[Música] Senhoras e senhores, sejam muito bem-vindos à nossa aula. Hoje nós começamos oficialmente o nosso encontro da lucidez. E no encontro de hoje nós temos três grandes objetivos, que são três objetivos que vão permear estes próximos três dias.
O primeiro é fazer com que você entenda plenamente o momento que vivemos. O segundo é que você desenvolva um pensamento crítico, uma capacidade de perceber e decidir. E o terceiro é que você consiga crescer em um momento tão desafiador.
Serão três aulas, três encontros, três noites e você é muito bem-vindo aqui. Talvez você ainda não me conheça, então aproveita a oportunidade para me apresentar. Meu nome é Summer AG.
Eu sou advogado. Fui juiz de direito durante 8 anos e meio em Brasília. Antes disso, fui delegado de polícia.
Escrevi algumas obras, tanto jurídicas quanto extrajurídicas, digamos assim. E de fato, durante toda a minha vida, a leitura fez parte dela. Mas depois que eu ingressei na magistratura, então depois dos 25 anos, eu passei a ler com maior frequência e a me dedicar aos livros clássicos.
O que é um livro clássico? O livro clássico é um livro atemporal. É um livro que é lido hoje, mas é um livro que é lido daqui a 50 anos, daqui a 100 anos, daqui a 200 anos.
Ele continuará sendo lido. Para se ter uma ideia, a obra de Santo Agostinho, por exemplo, é do século V e é lida até hoje. Shakespeare foi escrita há 400 anos e continua sendo lido até hoje.
Machado de Assis há uns 160, 170 e é lido até hoje. O tempo passa e a obra continua, porque se trata de uma obra atemporal, por isso um clássico. Eu convido você a reflexão sobre um clássico nesses três dias, sobre ensaio, sobre a lucidez de Saramago.
Esta obra que você vê aqui na obra de Saramago, nós temos um ensaio sobre a lucidez em tempos de escuridão, em tempos de apagão intelectual, em tempos de ausência de pensamento crítico. Esse é o tema da nossa aula de hoje. Afinal de contas, há uma pergunta que permeia a toda a nossa aula.
O que está acontecendo com o Brasil? e como isso afeta a sua vida. Na aula de hoje, eu vou fazer três, eu vou fazer três etapas em cada etapa.
De fato, nós faremos uma análise econômica, jurídica, política e social sobre o que acontece no Brasil. Em cada uma dessas análises, eu vou fazer uma análise do que acontece, uma correlação com a obra de Saramago, com ensaio sobre a lucidez, algum trecho da obra e depois como isso impacta a sua vida. Então, o que acontece, o que Saram fala e como isso impacta a sua vida.
E a gente começa pensando economicamente. E eu quero que, por favor, você fique comigo. Tudo que eu disser aqui vai se basear em dados, em verdade.
Eu não estou aqui para agradar nem A, nem B, nem um lado, nem outro lado. trarei os fatos, a interpretação que eu faço dos fatos e evidentemente você pode discordar da minha interpretação, mas tudo isso será pautado na verdade e de maneira bastante respeitosa, reflexiva e refletida, eu vou falar sobre eles. Eu imagino que você irá concordar comigo em enorme medida.
Se não em tudo, e tudo eu não espero porque, afinal de contas do outro lado eu espero um pensador, mas em grande medida eu acredito que nós concordaremos. Do ponto de vista econômico, o que nós vivemos hoje? O primeiro ponto independe de governos.
Qualquer que fosse o governo, nós estaríamos experimentando isso. O mundo passa por uma revolução que é a revolução da inteligência artificial. O Papa Leão 14, em seu primeiro pronunciamento, em sua primeira homilia, disse: "Eu escolhi o nome Leão 14, em referência ao Papa que me antecedeu, Leão 13, porque este útil vivenciou um momento de enorme transformação no mundo, o da revolução industrial.
Por isso a obra Rero Novaro, a encíclica da igreja que trata da justiça social no trabalho, também está aqui, porque neste momento nós vivemos uma outra revolução, a revolução digital, a revolução da inteligência artificial. É preciso entender isso, porque a inteligência artificial vai mudar completamente o mercado de trabalho, o seu trabalho, o trabalho das pessoas ao seu redor. Agora você tem uma secretária que é inteligência artificial, o redator das campanhas, o copywritter pode ser uma inteligência artificial, o designer, quem faz o design gráfico pode ser uma inteligência artificial.
O vendedor, o vendedor da loja que você conversa por WhatsApp pode ser uma inteligência artificial. Isso sem prejuízo de profissões. E aí você entra no campo das regulamentações que de repente a inteligência artificial vai se arvorar.
alguém para prescrever a sua dieta, alguém para montar o seu treino, alguém para te dizer com base no sintomas que você apresenta, quais são os remédios ou quem você deve procurar. E então você teria a inteligência artificial fazendo às vezes de um clínico geral, de um nutricionista, de um personal trainer. Pode acontecer isso?
Ah, neste momento eu não imagino, mas nos próximos momentos é possível imaginar, porque a velocidade de desenvolvimento vai impactar o mercado de trabalho. Isso independe do governo. Pode ser um governo de direita, de esquerda, de centro, um governo mais estatizador, um governo desregulamentador, liberal, qualquer que seja.
O que muda em relação à postura governamental é o fomento ou não ao desenvolvimento de pessoas capacitadas para o manejo da inteligência artificial. E isso nós precisamos cuidar. Para se ter uma ideia, os Estados Unidos ou os Estados Unidos formam por ano 600.
