o olá todos vamos para mais um vídeo do canal dessa vez com uma participação especial em um teste que a gente tá fazendo aqui usando este microfone de lapela vamos ver se a qualidade do áudio fica melhor gostaria de falar hoje sobre ciência a ciência enquanto uma invenção na modernidade tal qual preconiza isabela stranger e discutir um pouco isso nesse momento que a gente vive tanto os ataques a ciência né tanto as incredibilidade diz ao pensamento científico e o surgimento cada vez maior mais acentuado de um pensamento pseudocientífico acredito se a gente voltar um pouco
na história que isabela estão a respeito da invenção das ciências modernas fique mais fácil da gente traçar linhas de fuga para construção de argumentos científicos atuais e que possam ir ao encontro das nossas necessidades na enquanto partido isso pressupõe que a gente leva em consideração a visão epistemológica da isabela stranger ou seja o posicionamento aquela toma né em sua perspectiva de encontrar todos aqueles elementos que compuseram a construção a invenção do pensamento científico e ela tem uma perspectiva bem crítica que o li política a sociologia a filosofia oi e ela não defende que a ciência
seja algo singular ou superior em relação as outras áreas de conhecimento mas contudo todavia ela também acredite reconhece que a ciência única porque ela tem características próprias que é uma área de construção de conhecimento mas não apenas uma área de construção de conhecimento ela sabe o tempo todo se reinventar ela sabe o tempo todo você criativa e fazer o uso daquilo né dos objetos dos artefatos dos quais ela dispõe para criar uma realidade de uma maneira tão dinâmica que ela que isabela stranger não vê comparação com outro projeto humano da mesma maneira e para ela
é nisso que vai residir a singularidade das ciências modernas é mas eu também tenho um olhar bem crítico a respeito disso mostrando que muitas vezes a ciência moderna ela recorre a uma pretensa autoridade né autoridade de um pensamento científico da existência de expert de de justificativas que vão legitimar determinados atos e ações mais mesma da mesma forma isso tá totalmente relacionado a uma luta por poder então ela vai dizer assim se ela não tá separada do poder ela luta pelo poder porque para assistir mar ela vai ter que conquistar aliados ela vai ter o cientista
vai ter que fazer de tudo para garantir autonomia e visibilidade para que o projeto dele para que a ideia é dele ganhe a sentido diante de uma comunidade e posteriormente a e a sociedade como um todo eu e a isabela stranger vai dizer então aqui ó e a ciência ela é uma construção não no sentido de que é uma invenção de que nada existia anteriormente mas é um faz é uma conformação de um de um acontecimento de uma determinada maneira que vai ser lida é entendida compreendida criticada dentro de uma determinada perspectiva e não é
o que significa dizer que não é fácil julgar ciência simplesmente do prisma de autoridade é porque tudo é meio circunstancial tudo é meio depende de um acontecimento aí ela usa muito as metáforas de deleuze e guatarri sobre acontecimentos atravessamentos multiplicidades e ela vai dizer assim que o cientista ele simplesmente faz o que ele aprendeu a fazer ou seja ele trata os fenômenos que aparecem para ele segundo aquilo as ferramentas as opções as possibilidades os artefatos tudo aquilo que ele tem disponível naquele momento é né isso ela acaba criticando um pouco né essa visão de que
as coisas surgem do nada não as coisas não surgem do nada as coisas não estão pré-formatadas elas não estão prontas preparadas mas os elementos estão todos ali mas a forma como o cientista validação esses elementos vai fazer falar o fenômeno que ele quer investigar e as articulações políticas com seus concorrentes com seus inimigos teórico ea forma como ele também vai submeter isso aos pares tudo isso é contingencial ele não está dado de início e é isso o resultado que a gente vai ter daí então que vai tornar uma descoberta tal como ela é vista hoje
a partir da análise de todos esses elementos bom então a isabela stranger novamente alude a perspectiva mais de antropologia simétrica que vai reconhecer que não existe uma ciência pura é mas é uma ciência que de fato mostra e se ligada ao poder a política como qualquer um outro projeto social e e na em mais do que isso é preciso estar atento segundo a antropologia simétrica a tudo aquilo que também contribuiu a todas as falhas todos os erros todas as tentativas em conclusão as e tudo aquilo que foi deslegitimado aquilo também pertence a todo esse núcleo
a todo esse contexto que permitiu que uma determinada a teoria se afirmasse sobre as demais e o que caracteriza então segundo stranger a singularidade da ciência justamente que ela conseguiu inventar maneiras de fazer isso inventar maneiras de contribuir para criar uma diferença no que já estava dado criar interesses mais fixos mais firmes e desqualificar as outras questões tidas como incômoda e a sua singularidade então nessa capacidade toda vez inventar meios para fazer essa diferença produzir testemunhas enfim e tornar um fenômeno existentes no sentido de comprovado é pra essa comprovação ocorrer é óbvio que ela precisa
