*Análise e interpretação do Poema Sujo de Ferreira Gullar - blog Casa do Poeta

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Coisas da Literatura
Veja também Poema Sujo de FerreiraGullar (com Interpretação e análise) para ler ou assistir https...
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Olá eh eu trago aqui a interpretação e análise do poema sujo de Ferreira Agular que foi anteriormente lançado eh Então nós vamos falar assim de início dos traços estilísticos de Ferreira Agular e toda Porque toda obra autêntica né revela o poder de expressão assim do seu autor essa capacidade de transformar em linguagem a experiência interior eh requer assim por parte do artista muita sensibilidade para reconhecer né a inseparável relação que que existe entre o universo íntimo de onde BR aquela verve poética e a habilidade pessoal de de de transformar de transmutar isso em em linguagem
né Eh todo esse aparente magma disperso assim e a experiência exterior que que que servirá como alimento permanente desse desse fluxo é é um porque é um é um fluxo de vida corrente né algo Vivaz assim é é é capaz de fazer do poeta um Moinho como que um Moinho a Gerar eh novos sempre novos novos significados né é como se fosse uma fonte jorrando água fresca né E e esse significado sempre em relação com o mundo com o cotidiano em que o o poeta vive é bem verdade que as situações históricas relevantes né que
que que foram imortalizadas assim em em grandes obras por por artistas eh como o poeta Ferreira Agular mesmo né com o poema sujo né exprimir com com uma certa maestria eh a realidade que suscita assim o homem o homem sensível né Eh uma coisa Sempre Alerta consciente da sua sua participação assim no no no meio social e tudo mais esse esse poema ele foi publicado em 1976 eh é e é considerado a obra mais ousada né o poema sujo mais ousada de Ferreira Gular ela foi produzida no exílio durante o exílio em em Buenos Aires
e Surgiu da necessidade eh como ele mesmo afirmou assim de escrever o poema que fosse o meu testemunho final antes que me calassem para sempre né então Eh era uma época de de forte repressão política e goul sentia-se acossado pela pela ânsia de rememorar o passado e a e ao mesmo tempo a dificuldade de expressar tudo isso numa linguagem poética né o seu expressar o seu universo eh interior e e o que transparece logo nos primeiros versos a gente já já percebe eh tudo isso né como estava latente isso aí e e foi o momento
em que ele encontrou eh como canalizar tudo isso então aqui ele começa com Turvo Turvo a turva mão do sopro eh contra o muro escuro menos menos menos que escuro menos que mole e duro menos que fosso e muro menos que furo escuro mas que escuro claro como água como pluma Claro mais que Claro claro coisa alguma e tudo ou quase um bicho que o universo Fabrica e vem sonhando desde as entranhas eh nessa passagem há o uso consciente de vogais e e e e consoantes que sugerem tem assim um conflito entre entre eh o
desejo Pela expressão exata né e a impossibilidade de transpor para o verso as impressões da vida real né Eh isso não tinha que sair assim um uma redação né um um um livro Uma um uma redação um livro corrente né sobre a vida dele relatando ah hoje passe ser isso ah eu me lembro daquilo daquilo não ele tinha que fazer de uma forma poética né Eh Tinha que pôr arte nisso aí então é é uma coisa eh eh eh difícil né Eh passar as impressões da vida real de uma forma artística e nesse embate repercute
a utilização das consoantes oclusivas né que ele usa ali entre t e p e tal que reproduzem sons fortes e pesados mostrando que o poema começa a a se revelar mais mas que ainda se acha mercê assim de de de óbices de transformar em linguagem poética a experiência profunda dele que é armazenada como sentimentos como emoções recordações enfim por outro lado as vogais o e u também causam a sensação de fechamento escuridão sem mencionar que a palavra muro real esse Labor com a linguagem então eh não deve ter sido muito fácil logo em seguida aparecem
outros recursos estilísticos né que demonstram assim a a superação das primeiras barreiras o o jogo de antíteses né de escuro Claro menos mais mole duro eh eh tudo isso reforça uma certa ambiguidade né ora a imagem emerge espontânea ora ela se esconde no pensamento né No primeiro caso elas brotam do interior como uma explosão ou seja como um bicho que o universo Fabrica e vem sonhando desde as entranhas no entanto em certo momento os versos fluem com mais nitidez e as palavras revelam eh imagens assim muito mais consistentes como aqui ó Claro Claro mais que