000 programadores. O Brasil forma 60. 000 programadores e a China 4,7 milhões de programadores por ano.
É por isso que há esse embate sobre a inteligência artificial. Os Estados Unidos precisam ser capazes de desenvolver uma inteligência artificial que compense essas 4. õ700.
000 cabeças humanas pensando todos os anos na China. Pois é, é difícil pensar que nesse encontro de genialidades chinesas não haja o desenvolvimento de competências, uma velocidade ainda maior. Mas no momento econômico pelo qual passamos não se limita ao desenvolvimento da inteligência artificial.
No Brasil, agora peculiarmente falando, a gente vive um momento de forte inflação. A inflação é de 5,53, mas a meta era de três. A tolerância variava entre 1,5 e 4,5.
Nós não estamos na meta, nós não estamos na tolerância. Nós estouramos a meta, nós estouramos a tolerância. Os juros praticados no Brasil são o terceiro ou ocupam a terceira posição nas maiores taxas de juros reais do mundo.
Nós só ganhamos ou perdemos o primeiro e o segundo lugar paraa Turquia e pra Rússia. Lembrando que a Rússia está em guerra e a Turquia tem uma forte intervenção de seu autocrata ou presidente, como quiser chamar, que é o Erdogan, que influencia e dita os rumos do Banco Central do seu país. Nós estamos falando em inflação, juros, recorde de recuperações judiciais.
Em 2024, o Brasil teve um aumento de 61,8% nos pedidos de recuperações judiciais das empresas quando comparadas a 2023. Em um ano só, o crescimento de empresas em situação quase falimentar aumentou em 61%. Ainda nós temos as empresas públicas federais dando recorde de prejuízo.
6,7 bilhões em 2024 é o maior prejuízo da história, dos últimos 23 anos, pelo menos, que é a data em que começou-se a fazer essa marcação. Este é o momento econômico pelo qual passamos. Como eu disse aos senhores, eu vou fazer aqui uma análise dos dados, dados sobre recuperação judicial, dados sobre inflação, dados sobre juros, dados sobre o resultado das empresas públicas e o prejuízo por elas acobertadas.
Então você vai me dizer, Summer, de quem é a culpa? E aí eu vou me valer de Saramago, como eu disse a você que o faria. Saramago vai dizer na obra o seguinte: "Posso fazer uma pergunta ao Batroz?
Ele quem pergunta é o comissário ao ministro? O comissário chamava o ministro de Albatroz. Faça a que eu responderei papagaio do mar, que é o comissário.
Sempre fui bom em dar respostas. E aí então o comissário pergunta: "Que acontecerá se não encontrarem provas da culpabilidade? Como devo entendê-lo, comissário?
Aliás, o que acontecerá se não encontrarmos provas da culpabilidade? O mesmo que aconteceria se não encontrassem provas da inocência? Como devo entendê-lo, ministro?
Há casos em que a sentença já está escrita antes do crer. Você vai me vai me perguntar, Summer, quem vai ser responsabilizado por isso? Certamente não as pessoas que praticaram os ilícitos, não os irresponsáveis financeiros, não aqueles que tomaram as decisões equivocadas, não aqueles que dirigem o país.
Quem vai ser responsabilizado por tudo isso é quem está neste momento ao vivo comigo. Você é você que vai pagar essa conta. Eles não assumirão a culpa.
Eles encontrarão o culpado. O culpado será o cenário internacional, o culpado será o governo anterior ou o culpado será o próximo governo. O culpado será você e você vai pagar essa conta.
Aí você vai me perguntar, bom, as sentenças que já estão escritas antes do crime, o sujeito comete o crime e o sujeito é responsabilizado por ele. Tudo bem. Mas neste caso quem não cometeu é responsabilizado.
Sumber, você fala sobre Saramago, fala fala sobre essa responsabilização sem culpa, mas como é que isso me atinge? A inflação atinge comendo seu poder aquisitivo. Você não pode mais consumir o que você consumia.
Você vai ao supermercado e não compra o que você comprava. Você começa mudando a marca, depois você muda a mercadoria. Você comia salmão, agora você come outro peixe.
Você comia picanha, agora você come outra carne. Você consumia certas coisas que você deixou de consumir. E talvez o seu poder aquisitivo ainda não tenha permitido a você experimentar esse cerceamento, mas já é experimentado pelas pessoas ao seu redor, pelas pessoas que adquirem de você, pelos seus clientes, pelas pessoas que convivem com a sua pessoa.
De maneira que o primeiro ponto é a perda do seu poder aquisitivo. O carro que você comprava, você não compra mais. Um carro de luxo custava R$ 100.
000. Hoje um carro popular custa R$ 100. 000 e nós estamos falando de preços de 2019 para 2025.
Mas veja você o seguinte, em os você vai me dizer, tá, inflação, como é que os juros implicam ou atingem a minha vida? De todas as formas. Você não consegue mais comprar sua casa, você não consegue mais fazer um financiamento, você não consegue mais suportar uma parcela por conta das taxas de juros reais.
Isso desaquece a economia. Isso conduz ao fechamento de de empresas. fechamento de empresas, fechamento de postos de trabalho.
Há mais gente trabalhando, mais gente informalmente trabalhando. De maneira que agora a gente começa a experimentar um crescimento desacelerado. Eu tô tratando de dados e a gente tá falando em 2025.
Agora, se as pessoas perderem o trabalho, se as empresas fecharem, é um recorde de pedidos de recuperação judicial, se a inflação vier e se os juros continuarem altos, isso vai impactar a sua vida. E se o governo continuar gastando, o dinheiro vai acabar. Em os maias de Queiroz, João da Ega é um sujeito que combina muito gasto com pouco trabalho.
