olha fazer um segundo filme ainda mais após sucesso estrondoso do primeiro filme é muito difícil agora fazer um segundo filme que critica o primeiro é ainda mais desafiador e exige muita coragem eu sou PH Santos crítico de cinema e no vídeo de hoje vou falar sobre Coringa Delírio A2 esse vídeo aqui pode conter spoilers do filme Tá e eu estruturei o texto em três tópicos de reflexão O primeiro é sobre Coringa e o espetáculo o segundo aborda os arquétipos teatrais que o filme utiliza incluindo a forma como o musical é explorado e o terceiro será
sobre a relação dos fãs para com esse tipo de obra tudo isso tá disposto aqui no menu do YouTube mas antes sinopse e contexto depois dos eventos do filme de 2019 acompanhamos Arthur Fleck o coringa agora na prisão e lidando com aquele ambiente enquanto também enfrenta o seu julgamento nesse meio tempo vemos a narrativa sobre o olhar da sua relação com Harley Quinn né ali Todd Philips ele retorna como diretor e roteirista assim como Rockin Fenix reprisa o seu papel a grande adição no elenco principal é Lady Gaga o primeiro Coringa é um filmaço e
também foi um sucesso estrondoso só que algumas críticas apontavam que o filme de certa forma enaltecia o papel de um personagem que convenhamos não deveria ser enaltecido eu lembro inclusive de ter feito a minha crítica inicialmente baseado nisso era meio que um alerta que eu fazia a essa linha cada vez mais tênue entre realidade ficção que inclusive o tempo se provou muito correto e eu uso cada vez mais teno e até para descrever ver esse segundo filme que olha para muitas coisas feitas do filme anterior e as critica de cara então de alguma maneira Todd
Philips entrega um antic coringa de 2019 nessa sua continuação usando isso para elaborar questões sociais ligadas ao culto à personalidades a sociedade do espetáculo e mostrar que estamos diante de um grande teatro ou pior sendo um grande teatro e assim vem o primeiro tema desse vídeo [Música] como eu tava dizendo né o coringa se coloca esse filme O deliro A2 como um anti Coringa de 2019 porque ele rejeita bastante do que o primeiro filme representou quase como uma resposta a como ele foi recebido e a forma como a imagem do coringa passou a ser utilizada
é um filme que nega a continuidade do espetáculo que o coringa anterior encenou Principalmente no final da história do filme de 2019 quando as ruas foram literalmente tomadas por uma espécie de furor por um levante após os crimes cometidos pelo personagem ou seja o que era para a asco gerou amor dentro desse contexto a primeira coisa a notar é o apreço que o Arto tem pela plateia pelas câmeras e pela manutenção ou exploração da sua imagem em uma das cenas iniciais o personagem ele é chamado por sua advogada né pela pela pessoa que tá representando
ele para prestar depoimentos a uma terapeuta que grava aquela sessão a tese das duas é que ur pode melhorar a sua situação ao provar que existe duas personas atuando dentro dele arur flek e o Coringa e no caso quem fez aquilo do primeiro filme foi o Coringa mas aparentemente esse não é o plano do protagonista em si Ou pelo menos não é o plano de um dos seus alteros Arthur se preocupa nesse depoimento com a sua postura com a sua entonação ele viha de uma cena em que de uma cena em um contexto em que
o depreciavel arrio etc e ao perceber que as câmeras o observam de uma maneira específica ele passa se enxergar também de maneira diferente então ele se põe diferente como quem diz isso que eu tô vivendo aqui não é o que eu Quero mostrar eu quero mostrar esse rolê que eu aprendi no filme anterior e isso se repete várias vezes ao longo aqui dessa narrativa mais tarde em uma acho que é numa entrevista a primeira coisa que ele faz é procurar a câmera Ele olha para trás procurando a câmera ali daquela situação durante o julgamento mesmo