claro raro o Relâmpago clareia os os continentes passados em razão de assim daquela originalidade sempre buscada né pelo artista em especial aqui por Gular de certa que de certa forma antecipou o o o Ferreira Gular de certa forma ele antecipou o movimento concretista de 1956 ali com os poemas do final do livro A luta corporal de 1954 foi editado em 54 no poema sujo ele esmera na coragem despudorada eh de revelar explicitamente a sordidez e a impureza do cotidiano humanoo né assim com em passagens insólitas não raro pungentes e e embora amparadas por uma consciência
poética que torna esses esses rompantes assim mais expressivos a alheios a um simples e poeria o desejo de subverter ou chocar Em alguns momentos o poeta declara abertamente aqui tua gengiva igual a tua que parecia sorrir entre as folhas de banana entre os cheiros de flor e bosta de porco aberta como uma boca do corpo não não como a boca de palavras como uma entrada para n então aqui eu eu quero deixar bem claro aqui que aquele não demonstra o interesse de chocar meramente não mas de dar medida exata né do sentimento do momento da
sua experiência e tal e acentuando assim uma fixação pelo corpo que se torna um instrumento essencial na interação do mundo né então ele a interpretação do mundo para ele passa pelo corpo então um dos elementos que comprova o vigor poético do livro são as referências ao corpo escritas assim numa linguagem prosaica e Explosiva né É para provocar o sentimento mesmo como que habilita o homem a conviver e explorar simultaneamente o mundo da cidade exterior e interior enriquecendo a obra assim pela tensão causada pela conciliação de contrários a matéria corporal contém por Associação ou comparação e
os significados do mundo exterior né assim inscreve-se no corpo do poeta o que existe no mundo concreto então tudo que está aí fora passa a ser registrado de alguma forma no corpo do poeta e depois ele tem que expressar isso então se comparar se nós compararmos o Ferreira Agular com um pintor ele seria o pintor que não teria medo das cores trabalharia com cores fortes com pinceladas decisivas e tal entende e assim é o trabalho dele e teria que ser assim não poderia ser de outra forma eh e e os carinhos mais doces mais sacanas
mais sentidos para explodir como uma galáxia de leite no centro de tuas coxas no fundo de tua noite Ávida cheiros de umbigo e de vagina grav cheiros indecifráveis como símbolos do corpo do teu corpo do meu corpo aí são recorrentes Então as relações entre o corpo da cidade e o corpo do poeta aproximação assim que confirma ser o corpo aquilo que contém todo o mundo exterior e dele participa com uma certa uma grande autonomia assim essa presença do corpo em todos os acontecimentos é na verdade o reconhecimento de uma consciência formada pela junção de elementos
reais e imaginários né Concretos e abstratos revelados numa belíssima metáfora a seguir aqui ó meu corpo galáxia aberto a tudo cheio de tudo como um monturo de trapos sujos latas velhas colchões usados sinfonias sambas e frevos azuis assim assim é o corpo é o elemento intermediário entre o mundo e a consciência do poeta né e a consciência está aqui o mundo está lá e aqui está o corpo do poeta que barrando tudo isso e sendo inscrito né de tudo eh noutra passagem a tentativa de valorização do corpo como elemento salutar da descoberta do mundo ocasiona
A Busca gradativa Pela especificação eh da da própria individualidade vamos ver aqui mas Sobretudo o meu corpo nordestino mais que isso maranhense mais que isso sanl luizense mais que isso fez rense neuton alzirene eh então aqui por outro lado né a ausência de pontuação marca o fluxo associativo de de e do pensamento que muitas vezes aproxima imagens logicamente desconexas né então ele quer dar uma certa velocidade também eh assim a eliminação da vírgula reflete a correlação entre os elementos eh eh mencionados tipo como estivesse um ligado um puxando o outro sabe um colado no outro
fundindo-se em blocos de imagens inusitadas eh eh eh como nem sempre se pode distinguir o que é memória e o que é fantasia ou imaginação essas associações insólitas ocorrem assim com uma com uma certa frequência né Eh devido à natureza recorda da obra tá n na seguinte passagem é evidente aqui olha ele traz uma passagem aqui que é evidente a enumeração caótica conscientemente utilizada para evidenciar o Tom febril e vigoroso do seu tempo né porque isso aí era coisa de ele escreve coisas aqui que num determinado momento eles fazem 30 anos tal né então são