E é justamente este muito gasto com pouco trabalho que destrói o patrimônio de João da Ega. Ele vai ter que se servir do amigo Carlos da Maia várias vezes para poder honrar dívidas. Mas ele era um jovem rico.
Mas ele era um jovem rico sem trabalho. Muito luxo, com pouco trabalho, acaba com patrimônio. Economicamente, esse é o cenário que nós vivemos.
Mas existe um cenário político que nós vivemos. E mais uma vez eu vou me basear em dados. E agora eu vou entrar mais profundamente na obra, porque a obra é uma obra de cunho político.
Em primeiro lugar, nós temos um governo que não tem o controle do Congresso Nacional. Qualquer pessoa, seja de direita, de esquerda ou de centro, vai dizer que o Congresso Nacional é hostil ao governo atual. Basta você ver a aprovação da urgência ou ou aprovação da urgência para votação do PL da anistia, a suspensão do processo do deputado Ramagem, Alexandre Ramagem, perante o Supremo Tribunal Federal contra a vontade do governo.
A convocação de ministros de Estado para comparecimento em comissões do Congresso Nacional, recentemente ministro da justiça, o ministro da Previdência Social. O que que nós temos? Nós temos um governo frágil.
E quando nós temos um governo frágil, pro governo conseguir manejar essa relação com o Congresso, ele vai ter que se valer de uma regra, uma regra que é muito antiga no mundo e que é citada por Saramago na sua obra. Ele diz assim basicamente, curiosa expressão de ora o pau, ora a cenoura, aplicada predominantemente aos asnos e às mulas nos tempos antigos, mas que a modernidade, com resultados mais do que apreciáveis reaproveitou para uso humano. Ora o pau, ora a cenoura.
O que que acontece? Quando a gente tem um movimento de hostilidade, a gente vai ter ora cenoura pros amigos, liberação de dinheiro o tempo inteiro, ora o pau pros inimigos. Então você traz uma política de perseguição somada a uma política de beness ou de gastos públicos descomedidos.
Aí você vai dizer: "Bom, então se o governo financiar, isso vai acabar com problema. a gente vai ter uma união mais ou menos. Na verdade, como esse dinheiro não é infinito, este dinheiro acaba.
Não é possível manejar o Congresso dessa forma. Hoje eles já têm emendas ou orçamentos impositivos, de forma que não há necessidade a dependência tão grande do executivo e, portanto, a maior ou menor conformidade do Congresso com o executivo varia de acordo com a maior ou menor aprovação do governo. A popularidade do governo é que dita.
E aí a gente tem uma crise econômica combinada com uma crise de popularidade que vai destruir essa união, vai acabar com a união. em determinado momento da obra de Saramago o seguinte, basicamente, deixa eu só abrir aqui para você, ele diz assim: "O outro outros do tipo pessimista, apreensivo, achavam que não havia saída paraa situação, que estavam condenados ao fracasso. Isso vai ser como de costume, cada um por si e os mais que se lixem.
A imperfeição moral do gênero humano. Quantas vezes o temos dito? Não é de hoje, nem é de ontem.
É histórica. Vem do tempo da Maria Cachucha. Agora parecerá que estamos solidários com os outros, mas amanhã começaremos as turras e logo o passo a seguir será a guerra aberta, a discórdia, a confrontação, enquanto eles lá fora gozam de palanque e fazem apostas sobre o tempo que conseguiremos resistir.
Vai ser bonito enquanto durar, sim, senhor. Mas a derrota é certa e garantida. A crise vai acabar com a União.
Quando você olha pro país, este é o cenário que você enxerga. mesmo partidos que têm ministério no governo votam contra o governo, assinam pedidos para instauração de CPMs. Partidos que compõem a base não dão base, porque uma crise de popularidade faz com que essa união não exista.
A crise vai acabar com a União. De fato, isso é acentuado pelas pesquisas eleitorais que mostram uma fragilidade muito grande do chefe do poder executivo atual. Ele é um candidato fortíssimo.
Talvez ele ainda seja o favorito em razão do uso da máquina, mas de fato, como ele se fragilizou, você tem a necessidade do uso da verba de um gasto expansivo para que então você se mantenha no poder e isso vai afundar o país de uma crise maior em 2027. Some-se a isso o alinhamento com ditaduras como Venezuela, como China, como Rússia, como ditadores africanos agora na última visita à Rússia, considerado pelo Estadão como o dia da infâmia da política externa brasileira. São escândalos e mais escândalos.
Agora o escândalo da corrupção. O escândalo da corrupção no INSS do desvio potencial de 290 bilhões de reais. Mas você vai dizer: "Tá, mas as autoridades não percebem, não percebem as suas incoerências.
" Quando você abre na na no livro, na página 129, o que diz Saramago? diz o seguinte: "Imagino que os nossos melhores especialistas em tortura também beijam os filhos quando chegam em casa e alguns se calhar chegam mesmo a chorar no cinema. " Que que ele tá dizendo?
Olha, um cara que é capaz de torturar alguém, ele chega em casa e ele dá um beijo na cabeça do filho. Ele abraça o filho, ele ama o filho. Esse cara coloca para um filme na TV para assistir e ele chora, ele se emociona e ele foi capaz mais cedo de um ato desumano e ele não consegue perceber a incoerência.