quando não fala seu olhar vai direto buscando ali os câmeras buscando quem está transmitindo aquilo dali tudo né Na audiência ur prefere olhar paraa plateia em vez de encarar o juiz por exemplo que pede para que aquilo dali não vire um circo algo que harto ignora e até vai contra dizendo ué a você já me deixou vestir desse jeito Isso daqui já é um circo no filme de 2019 arur se via como um rejeitado e sua resposta foi o ato violento que vimos ali ao final contra o apresentador ele entendeu que a TV a partir
disso né E também um pouquinho antes disso era uma impulsionadora de qualquer tipo de imagem Ou seja você tá na TV Então tá tudo bem Você é legal isso é certo é a sociedade precisa seguir ou seja não adianta Ou nem precisa a piada ser boa pelo contrário a piada pode ser ruim que a TV vai impulsionar a popularidade daquele ser então ur como eu reitero interpretou isso Aprendeu isso na prática já que ele era um espectador vorais né ele entendia ele era impactado pela TV e a partir disso ele deseja impactar os outros por
meio dela assim como em nossa sociedade Arthur não se contentou em apenas assistir ao espetáculo mas ele quis se tornar o espetáculo e se tornou levando muitos a tambémm em nesse jogo curiosamente isso aconteceu tanto dentro quanto fora do filme porque o coringa virou um símbolo de subversão do Underground um personagem que vale a pena vestir o que não me entra muito na cabeça mas o segundo coringa faz uma crítica a essa recepção e a essa percepção ele rejeita o filme anterior como solução para os dilemas do protagonista ele mostra como ur está preso em
si mesmo sem saber como as câmeras o mostram por isso busca todas ele não sabe se as câmeras mostram ar ou se mostram Coringa Eles não sabem se que é o que que as pessoas querem de fato Ele se torna refém da sociedade do espetáculo da própria sede por ser não apenas parte do espetáculo Mas como eu disse o espetáculo em si Artur se torna Prisioneiro da sua própria sombra como mostra o prólogo ali aquele prólogo animado né que tá no começo do filme esse Coringa ur é uma mistura entre ele e a sua sombra
é o fruto perfeito do glamor do palco essa retratação do palco justifica os cenários repetitivos e isolados que são colocados aqui no filme a prisão é um dos principais cenários mas não tem mais do que esses né não tem tantos cenários assim e na construção dos números musicais quase todos também se passam ali em palcos bem fechadinhos bem contidos bem pequenos ou seja serve para analisar como esse Coringa é fruto do palco do espetáculo do teatro que ele mesmo montou no primeiro filme e a partir da violência exibida na TV quando o segundo filme repete
cenários pequenos e contidos jamais expansivos um dos primeiros Takes do filme Quando o aror é guardado de volta na prisão de volta no seu cárcere a gente vê por uma um quadradinho assim a sua figura indo embora né a gente sai de dentro da cela e passa a câmera por esse quadrado e ur fica ali ó como se tivesse dentro de uma TV ou seja aquele espetáculo que ele promoveu o prendeu mas não necessariamente o prendeu de fato mas o prendeu dentro de si mesmo porque ele não consegue mais exercer o que quer isso reforça
a ideia de que ur está fadado a performar o coringa quer ele queira quer não a questão principal então é perceber como esse Coringa é o resultado de um Palco repleto de figuras moldadas por necessidades pré impostos ou seja as pessoas já tinham a sede dessa violência o coringa foi apenas um ponto de ignição um stopim como se chama né na gorta doente que conhecemos a sociedade valida o Coringa e o aplaude mas é como se aplaudisse a si mesma porque já queria aquilo aquele cara só foi alguém que conseguiu fazer essa mesma sociedade não
conseguiu por exemplo bater palmas pro Arto ou rir das suas piadas quando ele tava lá no standup entre aspas de cara limpa no primeiro filme ur buscava um Palco nesse segundo ele está literalmente preso a esse palco os guardas da prisão não querem ver Arthur eles não querem ver o Homem Comum em sua condição miserável mas sim o coringa pedindo sempre mais uma piada algo que reflete o que a sociedade quer o espetáculo o caos e não o ser humano por trás da maquiagem artto nesse sentido está fadada a performar o coringa quer queira quer
