Cem dias. É isso que leva, em média, para construir uma casa de 150 metros quadrados nos Estados Unidos com o Wood Frame — um método muito comum por lá, que usa estruturas de madeiras leves, encaixadas como um quebra-cabeça. Enquanto isso, no Brasil, uma casa de mesmo tamanho demora de 9 meses a um ano para ficar pronta com nosso método de alvenaria.
E não é só uma questão de velocidade: o modelo americano é mais eficiente e, em vários pontos, até mais adaptável às necessidades de quem constrói. Só que, no Brasil, o padrão é outro. A questão que fica é: por que não fazemos como eles?
Construir casas de madeira é uma tradição americana, e o Wood Frame é o método de construção mais usado por lá, o que faz sentido. Quando os colonizadores britânicos chegaram, encontraram madeira em abundância, especialmente pinheiro e cedro. Esses materiais, além de serem mais leves que a pedra ou o tijolo usados na Europa, tinham uma ótima capacidade de isolamento térmico — essencial para enfrentar o inverno americano.
Isso deu início a um sistema de construção que é rápido, barato e adaptável. Uma casa de 150 metros quadrados em Wood Frame fica pronta em cerca de 100 dias, e com novas tecnologias, esse tempo pode cair para 60 dias. Já uma casa de alvenaria do mesmo tamanho leva de 9 a 12 meses, por causa da secagem da argamassa e do concreto, que as outras formas de construção não necessitam; e da necessidade de se preparar os materiais, que nos outros métodos chegam ao local de construção já prontos.
Construir em Wood Frame também é mais simples. A estrutura é montada com ferramentas básicas, como pistola de pregos e parafusadeira, e não exige uma equipe ultra especializada. O isolamento térmico é outra grande vantagem.
As paredes do Wood Frame possuem espaços que abrigam materiais isolantes, como lã de vidro ou espuma, que fazem uma barreira térmica muito eficaz. Em climas mais frios, isso reduz bastante os custos de aquecimento. No quesito custo, o Wood Frame também é competitivo.
Mesmo no Brasil, onde o sistema não é comum, construir com esse método sai cerca de 5% mais barato por metro quadrado que a alvenaria. Mas a vantagem mesmo está no custo inicial: para os americanos, o investimento para levantar as primeiras etapas, como paredes e estrutura, pode ser até 70% menor que na alvenaria, graças ao uso de componentes pré-fabricados que chegam prontos para a montagem. Claro, o custo final acaba sendo equilibrado porque o Wood Frame precisa de tratamento especial para resistir a fogo, pragas e condições climáticas adversas, além de isolamento acústico e térmico.
Mas no final das contas, o Wood Frame é mais prático e eficiente, e historicamente muito mais barato nos EUA, o que explica por que é tão usado lá. A madeira usada pelos americanos vem de reflorestamento, é certificada, e, além disso, esse tipo de construção gera muito menos entulho do que o concreto. Como se não bastasse, a modularidade do sistema permite que partes da casa sejam desmontadas e trocadas com facilidade, evitando demolições e reduzindo o impacto ambiental.
Mas então, por que o Brasil ainda não adotou esse método como os americanos? Nos Estados Unidos, a madeira domina o cenário de construções: 93% das casas novas em 2023 foram feitas com esse material. A escassez da madeira pós-pandemia também teve um impacto de USD 35.
000 a mais no custo de cada casa construída. Só que aqui no Brasil a realidade é outra. A alvenaria é a protagonista, com tijolos e cimento formando a base de quase todas as construções.
Esse método mais demorado e caro parece estar em desacordo com a praticidade do sistema americano, mas essas diferenças não surgiram por acaso. A escolha pelo concreto e pelos tijolos no Brasil está intimamente ligada ao clima e à história do país. Quando a colonização chegou, o litoral brasileiro estava coberto por florestas densas, com árvores retorcidas e menos adequadas para construção.