O governo descobre que há um um um rombo de 290 bi, que as pessoas vão ter que pagar, que você vai ter que pagar, que eu vou ter que pagar, que as pessoas mais pobres vão ter que pagar. E os gastos do governo continuam, as viagens continuam. Alguém quer viajar seis dias antes para fazer tour.
Ah, mas não vai fazer diferença. Que que são 10, 20, 30 milhões para um rombo desse tamanho? É o poder do exemplo.
10, 20, 30 milhões resolvem a vida de 1000, 2000, 20. 000 aposentados. Se a gente tá diante de uma crise, o líder tem que dar o exemplo.
E aqui a gente pensa, tá, mas como é que isso afeta a minha vida? A conta você que vai ter que pagar. Alguém diz assim: "Tá, a gente vai ter que pagar essa conta.
" Vai ter que pagar essa conta. E aqui, gente, é bom que a gente a gente fala aqui do do livro, da obra, da incoerência, das autoridades não percebendo a sua incoerência, mas isso vale paraa vida particular. Nós somos insistentemente incoerentes, reiteradamente incoerentes.
Assumimos um padrão de vida incompatível com a nossa realidade, porque achamos que não fará a diferença a nossa atuação. O governo reproduz um estilo de vida do cidadão irresponsável, sem preocupação com exemplo, sem preocupação com símbolo. E nós precisamos ter esse cuidado.
Você pode concordar ou aprovar ou reprovar o governo. Não é da minha conta o juízo de valor que você faz. Por isso eu disse, nós vamos trabalhar com fatos.
E fato é que nós deveríamos estar preocupados com exemplo, com impacto e com o que verá. Nós não podemos fazer previsões para além de 2027. Eu estava há uma semana na Croácia e um encontro com empresários e um líder empresarial foi falar e na apresentação dele ele disse: "Eu vou fazer previsões e essas previsões só valem até 2027.
Eu não posso fazer previsões do impacto da inteligência artificial para além de 2027. Por quê? Porque é um impacto gigantesco.
Quando Bill Gates fala: "Olha, em 10 anos a inteligência artificial vai substituir médicos e professores, não todos os médicos, não todos os professores, mas muitos médicos e muitos professores. Você tem um dos homens mais inteligentes do mundo fazendo uma previsão com não só um dos homens mais inteligentes do mundo, mas um homem com informações que você não tem, com estudos que você não fez, com conselheiros que você não ouviu, em um país que você não mora e que por um acaso, é a maior potência do mundo. O que nós temos é um misto de irresponsabilidade financeira com irresponsabilidade intelectual.
Nós precisamos imediatamente fechar a torneira do país e abrir a cabeça das pessoas. Eu não sei como é que tá na sua casa, mas se você não é capaz de mudar o seu país, você é capaz de mudar a sua casa. E eu não sei quanto tempo você tem destinado para abrir a sua cabeça, mas você precisa abrir a sua cabeça.
O modo como você aprendeu a trabalhar, o modo como você aprendeu a ganhar dinheiro, o modo como você aprendeu a fazer as coisas, esse modo vai ficar obsoleto muito rapidamente. A verdade é que as pessoas só encontrarão lugar se elas forem capazes do exercício de um pensamento crítico. Algumas pessoas dizem: "A Iá vai superar o homem.
O homem nunca será superado pela inteligência artificial. Mas o fato é que o maior poder estará na mão do homem com a inteligência artificial, mas que souber manuseá-la. E para saber manuseá-la é preciso saber fazer perguntas.
E para saber fazer perguntas é preciso ter pensamento crítico. Nós estamos diante de uma geração acostumada e aprisionada a redes sociais, de dopamina fácil, rápida, barata e ruim. Gente que rola o perfil no Instagram para rir, sorrir e esquecer dos problemas.
Mas ignorar os problemas não faz com que eles deixem de existir. Pelo contrário, somente os potencializa. O que acontece no nosso país é pior do que acontece em vários outros países, porque nós estamos numa combinação catastrófica de irresponsabilidade financeira com irresponsabilidade educacional.
As pessoas perderam o pensamento crítico, perderam a lucidez. Nós passamos a tolerar, e não somente a tolerar, mas a defender o que é moralmente indefensável, qualquer dos lados, porque há uma cegueira coletiva. A obra que antecede ensaio sobre a lucidez de Saramago é ensaio sobre a cegueira.
De repente, uma cegueira toma conta de uma cidade, as pessoas vão ficando cegas, não fica cega a mulher do médico. E essa mulher então fica imbuída, incumbida de liderá-los naquele momento até a cegueira passar. em momentos de escuridão, de cegueira, ainda que seja uma cegueira branca, como diz Saramago na obra, ou um voto em branco, como diz ensaio sobre a lucidez, em momentos de cegueira, no qual as pessoas são incapazes de enxergar, nós precisamos ser a luz.
Nós precisamos enxergar. Na obra As aventuras de Sherlock Holmes de Arthur Conyle, Holmes diz a Watson: "É diferente ver de observar. O mesmo fato se dá diante dos dois".
Então Holmes pergunta a Watson: "O que você viu? " E o Watson diz: "Bom, o que eu vi foi isso. " E aí Romes diz: "Você não percebeu isso, isso, isso e isso?
" Ele diz: "Não, meu Deus do céu, como é que você é capaz de ver essas coisas? " E aí Romos disse: "É porque você vê e eu observo. " É muito diferente ver de observar.
Nós estamos diante das maiores oportunidades da história do mundo. Os seus pais não tiveram a oportunidade que você está tendo. Os seus avós não tiveram a oportunidade que você está tendo.