deslegitimar outras comprovações ou não comprovações ou seja oi e tem que se ultrapassar o que se sabia antes ou tem que se contrapor aos saber não científico que foi o que aconteceu com as ciências modernas quando elas desqualificaram principalmente a magia e todas as práticas que antes dela existiam é mas o que é interessante pensar então nessa ideia de simetria é que a todos esses fatores eventualmente não científicos participaram sim dessa relação de forças que a ciência herdou e precisou para se efetivar e ela também vai fazer uma crítica aos sociólogos mas sem antes não
sem antes defendê-los porque os sociólogos nem sempre são muito bem vistos pelos cientistas os sociólogos eles tendem a perceber muito astutamente né que a ciência ela é uma construção e que tem a ver com relações de poder é nela eles vão falar de legitimação eles vão perceber como a superioridade que a ciência se coloca tem a ver com o campo de poder o campo da verdade da construção de um saber o legitimado e na e só que ela vai defender os sociólogos dizendo assim não é que eles querem denunciar a ciência mas eles querem colocar
esse elemento crítico nessa concepção que faz com que se perceba todos os fatores elementares na produção científica por outro lado ela vai dizer os sociólogos eles também tem um problema porque ele se veem eles próprios e o seu saber como uma autêntica ciência mas eles não reconhecem que tudo aquilo que eles criticam na ciências digamos assim naturais biológicas exatas eles não reconhecem essa possibilidade com relação a eles mesmos com relação às teorias sociais e não é por isso que ela vai juntamente pensando com bruno latour e michel callon steve woolgar todos aqueles estudos mais antropológicos
relacionados a antropologia da ciência vai investir contra o ideal na de uma sociedade puramente com formada né ela também vai dizer que a sociedade ela também é uma invenção do sociólogo né e aí ela faz um diálogo muito pro fico com o bruno latour que vai falar sobre os babuínos né a e o que ela fala assim o sonho do sociólogo é que o seu objeto de estudo fosse tão tão fixo e imutável quanto é uma comunidade de babuínos né que tem uma identidade de espécie fixa e que não se alteram só que ao mesmo
tempo ela vai trazer exemplos de uma bióloga que mostra como os babuínos eles fazem política e negociam os seus papéis o tempo todo ou seja eles não tem papéis fixos ou seja se mito de que é possível fixar a um evento uma situação porque ela é do nível da natureza como se pensa dos babuínos não se coloca o que o que a gente precisa pensar é segundo altura aqui a diferença entre os babuínos e a nós como sociedade e é justamente a precariedade dos vínculos né os vínculos nos bagulhos eles são muito precários eles têm
que todo momento se refazer esse colocar a prova e isso mostra na verdade que a sociedade deles é mais complexa do que a nossa onde a gente tem mais marcas que estabilizam os nossos veículos que se trate ficam as nossas interações e nos ajudam enquanto sociólogos antropólogos a situar relativamente os indivíduos uns em relação aos outros né outra crítica que ela faz às ciências sociais as ciências humanas é que tem muito a ver com essa ideia da construção né da ciência da invenção das ciências modernas e o que é justamente a diferenciação entre o que
é científico e o que não é científico em nome de algo que teoricamente nos definir iaiá nós enquanto modernos herdeiros dessa tradição nos definir íamos então como cientistas mas a gente ao mesmo tempo não se coloca no olhar crítico sobre aquilo que a gente é né e principalmente quando a gente fala de um dos colonizados né quando a gente tem um pensamento colonialista de colonizador que tende a enxergar o outro como aquele que não não não abriu mão de suas práticas né ela vai falar é nós somos de fato nós modernos somos herdeiros desse fato
de que nós geramos uma nova forma de medir as coisas bom né que é orientada por só pela diferença entre o que é o fato e tinha uma ficção lembrando que o que é ficção é aquilo que foi relegado ao status de não científico então crenças fetiches tudo isso é tido como ficção em uma posição ao fato mas isso também foi uma criação da ciência né e a partir daí criou-se então um outro princípio de fazer política né só que nós ela vai dizer nós europeus nós cientistas nós ocidentais nos achamos muito diferentes uns dos
outros entende a diferença entre as culturas mas a gente só consegue definir os outros enquanto interessantes e não é uma vez que a própria europa inventou a etnologia o e acabamos no sendo condenados a ficar desse lado desse outro lado da moeda em nome dessa ideia de diferenciação de que nós somos diferentes dos outros é oi e a a gente ficou então condenado a em nome dessa diferenciação entre aquilo que é da ordem da ciência e aquilo que é da ordem da cultura entre aquilo que é tido como objetividade e aquilo que é tido como
subjetividade e embora os etnólogos tenham criticado tem um denunciado todas as políticas de exploração e escravização de pessoas no que a gente chama de novo mundo e eles continuam achando a oi tia esses povos de alguma maneira eles tem que renunciar e a o que a gente chama de crença né o que a gente chama de crença que a ciência europeia ocidental considera como crença nos povos que ela estudou na verdade não se trata de crenças mas se trata de um outro uma outra visão que mistura as coisas o que não aconteceu a partir do
advento da ciência moderna então uma outra maneira de enxergar as realidades que mistura aquilo que a modernidade separou