não repito isso e eu voltarei a essa ideia no segmento seguinte mas trago isso logo de cara para entendermos de onde vem os sonhos do protagonista seus sonhos musicais representa a sua imaginação buscando no coringo uma resposta em música para suas inquietações o delira do nesse caso vai além da sua relação com Harley Quinn e invade a própria relação que o protagonista tem consigo mesmo refletindo de certa forma a relação da sociedade também consigo mesma é como se a sociedade se tornasse cada vez mais doentia quanto menos ela se enxerga nesse processo de Delírio coletivo
em uma das cenas em que ur veste suas roupas normais mas mantém a maquiagem do Coringa ele tenta ser quem gostaria de ser a mistura dos dois quem sabe um amálgama mas logo percebe que isso não é o que a plateia quer tanto que pessoas se levantam e saem daquele local assim como muita gente muitos fãs vão se levantar e sair desse filme porque não aceita como o filme está sendo proposto quer o filme do seu jeito vestindo as roupas que gostaria de vestir e não as roupas que o filme quer vestir isso gera caos
gera distanciamento dentro do filme né Não só do público Mas também de quem ele acredita como revela na primeira música que se importa com ele no caso a Harley Quinn ur vive em uma dualidade constante entre controle e submissão enquanto ele tenta moldar a maneira como o público o vê torna-se cada vez mais dependente da validação que essas mesmas câmeras oferecem ou seja noutras palavras ele busca as câmeras mas a bem da verdade é que as câmeras já estão buscando ele então as câmeras que inicialmente ele buscou Controlar se transforma em símbolos de escravidão aprisionando
o artor em uma Nar da qual ele já não tem mais nenhum controle a mídia é quem dominou tudo a mídia se alimentou daquilo e não vai abrir mão isso reflete o poder da audiência em moldar distorcer e eventualmente destruir figuras públicas sobretudo através do que a mídia mostra escolhe mostrar o repórter que o entrevista a princípio como objetivo de trazer a humanidade aquela figura aquela pessoa acaba sendo um abutre que o destrói mais ainda e o confunde mais ainda ao vivo assim a mídia e por isso o público alimenta esse ciclo consumindo tudo sem
um senso crítico tornando-se cúmplice seja a figura boa ou não tanto como é a do Coringa então ao contrário do primeiro filme que tratava da convergência entre as duas personalidades esse segundo explora a divergência a oposição levando-nos ou nos convidando a refletir sobre o perigo que o coringa como ideia representa assim o fil ele levanta a seguinte pergunta quem controla uma ideia quando ela está aí e posta Definitivamente não é o criador mas eu vou abordar isso mais adiante Principalmente quando eu for falar como o filme se relaciona ou se comunica com os fãs para
entender melhor a luta interna de ur bem como a Luta interna de Harley Quinn precisamos examinar os arquétipos do teatro italiano e também o papel do musical nessa narrativa e é sobre isso que eu vou falar [Música] agora nesse caminho que eu coloquei de rejeitar o filme anterior Coringa deliria 2 utiliza o musical para quebrar a expectativa mas também faz isso de uma maneira que impede o musical de dominar a Trama como gênero o filme não é um musical ele tem Musical o roteiro e mais precisamente a montagem usa os números musicais para expressar os
sentimentos de Arto mas também para servir como constantes interrupções da realidade rompendo com o que está realmente acontecendo em tela e o que muitas vezes os fãs queriam que acontecesse do filme noutras palavras musical não é um gênero muito popular sabendo disso o filme se utiliza para quebrar expectativas que foram criadas dentre um filme e outro então ao usar musical em termos estéticos o filme também adota um tom mais teatral os números começam e terminam com Fade outs que simulam o abrir e o fechar de uma cortina e as cenas se transforma em um ambiente
