[Aplausos] [Música] sejam todos muito bem-vindos esse é um produto exclusivo do portal terra essa é estreia inclusive de uma live que a gente vai trazer quase que mensalmente Sabe aqueles anúncios de Esse é o mês de tal assunto Esse é o mês do autismo e a gente vai falar sobre isso um assunto super atual mas já muito antigo E é óbvio que eu não estou sozinha para falar sobre isso quem me acompanha hoje Amanda Ramalho que a jornalista radialista que descobriu o autismo aos 36 anos e ela também trabalhou 15 anos no Programa Pânico na
Jovem Pan e agora tá comandando podcast esquizofrenóias onde ela entrevista médicos e pacientes para falar de saúde mental bem-vinda Amanda muito obrigada pelo convite e Tô ansiosa pela nossa conversa vamos continuar né porque a gente já começou até ao meu lado Luciana Viegas ela que é autista uma mulher preta mãe de um menino autista formado em pedagogia a tua como Educadora Popular inclusive desde 2014 e hoje tá aqui com a gente para contar um pouquinho sobre a sua experiência de vida bem-vinda Luciana obrigada também torrada de estar aqui junto com Amanda e com Dra Raquel
tô muito feliz obrigada obrigada gente Doutora Raquel delmond Magic especialista em autismo TDAH e demais transtornos de neuro desenvolvimento ela é uma médica formada pela USP com residência em pediatria e treinamento em Psiquiatria da Infância e adolescência muito bem-vinda Dona Raquel muito obrigada é um prazer e uma honra estar aqui com vocês para essa conversa legal gente bom o tema da nossa Live é o autismo como um todo mas a gente vai focar bastante sobre o diagnóstico tardio entender o que isso acaba mudando para pessoa e claro que a gente hoje em dia fala muito
sobre o tema por conta de conscientização e como essa quantia conscientização social ajuda inclusive enfim é Um Mundo Melhor né que eu acho que essa é a ideia então eu queria começar falando com você Amanda contar um pouquinho sobre essa descoberta aos 36 anos então você já tinha uma vida meu só Amanda já né desde sempre E aí aos 36 só bombinha eu acho que não veio com uma bombinha acho que a primeira bombinha que veio pra mim foi aos 16 que eu tive um episódio depressivo um pouco maior do que eu já vinha tendo
ao longo da minha vida sempre fui muito ansiosa etc eu também sou da Periferia sou do Capão Redondo e meus pais são muito Humildes a minha mãe trabalhava numa fábrica e meu pai era porteiro E então a gente não tinha muitos recursos né mas eles viam uma filha num sofrimento muito Agudo desde a infância e na adolescência aquilo aumentou demais daí eu comecei um tratamento psiquiátrico e eu passei por alguns diagnósticos mas eu acho que isso até a doutora Raquel pode falar melhor que eu é que isso é comum né essa confusão nunca foi ventilada
essa possibilidade essa possibilidade agora eu sei né o ano passado eu sou o meu terapeutas disse que já ventilava com supervisor dele que seria o psicólogo do psicólogo e Mas as coisas foram indo para um outro caminho então essa possibilidade foi meio guardada e durante a pandemia como eu vivia num mundo com menos estímulo menos estresse eu fiquei muito o meu número de crise diminuiu consideravelmente e em certo momento ele meio que ventilador essa possibilidade e eu até quando eu sair foi uma sessão online eu fui no escritório do meu marido e falei Vinícius Eu
chamo ele de doutor o doutor disse que eu posso ser autista dele tá Amanda mas você sempre foi diferente vamos assim dizer e daí foi isso né daí começou uma investigação etc mas eu acho que é o autismo me deu mais uma segurança do que eu posso ser o que eu sou sem precisar de umas máscaras umas coisas que eu fazia para me adequar existem características sensoriais que eu tratava como crise de ansiedade então me meditava porque eu achava que era uma criança de ansiedade hoje não então a minha qualidade de vida também melhorou perfeito
muito interessante esse relato inclusive no conta pra gente também sobre o com quantos anos você descobriu que foi diagnosticado enfim o meu processo começa a partir do diagnóstico do meu filho né meu filho é um menino negro é que foi diagnosticado com um ano e nove meses não oralizado e ele foi diagnosticado ali com autismo de alto nível de suporte e É engraçado porque eu sou de uma família de autistas então a minha mãe é autista meu irmão mais velho depois do meu filho foi diagnosticado autista e eu também fui diagnosticado então foi essa geração
que trouxe todo esse diagnóstico pra família e aí a partir do diagnóstico do meu filho eu me envolvi muito hiper foquei obviamente naquele no tema autista e me envolvi muito nos processos de terapia também porque eu sou professora então na escola a gente vai conversando com terapeuta conversa com todo mundo e aí você vai se envolvendo E aí eu lembro que eu brigava com os terapeutas né a gente tivesse brigas assim de brincadeira que era cara mas por que que não pode fazer isso isso é como fazer isso na escola isso é comum fazer isso
fazia isso na infância aí um dia terapeuta eu acho que você pode ser autista E aí eu parei que pode ser porque eu tratava várias coisas diferentes Eu também tinha crises de de sensoriais eu tratava também uma depressão ansiedade que aí foi com o tempo é foi mudando-se então era depressão depois era antes de ser depressão e ansiedade depois era deficiência ansiedade na infância eu fui diagnosticada com Toddy E aí depois eu fui diagnosticada com um monte de coisa bipolaridade até chegar no autismo quando chega no autismo porque um clínico do SUS né eu fui
muito abençoada na real porque o Clínico Sul sentou comigo e falou ó você tá com uma crise de enxaqueca muito forte durante muito tempo e a gente já fez todos os tratamentos e você não responde a eles me explica por favor como que a sua crise porque eu tô achando que você falou que a gente já quer mas não é E aí eu expliquei e ele falou não isso não é uma coisa a gente aqui você pode ter alguma ele já estava em pesquisa em tudo sobre autismo inclusive ele acompanhava a doutora ele falou eu
acho que tem mulheres autistas que é adultas e acho que você pode ser aí a partir disso sou uma outra batalha né porque é por ser eu sou uma pessoa periférica né moro na favela do Mangue por ser uma pessoa periférica é muito difícil o acesso ao ao diagnóstico de forma formalizada Então ele me passou para neuro a neuro olhou para mim e falou que eu não tinha cara de autista e porque eu era casado tipo ah não você é casada Você não tem cara de autista E aí depois com o tempo né o processo
