Olá amigos! Iniciamos, hoje, mais um episódio do nosso estudo do livro Gênesis de Moisés à luz da Doutrina Espírita. E, agora, caminhando já para o final, chegando ao término desta nossa temporada e já anunciando uma nova temporada no ano de 2018 que começa - essa nova temporada do ano que vem -, já com a história de Noé, do dilúvio e termina, agora, esse temporada deste ano, fechando aí o capítulo 5 do livro Gênesis e dando um panorama de tudo que já foi falado até agora.
A gente gostaria de reforçar que o intuito do Livro Gênesis e o próprio nome já indica, é um livro de genealogia, daí o nome Gênesis. Na verdade, o nome em Hebraico - o bereshit - pega a primeira palavra do livro Gênesis, mas a divisão do livro se dá pelas toledot, que são as gerações. Na verdade, o livro todo é dividido em dez gerações.
Ele conta, então, a história dos patriarcas, a história dos inícios, dos fundamentos, das fundações, da fé monoteísta, ou seja, aquele conjunto de missionários e aquele conjunto de círculos planetários, de ciclos de gerações, de trabalhos que foram necessários para a implantação da fé monoteísta. Após esse imenso círculo, esse imenso arco, que vai de Adão até o último profeta do Velho Testamento, uma vez consolidada a fé monoteísta, o mundo estava preparado para receber a mensagem insuperável, incomparável de Jesus com a revelação do Evangelho. Aqui, então, no capítulo 5, nós vamos encontrar um fechamento, vai descrever de Adão a Noé: as gerações, os filhos de Adão a Noé.
Agora, é claro que, aqui, o texto de Gênesis, especialmente esse capítulo 5, dialoga com uma literatura do oriente próximo que é uma literatura altamente simbólica que chega a tangenciar aspectos da própria mitologia. Então, quando a gente estuda mitologia Grega, Homero, Hesíodo, a mitologia mesopotâmica, Gilgamesh - que, agora, acaba de ser traduzido pelo Jacinto, que foi o meu professor de grego pela editora da UFMG, esse livro de Gilgamesh -, e outras mitologias da babilônia, do Irã, toda aquela região, a gente percebe que esse trecho, aqui, do livro de Gênesis compartilha com essa literatura um olhar, uma forma de descrever a história humana ou esse trecho da história humana. E, evidentemente, quando, aqui, no capítulo 5, a gente lê, por exemplo, que Lamec viveu 777 anos, é óbvio que nós não podemos interpretar essa afirmação, esse texto de forma literal, um ser humano viveu 777 anos.
Não é essa a proposta literária do texto. Fica evidente, aqui, que o texto elege um patriarca para dar nome a um período evolutivo. Nós usamos isso até mesmo na linguagem da história.
É tanto que dizemos assim: a era Vargas. O que significa isso? Que essa era não se limita ali à atuação ou à vida de Getúlio Vargas.
Você cobre um período, não é? Nós costumamos dizer, por exemplo, o período ou a era Elizabetana, da rainha Elizabeth, o período Elizabetano. Se referindo a todo um ciclo da história europeia e, sobretudo, ali vinculada à Inglaterra, período Elizabetano, que marcou culturalmente, artisticamente, cientificamente, sociologicamente, toda uma geração da terra, envolvendo vários países e isso não se restringe especificamente à Rainha Elizabeth ou ao seu período de vida, ninguém se refere a isso.
Aqui também, o Patriarca é citado, dá-se uma data e essa data é importante porque é com essa conta e somando,somando e somando que nós vamos ver que de Jesus à Adão temos 4 mil anos. Onde que se conseguem esses 4 mil anos? Esses 4 mil anos são conseguidos somando-se os períodos de vida de todos esses patriarcas aqui: quando um gerou quem, gerou quem.
Você vai somando isso tudo e obtém, através dessa soma imensa, esse período de 4 mil anos, de Adão a Jesus. Então, logo a gente percebe que o texto possui uma estrutura altamente simbólica. É como diz Emmanuel no livro Consolador, que o Velho Testamento, - no livro Consolador e A Caminho da Luz - o Velho testamento está repleto de expressões altamente simbólicas, que eram acessíveis acessíveis somente aos grandes mestres da raça.
