Alimentação para além da comida | DrauzioCast

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Drauzio Varella
Infelizmente, alimentos saudáveis ainda não são acessíveis para a maioria dos brasileiros. Então, co...
Video Transcript:
Olá hoje nós vamos falar sobre alimentação [Música] alimentação do brasileiro mudou muito nos últimos anos aquela dieta tradicional de arroz feijão uma proteína uma salada uma verdura cozida e depois uma fruta de sobremesa é uma banana laranja que era as frutas mais baratas e que a gente comia no almoço e no jantar acabou vários fatores contribuíram para isso as dificuldades naquele tempo as pessoas tomava as refeições em casa as mulheres tinham muitos filhos elas ficava encarregadas e todo o trabalho doméstico e cozinhavam era um trabalho mortal das Mulheres nesse tempo né acabavam de arrumar a
louça do almoço já tinha começado a pensar no jantar Isso mudou o mundo mudou o Brasil mudou também nessa fase hoje nós temos dois grandes problemas aqui temos um problema daqueles que têm dificuldade de acesso aos alimentos e esses procuram se alimentar do jeito que é possível e temos aqueles que tem mais acesso ou os que tem todo o acesso à alimentação e nem sempre fazem boas escolhas isso o resultado disso que é é um aumento da obesidade nós temos um relatório do covitel de 2022 mostrando que entre até na faixa que vai até os
20 e Poucos anos nós temos 9% de obesidade hoje nós temos obesidade infantil crianças é que com índice de massa corpórea acima de 30 e que já cai na fase na faixa de obesidade Eu precisaria infantil praticamente não existia se limitava aos poucos casos hoje um problema sério de saúde pública e a medida que as pessoas vão envelhecendo o número de pessoas que caem na faixa de excesso de peso ou de obesidade Franca mesmo é cada vez mais alto a partir daí dos 60 anos nós temos mais de 60% da população é que com excesso
de peso pelo menos e muitos na faixa de obesidades cria um problema de saúde pública terrível que a obesidade é um pacote Esse pacote coloca diabetes a hipertensão arterial problemas reumatológicos dores articulares etc no dia a dia dessas pessoas que correspondem a maior parte da nossa população Nossa os estudos mostram que o acompanhamento do preço dos alimentos In Natura que são aqueles que você come dia sem sem preparação que não vem que não são manipulados pela indústria vem aumentando cada vez mais são mais caros isso vem acontecendo nos últimos anos o que dificulta mais ainda
o uma dieta uma dieta mais saudável e por outro lado os alimentos processados e ultra processados ficaram cada vez mais baratos cada vez mais acessíveis e cada vez mais práticos né você tira do pacote e o máximo que você faz nesses casos é esquentar esse é mais um episódio do Drauzio Cash que é produzido em parceria com as Drogarias Pacheco e a Drogaria São Paulo e para conversar com a gente sobre esse tema nós trouxemos a Doutora Aline Martins Carvalho que é Doutora em saúde pública ela é nutricionista e professora na faculdade de saúde pública
seja bem-vinda Aline vamos começar definir o que que é alimento Ultra ultraprocessado que as pessoas não entendem sabe que é o alimento que foi manipulado mas não sabe exatamente o que é muito obrigada pelo convite é um prazer estar aqui conversando com você hoje e alimento ultraprocessado é aquele alimento que pouco tem do alimento In Natura do alimento natural então por exemplo um suco em pó de abacaxi o abacaxi a gente sabe como que é aquele alimento no suco em pó a gente já não tem mais aquele alimento né ou um salgadinho de milho a
gente não tem mais um milho ali a gente perdeu todas as características do alimento da Matriz alimentar original Além disso é adicionado são adicionados muito muito compostos então adoçantes conservantes estabilizantes para tornar esse alimento muito mais gostoso e até viciante em alguns casos né então a gente adiciona eles adiciona na indústria açúcar e todos esses outros sal gordura para esse alimento ficar muito irresist para as pessoas o que estimula que as pessoas consoam cada vez mais e esse alimento ele é feito então numa linha de produção na indústria não é possível a gente fazer um
