Psicanálise, sofrimento e racismo | Christian Dunker | Falando nIsso 168

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Christian Dunker
O quadro Falando nIsso propõe uma conversa entre os diversos inscritos do canal Christian Dunker e o...
Video Transcript:
ah ah ah ah vindo do nosso falando nisso e hoje nesse canal youtube com a pergunta de mafalda moreira o lacre é muito obrigado por nos oferecer a protege aprender tanto nesse canal dar suas explicações têm adquirido muitos conhecimentos e as próximas simpatia ligado gostaria de perguntar se a psicanálise tem algum estudo específico sobre o sofrimento das pessoas que sofrem com o racismo ou queima falta uma questão uma super importante e crucial e para a qual a gente ainda não há não formou exatamente um discurso crítico à altura da situação segregação e de humilhação social
que ia negritude enfrenta pelo menos no brasil né então eu poderia dizer que a gente tem um estudo recente que é o que eu recomendo muito você é organizada por nuno m moritz com maria lúcia da silva e cristiane cury abud eo racismo negro no brasil questões para a psicanálise é um pessoal do seles a pintar e que se dedicou e colheu um conjunto observações sobre sobre esse que a gente pode chamar se um sintoma social o racismo esse trabalho ele várias vezes retoma um ponte texto que é chave para para essa discussão principalmente fora
do brasil sou muito curioso que o texto dia um sikh atra negro nascido na martinica nas antilhas francesas e que trabalha com 12 kelly no sul da frança é chamado frança num pele negra máscara branca máscaras brancas que é é uma tratado assim é fundador é dada teria pós colonial e das reflexões sobre como a colonização ela empreende e traz consigo um certo discurso racionalista é o discurso que hierarquiza um discurso que justifica a dominação é com as suas antologias e tecnologias da subserviência um discurso que entranhas ii na educação nas formas de entendimento sofrimento
mental nas políticas públicas na enfim em todos os setores da dam do nosso laço social é uma coisa interessante é que esse trabalho do do fandom ele é também uma resposta ao trabalho de um singular isto fica na escola lacaniana chamado tava no ning que escreveu prósperi kalimba é a partir da experiência dele como adido cultural madagascar onde ele observava é o processo de colonização do qual ele fazia parte e levava em conta a maneira muito peculiar como os malgaxes e respondiam está situações de de conflito e entende uma as suas o processo colonizador óleo
a partir dos seus mitos é a partir das suas nas suas práticas anteriores à colonização a quem de certa forma acabam justificando a sua própria enfim subserviência urbano nia argumentou então que havia uma espécie de acasalamento entre entre duas fantasias ao longo do processo colonial e que a gente poderia transportar e incluir o sofrimento é como racismo nisso a fantasia do colonizador ea fantasia do do colonizado ufanam rebateu fortemente e se essa leitura do moniz trabalho dizendo olha isso é um exemplo de colonização assim um psicológico é uma colonização por uma teoria que é então
a de origem é no pé ea centro penha feita por brancos para brancos e que estaria sendo aplicada né serviço naquele caso da colonização francesa de futebol o experiente o racismo ela ela leva um tipo de de sofrimento me parece assim é difícil de abordar porque ele está sempre assim articulado com outras narrativas de sofrimento por isso me parece muito simpática à chamada teoria intersexualidade né a teoria que pensa nem as relações de opressão de classe cruzadas em intersecção com as opções é de gênero e cruzada intersecção com as opressões ligadas ao racismo e no
caso do brasil particularmente ao racismo contra a população negra ou seja essas coisas elas se combinam e de tal maneira que hora que você vai dizer não mas eu tô sofrendo porque eu sou negro a isso às vezes se combina com não mas será que é porque eu sou negro porque eu sou pobre nossa essas duas dois traços eles têm uma persistência infeliz na história do brasil desde a escravidão que deixa os seus traços até hoje então como é que você separa né você faz parte da do processo colonizador e pará faz parte da invisibilização
desse conflito que a gente tráfego é de um para o outro num processo conhecido como branqueamento quando a pessoa vai ascendendo socialmente ela vai sendo mais e mais reconhecida ela não vai sendo mais conhecida como negra ela vai assim sendo percebida como alguém mais branco do que enfim ela é então isso traz pra gente essa é essa o fato interessante importante clínico de que nós não estamos falando assim da objetividade da cor da pele mas é isso tá filtrado por fantasias está filtrado por atribuições de valores está filtrado pela posição que a gente coloca o