Um monumento, também diz, monumento da ciência secreta do povo Hebreu que contém um conjunto de conhecimentos, um olhar todo peculiar desse povo para a história humana. O interessante, aqui, é que - a gente já percebeu isso -, toda vez que nós estamos falando de ciclo, do tempo, melhor dizendo, toda vez que nós falamos do tempo, o povo hebreu tem um modo peculiar de dividir esse tempo em ciclos setenários, ciclos de sete, sete dias na semana, sete semanas (que, por exemplo, é pentecostes, pentecostes são sete semanas, 49 dias, quinquagésimo dia é o pentecostes), sete meses, sete anos, sete vezes sete que são 49 anos (que é o ano Jubileu) e assim por diante. Então, é uma forma de se dividir o tempo, uma forma de olhar para os ciclos temporais e fazer relações.
Então se você soma a idade de todos esses patriarcas, aqui, do capítulo 5 - como dissemos -, chega-se a um tempo que vai de Adão a Jesus de 4 mil anos. Aí você pensa: 4 mil anos, está faltando quanto para sete mil anos? 3 mil anos.
Aí você pega Jesus, mais dois mil anos, opa, seis mil anos. A grande tribulação, a transição, mais mil anos e, aí, a regeneração da Terra, completando 7 mil anos, ou seja, uma semana de mil anos, em que cada dia são mil anos. Então é uma maneira para se olhar esse texto, é isso que o texto está querendo dizer, é isso o que o texto está trabalhando.
Aqui, a gente percebe um artesanato, por exemplo o capítulo 5 começa assim: “Eis o livro da descendência de Adão”(Gen 5:1). Então, essa expressão “eis o livro da descendência de Adão” que é uma tradução em Português, em Hebraico está dizendo assim: é o toledot, é O Livro das Gerações, o livro das gerações de Adão. Toda vez que vem essa expressão, a gente tem uma divisão no livro de Gênesis, e aí você consegue determinar as partes, que são dez partes no livro de Gênesis.
Então, esse é o livro das descendências, o livro das gerações de Adão. “No dia em que Deus criou Adão, ele o fez à semelhança de Deus” (Gen 5:1). “Homem e mulher, ele os criou, abençoou-os e lhe deu o nome de homem, [SER HUMANO, ADAM] no dia em que foram criados.
” (Gen 5:2). Aqui, é um resumo de tudo que a gente viu e esse resumo é interessante porque criou homem e mulher e chamou homem, tanto Eva quanto Adão de homem, quer dizer, o ser humano, da espécie humana. É um resumo interessante, imagem e semelhança de Deus, porque esse ser humano teria a missão de refletir Deus na Terra e não o fez.
Não fez por que? Já comentamos isso, o projeto divino foi abandonado e foi adotado o projeto da serpente. Com isso, o plano divino em que Deus iluminaria o mundo através do ser humano é abortado e vem um projeto de o homem pelo homem através do homem, o homem como medida de todas as coisas.
Um projeto de autossuficiência humana. Deus é excluído e coloca-se no lugar a autossuficiência humana, que é o grande problema e esse problema vai acarretar num crescimento exponencial do mal que sai da esfera individual. e atinge a esfera familiar, a esfera comunitária e, por fim, o mundo inteiro.
Então, esse é o arco do capítulo 5: ele sai de Adão e pára em Noé, porque Noé é o último patriarca antes do dilúvio. Depois, nós teremos o dilúvio, que é um novo mundo, é uma figura, um tipo - nós vamos ver isso depois, ano que vem, na próxima temporada, que o dilúvio é um tipo -, ele é um indício, um rascunho da transição planetária, é uma miniatura do que viria ser, do que seria a transição planetária. Isso também é muito interessante porque nós precisamos ler o Velho Testamento com esse olhar tipológico, quer dizer, eu olho para as coisas que estão sendo narradas no Velho Testamento entendendo que ali são dicas, são sinais, são esboços, de algo muito maior e universal que virá adiante.
Não é? Nós já comentamos isso aqui. Então, eu olho para Adão, imaginando Adão como um tipo, como um sinal de um homem que há de vir.
Foi assim que Paulo leu, no capítulo 5 de Romanos, capítulo 5 e 6 de Romanos, onde ele afirma expressamente no capítulo 5 de Romanos: que Adão é um tipo daquele que haveria de vir. Porque Adão é o ser humano que deveria ser a imagem e semelhança de Deus e não foi. Então, ele é um rascunho, ele é um esboço, ele é um plano que não conseguiu ser executado.