quase onírico ou seja dos sonhos com objetos cores e luzes meticulosamente arranjados meticulosamente organizados como se fossem parte de uma peça teatral isso transforma o tema anterior que o Coringa é exaltado como se tivesse num palco em um show e para explorar mais ainda disso o filme usa arquétipos do teatro para falar sobre a luta interna que existe nas duas personas dos dois protagonistas existe um tipo de teatro chamado comédia del Art é um gênero italiano do século X muito fortemente caracterizado pelo uso de personagens fixos que improvisam dentro de uma métrica muito muito preconcebida
muito enraizada alguns desses arquétipos são o alerquim a columbina e o pierot o arquétipo do Coringa não faz parte da comédia del arte é até mais recente inclusive mas eu vou encaixá-lo nessa reflexão e vai fazer sentido Então vamos lá eu entendo que a personagem Lee incorpora dois desses arquétipos a Arlequina e a Colombina enquanto isso ur carrega dentro de si o Coringa e o Pierro Ah o arlequin né portanto também a Arlequina é um personagem astuto e irreverente atua como um servo brincalhão frequentemente envolvido em Mal entendidos e trapaças no filme percebemos como a
Arlequina interpretada por Lee serve aos desejos do Coringa Especialmente quando começa a influenciar mais diretamente o julgamento mas faz isso sempre lidando com a situações de forma que se saia bem e que faça exatamente o que quer o que deseja um exemplo disso é quando ela toca fogo no piano resolvendo a sua própria vontade de não apenas assistir o filme mas de viver o filme Como sugere uma conversa com ur na Fuga após o caos que ela criou essa Arlequina não é submissa e assim como no teatro ela tá ora servindo dos seus próprios desejos
através da sua sagacidade ora servindo ao Coringa que é uma figura impulsionadora dos seus desejos curiosamente o coringa o bobo da corte erda dar Arlequina o seu arquétipo mas são outros 500 então nessa cena de fuga os dois perceba não conseguem fugir ficam presos na grade do portão e se exibem para as câmeras que estão ali se exibem para o público isso acontece porque como eu disse esse teatro é uma Performance em arquétipos e personagens fixos Arlequina e Arlequina Colombina é Colombina Pierro é pierrô ponto tudo que o texto os atores podem fazer nesse contexto
é ter agência sobre a improvisação dentro desse modelo aprisionado e não é exatamente o que Lee e o próprio Arthur estão fazendo aqui nesse filme então fora o arlequin e Arlequina temos a columbina que associo com a personalidade inicial de le aquela versão mais pura de maquiagem né ou seja não maquiada a a personagem da Lady gag em si mesmo tá a personagem antes de se olver totalmente no caos antes de quebrar a loja para pegar a TV na ver o coringa brilhar no julgamento e antes de se pintar pela primeira vez tanto que no
primeiro dia do julgamento quando ur vai sem ser Coringa ela não aparece de cara né ela demora a aparecer assim que o coringa assume ali o julgamento ela aparece inclusive totalmente maquiada Mas enfim a columbina no teatro fixo da comédia delart é a Amada do Harley kin mas também é aquela que o Harley kin rouba do do pierot pierot também ama a columbina em algumas representações columbina e pierot começam juntos e o arlequin at toma em outras Pier e Colombina nunca ficam juntos ela também às vezes não fica juntos com harlequim mas às vezes fica
junto enfim de qualquer forma columbina é geralmente a jovem esperta cheia de vivacidade que provoca desejos que provoca amor nos outros dois arquétipos que eu tô abordando aqui e Colombina também é a figura feminina que equilibra a leveza da inocência com a sagacidade ela é uma personagem que se simboliza o desejo amoroso mas sempre com um toque de racionalidade e sobretudo controle porque ela controla a harlequim e Pierro e é exatamente assim que vemos Lee lá no começo do filme inocente tentando entender aquilo tudo mas muito esperta tanto que ur como ele mesmo se apaixona
