a presença dos portugueses na américa no século 16 se fazem em meio a um contexto de expansão da europa que também traz outros europeus ao continente americano além dos espanhóis desde o século 16 a incursões à com alguma frequência dos franceses progressivamente dos ingleses no século 17 conforme nós veremos em outra ocasião aqui numa outra aula do curso no século 17 com tudo entram os holandeses nessa competição internacional bem é essa presença então de espanhóis e de franceses já nos primeiros anos do século 16 nessa porção que será finalmente colonizada posteriormente pelos portugueses nessa porção
da américa explica então justamente o desenvolvimento dessa presença dos portugueses numa fase inicial para uma fase posterior é só na segunda metade do século 16 que nós podemos falar efetivamente em colonização portuguesa da américa até então não a colonização até então a presença de outro tipo a presença dos portugueses obedece a outras demandas que não as demandas na montagem de um sistema colonial isso não quer dizer que o brasil tenha ficado abandonado pelos portugueses durante algumas décadas a idéia de abandono pressupõe a idéia de colonização o anacronismo aí consiste em atribuir já uma lógica uma
uma evidência expansionista é colonizada dura no começo do século 16 quando na verdade esse ímpeto colonizador é posterior nós não entendemos então a história dos primeiros anos dos portugueses na américa no século 16 se nós insistirmos na inevitabilidade da colonização da américa essa colonização repito virá depois o que significa que no início não havia intenção não havia intenção porque porque afinal de contas as novas terras à medida em que vão sendo pensada justamente como novas já me referi a isso no nosso encontro anterior quer dizer a idéia de descoberta da américa pelos europeus em seja
a própria idéia de invenção da américa que é invenção da américa é o processo de incorporação do continente americano a visão de mundo europeia né e isso foi alvo da de uma investigação definir o clássico o historiador mexicano edmundo borba chamado a invenção da américa o edmundo agora então trabalha com a idéia dessa incorporação de uma novidade de um componente novo um componente novo nessa visão de mundo europeia que é o continente americano a descoberta não é um dado objetivo não é um dado empírico imediato descobrir do ponto de vista europeu significa se acostumar com
uma idéia significa então gestar essa incorporação da américa a essa forma com que os europeus pensava o mundo porque até então essa forma tinha três grandes continentes europa ásia e áfrica esse processo então de incorporação da américa essa visão de mundo europeia tem nos seus primeiros anos um ímpeto que não é um ímpeto colonizador o que essas novas terras ofereciam de interessante aos portugueses além de um meio de um meio de caminho um meio é na rota entre portugal ea índia que foi justamente isso que trouxe a frota de cabral o brasil né é um
brasil é conforme também mostrei na aula passada se vocês estão lembrados aquele mapa múndi com algumas correntes marítimas com correntes de vento né o brasil é quase que uma parada natural nessa rota nos com um final do século 15 no começo do século 16 entre portugal ea índia é mais ou menos natural então cruzar o oceano atlântico numa diagonal em direção ao sul em direção ao oeste chegando próximo ao brasil para pegar então as correntes num sentido diagonal aí já é para leste também para o sul até cruzar o cabo das tormentas e chegar ao
oceano índico e esta é uma rota normal essa é uma rota então que os portugueses descobrem que eles aprendem a manejar já desde o grande feito de bartolomeu dias que cruzou então o cabo das tormentas no ano de 1487 franqueando o caminho para a expedição de vasco da gama de 1497 a 1.499 o que oferecia então essa terra a esses europeus não oferecia de imediato um elemento da paisagem né de valor árvores essa espécie conhecida como pau de tinta ou pau brasil da qual já se conhecia uma variante no norte da áfrica uma árvore da
qual podia se extrai então boa madeira para a fabricação de barcos para a fabricação de caixas para fabricação de móveis mas também uma árvore que poderia fornecer um corante né esse corante de que necessita então uma indústria têxtil do norte da europa sobretudo na região de flávio da flandres que atual bélgica com então o valor mercantil desse corante extraído dessas dessas árvores que os portugueses encontram já desde as primeiras incursões aqui a esse novo continente o brasil está potencialmente incorporados a um sistema mundial informação segundo o ex time as colônias serão incorporadas às colônias de