O mundo, na época do seu avô, era menos complexo, mas trazia menos oportunidades. Não havia internet, não havia rede social, não havia inteligência artificial. As pessoas se informavam pelos jornais e pela revista.
Os jornais chegavam em casa, as revistas chegavam em casa, as pessoas ouviam rádio. O mundo era mais fácil, mais simples, mas com menos oportunidades. Agora o mundo muda e uma velocidade imensa.
A cada 4, 5 anos, as cartas são redistribuídas. Anônimos se tornam famosos, pobres se tornam ricos. e ricos se tornam pobres.
Por quê? Porque de tempos em tempos a lucidez faz com que haja uma mudança brutal de vida. Aquilo que parece loucura se mostra genialidade, porque é apenas uma ideia razoável no meio de pessoas que decidiram não pensar.
E é isso que você precisa perceber. Há uma frase atribuída a Napoleão Bonaparte em que ele diz: "Gênio é apenas uma pessoa capaz de ter uma ideia razoável quando ninguém mais consegue pensar". Só que para você ter uma ideia razoável, é preciso que você dê um zoom out, que você se afaste um pouco, que você olhe de fora para que você consiga perceber o que ninguém está percebendo.
A sua profissão vai mudar. O seu dia a dia vai mudar, a sua história pode mudar, mas ela vai mudar para melhor ou para pior. Essa é uma decisão que você toma quando você decide pensar.
Se as pessoas decidiram não pensar, decida pensar você. Eu sei que algumas pessoas não têm interesse sobre assuntos políticos, econômicos, sociais, eh culturais. As pessoas olham e dizem: "Eu quero só viver a minha vida.
Não me interessa o que o governo faz ou deixa de fazer. Imagine se você morasse na Venezuela há 20 anos e você dissesse: "Não me interessa o que o governo faz ou deixa de fazer, hoje você estaria comendo comida do lixo. " Não interessa o que o governo faz ou deixa de fazer até chegar à porta da sua casa, até você não poder mais falar, até você não ter internet, até você não ter comida, até você não ter escola, até você não poder sair do seu país, até você não ser recebido em outro, até você ter diploma, ter pós-graduação, ter mestrado, ter doutorado e se ver tendo que se evadir do seu país para um trabalho braçal em outro país.
Porque no seu país você teve educação, você teve governo, você só não tem mais oportunidade. Agora saída é sair. Alguns assuntos são assuntos complexos, mas eles precisam ser enfrentados.
Porque se você não decidir pensar, quem pensa vai liderar você. É preciso que você pense e assuma o seu lugar na história. Todo esse desalinhamento que nós vivemos vai resultar em maior tributação.
Porque para arcar com os gastos do governo, com essa busca de popularidade, com essa solução imediata para 2026, o governo precisará tributar. Os correios reportaram um prejuízo de 2 pon alguma coisa, bilhões de reais. E a justificativa dos correios foi simples.
Nós tivemos prejuízo porque houve a taxação das blusinhas. Se você se recorda disso, que o governo federal jurou que não ia taxar e taxou. Isso impactou porque as pessoas pararam de fazer a importação e aí os correios perderam receita.
Isso conduziu os correios a um prejuízo ainda maior. Não se enganem. As pessoas são capazes de qualquer coisa para ter a coisa que elas querem.
Em Hamlet, Shakespeare conta a história de um rei, mas um rei que assume no lugar do irmão. Só que para assumir no lugar do irmão ou o lugar do irmão, ele mata o irmão. Ele é capaz de matar o irmão para tomar-lhe a coroa, o reino e a mulher.
Ou seja, não há moral para conquistar aquilo que se deseja em uma cegueira, a pessoa é capaz de fazer qualquer coisa contra qualquer pessoa, inclusive é capaz de se tornar uma criminosa. Não há nada de novo no céu, mas há algo de podre no reino da Dinamarca, diz Hamlet. Há algo de podre no reino da Dinamarca.
Quando você olha e seja você de direita, de esquerda, de centro, uma pessoa a política, alguém que não quer saber, você olha pro país e diz: "Há algo de podre no país e a nossa responsabilidade é olhar para isso e dizer como é que a gente pode consertá. E nós precisamos consertá-la com civilidade, porque não é possível vencer todos pela força, mas pela sobriedade, pela honestidade, pelo investimento contínuo em estudo, pela formação de um pensamento crítico e pelo não retrocesso. Nós não podemos retroceder.
Um homem precisa ter muito cuidado com as obsessões que ele tem na vida. Em a pata da gazela, José de Alencar mostra como a obsessão de Horácio pela pata da gazela, pelos pés de uma mulher, faz com que ele perca justamente o que ele procurava. Às vezes nós ficamos obsecados de uma ideia e nos tornamos cegos a tudo aquilo que o mundo nos oferece.
Quando você olha para trás, quando você olha para 10 anos atrás, você vê coisas que hoje que você vê coisas que eram evidentes, mas que a época você não percebeu. investimentos que você podia podia ter feito, a faculdade que você podia ter feito, o curso que você deveria ter feito, a sua dedicação durante a graduação, o relacionamento que você teve, o relacionamento que você deixou de ter e você começa a olhar para tudo aquilo e você percebe como era evidente o seu erro, como era evidente a oportunidade, como era evidente tudo aquilo e era evidente e você não viu. O vidente não viu o evidente.
Você não viu. Diante dos seus olhos, você foi acometido de uma cegueira, uma cegueira branca. Parecia que havia luz, mas você não via nada.
Era um ensaio sobre a cegueira. Agora você vive o ensaio sobre a lucidez. É preciso que você perceba tudo isso.