por essa versão de Lee ou seja se apaixona por columbina acontece que Lee mente para o Coringa em busca de aceitação ou seja como se Arlequina estivesse dominando ali aquele ser Colombina e a roubando de Arthur o pierot através dessa perspectiva podemos observar os dois personagens do rocking Fenix que é Arthur claramente o Pierro e um deles o arquétipo de ur é o pierot no teatro pierot é o oposto do arlequim ele é o sonhador O que explica porque os números musicais são frutos dos devaneios de ur ele é o melancólico por isso a sua
tristeza quando não quer mais ser o Coringa e deseja apenas ser o simples artto e é o arquétipo do romântico trágico movido por sentimentos profundos mas sempre sofrendo por um amor não correspondido especialmente por Colombina que frequentemente é roubada por arlequim no caso de ur columbina a versão inicial de Lee não corresponde aos seus sentimentos porque arlequin a versão caótica de Lee já transformada repito constantemente a desvia a arranca ali do artor Pier assim como artto é aquele que sofre por amor preso à tristeza de não poder alcançar o que deseja e ao longo do
filme vemos artto se aprofunda lá nesse arquétipo trágico especialmente ali no desfecho quando a Arlequina agora completamente maquiada e Abraçada ao caos o rejeita ur retorna à prisão vive o ápice do pierot que chora por amor perdido volta quem sabe a viver os seus sonhos volta a se alenar naquela TV ele não consegue entender porque em um dos sonhos explica isso porque a harlequina atirou nele portanto porque a lequina roubou Colombina dele o pieron E aí a gente vai pro arquétipo do Coringa no teatro em geral o Coringa é uma figura mais sombria ligada à
loucura a destruição simboliza o lado desestabilizador da comédia onde as risadas podem ser tanto sinistras quanto irônicas o que nesse filme é personificado pela condição mental e física de ur e no filme anterior é personificado por como rimos daquela situação trágica do final do filme ou como até canta uma das músicas né that's Life that uma música dizendo que a que a vida é comum em forma de comédia e etc o coringa como arquétipo carrega uma aura de críticas ao status quo o que também é explorado aqui porém há um detalhe muito importante o Coringa
em sua origem é o bobo da corte é o trapalhão cuja função é divertir o rei e se não divertir o rei o Mata essa faceta do Coringa é justamente o que harta Ou melhor o pierot tenta negar ele se recusa a ser o palhaço que serve para entreter que busca a validação de um público faminto por caus e esse público é o rei esse público é o que sustenta os filmes de quadrão esse público é o que sustenta aqui esse tipo de narrativa sustenta Coringa sustenta Batman esses negócios todo então nos números músicais oníricos
o Coringa é apresentado ao público comoessa figura trágica mas também cômica ao mesmo tempo é só lembrar da peça que termina com a Arlequina atirando nele no julgamento isso acontece quando ele aceita essa faceta guiá-lo ali né Ou seja a a Persona do Coringa guiar depois de destituir a sua advogada Olha como essa questão é do onírico e do sonho nos nos faz refletir o filme de uma maneira que o filme quer ser visto né tem um uma um musical que é apresentado para mim fabuloso inclusive que é quando Coringa e Arlequina vão ali pra
frente do palco e começam a cantar em dado momento dando a ideia de que estão performando inclusive aquele desencontro aquele desarranjo a Arlequina para de cantar interrompe a música Coringa fica meio assim e ela diz Ei a gente não tá dando ao público o que o público deseja o que o público quer ou acha que que precisa enfim o plano ele começa com a gente na plateia né Nós espectadores na plateia olhando o espetáculo e quando eles começam a conversar o plano fecha ou seja a gente sai da plateia e sobe no palco e a
