[música] Howard Gardner é um educador norte americano, professor da Universidade de Harvard. Se notabilizou por escrever livros sobre as múltiplas inteligências, quebrando aquela ideia de que o ser humano tinha uma inteligência. E procurando mostrar que, como inteligência, e a capacidade de resolver dificuldades, e a capacidade de criar obras, na pintura, na música, no esporte, nas relações interpessoais.
Daí, então, ele dizer não temos uma, temos várias inteligências. Temos diferentes inteligências. [música] Ele tomou como referências dois dados que comprovam isso.
O primeiro é um dado sofisticado. Mas, existe um aparelho que é conhecido como ressonância magnética funcional. É um aparelho que é colocado em uma pessoa, tal como um capacete, registra as ações cerebrais a partir dos desafios que lhe são feitos.
Então, uma pessoa com esse aparelho, se alguém lhe perguntar quanto é sete mais quatro, e ele responde, aciona certas áreas do cérebro. Mas, se a pergunta for, entre a escolha de uma pintura sobre o céu, você escolheria o azul ou o vermelho? E ele disser azul, outras áreas são assinaladas.
Então, esse aparelho mostra que nós não temos uma, nós temos várias inteligências. E, a outra forma de demonstrar as diferentes inteligências, é quando nós analisamos as grandes realizações da história do homem. Antes de Gardner, pensava-se na inteligência singular.
O ser é inteligente. Só que não se notava que, por exemplo, um grande jogador de futebol é inteligente no trabalho que ele faz. Um grande pintor é inteligente na pintura que ele faz.
Aquele jogador de futebol não é capaz de realizar aquela pintura. Aquele pintor não é capaz de fazer aquele drible. E chegou a eleger estas inteligências, a que lhe deu o nome de inteligências múltiplas.
Todas elas, em todas as pessoas, todas elas estimuláveis. [música] A inteligência linguística é a inteligência que se expressa em falar e escrever. É a inteligência dos poetas, dos grandes escritores.
A inteligência lógico-matemática é a inteligência dos grandes matemáticos, das pessoas que se projetaram em cálculos, que inventaram teoremas, que chegam à soluções extraordinárias. A inteligência espacial está muito ligada à capacidade de localização, de encontrar direções, de decifrar caminhos. A inteligência naturalista, que é a mais recente que apareceu, está ligada àquelas pessoas que têm uma capacidade de perceber a natureza de uma maneira mais ampla, de uma maneira mais significativa, de interpretá-la.
De perceber que naquela árvore há pouco mais do que um ser vivo. Então, se você fizer um exercício de desenvolver inteligências com crianças, digamos na educação infantil, todos eles se desenvolverão em todas. Mas, aquele vai se destacar mais na pintura.
Aquele se destacará mais na matemática. Aquele se destacará mais na fluência verbal. Aquele se destacará mais na capacidade de fazer amigos e se relacionar.
[música] São desenvolvidas com aquilo que se dá o nome de estímulos. Um estímulo para a inteligência é mais facilmente compreendido quando a gente compara com estímulos corporais. Então, por exemplo, se, aqui na minha frente, tiver uma barra de ferro e eu não consigo levantá-la com a minha mão direita porque o peso é muito grande, se eu treinar treinar, treinar, treinar, um dia, eu aumentarei a minha força física e talvez eu possa levantá-la.
Isso que ocorre no plano físico, ocorre no plano mental. Através dos estímulos, você vai desenvolvendo cada uma. Ou, se preferir, aquelas inteligências que lhes são mais específicas.
[música] Existe uma afirmação, no estudo das inteligências, que se chama janela da aprendizagem. A janela. .
. Por que se usa a palavra janela? Porque é como se a mente humana fosse uma veneziana.
E tem um momento que ela está escancarada. Então, quando a veneziana está inteiramente aberta, a luz do sol é maior. Então, a janela da aprendizagem, aquele momento em que o cérebro está mais ávido de aprender, ocorre, geralmente, por volta dos seis aos sete, oito, dez anos de idade.
Daí porque a educação infantil nos países mais desenvolvidos é tudo. [música] O livro de Gardner com que ele entra pesadamente no assunto aqui no Brasil recebeu o nome "A teoria das inteligências múltiplas". Porque é quando ele começa a fazer essa abordagem essencial que dá a ele o nome, que, de uma certa forma, ele tem.
Então, eu sou o autor de dois livros que eu me atrevo a sugerir. Um deles, "As inteligências múltiplas e seus estímulos". E outro livro meu que eu sugeriria, isso depois dos livros de Gardner, seria um livro muito prático, "Jogos para estimulação das múltiplas inteligências".
Porque não é uma descrição das inteligências apenas. É através de jogos, através de desafios, através de propostas, como estimular na sala de aula, ou, eventualmente, no lar.