de racionalização também dentro do debate do autismo eu consegui entender que na verdade aquele cara tinha uma uma outra representação ali social que não era minha mesmo pareça autista mesmo porque eu não tenho estereótipo de uma pessoa autista Eu sou uma mulher branca eu sou mulher uma mulher negra né o estereótipo é sempre de homens brancos e por aí vai é muito estigmatizado também E aí eu passei mais dois anos aí eu encontrei uma maneira psicóloga passei nesses dois anos de forma bem interna né não contei para ninguém da minha família porque eu comecei a
conhecer autistas adultos e aí eu comecei a me identificar muito com a realidade das pessoas autistas E aí eu ficava com medo de contar para minha família e minha família negar e falar Não não é isso né ele sofrer mais uma violência dentro de casa aí eu passei por uma neuropsicóloga essa neuropsicóloga fez o avaliação E aí a partir disso eu fui eu fui diagnosticada mesmo né e formalmente tudo mais e aí O mais engraçado é que o processo da minha família é eu fiquei com aquele medo de achar que eles iam dizer Ah não
você não é autista mas na verdade tudo isso ainda bem que agora finalmente a gente sabe o que aconteceu porque é muito difícil tipo a gente não sabia se você tipo era só uma pessoa desligada se você era uma pessoa reclusa você é uma pessoa muito comunicativa então a gente não sabia o que que Como fazer que tinha momentos vocês gostava e era muito difícil então foi uma libertação também para mim né quanto tanto mulher e aí eu me redescobrir né porque não só quanto mulher negra mas como mulher autista mas também com uma mulher
autista negra que aí você vai entendendo como isso vai se posicionando socialmente e foi muito importante para mim de verdade Olha que interessante esses dois relatos né porque a gente tem dois tipos bem diferentes você quantos anos você tinha quando seu filho quando você descobriu e etc meu filho eu tinha 22 anos no meu filho e o meu diagnóstico foi com 25 ó perfeito e aí a gente tem dois diagnósticos tardios né e um que não é que é do filho dela Qual que é a diferença Doutora de uma de uma criança que já tem
um diagnóstico ali logo no comecinho da vida pra esses dois exemplos que a gente tem aqui que foi um pouquinho mais tarde a Luciana contou que o filho foi diagnosticado antes dos dois anos né um ano e nove meses e que ele tem um alto nível de suporte e geralmente quando a gente vê um diagnóstico muito precoce tá associado a esse alto nível de suporte porque assim são as características mas óbvias que pessoas principalmente os profissionais de saúde é associam mais já com autismo então por exemplo as alterações de linguagem né atraso de fala tal
já são um sinal de alerta assim mais conhecido então quando é uma criança que apresenta o atraso de fala apresenta assim outras características assim que são mais aparentes geralmente recebem o diagnóstico mais cedo e o diagnóstico tardio acaba acontecendo é para pessoas geralmente nível 1 de suporte que tem manifestações assim mais sutis e o que é tanto Amanda e a Luciana falaram é muito comum dessa questão de ter passado por muitos diagnósticos antes né Eu até brinco Eu tenho um termo que eu inventei né que é o TDAH Plus quando a gente recebe encaminhamentos porque
às vezes o encaminhamento assim encaminha falando de tal suspeita aí vem TDAH mais toque mais bipolar mais não sei o que mais aí você olha aquela lista fala será que não tem um diagnóstico que às vezes explica tudo isso né e geralmente é o a gente vê então as pessoas que chegam né no diagnóstico tardio elas já passaram né por muitos outros diagnósticos então às vezes já vem aí de um histórico e a importância de ter um nome né porque as duas falaram depois que a gente entendeu que existia um nome para isso parece que
acalma o coração não é isso sim para mim foi muito importante mesmo assim é porque no meu caso tem o estigma da raça né então já existe um estigma sobre o que é ser uma mulher negra na sociedade Como que você deve se apresentar E aí é eu acabava acreditando nesse estigma que não é um estigma legal ele é marginalizado né de que você ou você precisa ser plena plena é submissa ou você não pode ser muito assertiva e o autismo vai na contra mão disso porque a gente é muito direto a gente é muito
literal a gente é muito intenso né a gente a gente per foca nos assuntos e vai então eu sempre fui essa mulher negra menina negra que que fazia isso autista então eu acabava acreditando nesses estigmas de que eu não era uma pessoa boa de que eu que eu gostava de mandar nas pessoas ou que eu era uma pessoa preguiçosa porque eu tinha é crises de Hiper é transtorno de processamento sensorial depois de ir no mercado por exemplo E aí quando você entende esse contexto não é a partir eu acho que quando a gente recebe o
diagnóstico formal é muito importante mas que também quando a gente conversa com os pares porque aí faz sentido tudo aquilo né o diagnóstico formal ele coloca a gente num lugar e aí para mim foi esses lugar de também me perdoar um pouco sabe de olhar para mim e falar assim nossa tá tudo bem ser você e eu até falou muito tio faz ele fala disso né o Fábio fala diz que quando ele descobriu que ele era autista ele é foi o dia que ele deixou de querer morrer eu acho que eu eu compartilho muito isso
com ele porque eu também porque era uma era um sofrimento do ia viver mas depois do diagnóstico Ah tá tudo bem sei quem eu sou tá tudo bem existir tinha orgulho da minha identidade perfeita Amanda você se identificou com essa fala completamente isso do querer eu achava que as pessoas pensavam em morte era super normal e todas as coisas que que passava na minha cabeça e perfoco e também isso de ser má eu já na minha primeira psiquiatra né que ela me diagnosticou ela disse que tinha ansiedade depressiva tinha 16 anos eu falei assim eu
sou o mar eu posso machucar Alguém sabe porque passava muita coisa na minha cabeça e daí ela falou não você você tem um discernimento do que é o certo ou errado você tá perguntando para mim né você Então imagina você entra numa numa Noé que você é má e você não tem com quem compartilhar Porque isso é uma coisa incomparável né ou tipo que você pensa em morrer diariamente Então acho que é as coisas elas hoje elas são mais leves porque assim o que eu mais queria era ser igual a todo mundo sabe igual Medíocre