coisas bem antigas e tudo se confunde ali é é real é uma memória real é fantasiosa como é que é era a vida a explodir por todas as fendas da cidade sob as sombras da Guerra a Guap a w match A rafia febia Blitz creg né catalinas torpedeamento a quinta coluna os fascistas os nazistas comunistas o Repórter Esso a discussão na quitanda o querosene o sabão de Andiroba o mercado negro o racionamento blackout nas montanhas de metais velhos o italiano assassinado na praça João Lisboa o cheiro de pólvora os canhões alemães truando nas noites de
tempestade por cima da nossa casa está lingrado resiste É desse modo que o que o poeta aí ele amalgama numa estrutura dissonante assim até fragmentária evocações da Infância e da Juventude na cidade de São Luís do Maranhão Na tentativa de reviver o passado no presente para assim reconstituir um mundo em que a imaginação e a e a realidade eh se confundem de modo condensado e até comovente pode-se dizer né [Música] Eh tendo em vista a multiplicidade de lembranças e e associações que ora atualizam o passado ora relembra presente o o poeta criou o que alguns
críticos denominaram assim de poema simultâneo ou seja Passado Presente Passado Presente tá tudo ali né Muito junto muito próximo né ele eliminou aqui a questão do tempo incrível ele fala do tempo mas não há fronteira a divisa do tempo né ele fala tudo a um só tempo é o poema simultâneo já que o limite entre a imaginação e a realidade se dissolve e tudo se atualiza em forma de diálogo interior como se ele estivesse conversando com ele mesmo nesse sentido mais uma vez os sinais de pontuação desaparecem em favor de uma técnica moderna de enumeração
que transporta sim para a linguagem o fluxo sempre caótico da mente inconsciente como na passagem que ele relembra aqui ó eh constelações de alfabeto noites escritas ais pastilhas de aniversário Domingos de futebol enterros corsos comícios roleta bilhar baralho ou então quando o poeta fixa imagens isoladas que rememoram um mundo primitivo inocente evocado pela presença constante do corpo como depósito da experiência vivida eh eh vamos ver aqui mas a poesia não existia ainda plantas bichos cheiros roupas olhos braços seios bocas vidraça Verde Jasmim bicicleta no domingo papaga de papel retret na praça luto homem morto no
mercado sangue nos legumes mundo sem voz coisa opaca aí mais que mais que isso essa simultaneidade de imagens e lembranças capaz de de fomentar um diálogo constante entre elementos do tempo e do espaço tem um objetivo a superação do tempo pela concretização de tudo aquilo que cotidiano ou não é garante um olhar mais apurado mais mais crítico é da própria existência e daí da impossibilidade de separação entre o que é memória eh fluxo de consciência e cronologia né então memória é uma coisa que tá lá cristalizada né fluxo de consciência é aquilo que não para
que tá correndo aí que tá passando feito um trem aí né e E aí questão cronológica né que é a situação de tempo e tal e tudo mais então ele ele trabalha muito bem com isso aí e e a isso aliás e é que caracteriza a universalidade do poema surj entende eh a transcendência do espaço-tempo fundidos assim na consciência e eternizados numa linguagem Realista e ao mesmo tempo psicológica né Muito psicológica lírica e cinematográfica que aglutina o universo vivido né então é muito psicológica porque ela mexe com as questões com os nossos dilemas com com
nossos sentimentos emoções e tal pá e cinematográfica que evoca muitas imagens imagens diversas que você já já pôde constatar e e que virão ainda mais aqui para frente eh então com o realismo quase sempre do doloroso pode-se dizer gou elabora um dos temas mais caros de sua poética também presente no poema sujo a fragmentação e a temporalidade das coisas e dos homens tudo se perde tudo se fragmenta né e e e tudo permanece por um determinado tempo então assim eh a fragmentação e essa a essa fragmentação e essa temporalidade das coisas dos homens e é
que é aí e traz a Evidente submissão do homem ao tempo que a tudo destrói impiedosamente né então podemos fazer o que quisermos sermos quem quisermos ser mas tenhamos claro que nós estamos sob a sob a mão e a espada do tempo né E e esse tempo ele destrói ou seja ele fragmenta né e e e ficamos para trás né Mais ou menos isso aí então nós temos aqui um outro exemplo numa coisa que apodrece tomemos um exemplo velho uma pera o tempo não transcorre nem grita antes se afunda em seu próprio Abismo se perde