gente começa a ver o desarranjo dos dois no que arlequin em um dado momento rejeita tanto que atira nele supostamente dando o que o público quer porque ele Coringa não deu mais o que o público quer né dentro daquele espetáculo então tem uma dicotomia deles dois a Arlequina naquele momento quer seguir o que a plateia gostou lá do primeiro filme enquanto Coringa ele está rejeitando assim como o filme em si esse filme tá rejeitando o anterior tá rejeitando aquela construção que foi posta Coringa só quer cantar aquela canção de amor amar a Arlequina na verdade
mais do que amar Arlequina Como eu disse amar a Colombina que está dentro da personagem da Arlequina mas a Arlequina rouba isso o impede de ser isso impede de fazer isso e nós que saímos da plateia somos representados por Arlequina dentro do palco ou seja o filme sabe exatamente do que ele tá abrindo mão e sabe mais ainda que ele quer perder as pessoas que assim como Arlequina querem seguir exatamente apenas o que querem e não o que o filme por assim dizer deseja ser o que a gente tá vendo Então é uma disputa incessante
entre quatro arquétipos teatrais dois de um lado dois do outro que se misturam e m os personagens da Lady Gaga e também do roim Fênix essa mistura também é uma crítica Especialmente quando voltamos à questão das expectativas para com o filme e mais precisamente da continuação do espetáculo que o primeiro filme sugeriu sobretudo ao final enquanto os personagens querem desgrudados arquétipos propostos Colombina querendo ser Arlequina Arlequina querendo ser Coringa e e pierot querendo a sua Colombina enquanto rejeita o coringa Eles não conseguem porque assim como ur foram aprisionados naquele contexto aprisionados naquele sentimento se você
perceber por mais que a Arlequina termine toda pintada no final ela está no meio da escada portanto não chegou ao Ápice no caso que é embaixo daquela escada que é a sordidez daquela realidade tampouco no topo que nesse caso é a normalidade digamos assim ela tá no meio do caminho porque Coringa vindo de Arto não permitiu que ela vivesse o seu sonho assim como ela também não permitiu que Arthur vivesse o seu próprio sonho que no caso era ser Arthur e não Coringa e isso nos leva ao próximo tópico que é a relação do filme
com os fãs a quebra de expectativas e o uso da lei de gaga muito além de ser uma atriz aqui nessa Trama eu vou falar sobre isso Lady Gaga é providencial pro elenco por dois motivos primeiro é um motivo senso comum ela é importante porque o filme utiliza elementos de musical isso daí todo mundo consegue ver a olho nu não precisa nem refletir muito só que Lady Gaga na nossa vida real também é um alterego quem conhece a Stephanie Joane Angelina German nota poucos e eu arriscaria dizer ninguém o início do filme sugere que estamos
vendo mais a Stephanie do que a gaga a personagem ali praticamente sem maquiagem denota isso né é diferente de como ela aparece no final onde tá mais alinhada ao alterg de Gaga maquiada cheia de coisa na cara criando uma barreira entre ela e o público mas também uma barreira que denota nesse caso aceitação ou seja as pessoas aceitam Lady Gaga mas não aceitam tanto a da Stephanie Joane Angelina Germanotta Então nesse aspecto a atriz e cantora nos faz refletir sobre o que o público deseja realmente ver se é uma ou outra se é aror ou
se é Coringa a primeira vez que a personagem de gag aparece maquiada a sua aparência é mínimamente organizada e simétrica né os riscos são bem organizados é tudo muito simétrico no entanto conforme a narrativa Principalmente nesse final vai avançando Essa ordem se desfaz a e a maquiagem se desfaz quando ela encontra o Coringa no final a maquiagem tá torpe tá entorpecida pelo caos né simboliza portanto como a personagem se entrega cada vez mais a ideia que ela tem do Coringa que estava guiando ali o julgamento uma ideia que como visto até o próprio criador perdeu
