação de livro para não ler? Não lê. Ah, qualquer livro meu anterior aos últimos aí, evite. Muito chato. Muito chato. Aqueles da academia. Eu fiz, eu escrevi um livro de um livro chamado Ética na comunicação. Foi o meu primeiro livro. Eu tinha um orgulho dele incrível. Outro dia eu peguei para ler, eu falei: "Caramba, que pé no saco isso aqui". Mas enfim, uma uma música. E por que essa música? Ah, eu queria, sabe aquela música, é, é uma tradução do Gilberto Gil, Woman No
Cry. Primeiro, porque para mim o Gilberto Gil é o é o mais importante músico popular brasileiro de todos os tempos. É a minha o meu entendimento. E segundo porque foi uma fase particularmente feliz da minha vida na intensidade da da companhia do meu pai. Ele gostava muito dessa música e eu acabava gostando também, a gente ouvia muito. Então é um uma música que me traz lembranças muito boas. O o Gilberto Gil me segue no inst. Eu ia falar isso. Eu descobri que te segue, né? Mas eu descobri semana passada. É, então você po, eu fiquei
emocionado, eu fiquei emocionado. É uma honra para mim tão escalofriante, porque é uma inversão de papéis tão absurda, é uma coisa, eu sou o fã, com que direito ele me segue? Sou eu que tenho que seguir, né? Gilberto Gil é um monstro. Gilberto Gil é um Gilberto Gil é tem fogem as palavras. Eh, uma pessoa que você gostaria de ouvir aqui dando uma entrevista pra gente? Júlio César Pompeu. Júlio César Pompeu. Excelente. Agora tem uma pergunta. Isso vai aborrecer vocês estão aind acadêmico [ __ ] É cara formado naquela tradição universitária carioca de erge, filosofia,
direito na PUC do Rio e depois carreira acadêmica em federais e tal. cara que sabe do que fala, pode trazer e sabe do que fala, mas tem discernimento para dizer o que é de interesse dali, entendeu? Não é um cara vai chegar aqui, meter 30 frases incompreensíveis e ir embora. Porque isso aí eu já citaria 500 no lugar dele, mas ele não dirá coisas imediatamente compreensíveis e na contramão. Tenho mais uma aqui. Se alguém quiser encaixar uma no ping-pong aí pro professor, a maior gentileza que já te fizeram na vida. Ah, foi não ter reclinado
a poltrona num voo de Tóquio para Pequim. O japonês virou para trás e disse: "Se incomoda se eu reclinar a poltrona?" Eu falei: "Nunca tinha parado para pensar na possibilidade de alguém perguntar isso. Eu pego o avião quase todo dia e é pumba, dedo num coisa e pá e o que tá atrás voa, né?" Aí o japonês fal aí ele olhou e não reclinou. Eu levantei, fui no banheiro, cutuquei ele, falei: "Não, eu falei para você reclinar". Aí ele falou: "Mas você disse que não ia incomodar". Eu falei: "É". Aí ele falou: "Mas você mentiu?"
Como menti falou: "Observe aí, tava lá o meu tablet, aí ele reclinou a coisa e que ele reclinou o meu tablet e pum, caiu, viu? Ia incomodar, por isso eu não reclinei. E eu como versor de ética, olhei para aquele japonês e falei: "Velho, ainda bem que eu nasci onde eu nasci, porque para ensinar a ética para esses caras não ia ser fácil". Excelente. É a arte da convivência, [ __ ] O cara que tem esse nível de maturidade, de convivência, de perguntar se vai atrapalhar, avaliar e não fazer, mesmo você autorizando, porque a tua
comodidade é muito importante para ele. Ó, um cara desse é um perturbador, é um é um é um japonês, velho. Um cara desse não pode existir porque ele humilha as pessoas normais como eu. Não diga não. A vocês têm mais alguma pergunta? Não tenho. Se eu pudesse, não sei se você tem alguma coisa para falar. Não, eu tenho. A gente tem os dois minutos finais aí. Ah, não. Encaixa você fez a do doismo. Vai lá, pode puxar. Não, só queria deixar aqui um agradecimento, Dr. Professor Cloves, acho que muitas pessoas já te falaram sobre isso,
sobre um famoso vídeo seu que tem no YouTube do Brio, né? Mas tem uma frase ali no na conclusão daquele vídeo que eu cito ela recorrentemente e transformei na minha casa com meus irmãos, todo mundo repete aquela frase, o resto é preguiça e covardia. Então isso isso daí se tornou um hábito frequente de quando uma pessoa não quer fazer alguma coisa junto comigo. É preguiça ou covardia? Não, não tem. Não, eu eu gostei de ter dito isso mesmo. [Música] Eh, de vez em quando a gente acerta, é raro, mas aquele vídeo que foi uma bronca
que eu dei na turma, não foi um vídeo. Eu não me perguntei, ora vamos filmar e tal, não. Eu tô dando aula e os caras zoando, entra gente, sai gente, a hora que eu vou dar a bronca, o cara liga sem autorização, sem direito de imagem, sem [ __ ] nenhuma. É bom que se diga. Enfim, foi assim que foi colhida aquela aquela imagem. Então, é claro, dali a autenticidade daquela fala, né? E é evidente que, provavelmente hoje eu não diria algumas coisas que tem ali, né? Mas esse final eu poderia repetir em qualquer circunstância.
O resto é isso mesmo. Ou é uma acomodação tonta ou é falta de coragem mesmo, né? Eu acho que acertei na música, que a vida que é da gente, né? Uhum. Muito bom, muito bom. Professor Cl de Barros Filho, espero que você tenha gostado de ter vindo a farinha. Na próxima a gente busca com outro de nós vai fazer o papel de motorista, mas a gente ficou muito feliz que você veio até aqui a Faria Lima participar do Marketmakers. Não, eu faço questão, se houver um próximo convite, eu mesmo venho, porque eu posso perfeitamente vir
por conta própria, caminhando e com isso a gente vai desviando dos buracos da vida. Bom, obrigado. Valeu demais, professor. Acho que na próxima a gente pode pedir pra recepção mandar então o QR code via Instagram. Será? Não, Instagram não acessa, não acessa, SMS. Não tenho, não tenho nem a senha. Mas tanto que me disseram, Gilberto Gil segue você. Eu eu a gente nunca sabe a que título essas coisas acontecem, mas pouco importa. No meu imaginário já foi a a crença de que ele gostava do que eu falo e tal coisa. E e isso me trouxe
uma alegria tão potente que, nossa, eu passei três dias só repetindo isso para mim. E bom, fica aquela dica, né? Vai lá no Instagram do professor e entra lá na lista do WhatsApp dele. É só clicar no link que tá lá na biill, clica lá no WhatsApp, é de graça. Você todo dia 6 da manhã vai receber uma reflexão filosófica matinal do professor Cláudio de Barros. Se gostou do episódio, se inscreve no canal, dá aquele joinha no vídeo. Como você vê, o dinheiro nunca dorme. E o meu que me segue também 6 da manhã tem
que acordar cedo para poder pensar alguma coisa de útil. Bacana é que é todo dia para mostrar que não é só abdominal, é também reflexão. Obedecem ao mesmo princípio. É preciso exercitar para pensar melhor. Cloves Never Slips. Isso. Muito bom. Valeu, pessoal. Até a próxima. Ciao.