A madeira brasileira, apesar da qualidade de espécies como o mogno e o ipê, não possui as mesmas propriedades isolantes que as madeiras usadas nos Estados Unidos. Além disso, a infraestrutura e o custo da produção aqui são bem diferentes. Nos EUA, a madeira é extraída de reflorestamento certificado, enquanto aqui no Brasil, isso ainda não é tão comum, tornando a madeira nacional mais difícil de ser aproveitada em larga escala.
O concreto, por outro lado, é abundante e acessível no Brasil. Isso faz da alvenaria uma opção mais viável para o mercado local. Já o Wood Frame exigiria uma indústria própria, com investimentos pesados em tecnologia e mão de obra especializada.
No entanto, se mais pessoas começassem a construir com esse sistema, os custos certamente cairiam. Isso porque a produção em maior escala reduziria o preço. A questão climática também entra em cena.
O Brasil, com seu clima tropical, enfrenta desafios com a durabilidade da madeira devido à umidade e ao calor. Mesmo com tratamentos para evitar danos como apodrecimento e infestação de pragas, o custo da manutenção pode tornar a madeira menos vantajosa. Em contrapartida, a alvenaria se sai melhor com o clima quente e úmido, mantendo-se resistente por mais tempo.
Além disso, as construções de alvenaria oferecem uma segurança estrutural inquestionável, com paredes sólidas que garantem a estabilidade de prédios mais altos. Esse tipo de construção é o que os brasileiros valorizam: concreto que não pesa no bolso e tem uma resistência que atravessa o tempo. Nos Estados Unidos, a flexibilidade das casas de madeira se adapta bem a furacões e terremotos, fenômenos raros por aqui.
Por isso, a robustez das paredes de tijolos continua sendo a escolha mais confiável no Brasil. Outro ponto de diferença está nos custos e nas necessidades de climatização. Nos EUA, o design das casas de madeira facilita a instalação de sistemas de ar-condicionado e aquecimento, comuns nas casas americanas.
Aqui esse tipo de infraestrutura não é tão comum, embora um ambiente climatizado seria muito bem-vindo em muitas regiões. Só que, mesmo que o Wood Frame fosse adotado, precisaríamos adaptar a estrutura para lidar com a ventilação natural e dissipar a umidade. E a regulamentação também é um obstáculo.
Por muito tempo, a construção com madeira não teve normas próprias no Brasil, o que dificultava o acesso a financiamentos. Era quase impossível obter crédito com instituições como a Caixa Econômica Federal para esse tipo de obra. Mas em julho de 2023, uma nova norma da ABNT para construções em Light Wood Frame foi finalmente implementada.
Essa regra ajuda a garantir que as construções sejam boas e seguras, o que é um avanço. No entanto, ainda não é fácil conseguir financiamento para essas construções, e a regulamentação recente traz mais segurança jurídica, mas ainda deixa a desejar em termos de viabilidade financeira. Agora, surge uma pergunta: Existe algum método de construção que combine a rapidez e a praticidade do Wood Frame, adaptado ao clima e às condições econômicas do Brasil?
Entre as alternativas ao Wood Frame, o Light Steel Frame, que também é conhecido como construção à seco - por não usar argamassa — ou de aço leve é, sem dúvida, a mais parecida em estrutura e montagem. Assim como o Wood Frame, ele utiliza painéis leves e modulares, mas no lugar da madeira, a construção à seco emprega perfis de aço galvanizado. Essa diferença permite que ele resista melhor ao calor e à umidade do clima brasileiro, oferecendo durabilidade superior em regiões tropicais.
Em termos de velocidade, o uso do aço leve reduz o tempo de obra pela metade em comparação com a alvenaria. Uma casa de 150 metros quadrados feita nessa estrutura pode ser concluída entre 4 a 6 meses, enquanto a alvenaria tradicional levaria de 9 a 12. Porém, seu custo pode ser até 30% maior do que a construção com tijolos e cimento, devido ao preço da estrutura principal e da cobertura.