alimento ultraprocessado na nossa casa Então essa é a característica né tem um sistema alimentar todo especializado para produzir esse alimento e ele chegar em todas as partes do mundo mesmo não sendo produzido naquele local em específico o preço dos alimentos vem aumentando nos alimentos In Natura como a gente diz né que a gente faz em casa prepara em casa e em alguns países como Japão a China os Estados Unidos Alemanha África do Sul Chile conseguiste tem conseguido aumentar o consumo desses alimentos in naturas alimentos mais naturais Apesar desses problemas que Brasil poderia fazer para reduzir
o consumo dos ultraprocessados e aumentar o consumo dos alimentos naturais eu não sou da logística né Eu sou nutricionista então eu posso me falar da logística mais em termos nutricionais é o que a gente pode pensar é em reduzir o tempo né a distância entre o produtor e o consumidor porque os alimentos eles estragam muito rápido então se eu diminuir essa cadeia de logística ali eu posso estimular o aumento do consumo por esse alimento não chegar tão caro não demorar tanto não precisar de um caminhão refrigerado por exemplo para chegar nesse centro de distribuição então
a gente comprar de uma feira de agricultor próximo de algum local de agricultura Urbana dentro da cidade isso pode ajudar a aumentar esse esse consumo de Alimentos mas também da gente experimentar porque a gente come aquilo que a gente está acostumado e aquilo que a gente tem acesso então a gente experimentar um alimento diferente a gente ir para cozinha se arriscar isso pode ajudar também aumentar esse consumo lá na faculdade de saúde pública eu acordar num projeto de extensão chamado sustentária e nesse núcleo a gente envolve várias receitas é de como a gente pode estimular
o consumo desses alimentos em Natura porque um grande problema hoje da alimentação do brasileiro além do consumo de ultraprocessados é esse baixo consumo de frutas verduras legumes cereais integrais Então como que a gente pode colocar isso no dia a dia de uma forma rápida fácil prática para ninguém ficar na cozinha também duas horas depois que chega do trabalho então acho que aí a gente experimentar e ter acesso a esses alimentos até em casa a gente tem uma hortinha a gente se conectar com um alimento também pode ajudar nesse processo de começar a comer mais frutas
verduras e legumes também ali me ajuda muito falar de segurança alimentar normalmente se diz olha tem 32 milhões de brasileiros que estão na faixa e segurança alimentar o que caracteriza a insegurança é insegurança alimentar é quando as pessoas elas não têm acesso aos alimentos em quantidade e qualidade e isso considerando que ela tem todas outras necessidades da vida dela satisfeitas então não é só que ela não tem o alimento em quantidade mas esse alimento também deveria estar em qualidade então no Brasil a gente tem a escala Brasileira de insegurança alimentar para medir esses domicílios em
graus de insegurança alimentar E aí então a gente tem esses domicílios eles podem ser classificados em Seguros quando as famílias Elas têm esse acesso regular e permanente aos alimentos em qualidade e quantidade e a insegurança ela é classificada em três níveis leve moderado e grave a insegurança alimentar leve é quando as pessoas elas não têm acesso a um alimento em qualidade suficiente Então ela já reduz a qualidade do alimento porque ela não tem recurso para comprar a moderada é quando ela já também reduz um pouco da quantidade para os adultos daquele domicílio e a grave
Aí sim é quando ela não tem nem qualidade nem quantidade tanto para os adultos quanto para as crianças que aí é onde a gente tem a fome então quando a gente fala em 32 33 milhões de pessoas no Brasil passando fome é essa insegurança alimentar grave mas a gente tem cerca de 50% dos domicílios em algum grau de insegurança alimentar Mas isso também varia de acordo com as regiões e algumas características então o norte ou nordeste essas condições são piores em domicílios que são chefiados por mulheres por pessoas da cor preta e na zona rural
então a gente vê que tem algumas características associadas também a maior grau de insegurança né de acesso alimentos em quantidade e qualidade suficientes Vamos repetir esses dados porque eu acho que é importante as pessoas terem consciência deles quer dizer nós temos 32 33 milhões de pessoas com uma insegurança alimentar importante isso e nós temos quantos com alguma insegurança que não é pode não ser grave mas interfere com alimentação da família 50% dos domicílios brasileiros são dados da rede pensando que foram coletados agora em 2022 durante a pandemia né teve um aumento aí de 2021 para
