Documentário | Mas por que ela não denuncia? | Mikaella Pedrosa

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Mikaella Pedrosa
Trabalho de Conclusão de Curso realizado por Mikaella Pedrosa para a obtenção do Bacharelado em Jorn...
Video Transcript:
na última briga ela pediu o divórcio vem pra mim por favor quando ela pede o divórcio ele partiu pra cima mas ele já vai armado o rapaz tinha um galão lotado de gasolina e coloca fogo na caixa uma mulher foi morta agredida pelo marido no bairro parque são paulo na tarde de hoje em cascavel ela foi encontrada morta horas antes de dar à luz o bardo já estava marcado eu vi que ele estava deitado sentado num no chão com a faca em seu pescoço ea vítima no seu colo e ela já estava bastante ensangüentado uma
mulher de 40 anos foi morta pelo então companheiro ela foi estrangulada dentro de casa o homem só foi buscar socorro para a vítima cinco horas depois de ter cometido o crime as mulheres não denunciam por vários fatores o primeiro é medo o primeiro fator é o mesmo porque ela olha olha um lado ela olha para o outro ela vai quem com quem eu posso contar quem realmente vai ficar como quem vai acreditar em mim então a primeira coisa assim você é louca você é louca esse é um título que todas elas escuta você é louca
né quem vai quem quer acreditar em você eu já presenciei isso de uma forma assim da fala de um agressor que eu fiquei olhando pra ele ela é louca ela é não sabe o que está falando né e eu escutei ele dizer pra ela disse você acha que alguém vai acreditar em você olha pra mim eu sou um homem de posição e você é quem você não é nada desde o medo ameaça que um companheiro agressor faz se você vem denunciar ele matou mattos filho existe também a dependência financeira muitas mulheres ainda não conseguiram se
poderá o suficiente para dizer sou independente e não preciso tão muitas ficam ainda necessito por dependência financeira dependência emocional por vezes a gente imagina eu vou ficar sem meu marido há questões religiosas então as mulheres também têm esse pensamento eu me casei e eu tenho que viver para o resto da vida a minha cruz eu preciso carregar zé discordo com o discurso de que basta a mulher cerem ponderada para denunciar porque a sociedade atualmente ainda não oferece oportunidades iguais para todo mundo a gente vive uma sociedade que é desigual e isso contribui para as mulheres
não denunciam a mulher não se sente protegida ainda pra gostar e denunciar esse agressor é essa é a sagração que ela está vivendo além disso acho que o acolhimento dessa mulher também no local onde ela vai fazer a denúncia muitas vezes faz com que ela deseja de fato de concretizar nesta denúncia a própria coordenação das pessoas que vivem ao redor dela pessoas que sempre vão ela continuar não só para pessoa melhor então são e nem os motivos que faz com que ela não deve não ser aquela foi uma relação de amor em determinado momento ora
se não pode cobrar de mim que eu aceite que eu entenda e que eu aceite a falência daquela relação assim né é muito difícil aquela pessoa que me bati hoje que bate aquela mulher já foi amorosa e aquela mulher tem a esperança de que as coisas se ajeitem além disso ela se sente culpada cada vez que ela vai reclamar da violência familiares igrejas grupos sociais dizem que a paciência ele deve estar com algum problema ou isso é a bebida problemas no trabalho aguente que isso vai passar isto não vai passar tem todo um sistema que
valoriza muito o casamento nos modelos adicionais heterossexual com um homem mais velho então isso tem uma tradição que vem do patriarcado esse homem nessa figura masculina ela não pode ser denunciada por uma bobagem bater na mulher olhou prime então existe um processo educativo que diz as mulheres que se conforma em que lhes as mulheres que é assim mesmo que até a dependência econômica tenha dependência emocional e tem todo um sistema na família o trabalho a escola as amigas você vai ter que admitir para todo mundo além de você ter sido traída no seu projeto de