E ele indica, então, que deverá vir outro ser humano que vá concretizar esse projeto. Esse ser humano é Jesus. Então, vem Jesus que é um segundo Adão ou o novo Adão e ele sim, Jesus, será imagem e semelhança de Deus.
Ele irá concretizar o que está dito no livro. Então, Adão é um tipo, ou uma figura que aponta para Jesus. O dilúvio é um tipo, uma figura que aponta para a transição planetária e assim por diante.
Então, a gente percebe que no livro de Gênesis, daí a importância de se estudar o livro de Gênesis, mas de se estudar o livro de Gênesis com esses princípios da Doutrina Espírita: evolução espiritual; pluralidade dos mundos; os três elementos do Universo: Deus, Espírito e matéria; os Espíritos criados simples e ignorantes; a escala Espírita que é a evolução dos Espíritos que saem de simplicidade e ignorância até o estado de pureza; o princípio da não retrogradação do Espírito. Então, todos esses princípios nos ajudam a compreender esses grandes símbolos do Velho Testamento que estão dizendo sobre a evolução planetária. Então, o livro de Gênesis é um livro da evolução planetária.
Ou como dizem, nós podemos falar isso com várias linguagens, eu posso dizer isso em uma linguagem, por exemplo, linguagem protestante. Então, nós diríamos que o livro de Gênesis é um retrato do plano da salvação de Deus, o plano que Deus tem para salvar o mundo: é uma linguagem protestante. Não é?
E de certo modo católica. A teologia católica vai dizer isso, mas com outras palavras. Mas, e o que está querendo se dizer com isso?
Nós podemos dizer isso em uma linguagem Espírita: O livro de Gênesis retrata o plano divino para a regeneração do mundo, a regeneração dos Espíritos e a regeneração do mundo. Ou seja, a transformação de todos os Espíritos da terra em Espíritos puros até um determinado momento, e a própria evolução do orbe porque os orbes também seguem uma escala: mundo primitivo, mundo de expiação e provas, mundo de regeneração. Isto está na codificação!
Os mundos também têm um ciclo evolutivo, ao ponto de os Espíritos dizerem: Deus renova os mundos como renova os seres vivos. Então, os mundos também têm um ciclo: infância, adolescência, maioridade, maturidade, velhice; depois: morte, nascimento, morte. É um ciclo evolutivo dos mundos e a Terra não fugirá à regra universal de todos os orbes do Universo.
É isso que está retratando, não é? Então quando a gente tem esses princípios em mente, fica mais fácil a gente ler, aqui, o texto. Então, começou no Adão e aí vai citando todos os patriarcas, que são estágios evolutivos, melhorias, uma geração vai melhorando a outra.
Não se corrige todos os erros de uma vez. Então, Adão está aqui com os seus erros, vem a próxima geração melhora um pouco, mas comete erros, vem a outra, e vai progressivamente havendo uma melhora. Um fato que chama a atenção no capítulo 5 é esse, aqui, quando chegamos na geração de Henoc.
Isso é importante. Henoc completou 65 anos gerou Matusalém, Henoc andou com Deus. É interessante isso aqui!
Então, nessa expressão aqui, a gente percebe que Henoc é uma geração que está mais conectada com as leis divinas. Henoc andou com Deus. “Depois do nascimento de Matusalém, Henoc viveu trezentos anos, e gerou filhos e filhas.
Toda a duração da vida de Henoc foi de 365 anos” (Gen 5: 23-24) Um simbolismo importante, aqui, porque 365 anos é uma alusão ao ano solar, o ano terráqueo, o ano terreno, que a revolução da Terra em torno do sol, aproximadamente – óbvio - aproximadamente 365 dias. Aqui, você faz 365 anos. Tem um simbolismo aqui, tem uma coisa, aqui, importante acontecendo com Henoc, quando chega nesse estágio evolutivo que é Henoc.
Não pensa Henoc como uma pessoa, embora possa ter tido uma pessoa chamada Henoc que deu o nome, entende? Quando eu falo a era Elizabetana, teve uma rainha Elizabeth? Teve, mas a era não é a rainha, a era é um conceito mais amplo que a rainha.