outro na mesma direção portanto o sofrimento daquele que sofre com racismo muitas vezes o sofrimento nome ato é um sofrimento que eles se deslocam para a pobreza ele se desloca para a exceção social ele se desloca para outras narrativas que que no fundo o tornam isso é essa condição mais e mais invisível né então no tratamento dessa coisa assim desse racismo o primeiro fato primeiro movimento é a gente poder nomear a gente poder percebê-lo a gente poder fazer com que o sujeito escute né discute-se como produto o reprodutor desse discurso ou como aquele que sofre
né os efeitos desses cursos sobre se vou trazer um exemplo assim é mais direto da minha clínica sobre isso uma uma pessoa que é tem tudo pra avançar na sua na sua condição assim profissional eu só que se dedicou muito a pessoa que como tão costumeiramente é a gente encontra essa colocação é ter que fazer muito mais do que outros para obter a mesma coisa inclusive em termos salariais e que num determinado momento ela se vê diante de um passo que ela pode dar aquela deve daquilo que é bom o seu chefe sai assim se
aposenta e ela então é a candidata natural a ocupar aquela posição e nesse preciso momento ela faz então um pânico ela faz uma um conjunto de sintomas que impedem ela de trabalhar ela ela vai para o aol o sistema de pensão e cria se um impasse que que inexplicável para ela mesmo uma vez que estava assim a porta às portas da realização de um grande sonho e de dar um grande passo nessa lida e é bom há anos se fala sobre isso isso tem bom conexões familiares isso tem conexões com com a com a própria
fantasia dessas sujeito pessoa e e mesmo assim não angústia diminui mas tá toda vez que o assunto volta ea possibilidade de assumir o tal cargo que que estava assumindo essa possibilidade a pessoa volta a produzir então essa se torna até que me ocorre dizer o seguinte pra ela olha você nunca me ensinou isso você nunca é trouxe essa essa questão para esse contexto mas depois o falado enfim uma série de outras coisas mas não tinha ocorre que enfim você uma pessoa negra não era não era a a alguém que quer que você podia ficar assim
pardo na dúvida ama negra e tinta e que lhe digo então uma será que isto não conta para você o fato de que este passo é uma realização para cima mas é uma contrariedades de um conjunto e mesmo de expectativas sociais também ao que ela diz puxa a maçã é óbvio que se estava o tempo todo já tinha ouvido comentários etc até mais nunca tinha pisado que isso estava em jogo nesta situação a ponto de que eu não autorizasse o meu desejo usando isso para obstruir para inibir para me impedir e a partir de então
ela consegue então dá e se esse passo e eu acho que é um exemplo que captura essa idéia de como racismo ele ele aparece em momentos agudos às vezes a gente tem isso né de que alguém de bom senso vai pegar um emprego porque você dessa cor ou xingamento o maltrato né isso é pernicioso e suíço vai produzir volumes espécie trauma recorrente na pessoa abalando o seu narcisismo mas é pensando na peculiaridade nasce no brasileiro que é o racismo que até bem pouco tempo estava encoberto com essa idéia da da democracia racial brasileira a grande
miscigenação que existe no nosso país de fato contrário diz lá áfrica do sul estados unidos nós temos essa se degradê da nossa população mas isso então justamente torna um sofrimento ligado ao racismo muito mais difícil de nomear muito mais difícil de naturalizar e isso vem sendo feito agora mais recentemente né temo que que citar o trabalho magnífico da família ribeiro seu livro né sobre o lugar de fala é essencial para os psicanalistas enfrentarem essa questão além disso um detalhe muito interessante pouco mencionado né diz respeito ao fato de que a primeira vamos chamar assim a
primeira o primeira psicanalista brasileira formada no brasil não chamava se virgínia bicudo era negra era negra de origem humilde consegue se estabelecer que e que dá grandes contribuições para políticas públicas vai trabalhar pois em brasília mas há é uma pessoa lutava com uma história de vida absolutamente valorosa e que nós dentro da psicanálise freqüentemente assim esquecemos desse detalhe de que ela é o maneio e era a primeira a ficar na lista brasileira e o disco comenta esse caso no meu trabalho mostrar sofrimento e sintoma e acho que ele certa forma é uma tentativa de dar
suporte língua giro pra como que a gente pode lidar com a pressão racionalista no brasil oxalá é vamos conseguir reduzir essa essa sintoma social e cliquem aqui no acre onda movendo para receber mais fragmentos do falando nisso obrigado [Música] [Música]
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