o controle sobre Então ela se decepciona como eu já Adiantei assim como muitos fãs vão se decepcionar ao perceber que o coringa não é um antihero nem um super vilão dos quadrinhos mas apenas a criação de Um Homem Comum mortal ele é o famoso em Céu né por não ser correspondido amargar a distância daquilo tudo e não é isso que ela deseja ela não Deseja esse homem que carrega seu cocô para cima e para baixo Não foi isso que fez Lee tornar-se Arlequina nem é o que faz a sociedade abraçar o coringa como um símbolo
o que faz a sociedade abraçá-los é essa ideia desse Coringa disruptivo maluco trastornado que vai matar todos assim que pedirmos então assim como Stephanie gradualmente desaparece para dar lugar a gaga o filme sugere que a Essência dos personagens está em constante negociação entre o que é esperado deles e o que eles Realmente são Harley Quinn ou Lee é uma cúmplice do Coringa mas também uma vítima do mesmo espetáculo que consome Arto a ponto de ela se deixar consumir completamente não voltando mais a ser L sem a maquiagem do início assim como ela cada vez se
maquia cada vez mais se conecta com aquilo não consegue voltar nós na nossa sociedade quanto mais nos vestimos de coringa entramos numa loucura por assim dizer que não conseguimos mais desgarrar não conseguimos mais não fazer o espetáculo dessa forma doentia Arlequina portanto faz o seu espetáculo a partir daí ser doentio como era o do Coringa no final do primeiro filme ela e a sociedade se entregam ao mito do Coringa assim como o público e ao fazê-lo perde a sua própria identidade noutras palavras o filme sugere que o público não pode perder a sua própria identidade
a favor de um símbolo nefasto como o coringa de Arthur Fleck não pode transformar-se não pode transformar em uma extensão do Delírio de ur não pode entrar no rolê do Delírio A2 portanto no auge dessa dominação Arthur quebra a expectativa ao se tornar apenas Arthur o cara que carrega cocô para cima e para baixo os fãs do primeiro filme passaram anos alimentando a ideia de uma continuação desejando ver mais aquele Coringa que desceu os degraus dançando em direção ao canto mais sórdido da sociedade mas o que encontram é um coringa que quer subir os degraus
e voltar a se vestir Como Um Homem Comum Arlequina o interrompe nessa subida assim como os fãs podem rejeitar a ideia desse filme e assim o coringa volta pra prisão onde retornará a recolher os seus dejetos e se alenar vendo televisão dia após dia agora nós não temos mais acesso ao que se passa na cabeça dele aos musicais aos sonhos e etc Todd Philips escolheu diminuir ou desglosa sobrevivesse também para além disso e o fã mais fervoroso de quadrinhos que quer ver o personagem dos jibis na tela precisa ser incomodado ele precisa estar incomodado ele
precisa não gostar desse filme o filme falharia Se não criticasse a forma como esse símbolo foi utilizado os fãs são como Harley kins que impedem que o filme seja o que quer ser Ame o que quiser amar não aceita que ele tenha o amor pela sua columbina que no caso é essa exata história que quer contar eles não ficaram burros de um filme para outro eles sabem exatamente o que estão fazendo e fazem dobrando triplicando a aposta ao longo do filme enfadado cansando irritando porque os fãs e a mídia também aprisionam os símbolos que estão
no palco assim como artto termina Amargurado o filme também não se aceita em Apoteose como primeiro pelo contrário ele se assume tão ferido Amargurado e derrotado quanto um Piero abandonado nesse caso pelo público pelos fãs e o coringa pela Arlequina ao incomodar aqueles que busca uma narrativa mais Coringa e menos Arthur o filme encontra a sua força total na destruição da expectativa ele revela que o verdadeiro vilão pode não ser o coringa mas a fama e a obsessão por uma figura que no fundo é só uma criação humana frágil falível e nefasta também ele é
um sujeito que sangra como qualquer um quando o barbeador passa um pouco mais rispidamente é um prisioneiro que até faz o guarda rir e ganha um cigarro por isso mas em seguida leva um tapa na nuca para voltar ao seu lugar de insignificância o filme coloca o coringa de rocking Fênix nesse lugar de insignificância substituível inclusive mas jamais o coringa que Arto construi no primeiro filme isso não cante quando quiser diz um professor de canto que recebe o Arto ali né no bem no início do filme só que Arto não canta quando quer ele canta