A era Getúlio Vargas teve o Getúlio Vargas? Teve, mas a Era Vargas não se limita ao homem Getúlio Vargas. Aqui também: viveu um Henoc?
Com certeza deve ter vivido alguém com esse nome de Henoc. Mas, aqui, o texto está se referindo a um período, que é muito mais amplo do que a pessoa Henoc. Esse período é importante porque tem 365 anos.
Então, há um simbolismo aqui. “Henoc andou com Deus, depois desapareceu, pois Deus o arrebatou. ” (Gen 5: 24).
Aqui, nessa frase, quase mística há um tipo, um outro tipo, um outro tipo um elemento importantíssimo, que vai aparecer muito no Apocalipse, que é a figura do arrebatamento. Não é? Qual é o problema do arrebatamento?
O problema do arrebatamento é que, com a reforma protestante, esses símbolos do Velho Testamento, outros símbolos do Novo Testamento, receberam uma interpretação literal, literal, literal. Então, por mais incrível que pareça, há pessoas que acreditam mesmo que é quase um filme assim de extraterrestre - Independence Day, não é? - as pessoas vão estar andando e aí, de repente, todo mundo vai começar a flutuar e os fiéis vão ser arrebatados.
É hollywoodiano que decorre de uma interpretação literal! Qual que é o problema da interpretação literal? O problema da interpretação literal é o seguinte: se você interpretar uma frase da Bíblia literalmente, você tem que interpretar todas, todas elas, todas.
Por quê? Se você interpreta uma frase literalmente e, aí, outras eu não interpreto literalmente, quem que está escolhendo o que deve ser interpretado literalmente e o que não deve ser? Não é?
Então, se eu interpreto, literalmente, que Deus arrebatou Henoc, eu tenho que interpretar literalmente a fala de Jesus que se o seu corpo te escandalizar você vai amarrar uma pedra de moer e vai afundar no lago, você vai se suicidar. Então, Jesus está mandando você se suicidar, se você cometer um erro. ‘Ah, mas, eu não posso interpretar isso literalmente!
’ Então, por que você pode interpretar literalmente o arrebatamento de Henoc? O que pode ser interpretado literalmente e o que não pode ser? Quem diz o que pode e o que não pode?
Aí, eu vou cair no âmbito (? ) de uma pessoa. Vou ter que eleger uma pessoa para dizer para humanidade o que que pode e o que não pode.
Quer dizer, não tem lógica isso, não faz sentido isso. Não é? Ou você entende que a Bíblia é literatura e interpreta os símbolos dela, ou você interpreta tudo literal.
Se interpretar tudo literal é uma tragédia. Então, se a tua mão te escandalizar, corta a mão. Então, chega alguém lá na Igreja ou na Casa Espírita e fala: ‘Ah, Fulano eu cometi um erro’.
“Então, daqui que eu vou cortar a sua mão. Jesus que mandou’. ‘Não, mas nós não podemos interpretar isso literalmente.
’ E, eu vou interpretar o arrebatamento de Henoc literalmente? Vamos voltar, recobrar a razão, o bom senso, vamos recobrar o nosso conhecimento, o conhecimento que a humanidade já tem de literatura do oriente próximo, da literatura das nações vizinhas ao povo hebreu, livros que sobreviveram e que tem um relato semelhante a esse, interpretar com sabedoria. O arrebatamento de Henoc está explicado pelo próprio texto.
Henoc (olha só o que está dizendo) andou com Deus. O Henoc é um tipo de simbologia daquele ser, daquela comunidade, daquela família, daquele grupo e daquele período em que as leis divinas foram respeitadas. É isso!
Então, o fato dele ser arrebatado por Deus significa que a consequência de se seguir as leis divinas é ir para junto de Deus. Esse é o sentido do arrebatamento: ir para junto, entrar no estado de comunhão com Deus. Esse é o sentido!
Não o arrebatamento de Hollywood. Outra figura que vai ter o arrebatamento é o profeta Elias. E, é interessante que na simbologia, nos símbolos da tradição judaica, essas duas figuras que foram arrebatadas - Henoc e Elias - exercem um papel muito importante porque como eles foram arrebatados, eles vão e voltam a hora que quiserem.
Esse é o simbolismo! Então, por exemplo, Elias vem sempre anunciando o Messias e ele volta. Ele, simplesmente, volta porque ele não morreu entre aspas.