normal mediana nota 5 sabe mas tem coisas que eu sou 11 e tem coisas que eu sou menos dois e e eu pensava o que que eu preciso para parecer com essas pessoas então tentava me adequar então era uma agressão sabe me obrigar a fazer certas coisas como é que você explica uma pessoa e fala assim eu não consigo ir na sua festa parece que você não gosta da pessoa porque faltaram ao aniversário é uma falta de consideração né um egoísmo e ela falou você usou uma palavra que eu não lembro qual que me lembrou
muito a minha mãe sempre falou que eu nunca tive porque tipo ficava paralisada nas coisas Sabe eu sempre fui aquela criança que criada pela televisão então todas as frases que eu sei eu construí de alguma coisa que da televisão e eu ficava paralisado olhando a televisão assim na frente da TV assim meio que não sei meio que já não eram já não tava absorvendo aqui ele tava absorvendo por osmose mas eu esqueci é que eu tinha que sair dali e daí uma coisa que eu li recentemente foi a Lorena que compartilhou que era um menininho
que ele esperava no portão alguém não sei alguma coisa que nunca acontecia porque acontecia em algum tempo parou de acontecer eu sempre esperei muito a minha mãe chegada do trabalho eu ficava no portão paralisada sabe e essas coisas me voltaram a minha a minha memória né e uma história que eu tenho uma obsessão por copa do mundo sempre gostei assim e durante essa copa do mundo eu lembrei de uma coisa que aconteceu na copa de 94 vocês não era nascido e desde 98 eu tinha 8 anos acho e daí eu ficava na sacada na minha
casa porque os meninos da minha rua pintavam a rua né aquela coisa com cal e tal e olhava aquilo e os meninos eram meus vizinhos desde que eu nasci tinhamos super intimidade e outro menino os outros meninos era o meu primo eram meus primos que tinha muito primo na mesma rua e daí eu ficava olhando e falava que legal tomara que eles me chamem e nunca ninguém me chamou para pintar a rua e daí eu sempre fui frustrada porque eu nunca fui chamada né E daí eu falei com a minha mãe e daí ela falou
assim Amanda e na verdade eu tive esse Insight minha mãe também teve não precisava de ser chamada Rua era sua sabe então são Sofrimentos que a gente não não tem noção e eu esperei muito ser chamada e daí eu falei na terapia aí meu terapeuta falou assim Amanda você não pode transformar Isso numa coisa que você nunca foi chamada porque na verdade as crianças elas não vão pensar que existe uma criança que é prima delas que precisa de um pouco mais de cuidado e uma atenção tipo tá lá Rua de todo mundo vem aqui pega
um pincel Então são são Sofrimentos assim que falando aqui eu me sinto segura para falar mas falando as pessoas acho que elas não entendem né falava porque a gente é só descer a escada não não é só descer escada a gente tem outras etapas a gente é mais pragmática é gente interessante e é interessante ver que por exemplo A Raquel é mãe também você também na lua e assim as duas Mães de crianças autistas e esses sinais por exemplo seu filho é nível 1 o dallo já é outro nível por isso que foi diagnosticado um
pouco mais cedo é que sinais que os pais têm que perceber por exemplo nesse caso da Amanda realmente ninguém vai te chamar mas às vezes é uma vocês também né É difícil esse discernimento de meu o que que eu faço mesmo porque não é um exame Clínico né é um exame é como que chama mesmo não é a avaliação é Clínica a gente fala avaliação é clínica para fazer e os sinais assim realmente quando a gente está falando né do autismo nível 1 Eles são muito sutis o que às vezes a família observa é uma
discrepância entre algumas habilidades e o que a Amanda falou ali muito legal tipo assim tinha coisa que eu era nota 11 tinha coisa que eu era nota menos dois isso é uma coisa que chama muita atenção das pessoas só que às vezes elas não sabem encaixar isso em alguma coisa e deveria ser um alerta para buscar pelo menos uma avaliação então a criança às vezes de nível 1 em algum alguma habilidade ela tá lá na frente às vezes né não é nem às vezes na média ela bota lá na frente e às vezes ela não
é capaz de fazer uma coisa assim básica do dia a dia e muitas vezes isso é vista às vezes como preguiça como falta de vontade como desinteresse tudo então assim essas devem chamar atenção e às vezes dificuldades por exemplo de se adequar nos diversos ambientes né a Luciana falou um negócio interessante também não é diagnóstico de Toddy né que é o transtorno opositor desafiante então crianças que não estão na conformidade na conformidade dos ambientes né então que tem dificuldades variadas e a gente vê muita coisa ou porque elas trazem só seu hiper foco por exemplo
na conversa e daí a relação com as outras crianças não rola né então já começa a ver assim até uma certa exclusão mesmo né então esse tipo de sinal social ou às vezes uma rigidez muito grande aquela coisa de tipo é 8 ou 80 tem que ser desse jeito e às vezes é algo também que você vê uma discrepância você fala pô mas a criança já tem uma idade que deveria estar entendendo determinada expectativa né do ambiente e não está e insiste em fazer de uma coisa então assim são vários sinais mas na maior parte
das vezes é difícil para os pais porque são coisas sutis e que podem remeter Às vezes a outros quadros ou a questões de personalidade Então não é muito fácil não é muito fácil isso foi a gente uma coisa que me atentou muito porque era tudo muito comum eu achava ele tinha esses comportamentos rígidos que eu até brinco eu falo com o pensamento rígido leva a gente é um lugar muito ruim Às vezes você tá lá aí quando você fala por que que eu tô devendo às vezes eu já nem acredito mas aquilo mas eu tô
ali naquilo é mas aí o que me pegou com o Luiz que eu acho que é importante também deixar registrado foi a questão da comunicação porque não é não falar né a gente associa a comunicação a fala e ela não necessariamente ela ela é falar então com 1 ano e nove meses uma criança pode não falar não é perfeitamente como isso mas o caso do Luiz é que eles não os Marcos da comunicação então ele não apontava então ele gritava ele só ele não ouvi não olhava pra gente eh ele só as coisas precisavam estar
ali ó imediatistas tipo na cara dele Tetê tinha que vir né na cara dele para ele poder entender então isso era uma coisa que me chamou muita atenção que foi por isso que eu levei só um médico eu levei com esse questão eu falava eu falava Doutor ele não se comunica aí o médico não mas ele tem um ano cinco foi quando a gente começou né um ano e cinco tá tranquilo não sei o que aí ele começou a chamar fazer os testes ali e viu que ele realmente não se comunicava então acho que também