felicidade eterna você está anunciando um homem pai dos seus filhos a sessão é como infração social que a mulher tem que assumir eu costumo dizer que a violência doméstica é um tipo de crime do qual a vítima sim cunha de ter sofrido aquela violência se você é roubado na rua por um marginal não importa se você não tem um constrangimento de chegar aqui me dizê possui acabei de ser roubada levaram minha carteira mas eu ser roubada do homem que você escolheu para viver com você do homem que você diz amar do homem que compartilha com
você os seus projectos do homem que é pai de seus filhos aí vocês não têm coragem de me dizer que ele roubou de janeiro a fevereiro estou falando só de janeiro a final de fevereiro foram 23 motos mulheres um número muito alto em relação a 2007 dentre eles a maioria foi feminicídio relativo a violência doméstica é assustador a grande maioria não passou com ela na sua grande maioria não passou por nenhum equipamento centro de referência coréias traz juizado promotoria nada não procurou nenhum equipamento e isso é extremamente assustador para a gente porque como eu disse
na paraíba hoje nós temos todos os equipamentos porque essas mulheres não procuram ajuda isso faz com que a gente reflita porque essas mulheres não procuram ajuda é porque não tem emprego é porque não tem autonomia é porque não tem apoio é porque é pobre não a gente vê mulheres que são formadas que tem um bom emprego que têm estrutura familiar e por que essas mulheres também não denuncio as suas mulheres elas não denunciam porque elas se sentem envergonhados muitas vezes porque elas são apontadas por que elas são julgadas e tudo isso tem que acabar no
nosso meio [Música] o brasil o brasil é o país que mais o terceiro mundo pelo menos 70% dos negros afirmam que já sofreram racismo no ambiente de trabalho mas de quê são vítimas de agressão no brasil [Música] ele não ele não deixava sair de casa pra me sair de casa era uma luta que ele saía para trabalhar trancava a porta e não deixá lo sair nem pra casa da minha mãe deixava sair leva até achar até pra mim pra igreja ele não deixava às vezes quando estava muito bêbado ele pegava chave boa tarde embaixo do
travesseiro dele aí eu ia bem devagar em pegar uma chave e abriu o portão aí às vezes e eles viram que eu tava pegando a chave e assegurar minha mão você vai sair não vou sair esse gol à igreja bota a minha menina pra pular o muro e eu falo portão papá para ir à igreja mas quando chegava a outra briga de novo minha mãe ficava nessa é calada e eu não conversava muitas coisas só quando observava que eu chorava que eu ficava a tensa ela perguntava mas ela atribuía quer a luta das meninas mas
não deixa que não era era violência praticada por ele o menor preso não é transava comigo a força sem eu querer porque dizia que eu era obrigada que eu era a mulher dele mesmo que ele tivesse mulher fora mas eu também tinha que ter relações com ele senão ia arranjar mar fora e ele não ia ser corno é uma série de coisas né eu cheguei aí o cara também não é nenhum game à tua mãe o povo aí a tua mãe ele começou a dizer quem não tem não o time está enchendo e banana eu
tentei ontem me abençoava toy olhando eu comecei a bater mesmo comecei a sangrar aumento gritando e eu caí no lado chão lá ele pegou e começou a ameaçar nem desculpa ministro vai querer fazer senão eu queria assim é sempre sou capaz e raptado quando lá até a começ e eu eo juninho começou a ter febre a atendente botou na casa da frente ficou na casa dos 9 anos e 3 anos todos de ver o mesmo homem só vai pra lá por causa da minha memória de d bebia muito e chegava em casa o time só
que eu nunca baixei a cabeça na praiana aí foi o tempo que eu engravidei todinho e aí que foi coisa mesmo que chega bebo quebra-quebra num quebrar tudo dentro de casa onde quando eu tava grau da minha menina né assim o primeiro filho é assim eu pensei que o primeiro filho né mil maravilhas da manhã a iaa foi o tempo que a minha menina nasceu aí ela tela que ela tomava meu deus é ou não pronta ela tomava aiea dizia 'não você e eu não compareci lei pra menina você vai dar leite de peito só