Então, esse elemento que foi arrebatado, torna-se uma ponte entre o espiritual divino e o plano material humano. Então, pensa: plano espiritual-divino e o plano material-humano, ele se torna uma ponte. Esse é o simbolismo!
Então, é muito importante, aqui, esse arrebatamento de Henoc, porque quando nós formos estudar o Apocalipse, esse símbolo, aqui, é importante para fazer conta. Para os cálculos proféticos, esse fato, aqui, é um fato importantíssimo, ele marca um tempo: de Adão a Henoc, nós temos um período importante, é uma régua. E, aí, nós vamos aplicá-la.
Eu vou falar, aqui, só jogar a sementinha, porque não é o nosso propósito trabalhar esse tema, agora. Mas, no arrebatamento de Henoc, se eu aplico essa régua, simetricamente, eu chego à regeneração do mundo. A saída da transição planetária e a entrada no mundo de regeneração é um novo arrebatamento.
Não, agora, de Henoc; mas, agora, da humanidade inteira. Então, olha o sentido de arrebatamento! Esse é o sentido de arrebatamento: é de purificação, de espiritualização, de um novo estágio espiritual e evolutivo.
Então, a gente aplica essa simetria e o símbolo não é fácil. É preciso ter paciência, ter calma para entender esses símbolos. Mas, uma coisa é certa: a construção e a explicação dos símbolos está no próprio texto bíblico.
Se eu respeitar a estrutura do texto bíblico, eu já resolvo, aí, 40 a 45% dos problemas, só de respeitar a estrutura do texto. E, aí, depois do Henoc, daí vem o Matusalém e vem o Lamec. Olha que interessante!
O Lamec que vai gerar Noé (Noa). “Quando Lamec completou 182 anos gerou um filho. Deu-lhe o nome de Noé, porque, disse ele, ‘este nos trará, em nossas tarefas e no trabalho de nossas mãos, uma consolação tirada do solo que o Senhor amaldiçoou.
” (Gen 5:28) A ideia de Noa, de Noé, é o descanso, a consolação, o coroamento de um ciclo de trabalho. Isto é o que Noé representa, por isso que ele traz o dilúvio. Isto é importante!
E, quanto tempo o pai de Noé viveu? 777 anos. É ou não é simbólico: 777 anos?
Olha o sete, que é o dia do descanso, o dia consagrado a Deus. E, Lameque – 777 anos – é o final de um ciclo. Daí vem o Noa, que é a Consolação e, com Noa (Noé), o dilúvio, que é uma grande tribulação, que destrói o mundo velho, para reconstruir um mundo novo.
Isto está ou não está parecendo transição planetária? Mundo de regeneração, final de ciclo. .
. não é que a gente diz? É essa linguagem!
Se você pegar o final do livro A Gênese, de Kardec, essa linguagem simbólica é retomada pelo codificador e pelos Espíritos que dão as mensagens no livro A Gênese. Está lá retomando essa linguagem, porque essa linguagem é um modelo, é uma forma de você entender as coisas, é uma forma de organizar o raciocínio, pensar em círculos, em períodos evolutivos, é uma maneira de olhar, é uma forma de você organizar as coisas para melhor entender, para a gente melhor compreender. Então, daí o Noa (Noé) gera Sem, Cam e Jafé (Gen 5:32), que são os filhos.
É uma coisa importantíssima isto aqui, importantíssima! Nós temos que frisar isto, aqui, porque é a segunda vez que o livro Gênesis (olha que interessante isto! ): quando fala que Noa gerou Sem, Cam e Jafé, depois do dilúvio, nós vamos ter uma explicação dos povos que são descendência de Sem, dos povos que são descendência de Cam e dos povos que são descendência de Jafé e nós vamos ver que toda a humanidade conhecida está abrangida na descendência de Noa.
Ou seja, é uma maneira simbólica do texto bíblico dizer que a espécie humana é irmã e tem uma origem comum e, que não se justifica, então, uma nação brigar com a outra. Olha que interessante! Isto é o próprio texto hebraico dizendo aos hebreus para eles não se sentirem melhores ou superiores aos outros, porque a espécie humana tem uma origem comum.