Mas a nossa análise não se limita a uma análise econômica, a uma análise política, é também uma análise jurídica. Nós passamos por um momento, nós vivemos uma quadra da história em que não há segurança jurídica. Basta dizer que uma empresa teve os bens bloqueados por conta de dívida de uma outra empresa.
Ou você não se recorda que a Starlink teve a penhora do seu valor em conta corrente para pagar uma conta da X, uma multa da X, o antigo Twitter. Neste momento, há uma discussão que foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal sobre a pejotização no trabalho. Alguns juízes do trabalho diziam: "Tá certo".
Outros juízes do trabalho diziam: "Tá errado, não havia segurança jurídica". A vitória no processo dependia do juiz da causa, não do direito. Não há segurança.
Agora o Supremo decide suspender e não há decisão. Vai haver. Inclusive, a suspensão foi positiva no sentido de se uniformizar, mas neste momento não há segurança.
Além do reiterado conflito que existe entre a Suprema Corte e o Congresso Nacional. Tudo isso vai gerando um problema muito grande. Por quê?
Porque o judiciário, como nunca é julgado, ele não sabe o que isso significa. E isso implica uma enorme ausência de empatia por parte dos julgadores. Há um determinado trecho da obra, eu abro para você aqui, em que isso fica claro como muda tudo quando o julgador se senta no banco dos réus.
Ele diz assim: "Então, perguntou o agente, o agente seria o julgador. O técnico tardava a responder e o agente insistiu: "Então, que diz a máquina? " Era uma máquina detectora de mentira.
A máquina disse que o senhor mentiu", respondeu confuso o técnico. "É impossível", gritou o agente. "Eu disse a verdade.
Eu não votei em branco. Eu sou um profissional do serviço secreto, um patriota que defende os interesses da nação. A máquina deve estar avariada.
Não se canse, não se justifique", disse a mulher. "Acredito que tenha dito a verdade, que não votou em branco, nem voltará, mas recordo-lhe que não era isso que se tratava. Eu só pretendi demonstrar-lhe e consegui que não podemos fiar demasiado o nosso corpo.
A culpa foi toda sua, pois me nervoso. A culpa minha, claro, a culpa foi da Eva tentadora, mas a nós ninguém veio perguntar se nos sentirmos, se nos sentimos nervosos quando nos vemos atados a essa maquineta. O que que aconteceu aqui nesse trecho da obra?
Começam a colocar as pessoas para ver se elas estavam mentindo ou não no chamado atentado à democracia. E aí eles colocam a pessoa lá numa máquina para dizer se a pessoa tava mentindo ou dizendo a verdade. A máquina dizia: "Essa pessoa mentiu".
Aí a mulher disse: "Gente, eu não menti, eu tô falando a verdade. A máquina tá errada. " Aí o agente falou: "Não, nada disso.
Quer ver? " Ele vai lá e se senta. E aí fazem a pergunta.
Ele diz: "Não, eu votei assim". A máquina diz: "Você tá mentindo? " Dis: "Não tô mentindo.
" "Como é que eu tô mentindo? " Que que aconteceu? O julgador foi paraa posição do jurisdicionado.
Aí ele percebe, a máquina pode errar. E aí você percebe que quando você sai da posição de quem julga pra posição de quem é julgado, há uma empatia. E nós precisamos dessa empatia.
O bom juiz é um juiz empático e isso afeta a sua vida. Porque o problema da decisão desproporcional que parte da Suprema Corte não é a decisão em si, porque pode afetá-la ou não, bloquear ou não a conta do da Starlink, não faz diferença na sua vida. Mas o problema é o juiz de primeira instância que vendo aquela decisão da Suprema Corte diz: "Bom, eu posso fazer a mesma coisa.
O sujeito tem um restaurante e tem um lava-jato. Ele é sócio de um lava-ato e ele é sócio de um restaurante. O restaurante tá devendo, eu vou bloquear a conta do lava-jato.
Mas não tem nada a ver uma coisa com a outra. Esse lavajato, ele tem 10%, ele nem é administrador, ele é cotista. no outro, ele administra, ele não interessa.
Eu vi o o ministro fazer assim, eu vou fazer assado. E aí a decisão de lá impacta no seu negócio, na sua iniciativa. Não adianta você achar que os problemas do país não vão bater na sua casa.
Essa não é uma pergunta. A pergunta é: o que você vai fazer para você não sentir os efeitos disso? Como é que você se protege?
Como é que você se prepara? Como é que você cresce apesar disso tudo? Essa é a pergunta que você deve se fazer.
É assim que você deve refletir, porque quando você tem eh uma insegurança jurídica grande, o que você tem é evasão de investimentos estrangeiros, você tem erosão das relações. Por quê? Porque esses conflitos eles acabam repercutindo aqui.
E aí você vai ver o seguinte. Você começa a não saber o que você pode ou não fazer, o que você pode ou não falar. Você começa a ter a sua liberdade de pensamento ser seada, a sua liberdade de expressão ser seada, a sua liberdade de ir e vir ser seada.
Você não sabe mais o que você pode fazer. Por quê? Porque a regra não, a regra não é clara.
Porque um sujeito acorda, entende que é de outra forma e aquilo afeta a sua vida do dia paraa noite ou da noite pro dia. Mas a gente também tem uma insegurança ou a gente também tem um aspecto social do Brasil. E o primeiro aspecto da nossa realidade, isso independe governo, qualquer que seja, nós vivemos um momento ou uma quadra da história em que os veículos tradicionais de imprensa perderam o monopólio da informação.