é uma uma forma dos Pais ficarem atentos a essa questão de que a comunicação não está literalmente só atrelado a fala outras formas de comunicar né E às vezes o autista tem algumas Com certeza é porque a gente sempre reforça isso mesmo que comunicação muito além da fala né Muito Além as pessoas confundem muito fica muito presas nessa questão de fala e na verdade assim a fala que é uma parte da linguagem que está inserido como um dos elementos da comunicação E ainda assim é diferente a comunicação da comunicação social então tem pessoas que se
comunicam no sentido de passar e receber uma mensagem mas tem uma dificuldade de usar isso dentro de um contexto social né inclusive tipo relacionamento social começa a descer né vai pra escola às vezes um ano e meio já tá na escola e é muito importante que esse convívio social seja inclusive o mesmo com autistas de níveis mais altos por exemplo ou ou com certeza né É porque daí é legal para todo mundo né todos ganham né de conviver com pessoas diferentes né então não só autistas a gente fala realmente de todas as outras condições todo
mundo sai ganhando né é mais uma questão de identidade também então o Luiz ele é ele é uma criança muito mais inserido ele receber nunca recebi uma cartinha de amigos na escola o Luiz já recebeu com seis anos mas porque porque ele tem consciência que ele é uma criança autista ele sabe comunicar desde cedo os seus limites Então se tá muito agitado ele comunica de alguma forma ali para a escola tá aprendendo agora a comunicação a alternativa aumentativa e também é uma questão da identidade dele então ele tá convivendo com outras crianças com diversas crianças
que tem diversos realidades então ele tá ele tem uma experiência escolar muito infinitamente melhor que a minha que era uma pessoa que estava ali igual Amanda comentou me tentando me adequar tentando me adequar e não me adequava não sou só autista tem autista TDH e outras habilidades acadêmicas então era uma aluna excelente mas uma péssima amiga então eu não conseguia fazer amigo é uma coisa meio complexa é a gente até que essa é amigo mas a gente não consegue manter porque você tem que ir no aniversário você tem que dormir na casa é então eu
lembro de de dormir na casa da minha prima que era do outro lado da rua e chorar para minha mãe me buscar as duas da manhã porque eu não conseguia sabe e eu tava tentando ser igual as outras meninas da minha idade Então você tenta se adequar é e Mas eu acho que não sei se aconteceu isso com você Eu sempre tive uma pessoa que meio que me orientava sabe um amigo que era um amigo especial que vai explicando que que daí meio que te ajudava e decodificar e tinha mais paciência comigo então acho que
tive algumas pessoas generosas na minha vida mas a escola para mim eu tenho pouquíssimas memórias boas quando começam a falar de Infância eu não tenho muita coisa boa para dizer é a escola e aí acho que esse novo momento da escola também né de pensar essa escola que acolhe todo mundo que acessa todo mundo que entende né então eu vejo essa realidade entre eu e meu meu filho falou cara Minha experiência na escola de seis anos era terrível lembro da professora gritando porque que eu não entendia Por que que eu não porque que eu falei
cortei ela no meio da fala isso era muito real e aí eu vejo ele que adoro escola chora quando não tem que ir pra escola então são duas experiências eh diferentes assim isso daí a gente vê né a diferença do diagnóstico tardio aí acho que já tá dizendo muito né uma infância mas saudável uma infância inclusa que você se adequa assim que a gente estava até falando antes né Doutora é Muitas pessoas dizem Ah o autismo agora tá meu bombando tá na moda todo mundo tem na verdade agora a gente tem ferramentas que conseguem diagnosticar
o autismo mesmo porque como você falou é um diagnóstico Clínico Então você precisa de profissionais ali realmente que conheçam você ali a ponto de conseguir esse diagnóstico e Existe algum tratamento depois que ele é feito Doutora a gente fala de tratamento assim intervenções que vão melhorar porque a pessoa pode daí desenvolver habilidades que ela queira né que sejam desejáveis ali para melhorar a qualidade de vida isso pode ser feito em qualquer idade né Isso aí não tem não tem o prazo então por exemplo nós temos tanto intervenção às vezes de psicólogo fonoaudiólogo terapeuta ocupacional que
pode trabalhar assim em várias áreas e nós temos assim temos de tratamento né que foi a pergunta é e as pessoas também perguntam muito essa questão e medicamento e tal Porque não existe nenhum medicamento para autismo né Ele é uma condição né do do neurodesenvolvimento como TDAH mas o TDH nós Ainda temos um medicamento que realmente melhora né justamente aquelas dificuldades que tem no autismo o tratamento medicamentoso ele é voltado para condições coexistentes ou comorbidades então como elas falaram é muito comum por exemplo que a pessoa tem autismo e TDH autismo e ansiedade então daí
o tratamento também é voltado para essas condições porque o objetivo é esse é na verdade é uma aquisição de habilidades geral no tratamento e é tratamento de algumas condições que podem realmente melhorar a qualidade de vida da pessoa perfeito o neuro divergente é quando você sai um pouco ali do que a gente chama de normal que é péssimo inclusive né mas é assim é sair dessa normalidade também é acaba sendo interessante e importante muitas vezes Amanda para você ou Era melhor se fosse todo mundo igualzinho cara esse tipo de pergunta não sei responder porque eu
nunca fui outra pessoa então não sei como que é ser você sabe então eu acho que [Aplausos] as pessoas pessoalmente me chamou muito de autêntica essas coisas então tá bom só autêntica eu acho que traz alguma coisa que as pessoas chamam que chama atenção no quesito de personalidade mas eu não sei responder se eu não entendi o que que você falou mesmo nem eu me lembro eu gosto muito eu gosto muito do conceito disso que a Amanda falou porque acho que também quando a gente fala de neurodiversidade a gente também fala um pouco do da
conceituação teórica que ele tem ali né que não é tão teórica Mas ela é um pouco teórica vai passando ali pela academia é um termo ainda que está em disputa da gente sabe que a gente tá entendendo ele dentro da academia ainda mas a a dia de Singer que foi a mulher que iniciou com tudo isso ela fala sobre a neurodiversidade todos nós todas as pessoas do planeta serem neurodiversas então tipo todo mundo é experiencia variabilidade limitada de cognição Então ela entende isso e o neuro divergente seriam essas neurominorias que eu nessas pessoas que estão