Isso já havia sido dito com Adam, que é o patriarca da humanidade, a origem comum do ser humano. Todos os seres humanos são iguais, têm a mesma origem, tem a mesma ascendência: os patriarcas são os mesmos. É outra forma simbólica de dizer isto: uma universalização.
E Paulo, o apóstolo Paulo, quando vai trabalhar a universalização da mensagem cristã, ele vai fazer referência a quem? A essas pessoas. Ele volta para Gênesis e, aí, ele vai.
Ele volta lá em Abel (olha que interessante) mostrando aí o fio condutor para dizer que a proposta foi sempre universal, a proposta foi sempre para a humanidade inteira, ela nunca foi para um grupo. Um grupo pode ter sido eleito para guiar. Então, nesse sentido, Israel era visto como o primogênito.
Como o primogênito significa o filho mais velho, o filho mais experiente, o filho que tinha a missão de educar os outros irmãos. Mas, nunca, missão de eliminar os outros irmãos e ficar com o mundo exclusivamente para si. Isto não existe!
É isso que o Paulo vai denunciar, para os seus contemporâneos: que eles estavam fazendo uma interpretação equivocada do texto bíblico e que Jesus vinha resgatar esse sentido universalista da revelação divina. A revelação era para todos os filhos. Para todos: para os irmãos mais velhos e para os irmãos mais novos.
Então, aqui, o texto vai afirmar isso. A gente pode ver que o capítulo 5 está fechando, aí, um ponto muito importante, importantíssimo. Agora, a gente chegando ao final já desse episódio, o que que é importante comentar aqui?
Que, de Adão a Noa (Noé), que vai inaugurar o dilúvio, que é esse tipo de uma transição, de uma tribulação, que, aqui, é local, mas, adiante, será uma tribulação, uma transição universal ou planetária, o que se quer demonstrar, aqui, é uma progressão geométrica exponencial do mal. Este é um ponto importante! O crescimento do mal e do bem é exponencial, ele não é aritmético.
Então, não é assim: um mal + outro mal = dois males; mais outro mal = três males; mais outro mal. . .
Não, não é assim! É: um mal, dois males, quatro males, oito males, dezesseis, trinta e dois, sessenta e quatro. .
. e vai multiplicando, porque a lógica, aqui, é a lógica da árvore e dos seus frutos. Então, uma semente, uma muda, eu tenho um pé de laranja.
Mas, espera aí, um pé de laranja dá uma laranja? É assim que funciona? Eu estou com uma muda de laranja, eu plantei uma muda de laranja, cresceu o pé de laranja, quantas laranjas ele vai dar?
Um número enorme. Assim é o mal e, assim, é o bem. O mal gera frutos imensos.
Uma ação, no mal, vai gerar inúmeras consequências, inúmeros desdobramentos; como uma ação no bem, da mesma forma, gera inúmeros desdobramentos. Daí, Jesus nos orientar: conhece-se a árvore pelo fruto, pelos frutos, as consequências, os resultados. ‘Ah, isso é uma teoria muito bonita, não é?
’. ‘Então, agora, a gente está com uma teoria sobre educação de filhos que é x ou y. ’ É?
Então, vamos ver as crianças que foram educadas segundo essa teoria. Como é que elas são? ‘Ih, vai complicar.
. . ’.
Então, não adianta! O fruto não é bom. ‘Ah, mas tem uma outra teoria sobre educação, sobre ensino.
’ Como é que é? Daí, ela fala isso, fala aquilo e diz: quais são os frutos? ‘Ah, fantástico!
As crianças aprendem, elas se tornam cooperativas, o aprendizado. . .
’. Então, o fruto é bom! Conhece-se a árvore pelo fruto, não é pela beleza do discurso, não é pela beleza da teoria, não é pela aparência, não é pela boniteza de quem está apresentando.
É pelo fruto, consequência, resultado! E, aqui, o que se quer destacar no capítulo 5 e o que vai ser pontuado no dilúvio, é um processo de saturação do mal. Isto é importante porque muitas pessoas perguntam assim: por que eu vou estudar dilúvio do livro Gênesis de Moisés?
Eu estou vivendo em 2017, para quê eu vou estudar isto? Porque exatamente por não estudar o texto bíblico, por não se debruçar sobre esses símbolos, essa pessoa não compreende transição planetária e mundo de regeneração, vai ter dificuldade de compreender. Então, a pessoa fala: ‘Meu Deus, será mesmo que vai ter mundo de regeneração?