em sua própria vertigem mas tão sem velocidade que em lugar de virar luz vira escuridão né então a inter a inter ah intertextualidade é evidente nessa passagem com o poema As peras de a luta corporal né ele tem um poema no livro 54 esse a luta corporal ele tem um poema que chama chama-se as Piras né então ele fez aí meio que uma ligou um uma coisa a outra aí as peras no prato apodrecem o relógio sobre elas mede a sua morte paremos a pêndula deter assim a morte e das frutas ó as peras cansaram-se
de suas formas de de sua doçura as peras concluídas gastam-se do fugor de estarem prontas para nada o relógio não mede trabalha no vazio sua voz desliza fora dos corpos né então esse aqui é do poema pira sofrimento o sofrimento ainda esconde de certa forma o real circundante esse descompasso que se camufla em em comparações que denunciam as correspondências entre as coisas e os homens ou seja uma coisa de certa forma está em outra e ele questiona aqui um pouco antes se parássemos o pêndulo se parássemos os ponteiros os relógios se a vida não eh
não terminaria daí né Eh talvez ficasse permanente porque daí não teria mais o efeito tempo né a pera não apodrecer porque o relógio tá parado né mas só que aí a gente entende também que o relógio é só um mecanismo o tempo está além dele né o relógio vive para o tempo eh tem uma outra passagem aqui interessante o homem está na cidade como uma coisa está em outra e a cidade está no homem que está em outra cidade mas variados são os modos como uma coisa está em outra o homem por exemplo não está
na cidade nem como uma árvore está em qualquer uma de suas folhas assim assim a vida a vida vige no interior de cada objeto e de cada homem eh emergindo no poema em imagens comparativas que tentam superar a a dificuldade de esclarecimento tanto da linguagem quanto do sentido da existência humana né vamos ver aqui um outro exemplo aqui n algum ponto do corpo do teu do meu corpo lampeja o Jasmim O isolamento de lampeja acentua o poder de significação desse vocábulo eh é que se mostra assim digamos marcado pela sensação do descobrimento abrupto de um
enigma um lampejo né Eh o eh como bem afirmou aqui o crítico crítico Oto Maria Capô o poema sujo mereceria ser chamado de poema nacional porque ele encarna todas as experiências vitórias derrotas e esperanças da vida do homem brasileiro esta é são as palavras do Oto Maria capou e é necessário então reconhecer assim Ferreira Gular como um autêntico poeta que permeia o poema com o Tom lírico humanizador vazado numa melodia que como ele mesmo dizia é capaz de encontrar a expressão Universal da coisa particular pois bem a a a força poética da obra guliana reside
portanto na qualidade das sugestões psicológicas no emprego inusitado da palavra e na capacidade de que de como o próprio autor afirma explodir a linguagem né em versos que que marcaram pela singularidade os rumos da criação poética brasileira e isso sem mencionar a a a a dignidade e sinceridade com que assume a dureza da existência humana e a transfigura em poemas que evocam eh evocam não apenas o universo paradisíaco da infância mas também inscrevem um novo sentido ético sabe que seguramente nos torna mais conscientes dos mistérios de existir eh eh de existir do mundo que como
diz o próprio gul espanta e comve eh essa do Espanto ele fala muito bem de uma maneira eh maravilhosa é no poema traduzir-se né uma parte se espanta uma almo janta a outra parte se espanta então aqui eh vamos falar um pouco sobre o poema agora tá eh eh localizar ele situar ele um pouco mais aqui eh ele foi escrito em Buenos Aires no ano de 1975 poema suj foi composto enquanto o poeta Ferreira Gular estava exilado por motivos políticos os mais de 2.000 versos criados na solidão do exílio são uma espécie de hino pela
Liberdade assim a gente começa pode entender um pouco mais do motor do que moveu o poeta né E aí com fortes traços autobiográficos os versos do poema SUS são uma espécie de desabafo e retomam desde a infância do poeta vivida em São Luiz do Maranhão até os ideais políticos que viria desenvolver muito mais tarde então isso é uma coisa de uma vida né já na nas primeiras páginas o eulírico relembra cenas do passado vejamos aqui que importa o nome a esta hora do anoitecer em São Luís do Maranhão à mesa de jantar sobre uma luz
de febre entre irmãos e pais dentro eh de um enigma Mas que importa um nome eh Debaixo deste teto de telhado encardidos vigas a amostra entre cadeiras e mesa entre uma cristaleira e um armário diante de garfos e facas e pratos louça que se quebraram já os versos aí eles eles retomam não apenas o cenário de São Luís como também os parentes próximos o pai o primo o tio seu Neco Sargento Gonzaga figuras que que povoavam a juventude do rapaz num tempo em que a poesia nem sequer existia como uma atividade pulsante ainda dentro dele