aqui dentro desses desses contextos dessas condições que é o TDH o autismo e mais outras condições neurológicas então eu gosto muito dessa dessa ideia de que porque acho que é um pouco daquela daquela provérbio né que as pessoas usam antigamente aquele ditado né se olhar de perto todo mundo tem um pouco de louco né todo mundo é louco então acho que é um pouco disso porque se a gente for pensar de forma mais Ampla né a singularidade de cada um cada um diferencia e vivencia vida de uma de uma outra forma entre tanto há um
contexto de uma padronização de uma de uma normalidade imposta que é umas regras sociais que a gente não alcança né E aí a gente é colocado nessas nessa minoria que Ah vocês vocês não vão entregar isso então quando a gente vai para a escola gente usando informe como se todo mundo fosse igual e fizesse a mesma coisa tirasse o mesmo comportamento mas tem um menino que eventualmente corre mais tem a faladeira eu é na faladeira e eu até na faculdade Os professores nos separavam dos meus amigos porque eu não conseguia prestar atenção eu presto atenção
de outra forma e e daí você risca a carteira Então você é uma Marginal sabe é ou eu acho que talvez você também tenha vivido isso todas as vezes que brigaram comigo eu comecei a dar risada e daí fala meu Deus essa menina ela é muito é audaciosa não é porque não veio um estímulo ali que você veio dar risada eu não quero dar risada eu tô triste eu tô me sentindo mal eu também estou me sentindo humilhada mas eu dou risada Então eu acho que colocando uniforme você espera que todo mundo vá tomar o
lanche na mesma hora e etc não eu acho que essa padronização ela podia ser quebrada já nesse negócio de usar uniforme Ou esperar que as pessoas vão prestar atenção de uma mesma forma ou que elas vão se interessar igualmente por todos os assuntos né E hoje em dia a gente tem remédio para tudo né então ah não dorme Então esse remédio é ansiosa toma esse precisa de concentração Esse aqui também é legal e aí a gente vê o autismo que é uma é uma condição que não tem ali um tratamento para ser feito a não
ser a consciência de que meu você é diferente e isso é muito legal é o problema é social a sociedade né talvez esse seja o principal problema na sua visão sim eu acho que eu acho que é acho que é o meio que a gente está inserido como todos os problemas né é quando a gente problemas como todas as questões que a gente tem na sociedade de forma coletiva Então eu acho que é uma questão de conscientização desse Imaginário do que é o autismo quem representa o autismo então eu sempre faço esse exercício quando eu
vou falar sobre autismo é pega abre o Google aí e coloca aí é autismo Quais são as caras as pessoas que vocês vão ver vão ser sempre pessoas brancas homens brancos porque a representação midiática né crianças exatamente meninos Então porque durante muito tempo isso exatamente Então subverte essa lógica essa ideia de que o que é autismo vamos se abrir e também acolhimento né eu recebo muitas mensagens de mães assim ai meu filho tem muitas crises como acho que você deve cês devem também receber meus filhos tem muita crise como que eu faço para parar e
eu falo não para porque é isso a crise faz parte de quem a gente é também se é legal conviver com uma pessoa autista porque ela é focada porque ela é legal porque ela tem um senso de justiça mais forte é legal também entender que a crise faz parte e o que você vai fazer reestruturar reorganizar esse ambiente para que eles sejam mais acolhedor possível para essa pessoa para porque o problema das crises não é o autismo problema das crises é um meio na qual a gente está inserido Então se o meio é muito agressivo
muito violento muito muito hostil né você fica acolhido ali você vai ter crise se o meio é mais acolhedor te entende respeito olha nesse momento você não pode você precisa se afastar Você tem uma uma acolhimento melhor eu acho que é isso que a gente tem feito assim quanto divulgadoras né do conteúdo também do autismo falando sobre isso é para que as pessoas entendam né é importante falar sobre entender e acolher e e afeto mesmo acho que a gente não pode construir o mundo possível sem afeto no sentido de se afetar de se mover de
entender como que a gente acolhe as pessoas autistas é eu só queria falar também é a gente sendo neuro divergente a gente vive numa sociedade ne típica né E só que imagina um sofrimento de viver numa sociedade que não é feita para você né então tudo é um sofrimento né e Pode parecer que não é mas é tudo é um sofrimento eu acho que talvez seja um momento da gente começar a pensar num lugar de que a gente tudo pode ser a neurodiversidade ela tá em todos os lugares Então vamos abrir a nossa cabeça que
não que aquilo as pessoas não vivem do jeito que você vive né que as pessoas lá em patinho empate é difícil entender o que é empatia mas como é que uma pessoa vai empatizar com uma pessoa como pessoas como a gente né Elas são grossas elas elas falam demais né falar ela teve uma fala e nada adequada mas pensar com a cabeça do outro acho que é o exercício mais difícil que tem então abraçar toda eu aprendo a ser empática diariamente e tem isso do senso de justiça né a gente não consegue fazer coisas erradas
eu não tipo é que a gente julga errada né vai vai de vocês você é tudo aquilo que você acredita você fala eu não consigo fazer a gente tem muito isso mesmo e daí sei lá tentar pensar com a cabeça do outro mas eu sei que isso é uma uma tarefa assim totalmente longo prazo eu acho que assim gente hoje em dia a gente tem internet à disposição o tempo inteiro e Existem muitos falsos diagnósticos que surgem nessas redes sociais e tipo meu faça esse teste Descubra se você tem isso ou não e eu acho
que isso acaba até matizando muitas pessoas do tipo meu eu tenho todos esses sintomas certeza que eu tenho minha diagnosticar mas eu acho que a gente tem que falar muito da importância de ter pessoas realmente profissionais por trás de um diagnóstico desse porque esse acesso muito fácil ele ele é complicado né é eu acho ainda mais banalização e aí a gente vê um monte de virou uma notícia até um monte de adolescentes comprando ritalina em farmácias que vendem Sem o sem a receita e assim porque Ah porque eu sou Ansiosa eu vou tomar eu quero