Por que a violência está aumentando tanto, o mundo só está tendo problema! ’ Gente, mas olha: transição planetária ou qualquer transição, que é um tipo de dilúvio, é um processo em que o mal chega ao extremo, extremo ele tem que chegar no máximo, no pico. É o que vai acontecer com o dilúvio.
Então, o capítulo 5 vai descrever esse volume sendo aumentado até não te mais. Então, quando a situação chega no auge da injustiça, auge da maldade, auge da corrupção, auge do crime, auge da violência, auge da degradação do meio ambiente, aí começa o grande período da transição que vai levar à regeneração. É o que está, aqui, na tipologia e os Espíritos chegaram a dizer isso na codificação: o mal tem que chegar aos seus extremos.
Está, aqui, na tipologia: você tem que chegar ao extremo para que ocorra a mudança. Então, daí, a importância e, na próxima temporada, nós vamos estudar os elementos simbólicos do dilúvio para entender o período que nós estamos vivendo agora e, mais, para responder uma pergunta importante: o quê faze, o que que eu faço agora? Corrupção aumentando, violência, as coisas caminhando por um para um desfecho tenebroso, no auge mesmo.
. . como se portar?
Imitar Noé, imitar Noa. Nós vamos ter que imitar Noé e construir a arca. Por que construir a arca?
Porque a água vai subir, a água vai inundar tudo. Mas, é água no sentido da tribulação, da dificuldade, vai pegar tudo. Mas, quem tiver a sua arca construída, vai atravessar - não sem tributação, não sem dificuldade - mas em segurança, com segurança psíquica, espiritual, emocional.
Esse é o sentido aqui do texto. Mas, nós não estamos falando do dilúvio. Nós estamos falando, aqui, da descrição e da progressão do mal.
Então, toda essa genealogia do capítulo 5 de Gênesis é uma descrição simbólica, com todos esses números aqui, de como se processa essa progressão do mal e o que ocorre até a deflagração, até o colapso do mal. Porque o mal não é destruído pela Providência Divina, ele próprio entra em colapso, o próprio mal entra em colapso. É assim: imagine um corpo biológico que começa a apresentar um tumor, esse tumor vai crescendo, vai crescendo, vai crescendo, até que ele mata o corpo, ele acabou, entra em colapso.
Todo mal tem um limite, um colapso, uma linha de colapso, em que se autodestrói. Daí, a gente percebe que o próprio mal se autodestrói, ele apressa – está no livro A Gênese, de Kardec - o próprio mal apressa o seu fim. Quer dizer, na ânsia de multiplicar o mal se apressa e leva ao próprio fim.
Então, é isso que está escrito, aqui, nesse capítulo 5, de uma maneira simbólica, ao falar dessa genealogia. Então, aqui, a gente deu essa pincelada, não é? No próximo episódio, a gente quer se deter, mais especificamente, em Henoc, Lamec e Noa, já começar a introduzir o Noé, o Noa, para a nossa próxima temporada.
Então, será o nosso último episódio e a gente quer deter-se nessas personagens, falar um pouco sobre elas, o que que a tradição diz sobres elas, o que que vai aparecer. Por exemplo, o Henoc é, simbolicamente, o autor de vários apocalipses. Então, muitos séculos depois, escreveu-se literatura apocalíptica usando o nome de Henoc, não à toa.
Isto não é à toa, não é gratuito! Não foi o Henoc que escreveu, óbvio! Mas, por que que se usou o nome de Henoc?
Isto é interessante! E, depois do dilúvio, depois do trabalho de Noé (de Noa), nós teremos, então, os grandes patriarcas, em que nós vamos estudá-los um por um: Abraão, Isaque e Jacó, porque o Deus, na primeira e na segunda revelação, Deus não é o Deus. Toda nação tem um Deus.
No Evangelho e no Velho Testamento, quando se diz Deus, diz-se assim: ‘o Deus de Abraão, de Isaque e Jacó’, para mostrar que é o criador, para vincular Deus ao Deus da revelação, dessa revelação que está na Bíblia. Isto é muito interessante! Então, ate o próximo episódio, encerramos, aqui, esse capítulo 5.
No próximo episódio, vamos estudar essas três personagens. Até lá!