Swami Chinmayananda - O Caminho ao Verdadeiro Eu

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Corvo Seco
Trechos do livro “A Manual Of Self Unfoldment”, de Swami Chinmayananda. Balakrishna Menon ou Swami ...
Video Transcript:
"O Vedante é o ensino da Realidade de si mesmo. O universo inteiro é sustentado pela existência de Brahman. Essa existência é o que você é.
E sendo idêntico a Brahman, a causa de toda a criação, você é tudo. Esta visão adquirida através do conhecimento, é a única liberdade real. Mas para se criar uma condição na mente que capacite enxergar a Verdade sobre si mesmo, você deve remover todas as suas falsas noções".
- Swami Dayananda. A religião afirma que nossa verdadeira natureza é Sat-Chit-Ananda, pura Existência, Conhecimento e Bem-aventurança. Mas o senso de ego criou em nós o grave mal-entendido de que somos as entidades do ego.
Dentro de cada um de nós existe o ego condicionado pela matéria e o Eu eterno incondicional. Existem duas personalidades distintas em nós; Deus e o homem. Desapegue-se do homem e recupere sua divindade.
Esta é a teoria do Vedanta. O Caminho ao Verdadeiro Eu. Swami Chinmayananda.
“Quando o ego morre, todos os problemas chegam ao fim”. - Ramakrishna. Todos os yogas visam a extinção do sentido do ego no yogin.
Quando o senso de jiva (a individualidade) termina, o senso de divindade começa. Cada um de vocês, por favor, perguntem a si mesmos: Quem é este, ou o que constitui este senso de ego em mim? A personalidade do “eu” em cada um de nós, nada mais é do que as memórias do que vivemos no passado, como: “sou filho de fulano de tal, educado, vivido, amado, odiado, ensinado e assim por diante”.
Em suma, sou a soma total de todas as memórias retidas de todas as experiências vividas que tive no passado. O “conceito eu” também inclui minhas esperanças para o futuro. O ego ou individualidade é apenas um feixe de memórias do passado e ansiedades pelo futuro.
Prosseguindo nossa investigação, analisando os pedaços de memória e os flocos de esperança, descobrimos que eles têm uma realidade apenas com referência ao passado morto ou ao futuro não nascido. Isso significa que o ego em mim não existe no momento presente; ele prospera no cemitério das horas mortas e no ventre do tempo não nascido. Sem referência a esses dois, o passado morto e o futuro não nascido, se vivermos vital e dinamicamente no momento presente, alcançamos a aniquilação do ego.
Separe o falso ego do verdadeiro Eu. Separe a mente das memórias e esperanças. A agitação do equipamento mente-intelecto no buscador cria uma “barreira de pensamento” impenetrável entre seu senso de ego e a mente divina, a Consciência infinita, que ele é, em sua natureza essencial.
Todas as práticas espirituais (sadhana) são treinamentos pelos quais as perturbações dos pensamentos são reduzidas ao mínimo. Nosso poder mental, tão inteiramente investido hoje em nossa vida exterior, deve ser refreado a fim de transformá-lo em toda a sua riqueza e vitalidade, para “dentro”. Na medida em que formos bem sucedidos em refrear a mente inferior de seu jogo nos planos inferiores, nessa medida a mente superior se descobrirá naturalmente deleitando-se em seus próprios voos meditativos nos planos superiores da pura Consciência.
Estamos buscando o objetivo, um único objetivo, estamos aqui para buscar a fonte de toda a vida: a única Realidade. Assim, estamos tentando mergulhar cada vez mais fundo na própria fonte da vida em nós. Do mundo externo grosseiro, temos que lenta e cuidadosamente buscar mais profundamente no centro em nós, que é a sede sutil da Verdade.
Se o corpo-mente-intelecto pode ser sintonizado adequadamente e a mente-intelecto pode ser aquietada, um estágio contemplativo é alcançado. A mente-intelecto em tal estágio de contemplação pode realizar o Divino. De fato, o Divino então se torna auto-evidente.
Devemos reconhecer! Rever! Lembrar de nossa verdadeira natureza.
Busquemos e alcancemos essa mente divina. Para isso, a mente deve ser disciplinada. A mente deve sempre permanecer imperturbável.
Que nenhum buscador caia em desespero e fuja de seu assento de meditação, mesmo depois de milhões de fracassos para aquietar a mente. Essas tentativas, embora aparentemente sem recompensa, estão lentamente consumindo a ilusão e ampliando o portal para a Realização. Gostemos ou não, através de um lento processo de evolução, a todo momento estamos rastejando em direção a esse objetivo de Auto-Realização.
As experiências da vida estão nos desgastando em um lento moinho de tristeza apenas para nos fazer sentar e perceber a tola ilusão a que viemos sofrer. Acorde, levante-se e não pare até que a meta seja alcançada. Em suma este é o grito fundamental de todas as religiões.
Nunca desista, nunca se desespere. Esforce-se, continue, e continue. Todo esforço que você faz é um passo dado em direção à Verdade.
Quando cansado, sorria; quando exausto, descanse e depois se esforce novamente; quando desanimado, cante Suas glórias; quando totalmente desgostoso, renda-se a Ele. A ajuda vem! A ajuda certamente vem!
O caminho do desenvolvimento espiritual está reservado para os heróis sábios e não para os covardes tolos e simplórios. De vez em quando, você deve assumir uma postura “firme” com a mente. Não ceda facilmente; lute continuamente contra as rebeliões da mente.
Mesmo quando você estiver perdendo, recue, mas ainda lute por cada centímetro. Chame reforços do Senhor, através de sua devoção e entrega. O Guru diz: “Para ganhar experiência suprema, através de uma quietude total do equipamento mente-intelecto, ó impecável, esforce-se até alcançar a morada da paz, Brahman”.
Tendo assim colocado o estudante no caminho e tendo equipado o peregrino com todo o Conhecimento, o professor nas Upanishads diz ao buscador: “Vá com Deus, e boa sorte no caminho! Que você possa ir além do reino das trevas para a Luz das luzes, por cuja Luz somente todas as outras luzes são iluminadas”. Nunca se apresse.
Siga lentamente. Tenha fé no Senhor e em seus professores.
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