emagrecer a ritalina ela tira minha ansiedade eu emagreço então a gente começa aí para alguns caminhos perigosos inclusive vem entrando com medicamento entrando com os efeitos colaterais desse medicamento por uma coisa que você viu na internet sem embasamento algum Então acho que é importante Doutora você falar frisar essa importância quem procurar tem alguns sinais que você tá vendo no seu filho em você quem que essa pessoa deve procurar Eu acho assim a partir do momento que a pessoa se incomoda com alguma coisa tipo isso aqui não está legal na minha vida já vale a pena
procura independente até de Diagnóstico conteúdo porque a pessoa que tá ali no lugar dela vivenciando então mesmo que aparentemente as coisas estão todas ok que nem a Luciana falou assim é Você não tem cara de autista ou não tem porque olha tá tudo ali de acordo com as expectativas também ali a pessoa estudou trabalha casou tem filho parece assim que cumpriu um papel dentro do esperado mas assim Tem uma parte o sofrimento é uma coisa muito subjetiva Então eu acho que se existe um sofrimento na pessoa um sofrimento já merece aquela procure algum tipo de
ajuda que não necessariamente vai levar para um diagnóstico mas eu acho que ajuda a partir da existência de um sofrimento ela já é válida e eu acho que hoje em dia até essa questão que você mencionou é por tantas questões que nós estamos vivendo nós temos um sofrimento eu acho né coletivo Então eu acho que as pessoas eu acho que elas estão em busca de alguma coisa eu acho que talvez isso seja um sinal mesmo irem atrás às vezes não é um diagnóstico mas algo que precisa mudar o que a pessoa precisa compreender a respeito
de si mesmo da própria vida então é para mim o sinalizador é esse sofrimento se tiver vale a pena procurar algo mesmo que não leve a um diagnóstico mas procurar realmente ajuda com alguém que de preferência seja capacitado para dar esse ajuda né e não no videozinho ali do Tik Tok que que o diagnostificou Né isso isso eu acho que também essa questão também do sempre eu passei por muitos psicólogos assim muito muito muito mas porque tem um fator social aí questão de raça acho que quase Também quem então tem uma questão que que precisa
ser debatida e acho que é debatida dentro da Medicina de forma geral que é que sim às vezes você vai sofrer ali uma violência dentro daquele consultório Mas eu sempre dou esse conselho assim eu sei que é difícil mas se você nasceu uma pessoa preta periférica você vai aprender a lidar com a violência infelizmente é assim que a gente vive que a gente a gente aprende a mas não desistir assim não se sentiu à vontade dentro daquele espaço achou que foi violentado de alguma forma passou uma Fala capacitista uma fala racista uma fala LGBT fobica
você então tenta outro caminho tenta outro outro profissional e assim não desistir né Não gosto de terapia Não acho não gosto de psicólogo porque teve uma experiência negativa com um profissional isso é um demoniza toda a profissão né existem outras outras linhas abordagens né eu lembro da minha psicóloga que foi isso assim quando eu fazia os testes tinha uma pergunta especificamente que o médico meio que já fala vai ela não é autista não e aí eu lembro que um dos três eu perguntei se eu se eu entendia as intenções das pessoas pelo pela fisionomia né
E aí eu falei assim ó preciso dizer quando é racismo eu entendo mas porque eu fui uma pessoa que nasceu aqui no Capão também fui para Jundiaí Vivi A vida lá é uma cidade de colônia de italianos entendeu então é uma cidade muito esbranquecida então eu criei desde pequena essa ferramenta para poder me proteger então isso também é uma característica do autismo porque a gente mais cara então a gente também aprende a lidar com alguns ambientes que são muito violentos pra gente no caso o racismo era E aí ela falou não então aqui a gente
tem um marcador de raça importante então eu não posso pegar aquele teste e achar que ele é uma coisa isolada então a profissionais que pensam isso não só ela mas outros profissionais que pensam isso como adorar Raquel como outros outros profissionais então pensar sobre isso também é importante de que se tá esse sofrimento você foi não foi atendido não achou que que tá resolvido vai atrás de outros profissionais vamos vamos construindo isso coletivamente legal é a Amanda faz um programa né falando de saúde mental a gente tava conversando antes falei surgiu na época da pandemia
Porque daí a saúde mental todo mundo foi para o brejo né foi o assunto mais discutido quem não tá louco não tá não tá em casa né Tipo isso E aí eu achei muito interessante que a Amanda falou que ela começou a falar disso antes da pandemia Então por que porque já era um assunto que fazia parte ali do dia a dia da rotina de seu por exemplo né que eu tava falando que você fez seu podcast antes da pandemia então tipo era um assunto que você já se sentia tipo meu saúde mental que foi
abordado durante a pandemia antes a gente sabia que tava lá só que ninguém falava muito né Você é muito Vanguarda mas eu não sou Vanguarda tipo cara eu tava lá na minha casa sofrendo na minhas escolas procurando profissional para me ajudar não tinha no posto de saúde eu tinha que vir até Pinheiros e é muito longe na época não tinha metrô e daí eu estudava à tarde eu não conseguia conseguir a senha só a pessoa tem dia sei lá uma da tarde eu tinha que voltar para escola então nunca fui atendida então tem milhões de
coisas que mais a minha família sempre buscou a partir do momento que eu comecei a ir numa boa psiquiatra e aquela minha ansiedade que era o problema que mais me paralisava né fora tem depressão e já tive algumas bem fortes eu tinha um frio na barriga constante né E daí eu comecei a tomar medicação certa e aquilo saiu e eu acho que talvez isso tenha virado o meu hiper foco e era uma coisa que eu mais gostava de falar e depois eu minhas amigas também se interessavam pelo tema e eu acho que a saúde mental
para mim sempre foi saúde né porque a partir do momento que aquele meu frio na barriga saiu foi como fosse um caroço do meu braço sabe porque tipo foi uma coisa que saiu então falou cara porque que a gente não fala disso né É porque que parece uma coisa muito marginalizada de gente doente etc Eu lembro que antes da pandemia eu fazia a reunião com a agências sobre o podcast Daí eles falam mas o que que a gente vai fazer elaboratório não é só laboratório a gente toma água a gente tem Iphone sabe a gente