que quando quando teve ela eu não teve muito leite ímpeto na secom aí ele pegou comprou a ele fez a ele pegou até escondeu leite da menina escondeu pra mim não da menina ficou passando um nome não ficou que vem ela com o ex-marido dela lá em casa para pegar a menina à força dele para ralar pra minha cunhada la numa praça a minha cunhada dado uma menina porque ele escondeu lei da menina não queria dar jeito nenhum e ainda passando mal aí o menino começou a negociar com o governo em que gritando com medo
quero ficar com medo comecei esse negócio aí sim aí achou ruim nem o primeiro ficou mais de uma semana com as costas sendo ayalew também em saber que ia no baile super mega eu já vi que parra sem agressão ele no time minha mãe está amando já fica lá né comigo têm menos direito nem a eu disse que não ia votar amanhã arranca amanhã que é toda hora que eu chegava em casa de carro em ambos o show da onu eu chegava lá e rosa na volta pra mim os anos eu tenho eu vou mudar
eu vou mudar seu que chora se ajoelhava chora mesmo fazer quem gostou de andar no interno quer no pec pronto e foi dobrado tudo o que eu tenho de passar e principalmente da violência né era desprezo era que estava ficando velha que estava ficando chata e que era feia era gorda era tudo isso né e que não tinha mais nenhum valor e que ele ia viver a vida e eu só questionava como é que eu posso ficar com essas meninas só e tal ele nunca escutou quando eu comecei a estudar a participar das formações aí
a gente vai adquiri no conhecimento e usando desse conhecimento em casa e dizer não eu não sou isso eu não estou pronta mas pra isso e aí vai dobrando é muito complicado por isso porque a gente começa a lutar sozinha dentro de casa né eu com as minhas capacitações e ele com o machismo e fica muito difícil muito ele fretei muita muita dificuldade ficava com raiva de mim me esforçava da cama é rasgava é roupa minha documentos nem fazia um barbaridade nem quando ele chegar bêbado ou eu colocava o medo dele quando colocava o medo
de jogar na parede pode pegar família aqui podem parar agora tudo indica fazia a limpá às vezes eu não queria limpar ele começar a dizer que esse palavrão e xingados essa coisa comigo para não quebrar a sua dele casa e estava todo santo dia todo santo dia era isso passei quatro anos mas quatro anos sofrimento até porque ele me deixou ele ainda fala ainda de miami pelos cantos ainda que deixei ele porque eu vou ter que andar neles e aquilo mas não foi nada disso já não especialmente no dos outros aos poucos o que é
verdade mas ou eu cheguei assim de gopal não aguento mais não é só a vida mesmo aguento mais não sob o assédio ea violência nessas áreas da grafia é necessário formação é necessário capacitação da rede de atendimento é importante a articulação dessa rede informação conjunta para poder favorecer a saída nessa mulher desse ciclo de violência e que ela possa ser uma nova mulher sem necessariamente ruf a relação marital ou às relações com a família num projecto de vida dela o que é importante é mesmo completa realidade nacional e perto do hemisfério de troca de recursos
a gente conseguir avançar e continuar organizada e da pena suas idéias ou na paraíba até hoje nunca foi é identificado um caso enquanto feminicídio pelo ministério público sendo que a gente tem diversos feminicídios registrados é então assim o judiciário ele certa maneira - preza né então acho que você tem todo um processo o de políticas públicas para as mulheres mas ainda não é suficiente a gente precisa serão feitas mais ea gente está reivindicando isso cada uma delas contra as mulheres também precisa ser debatido com o judiciário precisa ser debatido colégio arquivo então eu acho que
a lição de casa no executivo ela tem sido feita ela pode melhorar pode ser o atoleiro fortalecido a gente pode apontar algumas falhas mas ela existe agora por exemplo o judiciário eu acho que precisa entender melhor né dar respostas mais hagens a todas as brechas que há em todas as leis é todas as manobras que a tornam a denúncia insegura muitas vezes para as mulheres passado os magistrados da paraíba julgaram mais de mil processos por magistrado três vezes mais o que é recomendado até pela onu então assim a gente tem dado assim o sangue é