2022 mostrando que esse acesso alimentos foi prejudicado né Por falta de recurso e por falta de acesso mesmo alimentos de qualidade você falou dos alimentos ultraprocessados não é os alimentos Ultra processados tem um impacto grande na saúde das pessoas eu ainda Procurei um trabalho que ele aumenta um aumento de um risco de ataque cardíaco por exemplo isso as pessoas não têm essa consciência né e identificar alguns desses alimentos é muito simples né ninguém vai comprar uma batata chips no supermercado e vai achar que aquilo é um alimento natural Claro mas alguns que a gente não
tem muita certeza por exemplo vou comprar pão de forma no supermercado pão de forma é outra processado não é processado ele pode ser outra processado sim e muitas vezes é difícil a gente identificar né a forma de auxiliar é a gente olhar os ingredientes que estão lá na nas Preparações né no rótulo daquele alimento porque o pão que a gente faz em casa ele vai ter água ele vai ter farinha e vai ter sal mas o desse daí o ultraprocessado ele vai ter cerca de 20 ingredientes além de farinha sal ele vai ter estabilizante conservante
e vários outros antes que muitas vezes a gente nem entende o que é aquele alimento então a partir daí ele é caracterizado como um alimento ultraprocessado né se a gente olhar o teor de gordura dele também vai ser maior característica desses alimentos é ter mais gordura mais sal e mais açúcar também quando você fala de um modo geral as pessoas conceito popular é que eles não são nutritivos o que quer dizer um alimento que não é nutritivo É nesse caso esses alimentos eles têm como eu disse muito a gordura gordura saturada sal e açúcar de
maneira geral e esses nutrientes eles acabam aumentando o risco para doenças né para doença do coração para câncer para obesidade e a gente sabe que essas são doenças que mais matam no Brasil e no mundo a gente sabe hoje que cerca de 15% dos fatores relacionados à doenças crônicas que são essas doenças são relacionadas à alimentação Então essa alimentação que é rica em ultraprocessados mas que também é pouco consumido né de frutas verduras legumes cereais integrais a gente brasileiro come muita carne tudo isso está associado a essas doenças que causam mais morte mais incapacidade tanto
no brasileiro quanto em todas as pessoas do mundo o que vocês chamam de sistemas alimentares sistemas alimentares é um conceito em que ele vai falar muito mais do que o alimento que está no prato né a gente olhar e não só pensar na composição nos nutrientes mas pensar em toda a cadeia logística desse alimento então aonde que esse alimento foi produzido de que formas Foi uma monoculturas foi um produtor pequeno ou um grande produtor se ele foi transportado para outro local se ele foi processado de alguma forma onde ele foi vendido se foi direto para
o consumidor Como que ele foi preparado em casa se ele foi preparado quem comeu quais são os impactos na saúde no meio ambiente na sociedade então tudo isso é o sistema alimentar é toda essa cadeia mas não só a cadeia como as relações entre essas pessoas Quem produz quem consome e isso vai levar a gente ter comida no prato em qualidade em quantidade suficiente ou não E hoje em dia a gente tem diferentes tipos de sistemas alimentares né um sistema alimentar mais local aonde ele é produzido ali pelo produtor mais próximo onde você compra Você
conhece o produtor e um sistema alimentar mais Global aonde muitas vezes eu nem sei da onde vem aquele alimento e no mesmo prato a gente pode ter tudo isso junto mesmo prato básico do Brasileiro né de arroz feijão uma carne uma batata frita e uma salada a gente vê que o arroz pode vir lá do Rio Grande do Sul onde a gente tem maior o feijão do Nordeste a carne do centro-oeste é a salada pode até vir aqui próximo e a batata frita pode ser ultraprocessada vindo por exemplo dos Estados Unidos então e o mesmo
prato a gente tem todos esses sistemas alimentares conectados então é uma forma da gente pensar de uma forma mais Ampla da alimentação do que só nos nutrientes e nos alimentos que compõem aquele prato vamos dizer que foi o seu presidente da república metade da população brasileira com insegurança alimentar e um número enorme de brasileiros que aí com segurança alimentar Que tipo de abordagem nós temos que ter em saúde pública para reduzir essa esses números são desfavoráveis é isso algo muito importante né a gente vê que a renda ela é um fator super determinante para consumo