portugal serão incorporadas ao sistema mundial na condição de periferia é uma região que ele define como sendo uma região típica da conformação do sistema mundial formação como quer que ser a periferia não está para além do sistema não é algo que não esteja dentro do sistema é uma parte do sistema independentemente então de referendar mas essa postura essa posição historiográfico esse modelo interpretativo a américa portuguesa desde cedo ela se conecta de maneira estável de maneira regular com essa europa em expansão e bem mas além disso além disso né quer dizer dessa presença casual existe uma
competição por esse produto não é pelo corante pela madeira desde o começo do século 16 os franceses também estão de olho nessa possibilidade aberta pela descoberta dessa porção meridional nesse grande continente americano nós não sabemos exatamente quando foram criadas as primeiras feitorias de pau brasil em 1500 e 2500 e 3 provavelmente as principais feitorias portugueses ao brasil já existiam na américa sendo elas igarassu atual pernambuco porto seguro atual bahia e cabo frio atual estado do rio de janeiro essas são as três primeiras importantes feitorias de pau brasil mas desde 1500 e 3000 504 os franceses
também estão presentes nesse tipo de exploração embora os registros sejam escassos tanto nas feitorias portuguesas quanto das feitorias que não são exatamente feitoria já vou explicar a modalidade encontrado pelos franceses para explorar principal brasil mas essa essa presença dos franceses já se faz enfim aí desde 1500 e 3000 504 né nesses anos aqui esteve aqui esteve na américa é uma expedição francesa chefiada por pong e gonneville dessa alguns registros embora poucos em 1511 os registros da nau breton a portuguesa nos legaram uma boa parte do manancial e conhecimento de informações né qual nós dispomos acerca
de como os portugueses estão exploravam essas reitoria seguramente os franceses voltariam em outras ocasiões em 1526 em 1531 já enfrentando aí as expedições guarda costas dos portugueses as mais conhecidas chefiados por cristóvão jacques a despeito desse nome e sobrenome francês a serviço de portugal são expedições então que visavam assegurar o controle dessas regiões de exploração de pau brasil pelos portugueses contra os franceses esse acirramento então da competição por essa potencialidade da nova terra em torno do pau brasil né matéria prima então para a construção e também matéria neh cd se corante né enfim que tem
a ver com essa nessa indústria têxtil do norte da europa uma indústria em crescimento essa competição ao se acirrar ela cria uma demanda por uma colonização isto é por uma presença mais ostensiva mais estável mais regular dos portugueses na nova terra daí então a tentativa do regime de capitanias hereditárias na década de 1520 30 antes de falar das capitanias em no entanto falamos um pouco mais do pau brasil como os portugueses organizavam essa exploração como era uma feitoria basicamente a feitoria é um entreposto é um enclave português um enclave costeiro né no qual um feitor
isto é um funcionário da coroa ou então 11 um súdito da coroa que recebe uma concessão é para organizar essa exploração esse sujeito então encarregado de estabelecer negociação com as populações indígenas e organizar então o trabalho desses indígenas de derrubada das árvores organizar o estoque das toras de madeira né até que venha um carregamento que vem de quando em quando vem lá o carregamento de portugal e organizar também lógico o carregamento da do próprio barco fazendo um controle disso tudo então o feitor conta com a assistência de 12 funcionários que fazem então esse controle nessa
nessa mercadoria e do seu embarque freqüentemente esses enclaves comerciais são também claves militares porque afinal de contas o seu sucesso depende do estabelecimento de relações amistosas relações positivas com as populações nativas essas populações nativas não apenas forneceram então as histórias de pau brasil como também forneceram o trabalho porque não se usa animais de tração animais de carga e os portugueses assim como os franceses desconhecem quase que por completo o território a presença durante muito tempo dos europeus na américa do sul será uma presença basicamente costeira se embrenharam muito pouco pelos sertões nos anos de pau