assim tem trabalhado tem esforçado realmente para que essa máxima é de justiça tardia é injustiça seja que uma constante na paraíba nós temos aqui uma número considerável sim de processos atualmente gira em torno de 14 mil processos no estado da paraíba em joão pessoa por si a maior captar a maior cidade e capital do estado tem um volume maior chega a 9 mil e poucos processos na violência doméstica especificamente nós temos sem problemas desde a estrutura física nós temos como eu disse 9 mil processos em torno disso aqui na capital e uma magistrada a uma
equipe de servidores ainda precisando aumentar e que isso tem que olhar né da atual gestão tribunal de justiça e não que os outros também assim não olhar um olhar mas é uma situação às vezes que quando a gente brinca que o lençol é curto para cobrir todo o corpo fica sempre aparecendo alguma coisa a gente puxa daqueles cobre ali mas que de fato tem sido uma uma preocupação enorme do poder judiciário não só da paraíba a nível de brasil vemos agora a 10ª etapa do que a gente chama de semana da justiça pela paz em
casa aqui é um esforço concentrado que é realizado em todo o país todos os tribunais de justiça do país trabalham em semanas específicas são três semanas por ano nós trabalhamos nessa última semana de 2018 mais de 1.200 processos em uma semana no estado né foram 684 audiências realizadas com mais de 300 sentenças proferidas estou falando só em uma semana é isso demandou é uma equipe de mais de 30 servidores de mais de 20 juízes então foi realmente está sendo é o que a gente pode assim contribuir de maneira efetiva a partir da determinação do conselho
nacional de justiça não adianta que nós de justiça na semana e demais mande basten ser um momento de denunciar o que não está funcionando e não deixar as coisas funcionam mas né seja é mais uma da campanha pra aparecer lá pra quê mas essa é a de manhã a demora é a lentidão com que os processos andam é uma coisa desestimuladora as mulheres acabam desistindo a deixa pra lá levo a minha vida não quero mais ficar remoendo isso não quero mais ficar falando sobre isso principalmente se elas conseguem sair da relação abusiva quando esse governo
legítimo entra dodô temer a primeira secretaria que ele fez conquistas das mulheres e aí em momento de crise as mulheres a cidadania das mulheres vão fortemente atacada né e hoje nós temos seja não tiver cuidado a gente vai ter um desmonte das políticas públicas de fortalecimento para que acessa sua pergunta seja respondida por que as mulheres que que vence um ciclo da violência tem que vencer o ciclo familiar à violência doméstica em sua grande maioria quase que na totalidade é cometida por marido e ex marido companheiro é companheiro filho para dar show seja é sempre
alguém do ciclo da afetividade o homem que você escolheu para o mar e para dividir a sua vida ele se transforma no seu agressor as coisas estão caminhando mas os homens continuam matando e agora estão sob a tenda eles estão matando então o que está faltando é na verdade a gente luta contra uma futura e você lutar contra uma cultura é muito difícil uma lei não vai mudar uma cultura aí as pessoas dizem não à lei maria da penha não está funcionando tanto o roger está cheio entrou na loja dá uma olhada para ver como
está em alguns presídios estão cheios de homens mas é como aquele o assassino dessa mulher de santa rita que foi assassinado ele disse ô preta eu prefiro pagar por um homicídio do que pela lei maria da penha e é isso que estou fazendo estão matando os números e aí como é que a gente luta contra isso a polícia não pode estar dentro da casa das pessoas o tempo todo a polícia não tem como adivinhar o que vai fazer as mulheres não estão procurando os equipamentos e aí o que a gente pode fazer né eu deixe
essa pergunta [Música] [Música] [Música] [Música]
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