então políticas de distribuição de renda como bolsa família podem contribuir muito para você ter acesso a uma alimentação também políticas de de educação alimentar e nutricional para as pessoas conhecerem mais sobre os alimentos escolherem de uma forma adequada e terem acesso Mas essa é isso também é muito importante ter o acesso né Então quais são ações que a gente pode ter para melhorar o acesso a uma alimentação de qualidade então cozinhas comunitárias ou mesmo restaurantes populares podem ajudar a esse alimento mais de qualidade chegar às pessoas assim como o pinae Né o programa nacional de
alimentação escolar é um programa exemplar nessa linha de oferecer alimentação de qualidade em quantidade para milhões de crianças todos os dias então são algumas políticas algumas já sendo bastante estimuladas outras nem tanto que podem ajudar as pessoas a terem esse acesso a uma alimentação mais adequada né e não só política acho que a gente tem que ter ações institucionais e individuais a gente não vai resolver o problema da fome com uma ação governamental mas sim com a sociedade inteira se movendo envias pra gente resolver esse problema de forma e quando a gente ouve as pessoas
falarem sistema alimentar sustentável que quer dizer é quando a gente fala em sustentabilidade né a gente pode pensar em três dimensões da sustentabilidade a parte ambiental a parte econômica e a parte social então quando a gente pensa em um sistema alimentar pensando na parte ambiental a gente vai pensar em uma produção também mais local aonde agroecológica orgânica em que eu não tenho aqueles fertilizantes nem agrotóxicos que vão deixar resíduos naquele alimento e podem ser até tóxicos para as pessoas em que seja bom também para o produtor para ele produzir e ter para quem vender num
preço justo num local adequado para ele produzir se manter no campo né então uma parte mais social e esse alimento sazonal né Ele é produzido na época em que ele consegue utilizar menos recursos da natureza ele pode também ser mais barato para as pessoas então no sistema alimentar mais sustentável ele usa de várias características para produzir um de qualidade com preço menor que seja justo para o consumidor e também para o produtor mas não é muito que a gente vê no nosso dia a dia né a gente tem alguns alimentos que a gente consegue dessa
forma mas alguns outros também não até porque a gente gosta de comer sempre a mesma coisa né A gente pode comer morango gosto de comemorango ano inteiro e muitas vezes a gente não entende que a natureza ela tem essa diferença a gente não pode não achar esse morango ano inteiro e a gente poderia provar outros alimentos da nossa biodiversidade aqui por exemplo da Mata Atlântica né a gente pode produzir pode consumir outros alimentos que são da época que são locais e experimentar isso Então essa é uma uma característica que a gente pode falar em Sistemas
alimentares sustentáveis de usar também a biodiversidade como um potente fator para nesse processo olha os alimentos ultraprocessados são Imbatíveis a em determinados aspectos primeiro porque custam barato são acessíveis as pessoas mais pobres se você anda por aí nesses mercadinhos das periferias das cidades brasileiras quantidade absurda desses saquinhos que ficam nas prateleiras né E eles provocam e saciam a fome né você pega uma criança que tá com fome a mãe pode não ter dinheiro para comprar uma fruta para comprar um alimento natural mas ela pode dar um saquinho de batata para criança come aquilo que acaba
a fome dela né Você acha que nós estamos essa essa consciência que nós estamos tendo agora nos últimos anos tem influído no consumo tem reduzido o consumo de ultraprocessados no Brasil infelizmente não né nas últimas pesquisas a gente viu do consumo de ultraprocessados em torno de 5% em 2008 a quantidade de ultraprocessados era em torno de 19% de toda a nossa alimentação em 2017 para 20%, então a gente teve um aumento aí uma maioria da nossa alimentação ainda ela é de alimentos In Natura e minimamente processados mas os alimentos ultraprocessados vem crescendo também por causa