de imediato e a partirda ali não para mais porque ele especialmente enquanto Coringa não é fruto do quando quiser ele não é livre para ser quem quer quando quer do jeito que quer ele amarrou um peso em si mesmo sua sombra como mostra o desenho lá no prólogo ele precisa cantar a qualquer momento a todo momento ou será vaiado abandonado pelo público exatamente o que acontece no julgamento então ao contrário do que artto pensa quando se coloca ou quando se vê livre ele jamais foi livre desde que virou o coringa quando ele diz pra alequina
assim moça eu estou livre vamos fazer um menino Ela diz não não é isso que eu quero eu queria o cara lá do terno da maquiagem não é isso por isso a vergonha que artto tem quando o senhor puddles começa a dizer que gostava de artto antes de coringa por ser um cara gentil naquele momento qu o coringa dominando ele não queria aparecer esse sujeito Gentil que talvez seja que Sorria no primeiro filme para uma criança mas por não saber sorrir ou por ter uma condição né física mental Enfim uma doença ele ria descontroladamente causava
asco da mãe né protegendo aquela criança ele era um sujeito Gentil que queria fazer a criança ri por isso que Coringa tem vergonha do que harto era e por isso que ele quer rejeitar o que veio depois por isso uma pessoa fantasiada de coringa um ajuda como se ele não pudesse escapar de si mesmo e mesmo assim ur escapa sai daquele carro corre busca voltar paraa sua origem portanto pra sua casa mas não consegue o mundo agora é de artto a sua semelhança mas ele não o quer assim porque não planejou que fosse assim ele
era só um rejeitado com problemas na cabeça que um dia foi resposta para si mesmo e não resposta para todo não resposta para aquela sociedade inteiramente ele é o protagonista de taxi Dri alguém que deve ser combatido Nunca Jamais enaltecido Como vários fazem Todd Philips destrói o seu Coringa para conseguir prosseguir Apesar dele e indo muito além dele sabe tanto disso que no final até demonstra que talvez o outro substitua esteja mais alinhado com o público e siga aquilo do jeito que a plateia quer do jeito que a plateia faz para bater suas palminhas quando
a luz do teatro se apaga quem que fica no palco Nossa sombra nossos desejos de que aquilo continue do mesmo jeito o desejo de ver aquilo de novo porque foi bom o desejo de ver aquilo diferente porque talvez não tenha gostado tanto de uma forma ou de outra ficamos presos ao espetáculo mesmo depois dele ter terminado desenhamos os musicais em nossa cabeça como o artor desenha os do Coringa ou seja desenhamos devaneios do que gostaríamos de ver em tela tomamos para nós o que não nos pertence nos timos do que vimos e em nenhum momento
paramos para pensar Se era realmente essa roupa que deveríamos usar deixamos de ser a sombra e invadimos aquela fantasia pegando o corpo que antes habitava lá e jogando no armário e felizmente o diretor desse filme entendeu que a arte não é para isso arte é contrassenso contraste incômodo Todd Philips arriscou E errou e isso foi seu maior acerto livrar-se da ideia de que o espetáculo deve se repetir como tal de que os arquétipos são imutáveis e precisam ser respeitados e isso é para poucos quem somos quando a luz se apaga somos o guarda que só
valoriza harto se ele nos deixar de presente uma piada de preferência uma boa ou pelo menos do jeito que a gente quer somos portanto os mesmos de quando a luz se acendeu pela primeira vez não mudar durante o espetáculo não querer outra coisa para mudarmos também deveria ser errado mas o primeiro Coringa demonstrou que não é esse segundo ou vai provar esse ponto ou para alguns quem sabe provar que talvez Só talvez a gente já deveria estar bem diferente do cara que assistiu o filme anterior [Música]