Outro sistema que se destaca é o concreto celular autoclavado, feito de blocos leves e isolantes que utilizam menos cimento e geram menos resíduos do que o concreto tradicional. Esse método mantém o conforto térmico e é rápido de montar, levando de 2 meses e meio a 3 meses para construir a mesma casa que, no modelo de alvenaria normal, tomam entre 9 e 12. Só que, apesar dessa agilidade, ele é geralmente 18% mais caro do que a alvenaria, especialmente quando considerado o valor das peças.
Já a construção com painéis de EPS (poliestireno expandido) é uma alternativa com bom isolamento térmico e estrutura leve. Esses painéis são compostos de isopor no núcleo e uma camada de concreto nas superfícies externas. O sistema é rápido e pode reduzir o tempo de construção em até 28% – uma casa que levaria 9 meses para ser construída em alvenaria pode ser finalizada em apenas 6 meses com painéis de EPS.
Em custo, o EPS oferece uma economia média de 17% em relação à alvenaria, além de poupar na instalação de sistemas de isolamento. Além dessas opções mais amplamente aplicáveis, também existem métodos de uso mais específico, que ainda não possuem regulamentação e não podem ser financiados para construção residencial comum. Entre eles estão os tijolos ecológicos de solo-cimento, que combinam solo e cimento em um método de baixo custo e impacto ambiental; o sistema de terra compactada, que oferece excelente isolamento térmico em áreas rurais; e o adobe, uma técnica ancestral de blocos de barro, usada em climas secos e projetos alternativos.
Esses métodos, embora sustentáveis e acessíveis, têm limitações devido à falta de regulamentação e à baixa aceitação para financiamentos. Por isso, ainda são mais comuns em projetos específicos, como construções ecológicas ou empreendimentos fora das áreas urbanas. Com tantas opções, o Brasil está diversificando seu leque de métodos construtivos, mostrando que é possível inovar sem depender apenas da alvenaria.
E você também pode Cada um desses métodos oferece vantagens que se alinham às condições e demandas locais, mostrando que a construção civil pode evoluir para atender melhor o nosso clima e nossas necessidades. Só que, apesar dos avanços tecnológicos na construção, o setor brasileiro ainda enfrenta um desafio constante: reduzir custos e aumentar a eficiência sem abrir mão das características valorizadas pelo mercado local. Entre 2020 e 2023, os custos subiram em um ritmo assustador – materiais ficaram 52% mais caros, a mão de obra subiu quase 30% e o índice geral de construção acumulou uma alta de 37,28%.
Esse cenário só reforça a urgência de se buscar alternativas, e é natural que o Wood Frame entre nessa conversa. Mas não é só o preço da construção que subiu. O preço de tudo subiu.
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Embora o mogno e o ipê sejam excelentes para estruturas sólidas, seu uso em larga escala é inviável pelo custo elevado e pela baixa disponibilidade. Nos Estados Unidos, por outro lado, o Wood Frame usa o pinho, extraído de reflorestamentos e produzido em alta escala, o que garante um custo muito mais acessível. Além disso, o concreto, que é acessível e altamente durável, se adapta melhor ao nosso clima, onde calor e umidade exigem materiais robustos.
E embora o Wood Frame seja mais que uma solução técnica — ele requer uma base industrial e regulatória consolidada — o Brasil começa a dar os primeiros passos. A nova norma da ABNT para o Light Wood Frame, por exemplo, já trouxe mais segurança e abriu espaço para o método. Ainda assim, faltaria uma infraestrutura industrial dedicada, linhas de financiamento acessíveis e adaptações para enfrentar as nossas condições climáticas.
O setor de construção no Brasil continua em evolução, tentando equilibrar tradição e inovação para atender à realidade do mercado. E aí, você conhecia esse método dos americanos? Deixa aqui nos comentários que eu quero saber, e não deixa de me dizer o que achou desse vídeo.
E pra seguir no assunto Estados Unidos, Nova York para os americanos passa longe de ser um destino dos sonhos, isso por que a cidade tá passando por uma crise habitacional histórica que parece piorar quando a prefeitura coloca a mão, então confere esse vídeo aqui que tá na tela. Então aperta nele aí que eu te vejo lá em alguns segundos. Por esse vídeo é isso, um grande abraço e até mais.