consome a gente não consome só remédio sabe daí eu vi ele falou Nossa essa discussão é realmente muito embrionária as pessoas não falam mesmo elas não acha que a gente vai comer bolacha ou panetone e daí eu falei putz é da gente vai precisar falar muito sobre isso na pandemia o assunto saúde mental deu um salto gigantesco porque até pessoas que já passaram pela minha vida me mandaram mensagem falando assim agora eu sei quando você dizia que tava ansiosa ou com medo de certa coisa eu tô morrendo de medo de perder meu emprego e daí
é eu falei olha só quando a o coletivo sei lá quando dói em você você enxergou só que eu tava ali oh 20 anos né 30 anos e mas eu entendo acho que as coisas são elas caminham do tempo que elas devem acontecer e agora existem bastante existe bastante lugar para falar de saúde mental Acho ótimo fico triste que tem uma banalização de muita coisa do que do auto cuidado que se perdeu ali e também uma coisa até eu já fiz o episódio sobre isso ter a terapia de cara não existe terapia em dia ela
desista a pessoa bota no tinder manda a maleterapia não Você não tem a terapia você tem que fazer terapia vendia que vamos se você fosse bem resolvido né cara ninguém é bem resolvido esquece mesmo sei lá se você não tem crise de ansiedade você tem outras coisas que precisam ser conversadas e a terapia é um lugar de dialento né E daí acho que quando eu descobri o espectro autista Eu acho que o que eu sei fazer é me comunicar eu acho que eu apesar de ser muito prolixa eu sou muito clara nas minhas afirmações e
eu acho e didática também eu adoro pedagogia meu sonho ser pedagogo E então acho que é o mais próximo de Educação do que eu tô fazendo sabe porque educação é isso você levar bons personagens boas pessoas para que as pessoas se identifiquem e a identificação é muito importante então acho que o sucesso do meu podcast é é isso é porque as pessoas falam em primeira pessoa e humanizam falar pô pera aí sabe e daí chega Eu sempre tenho uma curadoria de profissionais se que também falem de um jeito que não seja acadêmico né porque é
para pessoa que que tá procurando sobre o assunto e às vezes eu recebo muita mensagem assim tipo Amanda eu sou bipolar e eu ouvi o episódio sobre polaridade eu não sabia Como comunicar para minha família então eu vou mandar o link porque eu não sei o que falar Sabe às vezes a gente não consegue expressar o que a gente sente porque a gente fica ansioso porque sei lá a gente não tem recurso e eu acho que assim é meio ser a voz das pessoas que não ainda não não processam essa esse assunto e também tipo
para desmistificar sei lá mandar para mãe falar oh mãe tem gente igual a mim hein olha só essa pessoa que ela tem um emprego sabe é importante isso notei é importante mostrar tipo ó ser um modelo ela é autista ela tem um filho ela casou Eu já vi tipo pessoas falando assim show sei lá em conversa assim roda de conversa daí a pessoa chora tipo Ai eu não sei se a minha filha vai se casar sabe daí Sei lá ela tipo olha para você e fala Olha é possível então eu acho que humanizar é sempre
importante desfazer visões estereotipadas né Eu acho que de tudo não só de autismo né quando a gente fala de saúde mental mas de todas as outras coisas porque ainda existem visões assim muito estereotipadas da sociedade eu acho que ainda é uma missão importante da gente que procura né trazer uma esclarecimento de uma maneira ou outra é não só desmistificar essas visões mas também alertar porque às vezes assim existe essa carência das pessoas né Principalmente nessa época agora que realmente teve uma pior grande né de todo mundo essa coisa saúde mental e às vezes a pessoa
não sabe direito que procura e vai também por caminhos ruins então a gente desmistificar pseudociência desmistificar charlatanismo terapias enganosas esse tipo de coisa acho que é muito importante Com certeza e o que eu acho legal disso tudo que a Amanda falou é que hoje em dia a gente consegue identificar conversar e tipo estar aberto para falar e ter um nome para definir então chegar e falar assim gente é isso eu sou autista e assim que vai ser a nossa conversa e estar em todos os lugares também né tipo por exemplo a minha ideia prematuríssima inclusive
porque isso foi uma aula para mim era de que a maioria das pessoas autistas elas não conseguiam conviver socialmente e que não não vai abraçar só que isso é muito estereótipo criado por coisas que a gente vê justamente com falta de informação com falta de pessoas que vão faz mesmo conhecer pessoas de fato para ter o que falar porque quem sou eu para falar o que é ou não é eu preciso ter realmente pessoas que que estejam ali na situação para trazer essa vivência então eu acho muito interessante a gente conseguir trazer esse assunto conscientizar
as pessoas de que existem diversos níveis existem diversos tipos de pessoas somos todos diferentes alguns com outras diferenças mas que é justamente isso não não existe estereótipo de nada inclusive queria até fazer essa pergunta eu li em alguns lugares para estar aqui com vocês de que a porcentagem de meninos é maior Isso é uma realidade isso já foi achado e hoje já desmistificou é assim já foi muito pior do que né então assim já antigamente a gente falava em 10 meninos para cada menina autista então assim era uma diferença muito grande hoje a maior parte
dos estudos ainda está apontando três para um três meninos para uma menina agora é são duas coisas diferentes eu acho são duas discussões diferentes uma é que não só para autismo para todos os transtornos do neurodesenvolvimento nós temos uma porcentagem maior de meninos e para mim assim que eu tenho Claro viés biológico né de pensar nos estudos de genética e tudo tem um certo sentido porque mulher nós somos privilegiadas nós temos dois x e os homens têm um X e o y isso faz muita diferença para muita coisa é o cromossomo X por exemplo ele
tem uma proteína que é essencial para formação de todo o sistema nervoso central então assim a gente tem que pensar que as mulheres se um não tá funcionando direito ela tem outro x ali né os homens não então assim a gente dizer que não existe também uma razão biológica para isso não é correto porque existe existe muita gente estudando isso sabe então e às vezes tem coisa ao contrário Tem coisas que as mulheres têm mais do que os homens e isso tanto em doença orgânica gente você vai falar em hemofilia você vai falar em tantas