O que significa dizer que eles perderam o monopólio da verdade. Era assim, os jornalistas ainda tinham conseguido que lhes respondessem: "É certo em hora é certo que em tom impaciente, hora irônico, ora desdenhoso, eles tinham conseguido respostas que em realidade eram mais um modo de calar que outra coisa. Os jornalistas conseguiam as respostas que eles queriam nessa época.
Na nossa época não é mais assim. E não é mais assim porque agora eu tenho a imposição, eu tenho a quebra do monopólio da verdade, a quebra do monopólio da informação. Quando você olha, você vai ver que o vídeo de um deputado é mais assistido do que o Jornal Nacional.
E isso é dado. Isso é impressionante. É uma capilaridade que vai chegar em Rolim de Mouro, em Rondônia, que vai chegar em Capão da Canoa, no Rio Grande do Sul, que vai chegar em Campina Grande, na Paraíba, que vai chegar em Sinop Mato Grosso, que vai chegar no Brasil inteiro, mais do que o Jornal Nacional.
Havia uma expressão utilizada nos anos 90 que dizia: "Se não passou no JN, Jornal Nacional, não aconteceu. Agora pode não ter passado no JN e terá acontecido. Qual é a reação?
Há uma tentativa de imposição de uma única visão de mundo. Há uma espécie de autocracia da visão de mundo ou de ditadura da visão do mundo. Você só pode ter uma visão de mundo.
Só que por muito que se tenha tentado e continue a tentar-se, nunca se há de conseguir que as pessoas pensem todas da mesma maneira. Desta vez até se diria que sim. Seria demasiado perfeito para poder ser verdadeiro.
Senhor presidente, as pessoas não podem pensar da mesma forma. Se as pessoas pensam da mesma forma, todas elas, grande parte delas mente. E pode ser que elas mintam por obrigação, pode ser que elas mintam para viver, pode ser que elas mintam para sobreviver, para se manter.
Veja você que a mentira pode se tornar uma necessidade quando há imposição de uma forma de ver o mundo. Você só pode ver o mundo dessa forma. Disse Saramago: "Aqui estamos a tratar com humanos.
E os humanos são universalmente conhecidos como os únicos animais capazes de mentir, sendo certo que às vezes o fazem por medo, às vezes por interesse. Também às vezes o fazem porque perceberam há tempo que essa era a única maneira ao seu alcance de defenderem a verdade, de continuarem vivos, de se manter, de sobreviver, de viver. O que nós temos hoje é uma tentativa de imposição de uma única visão de mundo.
Evidentemente isso gera reação. A imposição de uma ideologia tem feito surgir com força uma reação de um movimento ideologicamente oposto. Por quê?
Porque o que se tem é uma imposição. E então tem-se uma reação. Talvez você me diga o seguinte, Summer, mas de fato, veja você o seguinte, eu entendo o que você está falando neste momento.
Nós não podemos mais afirmar o que é verdade e o que é mentira. Agora há uma perda. Olha os impactos na sua vida.
Você vê uma notícia e você, independentemente do veículo, você não sabe se é verdade ou se é mentira. Ela está envzada. Ao mesmo tempo, perdeu-se a confiança plena que existia em instituições de educação, de pesquisa, de ensino.
Alguém faz uma manifestação, então diz assim: "Segundo eh um grupo de estudos da Universidade de São Paulo, da USP, na manifestação havia tantas mil pessoas". Você olha e fala: "Bom, parece haver 10 vezes o que eles dizem que há. Você não sabe mais.
A instituição naquele ponto, naquele quadrante, naquele tema, perdeu a credibilidade. Então isso afeta a nossa confiança na instituição, isso afeta a nossa confiança no que é dito via imprensa, isso afeta a nossa confiança no ensino. E você vai vendo pessoas vivendo em realidades paralelas.
Você vê dois irmãos criados na mesma casa com ideologias opostas e cada um enxerga a realidade que quer. E você assiste a essa nossa reflexão e diz: "Summer, é exatamente isso. Parece que há pessoas que não vem a realidade.
É verdade. Existem pessoas que jamais enfrentarão a realidade. " Diz aqui, Saramago, o seguinte: "A cabeça dos seres humanos nem sempre está completamente de acordo com o mundo em que vivem.
Há pessoas que têm dificuldade em ajustar-se à realidade dos fatos. Não adianta você insistir com quem vai negar a realidade. Você tem que ser a luz.
Você tem que ser o lúcido. Você tem que ser a ideia, o pensamento, a mudança. A pessoa que já entendeu o que eles estão fazendo, mas que tem pensamento crítico, capacidade de observar para poder reagir e construir.
Não estou falando de uma guerra, porque se agora, neste momento, você travar uma guerra, você perderá a guerra. Quem é você? Sem armas, sem voz, sem força, sem gente, sem instrumento.
Por isso é um encontro da lucidez. Eu não quero que você tome uma decisão que não é lúcida. Eu quero que você tome uma decisão lúcida.
Porque as pessoas que se alimentam da torpeza, que vivencia o nosso país, pessoas tanto do espectro público quanto privado tem uma aposta. E a aposta fica clara em um determinado trecho da obra em que Saramago diz assim: "A mais segura diferença que podemos estabelecer entre as que poderíamos estabelecer entre as pessoas não seria dividi-las entre espertas e estúpidas, mas em espertas, demasiado espertas e estúpidas. Com as estúpidas, fazemos o que quisermos.