disso porque ele é fácil ele é prático ele é relativamente barato e aí as pessoas se afastaram da comida né muitas vezes elas não tem habilidades mais culinárias elas não sabem mais cozinhar e aí se ela não sabe cozinhar ela vai comprar alguma coisa que mate a fome ela não precisa ter aquele trabalho de aprender Então essa desconexão com a comida de ver o alimento também como algo natural em que é produzido pela natureza em que existe um esforço ali né muitas vezes a gente não sabe quanto tempo demora para crescer um alface e aí
se a gente não tem esse essa conexão é muito mais fácil também desperdiçar alimentos que é um grande problema do sistema alimentar se a gente fala de produz alimentos em quantidade mas muitas vezes ele é desperdiçado Então como que a gente pode fazer é para transformar essa alimentação e se conectar mais com alimento acho que essa pode ser uma boa saída para as pessoas reduzirem o consumo de ultraprocessados e se aproximarem mais experimentarem outros sabores porque muitas vezes a gente vê crianças tomando suco de pozinho em que elas adicionam até açúcar nesse suco e já
vem doce porque o paladar dela já tá acostumada a esse tipo de coisa e quando ela vai comer uma banana que também é doce mas não é tão doce quanto aquele suco e ela já rejeita então a gente começar a experimentar esses alimentos e acostumar o nosso Paladar isso pode ajudar nesse processo de redução de ultraprocessado eu tenho assim um interesse especial nessa área eu como doce de jeito nenhum há muitos anos e eu observo tudo é qualquer coisa que você vai comer um sanduíche aquele Pão Mais molinho e tal é doce as pessoas não
percebem que é duas eu percebo porque te desacostumei desse desse gosto né você como é que você ensina a criança pequena que tipo de relação ela tem que ter com açúcar é então isso é importante né no Ministério da Saúde eles falam para não oferecer o açúcar para as crianças até dois três anos nas escolas também no Programa Nacional de alimentação escolar da rede pública mas acho que algo que dá para a gente fazer em casa é com a criança um pouquinho mais velha a gente já envolvê-la nesse processo de cozinhar e ela vê esses
alimentos né a gente fez até uma oficina culinária no dia das crianças do ano passado e a gente foi fazer um bolo de abobrinha E aí a gente tinha uma criança lá a gente falou você gosta de abobrinha e ele falou não e aí a gente levou realmente abobrinha para mostrar que é poderia utilizar esse vegetal também outros e a gente pediu para ele ralar a abobrinha fez abobrinha e depois no final ele provou era um Cacau né então ficava um bolo doce a gente colocou um pouco de açúcar um pouco de mel e ele
provou E ele gostou a gente perguntou Você gostou e ele falou sim é o que que você mais gostou ele falou ah de ralar a abobrinha né de estar ali junto na preparação Então acho que envolver as crianças não escondeu os alimentos é né vou colocar abobrinha aqui num bolinho para criança comer mas não acho que ela ela participava desse processo pode ajudar a uma consciência mesmo fui eu que eu até o que plantei aquela coisa que a gente fazia de criança com feijãozinho e que hoje a gente tem as hortas nas escolas isso ajuda
a criança a entender aquele alimento a cheirar porque às vezes elas não sabem nem o que é uma batata inteira né porque elas nunca viram uma batata uma abobrinha uma berinjela então elas têm esse contato a gente fez até um curso para professores que em Águas de Lindóia e a gente falou exatamente sobre isso e eles falaram que passar os alimentos do cardápio antes para as crianças verem a berinjela e depois ela ir com a minha berinjela porque isso ajuda no processo dela a entender a berinjela é esse alimento aqui que talvez eu possa plantar
na minha aula de ciências e aqui eu tenho ela no meu prato então isso ajuda nesse nessa conexão com os alimentos acho que é esse é um grande ponto a gente não tem mais essa conexão e ter essa conexão desde a infância pode muito contribuir no hábito alimentar de adulto esse problema social específico quando era criança a taxa de natalidade no Brasil de seis filhos por mulher então a mulher não tinha como trabalhar fora de casa quantidade de trabalho dentro de casa brutal nesse tempo ela de acordava de manhã e já começava não parava um
minuto e a população Era mais pobre também então todos vinham almoçar em casa as cidades eram mais eram mais amenas do que elas são hoje as pessoas já almoçava e jantava em casa com a família hoje mudou tudo famílias são muito pequenas e as mulheres trabalham e além do trabalho na rua Sobra para elas o trabalho doméstico porque os homens tiram o corpo da menina do que podem do que conseguem né E aí ela trabalha o tempo todo chega em casa à noite cansada ainda tem que resolver os problemas olhar os filhos Eles são deles