doenças orgânicas existem diferenças porque são nós temos diferenças ali nos nossos cromossomos x e y então tem essa questão que é biológica e tem uma questão daí sócio-cultural que daí é outra discussão eu acho que elas assim só tem um cuidado para não misturar nós temos um sub diagnóstico de mulheres Isso é fato né porque no geral as mulheres elas são mais competentes na reciprocidade social as típicas e as atípicas as mulheres costumam ter mais habilidades verbais do que os meninos então elas mascaram mais Elas têm essa capacidade de imitação de perceber quando um comportamento
aquele ali é algo que tá certo eu preciso então imitar né E principalmente nessa que vocês venham falarem infância adolescência que a gente você quer fazer o que todo mundo tá fazendo enfim e as mulheres elas mascaram mais então é mais difícil o diagnóstico em mulheres então isso a gente também não pode perder de vista sim nada mesmo senta direito Senta direito cruza a perna minha mãe é minha mãe é mulher autista e também né passou desse processo também e aí ela ela foi ensinada essa mulher Então ela me ensinou a partir do que ela
ensinou né Então aí é aquilo Senta direito você então acho que isso também da ferramenta pra gente aprender a mascarar mas também né durante o processo Isso é Um Desafio né porque como você ensina algo que você foi ensinado e que já vem de manhã destralidade que é muito complicada né mas eu acho que é justamente essa importância da gente estar falando sobre isso inclusive com quatro mulheres aqui falando de autismo um assunto que sempre foi mas elevado pros homens né a gente mostra que nessa mesa que isso não é de fato tipo vá procurar
ajuda busque veja os sinais e de repente uma palavra pode amenizar ali pelo menos o seu sofrimento interno né e eu acho que é isso que a gente tá falando até agora né essa definição é importante para todo mundo gente queria que vocês têm mais alguma coisa para falar que faltou que a gente tem várias microfone é seu é bom queria agradecer a oportunidade É sempre bom conversar Dra Raquel já conhecia já estou apaixonada por você você é maravilhosa e eu queria dizer que eu vou estrear um podcast semana que vem chamada Amanda no espectro
que é um vamos chamar de um spin-off do esquizofre nós a primeira vez em vídeo serão 12 episódios te convidando aqui no ar para você não negar entendeu qualquer coisa a gente vai mandar o vídeo pra ela pra você a prova está aqui você falou que vai né eu tô sofrendo é isso E é isso que procurem o esquizofrenias no YouTube nos players de Podcast vai ser um podcast muito bonito tá muito bem feito tem Doutora Raquel e a doutora Raquel já virou uma anja na minha vida que Já encheu no WhatsApp para pedir uma
umas ajudas para eu não falar bobagem obrigada é sempre bom falar sobre isso e vamos falar sobre isso em todos os meses do ano para todo sempre até que se torne algo trivial perfeita adorei só colocação Amanda Obrigada viu pela presença pela experiência Doutora Raquel muito obrigada por todos os ensinamentos que a senhora trouxe pela aula ali de autismo muito obrigada Eu que agradeço a oportunidade também queria falar um pouquinho da minha perspectiva pessoal Agora não só profissional né porque eu me meti nessa encrenca aqui porque eu sou mãe de autista aqui também né e
uma coisa que atualmente para mim virou uma missão que a questão da capacitação de profissionais porque a gente tem uma lacuna muito grande né de profissionais assim que sejam eh capacitados de verdade e não é só para diagnóstico é para a questão também do atendimento né de depois atender e então assim para mim virou uma missão porque é uma coisa que eu percebi já desde que eu precisei disso né procurar para o meu filho e é uma coisa que a gente ainda vê que tá avançando assim a Passos muito vagarosos e uma coisa que no
autismo adulto essa falta é maior ainda porque eu passei isso também conforme Meu filho foi crescendo entrando na adolescência vida adulta e eu trabalho com autistas há muitos anos né que foi essa guinada que eu dei na carreira e eu vi esse processo acontecendo e eu vi o processo que quando chegava tipo após a maioridade é alta nas terapias porque ninguém tem mais para onde correr ninguém mais sabe e é uma coisa assim que pega muito porque a gente já tem essa lacuna infância continua tendo na vida adulta Então eu tenho esse compromisso de trabalhar
para isso e falar de vida adulta né então também tem o curso que eu toda autista cresce para falar de autismo na vida Dutra é muito bom legal Pode deixar ainda Doutora por favor como que as pessoas encontram nas minhas redes né então a gente sempre tá falando ali porque no início a gente tá querendo é um movimento na verdade né é algo maior então para trazer essa realidade para os ambientes de trabalho né Para que sejam mais acolhedores e para na questão da educação né Lu porque a gente às vezes ainda tá falando muito
de inclusão para as crianças mas precisa falar disso no ensino médio Na graduação na pós-graduação então elevar esse entendimento assim de uma forma mais Ampla nem todo mundo é diagnosticado na infância então e os que são crescem Exatamente é isso aí obrigada doutora fala por favor o seu arroba para todo mundo saber @ Doutora Raquel delmonde perfeito do jeito que fala Lu muito obrigada pela sua presença foi muito legal conhecer a sua história a história do seu filho Enfim tudo isso seja bem-vindo sempre para falar do que você quiser você é uma ótima comunicador e
foi um grande prazer ter você aqui obrigada eu fico muito grata de poder estar aqui com duas pessoas que eu já admirava nas redes sociais então eu tô assim Encantada eu fico muito feliz e assim cada vez mais que a gente possa falar e dos vários eu até brinco que é dos espectros dentro do espectro né de das perspectivas de autistas lgbts autistas trans autistas negros Então isso é um debate muito caro para mim porque eu eu uma das coisas que fez com que eu ocupasse esse espaço foi porque eu não vi a pessoas representativas
né pessoas negras autistas Então acho que é isso que as pessoas possam abrir mais a cabeça entender ou a importância do diagnóstico e também é acompanhar mais autistas que falem das suas experiências obrigada de verdade qual que é seu arroba arroba uma mãe preta autista falando maravilha mas é fácil uma mãe preta autista falando perfeito gente muito obrigada foi um prazer imenso começar o dia assim tanto com vocês que estão aqui tanto com você que tá aí na sua casa todo mês a gente vai trazer uma live dessa trazendo informação conscientização para todos vocês muito
obrigada pela presença e até a próxima tchau tchau [Aplausos] [Música]