Com as espertas, a solução é pô-las a nosso serviço, ao passo que as demasiado espertas, mesmo quando estão do nosso lado, são intrinsecamente perigosas. Qual é a aposta delas deles? Eles apostam na sua estupidez, porque com as pessoas estúpidas fazemos o que quisermos.
Eles apostam na sua estupidez. O sistema é feito para que você não possa observar, para que você possa ver, mas você não possa observar, para que você perca o seu pensamento crítico, para que você não tenha essa capacidade de construção. Pois é, é assim que é feito o sistema.
Mas você pode optar por desenvolver um pensamento crítico. Para isso, você precisa observar. É preciso ser certo, é preciso ser esperto, não.
É preciso ser demasiado esperto e parecer estúpido. Há quem diga que quando as pessoas acham que você é esperto, você deixou de ser. E ser lúcido nesse momento é não parecer esperto, nem demasiado esperto.
É simplesmente sobrevoar sem ser visto. É parecer estúpido, esquecido. e então ir se preparando, estudando, aproveitando as oportunidades, crescendo, tendo pensamento crítico para que ao ser percebido, você já esteja grande demais para ser derrubado.
Se você aparecer agora, você vai ser derrubado. Mas se você conseguir se preparar, estudar, ter pensamento crítico, ler grandes obras, veja que hoje nós citamos Shakespeare Humlet, A Pata da Gazela de José de Alencar, os maias de Essa de Queiroz, as aventuras de Sherlock Holmes, de Arthur Conandoyle, ensaio sobre a cegueira de Saramago, todos aqui citados. A leitura de livros clássicos nos propicia isso.
Hoje você entendeu o que acontece, o que está acontecendo no país e como isso impacta a sua vida. De fato, é isso que você aprendeu. Mas Summer, eu já entendi hoje o que estão fazendo com o Brasil.
O que eu quero é pensar com você o que você vai fazer com o que estão fazendo com o Brasil. Como é que você vai ter ideias? Como é que você vai ter ideias?
Onde moram as ideias que você procura? Como é que você pode se tornar essa fábrica de ideias, essa fábrica de oportunidades, essa fábrica? Como?
Como é que você vai fazer isso? É isso que eu quero ensinar a você no nosso encontro de amanhã. Eu quero mostrar a você como você vai ter ideias.
Por quê? Porque sempre que uma crise aparece e agora nós estamos diante dela e ela deve se aprofundar em 2026 e chegar ao seu pior momento em 2027 e depois, creio eu, porque sou otimista, que as coisas vão melhorar, mas sempre que uma crise vem, há pessoas que saem maiores do que entraram. Há pessoas que choram, há pessoas que vendem lenços.
As pessoas que vendem lenços são pessoas que conseguem enxergar o que os outros não vêm. E isso demanda visão, observação, pensamento crítico, uma inteligência mais aguçada. E é isso que eu quero desenvolver com você.
Você sabe, na quarta-feira nós teremos o último encontro e haverá o clube dos pensadores, que é o meu clube de leitura. Mas eu quero fazer um uma convite para você. Amanhã esteja comigo, porque amanhã eu vou sortear uma vaga no Clube dos Pensadores para quem estiver comigo ao vivo.
E essa pessoa pode ser você. Eu quero que você se torne um pensador, que você saia do raso, que você aprenda a pensar, não como eu, mas pensar. Pode discordar de mim em alto nível, educadamente, fique à vontade.
Mas eu quero que você se torne um pensador. Eu prometo fazer esse sorteio amanhã, se você prometer estar comigo amanhã. Pode ser.
Senhoras e senhores, hoje você entendeu o que acontece com o Brasil, o que estão fazendo com o Brasil. Amanhã você vai entender o que você vai fazer, pode fazer, como ter ideias diante do que estão fazendo no Brasil. Eu disse que essas três noites serão o encontro da lucidez.
Eu espero sinceramente que as nossas reflexões tenham sido lúcidas e que você saia mais sensato, mais sóbrio e mais otimista. Porque o terceiro dia eu vou dizer como você vai crescer. Amanhã eu vou dizer a você como é que você vai agir e encontrar ideias e então crescer.
Porque eu quero que você saia desses três dias muito maior do que você entrou. Eu quero ser um antes e depois. Antes do encontro da lucidez eu era assim.
Depois eu me tornei assado. Eu quero ser para me valer de uma expressão do Nizan, uma pista de aeroporto. Aqui você vai decolar.
E eu peço por fim que você aguarde e ouça o que as pessoas têm a dizer sobre a experiência conosco nesse clube de leitura. Eu espero você amanhã às 8 horas da noite em ponto comigo aqui. Muito obrigado, uma boa noite, um grande abraço e até amanhã.
Minha época do ensino médio não li livros clássicos. Falei: "Sabe que eu quero aprender a ler esses livros? Sou Juliana Cotrinho, advogada tributarista.
Passeando pelo Instagram, conheci o Summer e eu vi falar sobre o Clube dos Pensadores. Me chamou atenção porque eu nasci no interior do Pará, numa cidade chamada Redenção. E na minha época do ensino médio não li livros clássicos.
Falei: "Sabe que eu quero aprender ler esses livros? " E assim comecei e hoje eu faço parte do clube. Comprei os livros físicos e estou amando fazer parte do clube dos pensadores.
Meu nome é Júlia Duarte, eu sou advogado. Ele traz a contemporaneidade, né? a o que a gente vive hoje com os autores aí, enfim, inúmeros autores aí da filosofia, da ciência política e muito legal.
Tô muito feliz. Meta que o Sam repõe aí daqui 6 a 12 meses eu vou ser outra pessoa no aspecto profissional pessoal.