se tiver que cozinhar arroz feijão nessa hora preparar um frango etc vai ser mais complicado ainda a vida dela por outro lado ela vai ao supermercado e compra uma lasanha congelada essa lasanha você põe no micro-ondas minutos depois ela põe no microondas vai tomar banho trocar de roupa quando acabou para servido o jantar como é que você lida com essa praticidade dos alimentos ultraprocessados é esse é o grande cerne da questão né É acho que uma coisa para ajudar é a gente estimular as pessoas a cozinharem mas também a cozinharem coisas práticas não é para
ficar duas horas na cozinha porque a gente já tá cansado no final do dia né seja homem mulher criança mas fazer por exemplo uma preparação única numa panela só que vai sujar menos né Que ela possa colocar vários ingredientes ela possa adicionar legumes nessa por exemplo ela vai fazer um arroz ela coloca legumes junto com arroz porque ela não precisa fazer em outra panela um vegetal ela consiga fazer isso de maneira junto até para reduzir também o consumo da carne que a gente sabe que é muito alto no Brasil se você fizer né um baião
de dois por exemplo que é muito tradicional e a gente juntar esse arroz esse feijão e até juntar Preparações que a gente já faz fez mais arroz sobrou arroz vamos usar esse arroz né juntar com feijão e fazer essa essa preparação única isso pode ajudar então tentar diminuir o tempo na cozinha mas estimular que a gente faça isso É claro que nem todo dia a gente vai conseguir almoçar jantar em casa ou ter uma alimentação super saudável mas acho que insistir nesses processos e fazer isso com a família Talvez possa ir criando esses mini hábitos
que é uma coisa muito difícil né hábito é algo que a gente tem que exercitar todos os dias assim como ir para academia é difícil a gente tem que exercitar todos os dias um pouquinho e não e não desperdiçar né ter essa conexão com alimento e conseguir se alimentar de uma forma mais saudável e como lidar com o paladar das as crianças pequenas Eles não gostam de vegetais normalmente se for por eles eles comem tem um verdinho um pedacinho de salsinha que ficou ali no prato eles põem no canto né não come como lidar com
isso com esse Paladar tão limitado que as crianças têm eu acho que é essa exposição né É tá no nosso papel de mostrar esses alimentos em diferentes formas então não oferecer só a cenoura por exemplo crua mas também ela oferece ela cozida oferece ela ralada em cubos redondinha isso pode ajudar a criança a ter outras percepções não deixar ela só assada sua cozida mas adicionar por exemplo um molho com Mel com algumas especiarias então oferecer esses alimentos de diversas formas para as crianças pode ajudá-las a começarem a entender ah eu gosto mais desse eu não
gosto daquele Mas é isso é exper é que a gente vai criar o hábito se a gente deixar ela tirou o verdinho e acabou e não oferecer de novo isso acaba não ajudando né até na por exemplo na alimentação escolar quando começou a ser servido arroz integral no começo as crianças não queriam comer arroz integral elas queriam aquele arroz branquinho depois insistindo bastante tempo hoje a aceitação é de 70%. então a gente vê que essa insistência contribui para eles né comerem aqueles alimentos que são saudáveis que são adequados ensina a criança não tomar suco né
refrigerante hoje eu vejo uma criançada não toma água Mas acabou né Eu acho que a gente não oferecer se em casa não oferecendo refrigerante nem suco a gente oferecer água pode colocar como uma fruta colocar alguma algum sabor na água né um começo oferecer um chá oferecer diferentes formas mas não ofe refrigerante hoje que é indiscutível a gente não pode oferecer refrigerante para as crianças Aline Muito obrigado podia ficar falando com você sobre alimentação aqui mais duas horas Muito obrigado pela atenção né imagina o prazer foi meu e nosso portal você encontra mais de 100
graus de orquests que versam sobre os mais variados assuntos desde também o os nossos podcasts outras histórias o saúde sem tabu e o porquê dói eles estão disponíveis nos principais agregadores e no YouTube e muito obrigado pela atenção
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