brasil nos anos iniciais então nessa exploração do pau brasil o trabalho e as relações com as populações indígenas é condição sine qua non do sucesso desse empreendimento são então frequentemente esses enclaves comerciais também foi ficar só os militares ou estão criados muito próximos a fortificações militares porque a existência deles é constantemente ameaçada seja pelas incursões do inimigo no caso francês em relação ao português ou vice versa seja em relação às próprias populações com as quais não se tenha estabelecido relações positivas desculpe a redundância é em prol dos interesses mercantis dos portugueses os franceses ao que
tudo indica não criavam enclaves ou seja eles não se fiem cavavam a terra preferiam transformar os seus barcos enfeitou elias improvisadas durante algumas semanas sem que essa feitoria então tivesse a base territorial que tinha a feitura dos portugueses organizavam então do próprio barco o contato com as populações nativas na extração desse pau o carregamento e as relações e escambo quer dizer essas relações que faziam então as populações indígenas se interessarem em vender o seu trabalho a sua força de trabalho é é aos portugueses e aos franceses o escândalo isto é a troca do trabalho indígena
por mercadorias ou quinquilharias isto é artefatos em um grande ou praticamente nenhum valor comercial para os europeus é chamada tradicionalmente descambou a frequentemente uma interpretação etnocêntricas equivocada em torno dessas relações os portugueses e os franceses não estavam enganando as populações indígenas estavam enganando do seu ponto de vista exclusivo isto é a oferecer em mercadorias de baixo ou nenhum valor mercantil em troca de algo que tinha muito valor que era a força de trabalho dos indígenas e as histórias de de pau brasil no entanto do ponto de vista indígena né esse é um negócio interessante ou
pelo menos foi um negócio interessante para aqueles grupos indígenas que durante algum tempo se dispuseram a participar desse escambo ser então um equívoco por cortar a história segmentando é tomando de um ponto de vista único e não do conjunto dos pontos de vista efetivamente incluídos nesse fenômeno considerar o escambo com uma trapaça dos europeus em cima das populações indígenas ora populações indígenas não estavam interessadas em mercadorias isto é em bens de valor mercantil estava interessado no renata estava interessada naquilo que os portugueses ofereciam por algum motivo assim por algum motivo era uma relação consensual das
duas partes essa consideração então do escambo com uma trapaça é uma concepção vulgar é uma consideração é para além de ramos do conhecimento acadêmico dificilmente a gente encontra isso nos historiadores hoje em dia mas é muito comum as pessoas pensarem nessa fase da colonização melhor da presença portuguesa na américa antes do início efetivo da colonização essa fase do pau brasil como sendo uma fase aí na qual as populações européias enganavam as populações indígenas é claro isso o pessoal é necessário então se desvencilhar do olhar excessivamente parcial embora claro o processo de colonização a própria história
dessa expansão material e cultural da europa que é o que nós estamos estudando aqui nessas aulas o aluno esse curso seja um processo fortemente no centro porque afinal de contas a europa que se expande e não outra sociedade não outros continentes de todo modo é esse olhar etnocêntrico deve ser confinado aquilo que ele é efetivamente capaz de explicar e dizer não se tem condições no início do século 16 de de estabelecer qual é a melhor forma isto é mais rentável mesmo tempo a mais segura do ponto de vista material de explorar o pau brasil né
o processo colonizador já desde antes o próprio processo de reconhecimento desse continente é é um processo de tentativa é um processo de de erro né é aquilo que o importante historiador luiz felipe de alencastro o chama de aprendizado da colonização isto é ninguém tem a cartilha de como fazer essas coisas né essas populações européias esses grupos europeus claro a partir de certos pressupostos a partir de certos interesses de certos valores né eles tentam eles experimentam as coisas né mas os dados não estão disponibilizados desde o início isto é que forma de exploração do pau brasil
será mais rentável estava mais segura é tentativa posteriormente observando esses fenômenos ainda que seja um pouco estudados ainda que haja pouca documentação a respeito deles autores com o mar cham pode então afirmar que os portugueses foram mais bem sucedidos do que os franceses mas ninguém tinha certeza de que seria assim