né a escrita ela segue flutuante e de vaga sobre o próprio corpo do eu lírico sobre os os limites da carne da mente sobre os encontros entre o homem e mulher entre as relações entre pais e filhos sobre o estar na cidade sobre a perenidade do tempo sobre os abismos sociais eh eu creio que ele sangrou para ao escrever isso viu poeta sangra né eh olha em termos eh estilísticos a a composição é uma mescla das várias fases da lírica do poeta né Há trechos por exemplo rigorosos em relação à métrica e a rima e
a trechos completamente despojados de qualquer preocupação form mal né el são totalmente livres e existem momentos assim repletos de onomatopeias e com orientações diretas ao leitor né assim como ele colocou aqui eh para ser Cantada com a música da Bachiana número dois da tocata de Vila Lobos que é a parte do trem ali e tal existem trechos que sou um puro monólogo interior né de um eu lírico despreocupado com qualquer possibilidade eh de de ouvinte né ele sem se preocupar eh com o resultado que isso vai dar o poema sujo conjuga uma série de possíveis
poemas e um único trabalho e é riquíssimo justamente por contemplar essa multiplicidade de estilos e temas em um só lugar aí de acordo com a crítica aqui eu vou ler para vocês aqui ó outro grande poeta brasileiro Vinícius de Moraes afirmou após a leitura do poema sujo foi Vinícius de Moraes que trouxe o poema da Argentina para o Brasil e apresentou lá em reuniões de artistas e tal para buscando um meios de publicar esse poema enquanto Ferreira Gular estava exilado não poderia vir ao Brasil eh Ferreira gou acaba de escrever um dos mais importantes poemas
deste meio século pelo menos nas línguas que eu conheço e certamente o mais rico Generoso e paralelamente rigoroso e transbordante de vida de toda a literatura brasileira palavras de Vinícius de Moris então a crítica é unânime a afirmar que no poema sujo Ferreira Gular mistura todas as suas fases poéticas anteriores né nele o poeta mescla desde elementos da sua primeira fase que foi a fase parnasiana que era mais rigorosa e tal que respeitava com Rigor a métrica e a rima e ao mesmo tempo contempla elementos completamente díspares né com a visualidade o uso de onomatopeias
né então ele ele fez um um um todo aí muito bacana e aqui tem umas palavras do próprio Ferreira Gular né que ele esclarece aqui a verdadeira poesia tem muitas Faces quando deixei de fazer poesia metrificada caí no coloquial que foi se eh reelaborando até virar uma linguagem complexa abstrata que conduziu a desintegração entretanto com os poemas de cordel voltei à linguagem banal mas evidentemente politizada no poema sujo a linguagem que vai aparecer resulta de todas essas experiências devendo então a tese de que não existe poesia pura a poesia verdadeira não é sectária não é
unilateral palavras do próprio poeta outro grande crítico da literatura brasileira Alfredo B afirma o poema sujo resume toda a poética de Ferreira Gular trazendo ecos das vozes juvenis e fazendo pressentir a a polifonia dos motivos e formas que eh comporiam seus futuros poemas né e agora então um pouquinho da história do poema sujo o poema sujo foi escrito em 1975 em Buenos Aires quando Ferreira Gular estava exilado por motivos políticos antes o poeta já havia estado exilado em Moscou em Santiago e em Lima no Brasil reinava a ditadura militar desde o golpe de 1964 e
o governo tinha autorização para entrar em buen aires para capturar presos políticos gou temendo pelo seu futuro decidiu escrever o poema sujo como uma espécie de testemunho final uma síntese de todas as suas crenças e de toda sua poética antes que o calassem definitivamente o poema foi escrito ao longo de 6 meses durante o ano de 1975 em um apartamento localizado na Avenida Honório ehon em Buenos Aires Vinícius de Moraes fez uma gravação do poema em voz alta foi dessa forma que os versos chegaram ao Brasil a publicação foi levada em frente pelo editor anio
Silveira que lançou o pequeno livro pela Editora civilização brasileira tá eh e tá aí por poema sujo aí vem há várias possíveis interpretações para a escolha do título do poema uma delas é que o poema seria sujo porque trataria de temas torpes como o câncer a fome a solidão a morte há quem diga também que o poema é sujo porque se trata de uma espécie de desabafo no entanto segundo o próprio autor Ferreira Gular o poema era sujo como o povo brasileiro como a vida do povo brasileiro hã Muito obrigado muito obrigado pela atenção um
beijo no seu coração
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